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26 janeiro 2023

GOVERNOS: BOLSONARO X LULA

Já estamos nos aproximando do final do primeiro mês de 2023. Ainda em dezembro/2022,  começaram a ser publicado(a)s resultados auferidos ao término do governo Bolsonaro e as primeiras notícias sobre o novo governo, que hoje completou 26 dias de seu exercício.

Delas selecionamos dez manchetes encontradas na Internet: cinco sobre o governo Bolsonaro e as outras cinco relacionadas com o novo governo. Para cada uma delas adicionamos uma pequena descrição. Compare-as. A conclusão é óbvia. Quem salvará o Brasil?

Bolsonaro


Governo Bolsonaro fecha o ano com superávit primário

O superávit primário do Governo Central acumulado em 2022 é de R$ +317,2 bilhões. O resultado é decorrente do aumento da arrecadação em meio ao processo de retomada econômica e à contenção de despesas, mas também de eventos não recorrentes, como as receitas de privatizações e dividendos de estatais.

“Foi um ano bastante difícil, incerto para projeções. Apesar das dificuldades chegamos ao fim do ano com todas as despesas atendidas e com o primeiro superávit primário desde 2013”, disse o Secretário do Tesouro Nacional (STN), Paulo Valle.

Os recolhimentos do governo federal somaram R$ 2,21 trilhões em 2022, a maior arrecadação desde o início da série histórica, em 1995. Em valores corrigidos, totalizou R$ 2,25 trilhões, crescimento real de +8,2% na comparação com o ano de 2021.

Variação do IPCA em 2022 fecha em 5,79%

A tabela ao lado ilustra muito bem, por setor, o desempenho econômico obtido nos últimos dois anos do governo Bolsonaro, apesar dos impactos provocados pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. Não é difícil deduzir que estávamos caminhando em direção de resultados bem positivos.


Produção Agropecuária fecha 2022 em R$ 1,2 trilhão

Valor da Produção Agropecuária (VPB) é o segundo maior da série histórica de 34 anos. O valor das lavouras foi de R$ 815 bilhões e o da pecuária R$ 375 bilhões.

O VBP correspondente ao faturamento dentro do estabelecimento. É calculado com base na produção agrícola e pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do País dos 26 maiores produtos agropecuários nacionais.


Desemprego cai para 8,1% entre setembro e novembro

A taxa de desocupação do trimestre de setembro a novembro de 2022 (8,1%), a menor taxa desde o trimestre encerrado em abril de 2015 (8,1%), recuou 3,5 p.p. na comparação intranual (11,6%).

A população desocupada (8,7 milhões) recuou 9,8% (-953 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 29,5% (-3,7 milhões) na comparação anual.

A população ocupada chegou a 99,7 milhões de pessoas no trimestre encerrado em novembro, cerca de 4,8 milhões a mais que no mesmo período de 2021.

Atividade econômica é recorde da série histórica

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu +0,4% no terceiro trimestre, atingindo o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996. O PIB ficou 4,5% acima do resultado pré-pandemia do quarto trimestre de 2019. No acumulado do ano, o PIB cresceu +3,2% em 9 meses.

Lula


Ações da bolsa brasileira B3 desvalorizam meio trilhão de reais após o 2º turno

Na sexta-feira anterior às eleições de segundo turno, o valor de mercado de mais de 400 empresas listadas na bolsa de valores brasileira somava R$ 4,377 trilhões. Na terça-feira (3), os papéis totalizaram R$ 3,831 trilhões – queda de R$ 546 bilhões (-9,1%) no período.

No mercado financeiro, analistas e representantes do setor produtivo não entenderam nada do anunciado "Plano de Sustentabilidade Social, Ambiental e Econômica" de Haddad. Ele não soube dizer o que exatamente pretende fazer.

Haddad já era visto com desconfiança antes mesmo de tomar posse como Ministro da Fazenda. Oficializado no cargo, teve uma estreia que confirmou as expectativas. Começou mal, titubeante, na defensiva, desastroso em suas primeiras declarações – recebidas como sinal de fraqueza e falta de um rumo claro para a economia do País.

