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03 julho 2024

"Gilmarpalooza" - O festival do arranjinho em Lisboa

Muito bem. Nesta quarta-feira o Oeste Sem Filtro iniciou sua edição comentando o artigo escrito pelo jornalista português João Paulo Batalha, sobre a realização da a 12ª edição de uma conferência que, no Brasil, tornou-se famosa com o nome jocoso de "Gilmarpalooza". 

É verdade, o jornalista acertou em cheio e, principalmente, quando a definiu como uma orgia de promiscuidade. O time de comentaristas do Oeste Sem Filtro o referendou, como todo e qualquer brasileiro. Além no artigo, em sua íntegra, que pode ser lido abaixo, selecionamos também o que disse agora há pouco Ana Paula Henkel no referido programa. Veja-a e leia o respectivo artigo. Você também irá endossar o conteúdo de ambos. Eu assino embaixo.



Todos os anos, Lisboa acolhe um encontro de que nunca ouviu falar, mas que é uma autêntica parada de poderes promíscuos.

O que diria de um juiz que andasse em almoços, jantares e eventos de charme com empresários que têm processos pendentes junto desse mesmo juiz? Diria provavelmente que é corrupto ou que, no mínimo, estava a violar o seu mais elementar dever de reserva e recato, expondo-se a um conflito de interesses que põe em causa o seu julgamento. E se esse encontro de confraternização e palmadinhas nas costas acontecesse às claras, com datas marcadas e site na Internet, disfarçado apenas pelo véu (aliás, muito transparente) de um evento académico? Diria talvez, para usar a expressão muito portuguesa, "quem não tem vergonha, todo o mundo é seu". Bem-vindo ao "Fórum de Lisboa". 

Sem ninguém reparar, fez-se na semana passada a 12ª edição de uma conferência que é, na verdade, uma transumância de lóbis brasileiros para a capital portuguesa. O evento passa-nos praticamente despercebido, mas no Brasil tornou-se famoso com o nome jocoso de "Gilmarpalooza" – uma referência ao festival de música americano Lollapalooza, batizado com o nome de Gilmar Mendes, o decano dos juízes do Supremo Tribunal Federal brasileiro, que organiza o evento há 12 anos, através de uma escola privada de que é sócio, em parceria com a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e a Fundação Getúlio Vargas.

Qual é o mal de um grupo de juristas, juízes, advogados, empresários e governantes se juntarem durante três dias para discutirem os "Avanços e recuos da globalização e as novas fronteiras: transformações jurídicas, políticas, económicas, socioambientais e digitais"? À primeira vista, nenhum. Até escavarmos só um bocadinho mais fundo. Só na edição deste ano estiveram representadas 12 empresas com processos perante o Supremo brasileiro – incluindo um empresário agraciado com uma decisão favorável do juiz Gilmar Mendes no âmbito da Lava Jato. Cá estiveram em Lisboa, a conviver com seis dos 11 juízes do mais alto tribunal brasileiro. O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também cá esteve, com viagem paga pela Fundação Getúlio Vargas, que tinha sido recentemente alvo de uma investigação da própria Polícia Federal.

Lisboa é, em suma, o palácio de Verão da elite brasileira. Não vêm cá participar numa conferência internacional, dado que o programa é esmagadoramente composto por oradores brasileiros, misturando-se juízes, advogados, governantes e empresários. Para quê, então, fazer os 7 mil quilómetros entre Brasília e Lisboa, com todos os sobrecustos associados? Porque o verdadeiro programa do "Fórum de Lisboa" são as festas privadas, os jantares e cocktails em que a elite se distrai quando não está na Cidade Universitária a discutir os avanços e recuos da globalização. Reunido em animado convívio, a milhares de quilómetros do escrutínio dos seus concidadãos e da sociedade civil, o poder judicial, político e económico brasileiro discute os problemas do mundo, e resolve os seus.

A legitimar esta orgia de promiscuidade, nunca faltam no Fórum de Lisboa os contributos de personalidades portuguesas. Este ano passaram por lá o presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, os presidentes do Tribunal de Contas e do Tribunal Constitucional e vários atuais e ex-governantes. Muitos irão ao engano, admito, sem perceberem que se estão a meter num poço de "lóbi descarado", como lhe chamou em entrevista ao Expresso o professor brasileiro Conrado Hübner Mendes. Mais avisada devia estar a Faculdade de Direito de Lisboa, parceira local da iniciativa. Mas não espanta que uma das Faculdades mais endogâmicas do país, complacente (senão cúmplice) com casos de assédio, verdadeira escola de poder (que não necessariamente de Direito) de Portugal se preste a acolher esta obscenidade.

Claro que o próprio Gilmar Mendes, também em entrevista ao Expressonão vê qualquer problema. Pelo contrário, exulta ele, "o Fórum de Lisboa é o Brasil que dá certo". Todos amigos, pois claro, porque o génio do Gilmarpalooza é precisamente fazer-se às claras. Com agenda pública (e outra, privada, inconfessável), a festa do arranjinho brasileiro em Lisboa é a institucionalização da promiscuidade e o triunfo do poder total, em que dinheiro, política e lei se misturam na mesma agenda. Se alguém contesta, é uma mera diferença de opinião. A própria existência de um evento público alimenta a narrativa de que não há nada para esconder, e lá vai ele, "o Brasil que dá certo", ajudado pelo Portugal que faz errado, de vento em popa, na velha capital do império.


