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25 maio 2024

Como se vestem as novas ditaduras?

A resposta é bastante simples. As ditaduras de hoje usam vestes de democracia, maquiam-se com uma falsa liberdade, coroam-se de uma falsa tolerância, perfumando-se com falsos discursos de progresso. Todas elas com restrições tão mais agressivas que as ditaduras tradicionais, através de meios econômicos em cadeia, coerção psicológica e controle social dos discursos.

Ao invés de uma política que prioriza o indivíduo e suas liberdades como os direitos fundamentais, vamos rumando para uma democracia que usa o aparelho estatal para restringir indivíduos que destoam de uma agenda comum (Nova Ordem Mundial) e um aparato de censura que é gerenciado em esferas não democráticas. Por exemplo, é a população que está pedindo regulação das redes sociais ou os ministros (políticos) supremos?

Se o totalitarismo clássico procurou implantar regimes radicalmente coletivistas, o novo totalitarismo procura implementar uma ideologia que envolve uma estranha combinação de coletivismo e hiperindividualismo, se valendo de sistemas de vigilância eletrônica, da cultura de cancelamento, entre outros instrumentos utilizados para desencorajar e suprimir dissidências. 

O que tanto o totalitarismo bruto como o totalitarismo suave têm em comum é que em ambos todos os aspectos da vida são politizados. Ambos buscam não apenas limitar liberdades individuais básicas (como fazem os regimes autoritários), mas implantar toda uma cosmovisão na sociedade por meios coercitivos (brutos ou suaves), remodelando a linguagem e a consciência desses indivíduos, substituindo os seus valores tradicionais por novos valores, especialmente valores político-ideológicos.

Já estamos vivendo algo assim no Brasil. A naturalização das restrições às liberdades individuais, começando pela liberdade de expressão. Os novos totalitários impõem aos demais a sua interpretação do mundo e ditam até mesmo a linguagem que os cidadãos são autorizados a adotar.  Impõem também suas pautas, exigindo de todos a adesão ao identitarismo woke, sob ameaça de perder dos meios de subsistência.

No Brasil, jornalistas, artistas, humoristas e até políticos eleitos são perseguidos e proibidos de exercer seus ofícios – e têm suas contas bancárias bloqueadas e passaportes cancelados (isso quando não são presos), com base em crimes de opinião, crime este que não está pautado em nenhum instrumento legal brasileiro. Muito ao contrário, como expressamente diz nossa Constituição Federal.



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