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19 outubro 2021

O PREÇO DA GASOLINA NA EUROPA DISPARA

O preço da gasolina na Europa voltou a disparar neste mês de outubro. Interessante o que mostra o vídeo abaixo, gravado num posto em Paris, onde o litro do combustível atingiu a marca de 1,78, o que em Real, a preço de hoje, corresponde a R$ 11,42. Em maio deste ano custava 1,54, ou seja, de lá para cá houve um aumento de 15,5%. 



Durante a última semana, os Países Baixos (Holanda, Bélgica e Luxemburgo) ocuparam a primeira posição da gasolina mais cara em toda a Europa com um preço de 1,80 por litro. Seguem-se Noruega, Dinamarca e Finlândia, cujos governos tem insistido nos apoios à compra de carros elétricos e, por isso, tem onerado também os combustíveis de origem fóssil.

O Boletim da Comissão Europeia coloca ainda Portugal em 8º lugar entre os 33 países analisados na Europa com a gasolina mais cara.

A cotação do petróleo vem em uma sequência de alta forte desde o início do ano. O preço do barril do tipo Brent, referência internacional, passou de US$ 80 no último dia 28 de setembro pela primeira vez desde outubro de 2018.

Essa trajetória de alta impacta diretamente nos derivados — gasolina, diesel, gás natural, gás de cozinha — e é explicada por pressões dos dois lados: maior demanda e restrição de oferta.

Parte do aumento do consumo é explicada pela reabertura dos países que têm conseguido implementar de seus programas de vacinação contra a Covid-19 — e o impacto da retomada tem sido mais forte do que o esperado em algumas regiões. Mas essa não é a única razão.

Na Ásia, a China vem usando mais gás natural como substituto do carvão em suas termelétricas, como parte do esforço do país para cumprir as metas para redução da emissão de poluentes e entra na política de médio e longo prazo de transição energética da China.

Se a demanda por petróleo e derivados cresceu de um lado, a oferta não acompanhou.

Uma das razões vem da própria dinâmica da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), um cartel que reúne 13 países e concentra cerca de 33% da produção global da commodity (por volta de 30 milhões de barris por dia).

O grupo muitas vezes limita a produção para evitar quedas substanciais nos preços ou mesmo valorizar a cotação do barril.

Isso aconteceu no ano passado, quando a Opep decidiu cortar a produção por conta da pandemia. As atividades estão sendo normalizadas gradativamente, com a expectativa de que a oferta seja completamente retomada até dezembro de 2022.

A demanda, contudo, vem crescendo em ritmo mais rápido.

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