IA para o mercado financeiro

O funcionamento do sistema bancário brasileiro sempre esteve na vanguarda de seus similares no mundo. Foi e continua sendo assim desde os tempos do Visconde de Mauá, o empresário do Império, quando criou o primeiro banco a operar em grande escala no Brasil.

Segundo o paper, coproduzido pelo MIT Sloan Management Review Brasil CI&T, no Brasil, atualmente, 96% dos bancos possuem tecnologias de IA e 54% de IA generativa, de acordo com a 1a etapa da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, realizada pela Deloitte.

Nesse cenário, várias instituições financeiras estão em fase de exploração e testes das soluções, outras já rodam seus projetos, mas todas estão dedicadas ao aprendizado dessa tecnologia.

Na vanguarda da digitalização, os bancos brasileiros dobraram seus investimentos em tecnologia nos últimos anos, passando de R$ 19,1 bilhões, em 2015, para R$ 39 bilhões em 2023, alta de 104%. Em 2024, o orçamento destinado à tecnologia deverá atingir R$ 47,4 bilhões, segundo a Febraban.

Como resultado desses investimentos, hoje, 96% dos bancos possuem tecnologias de IA e 54% de IA generativa, soluções com potencial para impulsionar a experiência do cliente, a inovação, a produtividade e a eficiência. As aplicações de IA já utilizadas pelos bancos envolvem biometria facial (75%), chatbot (71%), RPA (67%), inteligência cognitiva (25%) e robô advisor (21%), de acordo com o levantamento da Febraban.

A pesquisa da Febraban indicou que, para os bancos que já implementaram a IA, a eficiência dos processos bancários se elevou a uma taxa média de 11%. 

Na prática, a IA já está incorporada nas operações de score de crédito, investimentos, algoritmos de previsão, marketing e análise de comportamento para aprimorar a recomendação de produtos.

Já em relação à IA generativa, a atenção está com foco em eficiência interna, checagem e gestão de informações em documentos. No call center, a GenAI é utilizada principalmente no atendimento receptivo, ajudando com o script e diminuindo o TMA [tempo médio de atendimento] dos atendentes”, afirma Leandro Duran, head de estratégia digital da CI&T.

"O setor financeiro está na vanguarda da adoção da IA, com os bancos já utilizando a tecnologia para melhorar a experiência do cliente e a eficiência. No entanto, ainda existem desafios relacionados à maturidade nos processos, investimento financeiro, capacitação de pessoal e integração com sistemas legados. Portanto, o setor financeiro está em um estágio avançado de maturidade na aplicação da IA liderando essa adoção, mas com espaço para evoluir em governança, segurança e integração da tecnologia”, avalia Kenneth Corrêa, professor da FGV Educação Executiva.

Até 2026, mais de 80% dos ban- cos terão adotado GenAI, acima dos níveis atuais de 5%, segundo estimativa do Gartner.

No futuro, a IA deve se tornar ainda mais presente e estratégica no mercado financeiro, contribuindo para a competitividade e a inclusão financeira. 

“Podemos esperar avanços na automatização de processos complexos, como a interpretação e a geração de documentos financeiros, e na personalização do atendimento ao cliente", afirmou Kenneth Corrêa.


Ganham os banqueiros, ganham os investidores, ganham os pequenos usuários do sistema financeiro. Não há dúvida de que vivemos um momento em que a inteligência artificial é a melhor amiga de todos.

Não há dúvida também, de que estamos no melhor momento para se aprender. A tecnologia se tornará cada vez mais intuitiva e eficaz para controlar melhor os ativos financeiros e tomar decisões mais fundamentadas. 

Bem-vindos à nova era dos investimentos financeiros !



 

A matemática está colocando na pilha da riqueza brasileira R$ 455 bilhões mas poderia ser R$1,782 trilhão

Profissões intensivas em matemática são as que mais crescem no mundo. Brasil ainda está defasado

Atividades que utilizam intensivamente a matemática respondem por 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, geram 7,6% dos empregos, pagam o dobro da média salarial nacional e são mais resilientes em momentos de crises. Estes dados foram apresentados pelo matemático Marcelo Viana na 5ª Conferência FAPESP 2024, intitulada "Quanto vale a matemática para o Brasil".

“Fiz uma conta para podermos entender do que estamos falando. Em 2022, o PIB do Brasil foi R$ 9,9 trilhões. A contribuição efetiva da matemática, de 4,6%, correspondeu a R$ 455 bilhões. É um percentual baixo, comparado ao dos países avançados, mas, aqui entre nós, R$ 455 bilhões não são brincadeira. A matemática está colocando na pilha da riqueza brasileira R$ 455 bilhões. Porém, se estivéssemos no patamar francês, de 18%, a matemática estaria contribuindo com R$ 1,782 trilhão. A diferença é de R$ 1,327 trilhão”, disse Viana, e sublinhou que tal valor é anual.

