Há mais de seis anos, a ênfase e as energias de autoridades judiciais - de escalões superiores - foram direcionadas à perda da privacidade e de outros direitos fundamentais dos brasileiros, no sentido de controlar todas as suas condutas.
Além de ampliar e interligar os mecanismos de controle, as medidas têm desconsiderado as legislações, em qualquer nível, jogando-as no lixo conforme o espectro político da pessoa visada seja o que se denomina de direita.
Alguns analistas já afirmam que tais determinações e decisões fazem lembrar o Ministério da Verdade do livro “1984”, de George Orwell e sua Teletela como método de vigilância e doutrinação, fazendo das previsões do Orwell se parecerem com brincadeiras de criança.
No "Admirável mundo novo", de Huxley, os excluídos da sociedade, ou selvagens, como eram chamados, viviam fora dos limites das cidades, literalmente à margem dos benefícios e também da opressão cotidiana dos moderninhos. Aqui no Brasil de hoje não se tem nem essa opção. O isolamento já é praticado para os dissidentes, sendo apenas um estágio, que será sucedido pelo encarceramento de todos que resistirem às novas regras de conduta.
Estão transformando o Brasil numa delegacia de polícia, na qual se pune quem foi para a frente do quartel e se dá cada vez mais liberdade para os piores criminosos e os piores corruptos, ainda se ler em artigos da imprensa digital.

Tudo isso sob um discurso, já bastante manjado - "salvar a democracia" - e na direção de rápida mudança da denominação da nação brasileira para República Popular Democrática do Brasil, a exemplo de outras nações que rezam por essa cartilha.
Hoje, 02/03/2025, a pessoa da vez é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O ministro Alexandre de Moraes encaminhou à PGR um pedido de análise da retenção de seu passaporte e deu prazo de 5 dias para manifestação sobre notícia-crime que atribui “crimes contra a soberania nacional”. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e o deputado Rogério Correia (PT-MG) solicitaram a investigação criminal por suposta promoção de reações contra o Supremo junto a políticos norte-americanos. Também pediram a apreensão do passaporte de Eduardo para interromper as “condutas ilícitas em curso”.
Nas redes sociais, Eduardo criticou o pedido de Moraes e publicou, no sábado (01/03/2015), uma montagem do ministro caracterizado como o Rei Luís 14, que governou a França nos séculos 17 e 18. Na legenda da postagem, escreveu, em francês, a frase L’État c’est moi (“O Estado sou eu”, na tradução para o português), atribuída ao monarca e que faz referência à crença de que o poder real era designado por Deus.

No Brasil de hoje, portanto, Platão não chegaria mais a sua conclusão de que as leis se constituíam na única das garantias.
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