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17 março 2024

Seguindo o modelo adotado por ditaduras, Putin venceu as eleições russas

Os russos e o resto do mundo já sabiam que Putin seria reeleito para um novo mandato de seis anos, mas muitos se preocupam com o que virá a seguir. Existe, sim, a grande preocupação de que o Presidente Putin possa aproveitar essa vitória para iniciar uma nova mobilização de guerra, convocando mais soldados para lutarem na Ucrânia. 

As preocupações parecem basear-se na possibilidade de Putin usar o seu poder irrestrito para fazer mudanças que evitou antes da votação.

Embora uma potencial mobilização continue a ser a maior causa de preocupação, também há desconforto em relação às finanças e à economia. Os empresários preocupam-se com o aumento dos impostos e os ativistas da oposição esperam mais repressão aos dissidentes. A incerteza foi agravada por um governo que, segundo os especialistas, se tornou cada vez mais autoritário.


Alguns desses especialistas dizem que o Kremlin poderia usar os resultados obtidos da votação para reprimir ainda mais a dissidência e intensificar a guerra na Ucrânia. 

“Numa eleição autoritária, os resultados são previsíveis, mas as consequências não. Se o sistema decidir que funcionou bem e que tudo está bem, então o período pós-eleitoral pode ser o momento para tomar decisões impopulares", disse Yekaterina Schulmann, uma cientista política russa.

As eleições na Rússia são geridas de forma rigorosa pelo Kremlin através do seu controlo quase total dos meios de comunicação social e das empresas estatais, cujos trabalhadores são frequentemente pressionados a votar. A máquina eleitoral filtra candidatos indesejados e os ativistas da oposição são forçados a fugir ou acabam em prisões russas. O dissidente mais proeminente do país, Aleksei A. Navalny, morreu no mês passado numa colônia penal no Ártico, onde estava preso.


Um local de votação no centro de Moscou. Foto de Nanna Heitmann

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