“Essa diferença é a mina de ouro, a oportunidade que a gente tem de, agindo, gerar ao menos parte desse recurso que estamos deixando de produzir”, falou.

Ele direcionou sua conferência para o papel que a universidade pode desempenhar para a realização dessa meta, que colocaria o Brasil no mesmo patamar de países desenvolvidos quanto à contribuição econômica da atividade matemática. O pesquisador identificou dois papéis fundamentais: formação e transferência de conhecimento para o setor produtivo. E enfatizou a necessidade de que a comunidade acadêmica saia de sua torre de marfim. “A grande maioria das empresas não tem a menor ideia do que conversar conosco. Nem que seja relevante conversar. Precisamos mostrar que estamos abertos ao diálogo”, afirmou.

Viana citou uma pesquisa do Escritório de Estatísticas de Trabalho dos Estados Unidos, que afirma que o emprego global em profissões ligadas à matemática deve crescer mais rapidamente do que a média de todas as profissões de 2022 a 2032. E insistiu que, no Brasil, falta correspondência entre o que a academia está fazendo e o que o mercado está demandando.

“Nosso ensino superior está crescendo, o que é bom, mas não está crescendo bem. O dado relevante, positivo, é que, atualmente, 19,7% dos brasileiros têm formação universitária, índice ainda baixo em relação a países desenvolvidos, mas o dobro dos 7,9% do início da década passada. Por outro lado, esse aumento de frequência e de titulação universitária está acontecendo, me perdoem, nos lugares errados. Segundo o Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], Pedagogia, Administração, Direito e Enfermagem são, há uma década, os cursos com maior número de matrículas no país”, afirmou.

Acrescentou que o que está sendo vendido para os estudantes que ingressam nesses cursos é uma miragem, porque o grau de empregabilidade dos egressos é baixíssimo. 

“Quem se forma, por exemplo, em Administração tem uma chance de 3,4% de exercer a profissão na área em que se formou. Nas outras três áreas, os percentuais são menos dramáticos, mas também baixos: Pedagogia (15,5%), Direito (8,9%), Enfermagem (7%)”, informou.

Viana sustentou que o problema não se restringe ao ensino universitário. Citando um artigo dos professores Fernando Paixão e Marcelo Knobel, mostrou que o gargalo na formação de engenheiros no país não é a falta de cursos de engenharia, mas a baixíssima proficiência em matemática dos alunos egressos do ensino médio. Enquanto a Austrália tem 38,1% dos seus alunos no nível superior da avaliação de matemática do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes; o Canadá, 43,3%; e a Coreia do Sul, 51,8%; o Brasil possui apenas 3,8%. “Isso geralmente é visto como um problema educacional. Claro que também é. Mas é principalmente um problema estratégico nacional. Sem profissionais capacitados a utilizarem ferramentas matemáticas na resolução de problemas reais não há desenvolvimento”, argumentou.

O pesquisador apresentou um gráfico de crescimento e declínio das matrículas de mestrado e doutorado por área, no período 2015 a 2022, mostrando um forte crescimento em Humanas e Ciências Sociais, um crescimento quase nulo em Saúde e um declínio muito acentuado em Exatas, Biológicas, Agrárias e Engenharias. “Não estou fazendo uma comparação de valor entre as diferentes profissões, mas uma ponderação sobre as necessidades do país. Esta é a direção errada na qual estamos avançando”, resumiu.

Quanto à imagem de “bicho-papão” que a matemática ainda tem para muitos estudantes, Viana destacou que “é preciso dizer para que a matemática serve; mostrar que ela é útil, que faz sentido e que é fundamental para o desenvolvimento do país”.

No Brasil - do vai e volta - alertas como o visto acima já ocorreram diversas vezes. Em particular, uma que chamou bastante atenção foi a que, por motivos similares, resultou na negociação do Programa de Desenvolvimento das Engenharias (PRODENGE).  

O Programa contava com recursos advindos de um empréstimo de US$ 48 milhões feito pelo Tesouro junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Houve também investimentos por parte da Finep, do CNPq e da CAPES.

O lançamento do PRODENGE foi realizado, em setembro de 1995. À época o Brasil contava com um total de 159 escolas de engenharia.

O PRODENGE possuía dois subprogramas: o Reengenharia do Ensino em Engenharia (REENGE), que compreendia a participação de 45 escolas de Engenharia, selecionadas por edital; e o Redes Cooperativas de Pesquisa (RECOPE), composto por universidades, institutos e empresas. 

Em novembro de 1999, foi realizada uma avaliação preliminar do REENGE, ocasião em que se constataram os prejuízos causados pelos atrasos na liberação dos recursos, principalmente no desenvolvimento dos projetos referentes aos Editais subsequentes ( 02/96 e 01/98). Apesar disso, os projetos foram levados avante pelas escolas.

No final 1998 e início de 1999, deixaram seus cargos os titulares do MCT e  da FINEP. Apesar do planejamento extremamente cuidadoso, do sucesso da sua implantação, dos resultados alcançados e do reconhecimento público e notório da sua importância, o PRODENGE não sobreviveu às mudanças dessas direções.

