Nesta quinta feira (10/02) a "temperatura aumentou" no âmbito das negociações que estão ocorrendo sobre um possível conflito entre a Rússia e a Ucrânia, com repercussões diretas em outros países. O deslocamento de tropas de ambos os lados cresceu bastante e já se tornou notícia de primeira página nos meios de comunicação, inclusive aqui no Brasil. Veja na imagem algumas delas.
Em texto, segue abaixo uma análise minuciosa desse grave problema que ronda toda a humanidade, produzida pelo Paulo Emendabili.
Boa leitura e nossa torcida pela paz.
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SURDOS E MUDOS
Foi assim que definiram hoje as tratativas diplomáticas entre representantes de governos ocidentais europeus e governo russo, na tentativa de evitar uma guerra, senão mundial, ao menos, continental.
Explico: Muito embora Putin tenha publicamente afirmado que em caso de guerra, a OTAN não terá tempo de piscar, trata-se exatamente do contrário, e esta é a razão principal da Rússia não arredar pé da fronteira ucraniana e de levar contingentes bélicos à Belorus e Mar do Norte, visto que a Rússia, a partir de sua derrocada nos anos 1990, viu progressivamente os países da Europa do Leste, antes sob o seu absoluto domínio, caírem nos braços e no colo do Ocidente, bem como, militarmente, ingressarem no seleto círculo da OTAN.
Isto fez com que a Rússia, embora protestasse veementemente com a Europa e os EUA a respeito desta progressiva ameaça desde então, sobretudo, depois da ascensão de Putin ao poder máximo russo, fato é que hoje a Rússia literalmente se vê cercada de bases militares da OTAN comandada, de fato, pelos EUA, que tem na aliança o seu braço longo na Europa, e que, progressivamente, nestas duas últimas décadas, foi instalando suas bases atômicas na cara e na esquina dos russos.
Putin sabe que por razões geopolíticas, energéticas e econômicas, o Ocidente, especialmente os EUA, querem o controle total da Eurásia e sem a Ucrânia totalmente incluída no cardápio, não tem jantar servido...
O atual czar russo sabe também que não pode mais arregar após colocar 150 mil homens nas fronteiras e enclaves, armados até os dentes com aviões, mísseis, tanques, artilharia pesada e leve, fruto de uma comprovada logística russa de deslocamento e abastecimento rápido que surpreendeu sim os comandos militares do Ocidente, mas não a ponto de serem dissuadidos de resistirem diante de um eventual avanço russo por sobre a Ucrânia, com todas as forças e armas da OTAN, reforçadas pelas forças deslocadas dos EUA, inclusive em água mediterrâneas.
Putin sabe bem, e disse isso claramente, no sentido que a disparidade de forças entre a OTAN e a Rússia é desproporcional em favor da OTAN, não lhe sendo nenhum segredo que mísseis do Ocidente, nucleares, lançados a partir de Kiev, atingiriam Moscou devastando-a matando, quando da fissão nuclear, toda a população moscovita e dos arredores, tudo em cerca de 8 minutos a partir do lançamento.
Já o contrário não é verdadeiro. As forças bélicas russas, para atingir nuclearmente, no revide, as principais cidades dos EUA, necessitariam posicionar os seus submarinos nucleares nas costas norte-americanas, o que provavelmente a Marinha do Tio Sam não deixaria acontecer assim tão facilmente...
Assim, a guerra seria total na Europa, soçobrando, primeiro todos, os países do leste europeu, estimando-se 35 milhões de mortos nos primeiros momentos do conflito, estendendo-se a guerra nuclear, química e biológica para toda a Europa em um segundo momento, haja ou não a participação chinesa ao lado da Rússia, pois que, como povo oriental de cultura milenar, pode sim pacientemente aguardar o circo pegar fogo para entrar na tenda só depois do rescaldo, a se apropriar do que sobrar...
Neste sentido, correta a frase de Putin que, em caso de uma guerra como esta, não haverá mesmo vencedores, somente um hemisfério, o norte, pelo menos, tornado estéril, radioativo, pestilento, fétido por dezenas de milhões de cadáveres em decomposição, além de inabitável.
O que ninguém percebeu, ou não quis notar, é que a partir de agora as relações internacionais entre potências mudaram radicalmente, pois que conflitos não mais serão resolvidos por meio da diplomacia, ou das resoluções da ONU, e sim pela força da ameaça da utilização das mais mortíferas armas e exércitos, ou seja, retrocedemos ao clássico: “escreveu, não leu, o pau comeu...”!
Paulo Emendabili Souza Barros De Carvalhosa
Dia de Júpiter, 10 de fevereiro de 2022.
90º da Revolução Constitucionalista.
105º da Revelação em Fátima.
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