Nova composição dos Ministérios é "absolutamente decepcionante", diz Estadão

“Diante das grandes necessidades do País, não deixa de ser frustrante — reiteradamente frustrante — constatar que Lula e seu partido não entenderam nada, não aprenderam nada, não mudaram nada”, lamentou o jornal O Estado de São Paulo no sábado (24/12/2022).

Em À imagem e semelhança do PT, o jornal constata "que é absolutamente decepcionante para o País verificar a composição dos Ministérios que vai sendo delineada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva". 

"Todos os postos decisivos estão a cargo do PT ou de gente que, por mais que esteja circunstancialmente em outra legenda, sempre teve e continua tendo a mesma visão do PT. Desenha-se, portanto, um governo radicalmente petista, justamente o contrário daquilo que foi repetidas vezes prometido", destaca.

Folha elogia Governo Bolsonaro e faz crítica ácida ao novo governo do PT

Em editorial, publicado no dia 23/12/2022, a Folha de São Paulo reconhece que "o cenário econômico transformou-se para melhor" em 2022 e alerta que a frente ampla que ajudou Lula a chegar ao poder deve encarar a realidade: Lula 3 repete os erros de Dilma Rousseff.

Na opinião do jornal, no entanto, os petistas "trataram de mais que duplicar a alta recomendável do gasto já no primeiro ano de Lula e a recuperar o discurso envelhecido de 40 anos atrás contra as privatizações —como se não fosse importante estancar a sangria dos cofres públicos com as estatais ineficientes e aumentar o investimento em infraestrutura e saneamento básico".

"Aí se misturam conveniências políticas, compromissos com as corporações da máquina estatal e, pior, a crença pueril de que a prosperidade só pode ser alcançada com expansão contínua do Estado", acrescenta o editorial.

WSJ: O retorno de Lula e a ameaça do STF à democracia

O maior jornal dos Estados Unidos (The Wall Street Journal) apontou, em 25/12/2022, que o futuro presidente Lula trabalha para acabar com o teto de gastos, com as privatizações e com as medidas de combate a corrupção, enquanto a Suprema Corte extrapola sua jurisdição e afronta o Estado Democrático de Direito por motivações políticas.

A colunista O’Grady destacou que Lula assumirá o cargo com previsões de baixo crescimento do País para os próximos dois anos e sob pressão inflacionária causada pelo excesso de gastos do governo. Ainda assim, mesmo antes da posse, Lula está indicando "sua intenção de deixar os gastos públicos estourarem, deter as privatizações e reverter as reformas destinadas a conter a corrupção”. E disse mais:

"Infelizmente, um presidente populista do Partido dos Trabalhadores prometendo gastar para prosperidade nacional não é a única coisa a temer pelos brasileiros", lamentou O’Grady. "Uma ameaça maior é a Suprema Corte de 11 membros, que está extrapolando sua jurisdição e desrespeitando o Estado de Direito por razões políticas sem consequências".

O projeto nacional tem sido uma combinação de financismo e pobreísmo

Em entrevista ao Poder360, Mangabeira Unger mostrou-se pessimista sobre as possibilidades de avanço econômico e social do Brasil com o novo governo.

"O nosso maior risco é o de continuar no marasmo em que estamos, em que cada um leva um pedacinho e vai embora para casa satisfeito. E a grande maioria dos brasileiros vai descer ao túmulo sem jamais ter se descoberto. O risco é a destruição da vitalidade do brasileiro. É desperdiçar esse tesouro", lamenta Mangabeira Unger.

Nesse novo governo, o professor ressaltou que a "tragédia econômica e social" continuará, "se o preço das commodities não desabar", com a produção nacional encolhendo cada vez mais enquanto o País embarca soja bruta e minério de ferro. "Continuaremos mandando isso [matérias-primas pouco transformadas] para a China e recebendo de volta todos os produtos do engenho humano.


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