Desde 2001 a comunidade de engenharia vem encetando, sem sucesso, esforços junto às agências do MCT e do MEC no sentido do restabelecimento do PRODENGE, ainda que com outro nome e com novas diretrizes.


PS.: A concepção, planejamento e execução do PRODENGE teve como seu principal ator, o engenheiro Waldimir Pirró e Longo, falecido em março/2024, profissional de carreira brilhante que deixou uma herança inestimável para a Ciência e Tecnologia do País.

A história de sua vida, desde o seu nascimento, pode ser lida no livro - capa na imagem - e que está disponível gratuitamente através deste link. Clique aqui.

02 julho 2024

Javier Milei, presidente da Argentina sobre Lula: "Um dinossauro idiota perfeito e escravo do envelope

O presidente da Argentina, Javier Milei, nesta terça-feira (02), em postagem no X voltou a criticar o presidente Lula. Milei reforçou a acusação de que Lula interferiu nas eleições argentinas.

A tensão entre os presidentes voltou a tona após Milei confirmar sua vinda ao Brasil no próximo fim de semana para participar do CPAC, em Santa Catarina, mas não se encontrará com Lula. O argentino ao invés disso participará de evento que contará com a presença do ex-presidente Bolsonaro.

Javiler Milei no X 👇

EL PERFECTO DINOSAURIO IDIOTA 1. Se come la curva en el caso Bolivia y me critica por no declarar de modo inmediato; 2. Se conoce el fraude montado en Bolivia y el perfecto idiota, en lugar de aceptar su error me critica por dejar su estupidez a la vista; 3. Luego de las agresiones de Lula (en especial su fuerte interferencia en la campaña electoral y apoyo sólido a la campaña más sucia de la historia) se queja porque le respondo con verdad (ha estado preso por corrupción y es comunista)... Así son estos idiotas exaltadores de las formas por carecer de contenido y que además son esclavos del sobre, lo cual los hace ser funcionales a los gobiernos corruptos... Si hubiéramos hecho las cosas como éste gran dinosaurio idiota decía, LLA hubiera perdido. No le hicimos caso y ganamos y como no puede asimilar su error, entonces ensucia desde el armado de una crítica políticamente correcta. Son parte del fracaso argentino... VLLC !!!

Prisões de espiões russos na Eslovênia revelam que outro agente participava das operações a partir do Brasil

No último dia 18 de junho o mundo tomou conhecimento de que um casal de espiões russos foi preso na Eslovênia, através da reportagem "The Russian Spies Next Door", publicada no WSJ. Nela está citado que outro par de suspeitos de serem agentes russos – uma mulher e um homem com passaportes grego e brasileiro – abandonaram abruptamente as suas vidas em Atenas e no Rio de Janeiro, respectivamente, desfazendo negócios e parceria romântica que mantinham.

A reportagem só comprova que Putin não abandonou o que aprendeu durante o seu tempo de agente da KGB, antes de assumir o comando da Rússia nomeado por Boris Yeltsin, em 31 de dezembro de 1999.

E o texto revela também que o Brasil continua sendo um dos países alvo dessas operações. É assim desde 1948. No livro "1964 o elo perdido", p.340, há registro de que de 1963 para 1964, operavam no Brasil, através das embaixadas na Tchecoslováquia e da URSS, algumas dezenas de agentes dos serviços de inteligência dos dois países, StB e KGB respectivamente, travestidos de diplomatas, em articulação com altas autoridades do governo e do parlamento brasileiro. Esses países viam no Brasil as condições mais favoráveis para implantação do comunismo na América Latina para fortalecerem sua luta contra os EUA.

O que diz a matéria do WSJ (tradução livre e resumida)



Fazendo-se passar por imigrantes argentinos na Eslovênia, um discreto casal fazia, na verdade, parte do esforço agressivo de Putin para semear o Ocidente com agentes de inteligência “deep-penetration agents”.

O jovem casal morava numa casa em tons pastéis vivia uma vida suburbana aparentemente comum, dirigindo pela pacata capital europeia (LJUBLJANA, Eslovênia) usando um sedã Kia Ceed branco, sempre pagando os impostos em dia e nunca conseguindo uma multa de estacionamento.


Maria Rosa Mayer Muños administrava uma galeria de arte online, contando a conhecidos que havia deixado a Argentina depois de ser assaltada em Buenos Aires por uma gangue armada em um sinal de trânsito vermelho. Seu marido, Ludwig Gisch, dirigia uma startup de TI. Descritos pelos vizinhos do bairro de classe média de Črnuče como “normais” e “tranquilos”, o marido e a mulher pareciam ser cidadãos globais: mudando do inglês e do alemão com os amigos para o espanhol sem sotaque com o filho e a filha, que frequentavam a escola britânica. Escola Internacional.

No entanto, quase tudo sobre a família do número 35 da rua Primožičeva era uma mentira cuidadosamente construída, segundo funcionários dos serviços de informação eslovenos e ocidentais. O nome verdadeiro de Gisch é Artem Viktorovich Dultsev, nascido na república autônoma russa do Bashkortostan e oficial de elite do serviço de inteligência estrangeiro da Rússia, o SVR, de acordo com os funcionários e documentos judiciais.

