Em sua coluna semanal - Imagem da Semana - nesta data, 22/08/2025, a edição da Oeste nos presenteia com imagens de grande significado para a época em que as imagens ocorreram, e de maior importância ainda, o que elas representam para os dias atuais. Nelas é fácil se notar a ausência da liderança da URSS, Stálin, cuja cartilha adotada seguia os mesmos princípios dos demais regimes, nazismo e fascismo, envolvidos na Segunda Guerra Mundial. Não é difícil se concluir que por essa razão a Carta do Atlântico ainda se torna mais importante para o mundo de hoje, pois o comunismo não desapareceu com o final da Guerra e continua presente em algumas nações com pretensões, inclusive, de determinadas lideranças o implantarem no Brasil.
A seguir, sem omissões, está reproduzida toda a matéria da Oeste. Boa leitura.
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EDIÇÃO 284
Imagem da Semana: Atlantic Charter
Há 84 anos, encontro marítimo secreto entre Roosevelt e Churchill resultou em uma declaração com princípios em comum por um mundo mais justo e livre
DANIELA GIORNO 22 ago 2025 - 10h03
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Churchill e Roosevelt no navio britânico, em 1941. Juntos redigiram a Carta do Atlântico | Foto: Wikimedia Commons |
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Roosevelt e Churchill (no canto superior esquerdo, sentados) assistem a serviço religioso durante o encontro que resultou na Carta do Atlântico | Foto: U.S Navy/National Archive |
A carta que redigiram foi visionária. Deixava publicamente clara a solidariedade americana aos ingleses na guerra, além da busca pela prosperidade e pela paz. Em linhas gerais, delinearam oito princípios que se comprometeriam a apoiar no mundo pós-guerra, com os seguintes objetivos em comum:
1. Nenhuma das nações buscava ganho territorial.
2. Não desejavam ajustes territoriais sem o livre consentimento dos povos envolvidos.
3. Respeitavam o direito à autodeterminação dos povos. Queriam que os direitos de soberania e autogoverno, que foram privados deles à força, fossem restaurados.
4. Barreiras comerciais devem ser excluídas. Acesso igualitário de todos os Estados ao comércio e às matérias-primas.
5. Esperavam uma cooperação econômica global e avanço do bem-estar social.
6. A garantia de se viver livre de medos, inseguranças e privações. Buscariam a paz depois da queda da tirania nazista.
7. Os mares deveriam ser livres.
8. Desarmamento das nações agressoras.
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Cópia editada por Churchill do rascunho final da Carta do Atlântico, em agosto de 1941 | Foto: Domínio Público |
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Carta do Atlântico publicada em 14 de agosto de 1941 | Foto: Domínio Público |
Um dos trechos mais emblemáticos da Carta do Atlântico sustenta que todas as pessoas têm o direito de viver livre do medo e da miséria: “… após a destruição final da tirania nazista, [nós] esperamos ver estabelecida uma paz que proporcionará a todas as nações os meios de viver em segurança dentro de suas próprias fronteiras, e que dará a garantia de que todos os homens em todas as terras poderão viver suas vidas livres do medo e da miséria… a paz deve permitir que todos os homens atravessem os altos mares e oceanos sem obstáculos.”
A Carta do Atlântico teve um peso significativo no mundo. Estabeleceu bases para uma ordem internacional pós-guerra, mas não surtiu o efeito esperado pelos líderes inglês e americano naquele momento. O ponto central era encorajar o povo americano a apoiar a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e se unir aos Aliados. A população estava resistente e a opinião pública só iria mudar depois do ataque japonês a Pearl Harbor, em dezembro de 1941.
A Carta serviu mais tarde de inspiração para a formação de acordos e organizações internacionais como a ONU e influencia a política global até hoje.
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Churchill e Roosevelt no navio britânico, em 1941 | Foto: Wikimedia Commons |
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