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06 junho 2024

“Não era por isso que eu lutei. Não era por isso que eles morreram”


Neste 06 de junho de 2024. data em que se comemorou 80 anos da invasão da Normandia, o denominado "Dia D", que provocou uma reviravolta completa sobre o curso da Segunda Guerra Mundial e do sepultamento do nazismo na Alemanha e do fascismo na Itália, um dos sobreviventes expressou a frase que dá o título deste artigo e está audível/visível no vídeo abaixo.


Obviamente, o veterano americano revela profunda tristeza e frustração com as novas gerações e pelo o que o seu país se tornou desde então.

Ora, os que lutaram e morreram durante a Segunda Guerra, combateram para derrubarem dois dos regimes totalitários - nazismo e fascismo. Sobreviveu o comunismo.

Naquela época, esses regimes procuraram implementar os seus objetivos através da força bruta - agressões físicas, detenção, tortura, assassinatos - causando destruição e sofrimento sem paralelos na história humana.

Com a queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética, passou-se a acreditar que o totalitarismo, que é diferente do autoritarismo, passaria a existir apenas nos livros de história e na memória de suas vítimas. O regime liberal-democrático teria prevalecido no mundo Ocidental e regimes autoritários estariam com os seus dias contados.

Essa presunção de morte do totalitarismo, como comprava-se hoje, foi exagerada e esse é também o entendimento do veterano da guerra, expresso em sua manifestação nesse vídeo.

O que mudou foi a forma de totalitarismo. Enquanto o totalitarismo tradicional se valia de ameaça de violência física, o novo totalitarismo está se valendo de métodos de intimidação mais sutis, envolvendo instrumentos de coerção psicológica e econômica.

Se o totalitarismo clássico procurou implantar regimes radicalmente nacionalistas e/ou racistas e/ou coletivistas, o novo totalitarismo procura implementar uma ideologia que envolve uma estranha combinação de coletivismo e hiperindividualrismo que tem tomado forma atualmente no chamado - indentitarismo woke.

Portanto, o novo totalitarismo ao invés de ser implementado pelo - coturno no rosto - a substituição dos valores do velho mundo está sendo obtida pelas conveniências tecnológicas e econômicas do século XXI, através da - cultura do cancelamento - e do poder das entidades privadas.

No totalitarismo antigo, a politização se dava pela adesão às pautas do partido no poder. No modelo atual, essa politização se dá pela adesão às pautas do identitarismo woke, não somente pelo governo, mas pelas corporações, pelas universidades, pela mídia, pelas ONGs, e assim por diante.

No totalitarismo novo não há gulags, nem interrogatórios na Lubianka. Haverá simplesmente cancelamento e o cancelado não trabalhará novamente. E mais, seus membros vão ensinar aos filhos dos cancelados a odiarem os seus pais.

Concluindo, o veterano de guerra americano está velho apenas fisicamente. Porém, com uma boa e nobre saúde mental.

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PS.: "O governo Lula tem deixado a porteira aberta para o identitarismo e o radicalismo woke desde o começo de seu mandato. A tendência perpassa diversos ministérios e se manifesta em audiências, portarias, discursos de autoridades e na implementação de políticas públicas."

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