Mayer Muños é Anna Valerevna Dultseva, uma oficial do SVR mais experiente que seu parceiro, de Nizhny Novgorod. Os computadores do casal continham hardware para comunicação segura com agentes em Moscou que estava tão criptografado que nem os técnicos eslovenos nem os norte-americanos conseguiram decifrá-lo. Num compartimento secreto dentro do frigorífico, guardavam centenas de milhares de euros em notas de banco novinhas.

Agora, espera-se que um julgamento confidencial entregue a sua primeira decisão nas próximas semanas sobre o casal acusado de realizar espionagem como “ilegais”, ou "deep-penetration agents" – duas engrenagens cruciais na guerra sombria em rápida expansão de Vladimir Putin com o Ocidente.

As autoridades dizem que antes de serem presos em dezembro de 2022, a dupla usou a Eslovênia, membro da OTAN e estado membro da União Europeia com apenas dois milhões de pessoas, como base para viajar para a vizinha Itália, Croácia e toda a Europa para pagar encomendas de fontes e se comunicar com Moscou. O bucólico país alpino de lagos e montanhas – e local de nascimento de Melania Trump – foi a escolha perfeita para conduzir operações, com acesso isento de visto em grande parte da Europa e uma capacidade limitada de contraespionagem. Eles até treinaram seus dois filhos pequenos, dizem as autoridades eslovenas, dizendo-lhes que um dia sua mãe e seu pai poderiam ser capturados.

Pouco depois de Mayer Muños e Gisch terem sido presos numa operação de madrugada pelos serviços de segurança da Eslovénia, outro par de suspeitos de serem agentes russos – uma mulher e um homem com passaportes grego e brasileiro – abandonaram abruptamente as suas vidas em Atenas e no Rio de Janeiro, desfazendo negócios e a parceria romântica.

A dupla portava passaportes que os identificavam como Maria Tsalla e Ludwig Campos Wittich. Na verdade, eles eram oficiais de inteligência russos casados ​​que ainda construíam a sua lenda – a falsa história de fundo de um espião – separadamente na Grécia e no Brasil, um processo que as agências de inteligência ocidentais estimam que custa milhões de dólares por pessoa. Eles foram chamados de volta a Moscou por agentes que temiam o colapso de uma rede após as prisões na Eslovênia.

Outros suspeitos de serem ilegais russos foram expostos em toda a Europa após a invasão da Ucrânia, desde os Países Baixos e Noruega até à República Checa e Bulgária – o maior desmascaramento de  "deep-penetration agents" desde a “Operação Histórias de Fantasmas” do FBI em 2010, que prendeu 10 espiões russos nos EUA.

Agora trancados numa prisão eslovena, com os filhos alojados numa família adotiva, o falso casal argentino é também um possível componente em quaisquer trocas de prisioneiros acordadas com a Rússia, incluindo aquelas que podem envolver os americanos presos Paul Whelan e o repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich, de acordo com altos funcionários eslovenos e norte-americanos. O Kremlin já manifestou interesse em recuperá-los nas negociações conduzidas pelo aliado próximo de Putin, Nikolai Patrushev, segundo pessoas familiarizadas com a situação.

O caso – que está a ser investigado por autoridades eslovenas e ocidentais nos mais altos níveis de sigilo, com os processos judiciais e todos os materiais altamente confidenciais – revela uma rara visão sobre uma das partes mais secretas e valorizadas da máquina de espionagem da Rússia.

Ao contrário da maioria dos espiões, os deep-penetration agents não se fazem passar por diplomatas, mas normalmente como pessoas não ligadas à Rússia. Eles passam anos em aprendizado profundo na sua região-alvo, criando uma teia de fontes de informação, identificando candidatos para recrutamento – “localização de talentos” – e assumindo missões como recorte para espiões sob cobertura diplomática, que tendem a estar sob vigilância estreita de seus países anfitriões.

Criada nos primeiros dias da União Soviética e dramatizada no programa de televisão “The Americans”, uma geração anterior de ilegais russos na década de 1940 desempenhou um papel fundamental no roubo de segredos atómicos americanos. Stalin, que via tais agentes como uma ferramenta crucial para influenciar as políticas dos adversários e recolher informações sobre ameaças potenciais, criou programas de formação especializados e implantou-os em capitais ocidentais estratégicas.

O programa foi revigorado por Putin, que alegadamente trabalhou como um desses agentes durante o seu tempo como oficial do KGB na Alemanha Oriental e cantou canções patrióticas soviéticas com agentes capturados nos EUA e que regressaram a Moscou em trocas de prisioneiros. “São pessoas especiais, de qualidade especial, de convicções especiais, de carácter especial”, disse ele sobre espiões ilegais numa entrevista de 2017 à televisão estatal.

É altamente provável que Putin receba informações pessoais sobre as explorações que esses agentes realizam em todo o mundo, disse Dan Hoffman, antigo chefe do escritório da CIA em Moscou.

