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08 novembro 2025

Em empresas grandes e pequenas, os funcionários temem ser substituídos por IA. A nova ameaça: ser substituído por alguém que entende de IA

    A gigante de consultoria Accenture, anunciou recentemente uma má notícia: a Accenture está demitindo funcionários que não estão conseguindo se adaptar ao uso de IA no trabalho.

    A empresa treinou cerca de 70% de seus quase 779.000 funcionários nos fundamentos da inteligência artificial generativa. Para a empresa os funcionários para os quais "a requalificação não seja um caminho viável" serão demitidos.

    Nos últimos anos, funcionários de empresas de todos os níveis têm se preocupado com a possibilidade de serem substituídos pela IA. Agora, algo mais está acontecendo: a IA está custando empregos a trabalhadores cujos chefes acreditam que eles não estão adotando a tecnologia com rapidez suficiente.

    De empresas de serviços profissionais a empresas de tecnologia, os empregadores estão pressionando suas equipes a aprender IA generativa e integrar programas como ChatGPT, Gemini ou ferramentas personalizadas específicas da empresa em seu trabalho. Qualquer pessoa considerada incapaz de se capacitar ou vista como procrastinadora corre o risco de ser eliminada dos processos de contratação, ter avaliações de desempenho negativas ou ser demitida.

    Em meio a uma onda de cortes de empregos administrativos, as empresas estão alertando seus funcionários sobre a importância de suas habilidades em IA. A Amazon anunciou demissões na última semana que afetaram cerca de 14.000 vagas, enquanto a Target eliminou recentemente 1.800 cargos corporativos. A IBM também divulgou milhares de cortes.

    Algumas empresas estão treinando seus funcionários no uso das ferramentas, mas deixando a cargo deles a responsabilidade de descobrir como utilizá-las. Há inúmeras possibilidades de implementação da IA. Algumas empresas exigem treinamentos ou criam centrais de atendimento para orientar os funcionários sobre como incorporar a IA ao seu trabalho. Outras incentivam os funcionários a pensar criativamente sobre como gerar receita ou economizar tempo com a tecnologia.

    Em empresas de todos os portes, muitos trabalhadores hesitam em adotar a IA, temendo que a adoção generalizada os faça perder seus empregos. Eles também duvidam que a tecnologia possa desempenhar o trabalho tão bem quanto eles.

    Uma pesquisa recente da Gallup revelou que mais de 40% dos trabalhadores americanos que não utilizam IA afirmam que o principal motivo é a crença de que ela não pode ajudar no trabalho. Uma parcela menor, 11%, disse que a principal motivação é não querer mudar a forma como trabalham. Embora a adoção da IA ​​tenha crescido no último ano, os trabalhadores americanos têm cerca de três vezes mais probabilidade de dizer que não estão preparados para a IA do que aqueles que se consideram "muito preparados", segundo a pesquisa  Gallup.

    Muitos funcionários, mesmo quando expostos a ferramentas de IA nas quais as empresas investem muito, não estão aderindo. Quando pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) analisaram mais de 300 iniciativas de IA, descobriram que apenas 5% estavam alcançando valor mensurável. Os funcionários utilizam ferramentas como ChatGPT e Copilot da Microsoft pela facilidade de uso, mas raramente adotam outros softwares.

    Um grande obstáculo, segundo os pesquisadores, é que muitas dessas ferramentas ainda não estão programadas para aprender com as interações anteriores dos usuários. Isso faz com que recorrer a um colega humano seja uma opção melhor para trabalhos complexos. Os pesquisadores descobriram que o melhor retorno sobre o investimento geralmente se dá em funções administrativas.

3 comentários:

  1. O Bradesco, um dos principais bancos brasileiros, afirma que 82% dos casos relacionados ao primeiro nível de atendimento da instituição são resolvidos por meio da inteligência artificial (IA) generativa.

    A declaração foi feita por Patricia Kessler, diretora do Bradesco Experience, durante o evento Bloomberg Línea Summit 2025, realizado em São Paulo.

    O primeiro nível de atendimento de um banco é responsável por resolver as demandas mais comuns e imediatas dos clientes, sem necessidade de acionar áreas técnicas ou especializadas.

    Entre as principais tarefas de primeiro nível estão coisas como receber os contatos, fazer a triagem e classificar o contato.

    A diretora afirma que mais de 10 milhões de clientes utilizam a BIA, o chat com IA da instituição, desenvolvido em 2016 e operado com a IBM.

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  2. ... Em 2022, o banco implementou a transação por Pix por meio do IBM Watson e, em 2024, passou a utilizar sua plataforma proprietária, denominada Bridge.

    O Bradesco também aplica a IA no corpo tecnológico da instituição, onde, segundo o banco, obteve ganhos de 40% em produtividade.

    A BIA Tech auxilia desenvolvedores na escrita de jornadas e transcrição para requisitos funcionais, além dos squads virtuais, compostos por desenvolvedores e agentes de IA, gerando ganhos de escala e modernização de aplicações.

    No setor de call center, o sistema de inteligência artificial analisa 18 mil ligações diárias, oferecendo insights aos operadores para maior efetividade na resolução de casos de cobrança e na oferta de produtos.

    Estima-se que, em 2025, a inteligência artificial generativa já tenha gerado mais de R$ 400 milhões em benefícios à instituição financeira.

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  3. Nem é inteligência nem artificial. As corporações não se dão conta de que estão tão as somente destruindo o que elas têm de melhor: o homem, com suas implicações, sua humanidade. É o que de mais nobre existe no universo..

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