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23 agosto 2025

A Carta do Atlântico

    Em sua coluna semanal - Imagem da Semana - nesta data, 22/08/2025, a edição da Oeste nos presenteia com imagens de grande significado para a época em que as imagens ocorreram, e de maior importância ainda, o que elas representam para os dias atuais. Nelas é fácil se notar a ausência da liderança da URSS, Stálin, cuja cartilha adotada seguia os mesmos princípios dos demais regimes, nazismo e fascismo, envolvidos na Segunda Guerra Mundial. Não é difícil se concluir que por essa razão a Carta do Atlântico ainda se torna mais importante para o mundo de hoje, pois o comunismo não desapareceu com o final da Guerra e continua presente em algumas nações com pretensões, inclusive, de determinadas lideranças o implantarem no Brasil.

    A seguir, sem omissões, está reproduzida toda a matéria da Oeste. Boa leitura.

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EDIÇÃO 284

Imagem da Semana: Atlantic Charter

Há 84 anos, encontro marítimo secreto entre Roosevelt e Churchill resultou em uma declaração com princípios em comum por um mundo mais justo e livre  

  

DANIELA GIORNO 22 ago 2025 - 10h03 


Churchill e Roosevelt no navio britânico, em 1941. Juntos redigiram a Carta do Atlântico | 

Foto: Wikimedia Commons


    Na Baía de Placentia, em Terra Nova, ao longo de quatro dias a bordo do HMS N Na primeiro ministro da Inglaterra, Winston Churchill, elaboraram em conjunto uma curta declaração, com apenas 300 palavras, em resposta à situação geopolítica na Europa em meados de 1941. O documento, conhecido como Atlantic Charter (Carta do Atlântico), foi emitido no dia 14 de agosto de 1941.


Roosevelt e Churchill (no canto superior esquerdo, sentados) assistem 

a serviço religioso durante o encontro que resultou na Carta do Atlântico | 

Foto: U.S Navy/National Archive


    A carta que redigiram foi visionária. Deixava publicamente clara a solidariedade americana aos ingleses na guerra, além da busca pela prosperidade e pela paz. Em linhas gerais, delinearam oito princípios que se comprometeriam a apoiar no mundo pós-guerra, com os seguintes objetivos em comum:


1. Nenhuma das nações buscava ganho territorial.

2. Não desejavam ajustes territoriais sem o livre consentimento dos povos envolvidos.

3. Respeitavam o direito à autodeterminação dos povos. Queriam que os direitos de soberania e autogoverno, que foram privados deles à força, fossem restaurados.

4. Barreiras comerciais devem ser excluídas. Acesso igualitário de todos os Estados ao comércio e às matérias-primas.

5. Esperavam uma cooperação econômica global e avanço do bem-estar social.

6. A garantia de se viver livre de medos, inseguranças e privações. Buscariam a paz depois da queda da tirania nazista.

7. Os mares deveriam ser livres.

8. Desarmamento das nações agressoras.


Cópia editada por Churchill do rascunho final da 

Carta do Atlântico, em agosto de 1941 | Foto: Domínio Público


Carta do Atlântico publicada em 14 de agosto de 1941 | 

Foto: Domínio Público



    Um dos trechos mais emblemáticos da Carta do Atlântico sustenta que todas as pessoas têm o direito de viver livre do medo e da miséria: “… após a destruição final da tirania nazista, [nós] esperamos ver estabelecida uma paz que proporcionará a todas as nações os meios de viver em segurança dentro de suas próprias fronteiras, e que dará a garantia de que todos os homens em todas as terras poderão viver suas vidas livres do medo e da miséria… a paz deve permitir que todos os homens atravessem os altos mares e oceanos sem obstáculos.”


    A Carta do Atlântico teve um peso significativo no mundo. Estabeleceu bases para uma ordem internacional pós-guerra, mas não surtiu o efeito esperado pelos líderes inglês e americano naquele momento. O ponto central era encorajar o povo americano a apoiar a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e se unir aos Aliados. A população estava resistente e a opinião pública só iria mudar depois do ataque japonês a Pearl Harbor, em dezembro de 1941.


    A Carta serviu mais tarde de inspiração para a formação de acordos e organizações internacionais como a ONU e influencia a política global até hoje.


Churchill e Roosevelt no navio britânico, em 1941 | Foto: Wikimedia Commons




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