*. *. *

A reportagem é longa e descreve detalhes desde o treinamento dos espiões que se inicia com uma viagem de ônibus em 2012 pela fronteira do Uruguai com a Argentina, onde o casal iniciou um esforço de uma década para construir uma identidade totalmente falsa.

Em 24 de fevereiro de 2022 – o mesmo dia em que Putin iniciou a invasão da Ucrânia – o casal estava de volta à Argentina, solicitando o processamento expresso de um novo passaporte, antes de retornar imediatamente à Eslovênia via Frankfurt.

Alguns meses mais tarde, a agência de espionagem da Eslovênia, SOVA, ou “Owl”, recebeu uma dica de uma agência aliada: deviam investigar Gisch e Mayer Muños. A reportagem também detalha toda a operação dessa agência até o momento da prisão dos espiões.

Quanto ao agente Ludwig Campos Wittich, que viveu durante cerca de dois anos no Rio de Janeiro com a sua namorada brasileira – uma veterinária que trabalhava para o Ministério da Agricultura. Ela ajudou a coordenar a busca por ele nas redes sociais quando ele desapareceu - e então descobriu que ele estava trabalhando disfarçado para o serviço de inteligência russo.

01 julho 2024

Gerente tabajara: a volta do prejuízo nas empresas públicas

Analistas estão surpresos com o alto e rápido crescimento do prejuízo apresentado pelas empresas públicas. O gráfico abaixo mostra, ano a ano, o comportamento desses valores de 2002 até o presente. 

No caso do governo Lula 3, em menos de dois anos, o valor atingido já está próximo daquele alcançado no quarto ano do governo Dilma. 

E pior do que isso é que há tendência de aumento desses valores nos próximos meses.


A lei das estatais foi um passo importante para melhorar o desempenho das empresas do estado, sendo aprovada durante o governo Temer. Ela definiu regras mais rígidas sobre compras, licitações e nomeação de diretores, presidentes e membros do conselho administrativo.

Mas em dezembro de 2022, a pedido de Lula, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que flexibiliza a parte da norma sobre a indicação de políticos para posições de presidente e diretor nas empresas públicas. Reduziu-se de 36 meses para 30 dias o período de quarentena dos indicados.

Medidas dessa natureza são explicações mais prováveis para o desempenho ruim das estatais, segundo economistas. 

“Há um sequestro político de parte das estatais, com inchaço de quadros não técnicos”, afirmou Juliana Inhasz, economista do Insper, em entrevista à Gazeta do Povo.

OTAN estabelecerá em Kiev/Ucrânia um novo posto de operação

Há poucos dias se disse que os tambores que prenunciam uma terceira guerra mundial seguem tocando cada vez mais alto. A proposição do texto foi chamar a atenção de que o Brasil precisa deixar o sombrio Eixo do Mal o quanto antes. E se afirmou, e se reafirma agora, que caso isto não aconteça poderá nos custar MUITO caro.

Na próxima semana ocorrerá, em Washington, reunião da OTAN. O que já se sabe até o momento leva-nos a concluir, sem dificuldades, que a temperatura do ambiente propício a uma III GM irá aumentar. No artigo anterior o cenário analisado foi o do Oriente Médio. Agora o teatro está nos territórios da Ucrânia e da Rússia, cercados por países europeus. Vamos aos fatos já divulgados.



A OTAN colocará um alto funcionário civil em Kiev, entre uma série de novas medidas destinadas a reforçar o apoio de longo prazo à Ucrânia, que deverão ser anunciadas na cúpula em Washington na próxima semana, dizem autoridades dos EUA e da Aliança.

As medidas procuram reforçar as perspectivas da Ucrânia de eventualmente aderir à Aliança sem lhe oferecer adesão. 

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está também a estabelecer um novo comando em Wiesbaden, na Alemanha, para coordenar o fornecimento de equipamento militar a Kiev e o treino de tropas ucranianas.

Chamada de Assistência e Treinamento de Segurança da OTAN para a Ucrânia, a operação será composta por quase 700 funcionários dos EUA e outros aliados de toda a aliança de 32 países. Ela assumirá grande parte de uma missão que tem sido dirigida pelos militares americanos desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.

Funcionários atuais e antigos dos EUA disseram que as medidas permitiriam à aliança coordenar melhor os esforços dos países ocidentais para fornecer apoio militar à Ucrânia, no que se tornou um prolongado teste de vontades entre Moscou e o Ocidente na fronteira da OTAN. O plano também visa tornar os militares da Ucrânia mais parecidos com os da OTAN.

Os membros da Aliança esperam que a conferência  também chegue a um acordo sobre um compromisso financeiro anual de apoio militar à Ucrânia, embora os termos ainda estejam em negociação, disseram diplomatas da OTAN. As discussões recentes entre os membros da aliança incluíram o estabelecimento de uma meta de cerca de 40 bilhões de dólares anuais e o aumento do valor das contribuições de muitos países, embora os EUA provavelmente continuariam a ser um grande doador.

Embora muitos membros da OTAN digam que a aliança deveria convidar a Ucrânia a aderir, iniciando um processo que poderá levar anos, os EUA e a Alemanha opõem-se a tomar tal medida na conferência da próxima semana.

