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13 novembro 2025

Odebrecht 2.0? A quadrilha voltou à cena do crime

 


A Polícia Federal afirmou que o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Alessandro Stefanutto recebia até R$ 250 mil por mês em propina para permitir os descontos ilegais em aposentadorias e pensões pela Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer).

Stefanutto foi preso durante a nova fase da Operação Sem Desconto. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça. O caso tramita em sigilo na Corte, mas Mendonça levantou divulgou a decisão no início desta noite.

Stefanutto foi identificado pela PF como um "facilitador institucional do grupo criminoso". Sua participação teria se iniciado com a facilitação jurídica para a celebração do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) da Conafer em 2017. A propina teria sido paga por meio de empresas de fachada, entre elas uma pizzaria.

Durante a investigação, a Polícia Federal encontrou mensagens e planilhas sobre pagamentos a políticos e diretores do INSS com o operador financeiro da Conafer, Cícero Marcelino, e o presidente da entidade, Carlos Roberto Lopes. O formato de “prestação de contas” dos valores ilícitos lembra a planilha da Odebrecht apreendida pela PF na Operação Lava Jato, em 2016. Veja abaixo alguns dos apelidos da planilha de propina do INSS:
  • Alessandro Stefanutto: “Italiano”;
  • André Fidelis, ex-diretor do INSS: “Herói A”; o ex-procurador
  • Virgílio Oliveira Filho, ex-procurador federal: “Herói V”,  “Amigo V”,  ou “Procurador”;
  • Euclydes Pettersen (Republicanos-MG), deputado federal:  "Herói E";
  • José Carlos Oliveira (hoje chamado de Ahmed Mohamad Oliveira), ex-ministro da Previdência e ex-diretor de Benefícios do INSS: "São Paulo Yasser".
Segundo a PF, o deputado era "a pessoa melhor paga na lista de propina" e teria recebido um repasse de pelo menos R$ 14,7 milhões por meio de uma loteria e construtora para blindar a Conafer. Pettersen foi alvo de busca e apreensão.

A corporação afirmou que as análises periciais confirmaram que os valores e datas constantes nas planilhas coincidiam integralmente com as transferências bancárias reais.

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