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05 julho 2022

Os assaltantes continuam sendo apenas dois, mas já partiram para crime maior (*)

"Uma das piadas mais clássicas sobre a violência no Rio de Janeiro é aquela que diz que de cada dez cariocas, oito já foram assaltados. Os dois que sobram são os assaltantes. 

Guardadas as devidas ponderações, é mais ou menos assim que o eleitorado brasileiro se divide também. 

Um quinto da população brasileira é composta de bandidos, de admiradores de bandidos, ou de gente que faz vista grossa para bandidos. O que explica de forma fácil o eleitorado fixo do PT, os eternos 25% a 30% que votam e elegem bandidos. 

Trata-se de minoria malandra, barulhenta, sedutora, que dominou a mídia, o jornalismo, a classe artística, e a justiça, áreas sempre propícias para enganadores e mistificadores, onde a verdade factual costuma ganhar surras de insidiosas narrativas.

Por isto é que se alguém ainda espera que a delação de Marcos Valério sobre as ligações do PT com o PCC seja levada à sério pela nossa imprensa, que procure assento confortável e com encosto para o pescoço. Não avançarão e, ainda que avancem, não tirará um único voto de Lula. 

Não porque a situação não seja absurda e ultrapasse qualquer limite da decência. Mas porque estamos nas mãos deste um terço mais espertinho da sociedade, uma parcela que faz de tudo para nivelar o jogo. Dizem que "é tudo igual" e muita gente ainda acredita.

Vide quantos da sua timeline ainda estão dispostos a anular voto porque estão com nojinho do atual governo ou com medinho de assumir um necessário voto útil. Não percebem o erro que é igualar um governo imperfeito a uma candidatura inaceitável e ainda saem arrotando superioridade moral.  

A batalha do brasileiro lúcido hoje é tentar sobreviver aos vis e aos covardes. Somos ainda as oito pessoas assaltadas da velha piada. Os assaltantes continuam sendo apenas dois, mas já partiram para crime maior. Fizeram reféns. E se por um golpe de sorte escaparmos dessa, já sabem: o outro lado já avisou que protege sequestradores.

A conclusão inescapável de tudo isso é que somente os muito otários ainda acham que não há escolha possível. Talvez mudem de opinião quando perceberem que já estão em cativeiro. Talvez. Acho mais fácil ouvirmos suas vozes abafadas, partindo dos sacos de estopa que lhes cobrem as cabeças, se vangloriando de que ao menos "não passaram pano pra ninguém".

(*) Paulo Cursino

Esse excelente texto foi lido no FB, nesta data. Seu título foi por mim adicionado.

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