No âmbito das iniciativas já acordadas para aprovação final na conferência, o pessoal de países não-membros trabalhará ao lado dos americanos no novo comando da OTAN para alinhar as doações de equipamento militar com as necessidades da Ucrânia e coordenar as entregas. Eles também coordenarão o treinamento das tropas ucranianas, para garantir que o que está sendo oferecido atenda às necessidades de Kiev. O pessoal da OTAN não fará nenhum treinamento, disseram as autoridades.

Embora a mudança alargue o envolvimento da OTAN, os EUA continuarão a fornecer a maior parte do pessoal, que reportará ao General do Exército Christopher Cavoli, que serve como comandante máximo da OTAN.

O alto funcionário civil em Kiev concentrar-se-ia nos requisitos de modernização militar a longo prazo da Ucrânia e no apoio não militar, ligando-se tanto ao planejado comando de Wiesbaden como ao quartel-general da OTAN em Bruxelas.

“Uma vez que os aliados da OTAN forneceram mais de 90% da assistência total de segurança à Ucrânia, a OTAN é o local natural para coordenar a assistência para garantir que a Ucrânia seja mais capaz de se defender agora e no futuro”, disse um alto funcionário do Departamento de Estado.

A conferência  da OTAN ocorre num momento crucial na cena política americana. Biden elogiou o seu papel na mobilização do apoio da aliança à Ucrânia como uma das suas principais realizações em política externa, já que a Casa Branca procurou ajudar as forças ucranianas a resistir ao ataque da Rússia, ao mesmo tempo que limitou o risco de o conflito poder evoluir para um conflito direto dos EUA. e confronto russo. Biden também disse que deter as forças russas na Ucrânia é vital para impedir a agressão de Moscou noutras partes da Europa e mesmo fora dela.

“Consegui que outras 50 nações ao redor do mundo apoiassem a Ucrânia, incluindo o Japão e a Coreia do Sul”, disse Biden durante o debate de quinta-feira. “Nenhuma grande guerra na Europa conseguiu ser contida apenas na Europa.”

O que a decisão de imunidade da Suprema Corte significa para Trump

Em julgamento ocorrido nesta manha (01/07), a Suprema Corte dos EUA, concedeu ao ex-presidente Donald Trump uma ampla proteção contra processos criminais, decidindo que um presidente não pode ser acusado por fazer o trabalho conforme descrito na Constituição e tem a presunção de imunidade para outras ações que pratique enquanto estiver no cargo.

A Corte disse que um presidente está absolutamente imune a ações no âmbito da sua principal autoridade constitucional, potencialmente destruindo um dos processos criminais contra Trump.

Na sua decisão no caso, a Corte disse que um presidente pode ser processado por atos não oficiais e, no caso de Trump relacionado com as eleições de 2020, será o juiz de primeira instância que deve agora resolver o que constitui conduta oficial e privada.

Para alguns analistas contudo, o caso está seriamente ameaçado. A Corte rejeitou apenas partes do caso do procurador especial Jack Smith contra Trump, incluindo que ele tentou indevidamente usar o Departamento de Justiça para avançar com as suas alegações infundadas de fraude eleitoral nas eleições presidenciais de 2020.

Para outras alegações no centro da acusação, incluindo os esforços de Trump para pressionar o ex-vice-presidente Mike Pence a alterar os resultados eleitorais, a Corte Suprema disse que o juiz de primeira instância precisava determinar se alguma das acusações poderia continuar ou deveria ser rejeitada porque são com base em seus atos oficiais.

“Sempre que o presidente e o vice-presidente discutem as suas responsabilidades oficiais, eles adotam uma conduta oficial”, afirma o parecer.

Só isso poderia paralisar o caso durante vários meses, e a Corte acrescentou tantas novas condições para os procuradores que é improvável um julgamento antes das eleições de Novembro. A Corte disse que o juiz não pode perguntar sobre os motivos de Trump para determinar se uma ação é oficial ou não, e os promotores não podem usar atos oficiais como prova de que Trump cometeu um crime por meio de atos não oficiais.

Eleições francesas: aqui está o que vem a seguir

Marine Le Pen

Os resultados oficiais do primeiro turno, realizado neste domingo (30/06), sugerem que o partido nacionalista e anti-imigração de Marine Le Pen, o RN, tem boas chances de obter a maioria na câmara baixa do parlamento. (*)

O que aconteceu?

No primeiro turno de domingo, o RN e seus aliados chegaram à frente com cerca de um terço dos votos. A coligação da Nova Frente Popular, que inclui forças de centro-esquerda, verdes e de extrema-esquerda, ficou em segundo lugar, à frente da aliança centrista do Presidente Emmanuel Macron.

Dezenas de candidatos que obtiveram pelo menos 50% dos votos distritais de domingo foram eleitos imediatamente. Todas as outras disputas vão para um segundo turno em 7 de julho, envolvendo dois ou três candidatos principais.

As projeções das sondagens sugerem que o RN terá o maior número de assentos na próxima Assembleia Nacional, mas não está claro se obterá uma maioria absoluta de 289 dos 577 assentos.

O sistema de votação francês não é proporcional ao apoio nacional a um partido. Os legisladores são eleitos por distrito.

Qual é o próximo passo?

Os rivais do RN estão lutando para evitar que obtenha a maioria absoluta.

A coligação de esquerda disse que retiraria os seus candidatos nos distritos onde terminassem na terceira posição, a fim de apoiar outros candidatos que se opõem à direita. A aliança centrista de Macron também disse que alguns dos seus candidatos renunciariam antes do segundo turno para tentar bloquear o RN.

Essa tática funcionou no passado, quando o partido de Le Pen e o seu antecessor, a Frente Nacional, eram considerados por muitos um pária político. Mas agora o partido de Le Pen tem um apoio amplo e profundo em todo o país.

Por que a extrema direita está crescendo?

Embora a França tenha uma das maiores economias do mundo e seja uma importante potência diplomática e militar, muitos eleitores franceses debatem-se com a inflação e os baixos rendimentos e com a sensação de que estão a ser deixados para trás pela globalização.

O partido de Le Pen, que culpa a imigração por muitos dos problemas de França, aproveitou a frustração dos eleitores e construiu uma rede de apoio a nível nacional, nomeadamente em pequenas cidades e comunidades agrícolas que vêem Macron e a classe política parisiense como fora de contato.

O que é coabitação?

Se o RN ou outra força política que não a sua aliança centrista obtiver a maioria, Macron será forçado a nomear um primeiro-ministro pertencente a essa nova maioria.

Numa tal situação – chamada “coabitação” na França – o governo implementaria políticas que divergem do plano do presidente.

A República moderna da França conheceu três coabitações, a última sob o presidente conservador Jacques Chirac, com o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, de 1997 a 2002.

O primeiro-ministro responde perante o parlamento, lidera o governo e apresenta projetos de lei.

O presidente fica enfraquecido internamente durante a coabitação, mas ainda detém alguns poderes sobre a política externa, os assuntos europeus e a defesa porque é responsável pela negociação e ratificação dos tratados internacionais. O presidente também é o comandante-chefe das forças armadas do país e é quem detém os códigos nucleares.

Por que isso Importa?

Na Assembleia Nacional, a câmara baixa, é a mais poderosa das duas câmaras do parlamento francês. Tem a palavra final no processo legislativo do Senado, dominado pelos conservadores.

Macron tem mandato presidencial até 2027 e disse que não renunciará antes do final do seu mandato. Mas um presidente francês enfraquecido poderá complicar muitas questões no cenário mundial.

Durante coabitações anteriores, a defesa e as políticas externas foram consideradas o “campo reservado” informal do presidente, que normalmente conseguia encontrar compromissos com o primeiro-ministro para permitir que a França falasse a uma só voz no estrangeiro.

No entanto, hoje, as opiniões tanto da direita como da coligação de esquerda nestas áreas diferem radicalmente da abordagem de Macron e seriam provavelmente objeto de tensão durante uma potencial coabitação.

O líder da direita Jordan Bardella, que poderá tornar-se primeiro-ministro se o seu partido conquistar a maioria dos assentos, disse que pretende “ser um primeiro-ministro de coabitação que respeite a Constituição e o papel do Presidente da República, mas intransigente quanto as políticas que implementaremos.”

Bardella disse que, como primeiro-ministro, se oporia ao envio de tropas francesas para a Ucrânia – uma possibilidade que Macron não descartou. Bardella também disse que recusaria entregas francesas de mísseis de longo alcance e outras armas capazes de atingir alvos dentro da própria Rússia.

O que acontece se não houver maioria?

O presidente pode nomear um primeiro-ministro do grupo parlamentar com mais assentos na Assembleia Nacional, mesmo que não tenha maioria absoluta – este foi o caso da própria aliança centrista de Macron desde 2022.

No entanto, o RN já disse que rejeitaria tal opção, porque significaria que um governo de direita poderia ser em breve derrubado através de um voto de desconfiança se outros partidos políticos se unissem.

O presidente poderia tentar construir uma coligação ampla da esquerda para a direita, uma opção que parece improvável, dadas as divergências políticas.

Outra opção seria nomear “um governo de especialistas” não afiliados a partidos políticos, mas que ainda precisaria de ser aceite por uma maioria na Assembleia Nacional. Um tal governo provavelmente trataria principalmente dos assuntos do dia a dia, em vez de implementar grandes reformas.

Se as negociações políticas demorarem muito entre as férias de verão e o período de 26 de julho a agosto, período dos jogos olímpicos, o governo de Macron poderia manter um governo de transição enquanto se aguarda novas decisões.


(*) Texto produzido a partir de matéria divulgada pela ASSOCIATED PRESS 

Protesto do amor

Ferozes com o resultado da eleição francesa, em que a direita saiu em vantagem no primeiro turno, os ‘amorosos’ jihadistas e os ‘tolerantes’ extremistas da esquerda, para demonstrarem todo o apreço que sentem pela democracia, resolveram queimar e quebrar tudo que encontraram pela frente. 


 
 














Do Brasil, a esquerda francesa recebeu a solidariedade da deputada comunista do PCdoB/RJ, Jandira Feghali, defensora da "democracia".


É o protesto do amor 🤡