Segundo Napoleão Bonaparte, são os homens de imaginação, antes que os líderes políticos e militares, quem determinam em última análise o rumo dos acontecimentos que, de acordo com a clássica hipótese trifuncional de Georges Dumézil, pode ser exposta como:
- poder pollíco-militar - o poder dos nobres e guerreiros;
- poder econômico - o poder dos produtores e comerciantes; e o
- poder ideológico-cultural - o poder dos sacerdotes, clérigos e intelectuais.
É inevitável, portanto, que se presencie o triste espetáculo protagonizado por intelectuais brasileiros nos últimos 40-50 anos e, especialmente, nesta década e meia de regime lulopetista. Em todo esse período, a corrupção da inteligência mostrou-se bastante gritante.
Mas neste artigo, em particular, não trataremos do grave problema convivido nessas décadas por frequentadores de universidades, colégios, editoras e redações. Isto ficará para uma outra oportunidade quando será comentado o processo que - no Brasil - perverteu a produção artística e intelectual, abrindo às idéias marxistas a todos os setores da vida: das rodas de samba à Academia Brasileira de Letras, dos sindicatos às universidades, das associações de bairro ao Palácio do Planalto, dos terreiros de umbanda à CNBB - uma teia de controle ideológico que abarca a programação televisiva, as políticas editoriais, a escola de nossos filhos, a filosofia e a teologia, a produção literária e os comentaristas das rádios, da Web e dos jornais.
Aqui se deseja mostrar as principais semelhanças existentes entre Lula e Hitler, talvez abordada /ou escrita pela primeira vez, apontadas por Flávio Gordon em seu livro "A corrupção da inteligência" (2017 e 2022), a partir do que foi descrito sobre Hitler, por Eric Voegelin, em seu livro "Hitler e os alemães" e por Hannah Arendt no livro "Eichmann in Jerusalem" (1964). Os três livros se encontram à venda.
De início, Gordon já diz que o nazismo e o petismo não são iguais. Que não está afirmando que A é igual a B, senão que A está para X assim como B está para Y. O que ele sugere não é o estabelecimento de uma relação entre os termos tomados em si mesmo, mas uma correlação, ou comparação entre relações: a relação da sociedade alemã com o nazismo e a relação da sociedade brasileira com o lulopetismo.
Voegelin explica como fora possível a chegada de uma figura como Hitler ao poder na Alemanha; ou, em outras palavras, o que houvera de corrompido na sociedade alemã da época para que tivesse se permitido representar por aquele homem e seus asseclas.
Voegelin desmantela as explicações recorrentes que apelam ao caráter pretensamente excepcional da personalidade de Hitler, enfatizando, ao contrário, sua representatividade social. "Nem gênio nem demônio, Hitler unia uma inteligência pragmática a uma perfeita estupidez moral, traço este que o Führer partilhava com o alemão médio dos anos 1930".
"Tudo o que é preciso para o triunfo do mal é que nada façam os homens de bem" (Edmund Burke)
Os principais alvos da critica de Voegelin não são Hitler e seus seguidores fanáticos, mas sobretudo os intelectuais superiores, que, por um sem-números de ações e omissões, permitiram que a Alemanha chegasse até onde chegou e que foi descrito por Arendt no livro já citado.
O objeto de Voegelin foi investigar "a culpa dos inocentes", a misteriosa cumplicidade no mal daqueles que não parecem ser maus e que essa cumplicidade não pode ser encarada como uma fatalidade do destino ou produto dos condicionantes históricos e culturais, uma vez que, em meio àquele contexto de corrupção política e institucional, houve muitos alemães ilustres que tomaram a decisão moral de resistir ao projeto nazista, segundo o Flávio Gordon.
Olhando para o Brasil, Gordon escreveu:
[ ... ] "o contexto alemão dos anos 1930 pode servir de paralelo para a compreensão da ascensão do lulopetismo ao poder no Brasil. Como foi possível? Quais segmentos sociais agiram ou deixaram de agir para um tipo como Lula - sujeito sem caráter ou princípios, tal como reconhecido até mesmo por alguns de seus ex-companheiros de partido - ganhasse estatuto de grande estadista e símbolo pátrio?"
[ ... ] "Ocorreu no Brasil um fenômeno curiosamente parecido com o que foi descrito para a Alemanha nazista: ...
... praticamente não houve instituição brasileira (aí incluídas a Igreja e as Forças Armadas) que, por ação ou omissão, não tenham colaborado com o projeto petista de poder, a despeito das recorrentes demonstrações de sectarismo e mentalidade totalitária por parte dos altos quadros do Partido dos Trabalhadores. ...
... Logo, é perfeitamente compreensível e justificada a descrença generalizada que os brasileiros exibem hoje em face das instituições e não apenas do Estado."
[ ... ] "Tanto na Alemanha como no Brasil, a corrupção político institucional foi precedida e possibilitada pela corrupção da inteligência."
[ ... ] "Lula não é e nunca foi um político particularmente brilhante. Ardiloso, isso sim, e malandro, seu sucesso deveu-se muito mais aos seus vícios - a sua mais completa amoralidade, por exemplo - que às suas virtudes".
[ ... ] "Lula partilha com Hitler um traço de personalidade que os distingue de quase todos os grandes líderes políticos e militares da história: uma autopiedade histriônica e sentimentaloide, nada compatível com têmpera de um grande estadista."
[ ... ] "Portanto, Hitler e Lula não impressionaram por terem sido excepcionais, mas representativos, - homem massa -. Contudo, são apenas dois homens medíocres, movidos por um orgulho doentio e pela crença totalmente irreal na própria grandeza."
Ninguém menos que o próprio Lula reconheceu a sua admiração por Hitler ao afirmar: "O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer", de acordo com sua entrevista a revista Playboy, julho de 1979.
Adicionalmente ao que foi exposto acima, as semelhanças, as correlações entre os dois personagens não param por aí.
Por exemplo, Hitler chegou ao poder através de eleições. Lula também, inclusive chegando a afirmar que "a eleição é uma “farsa” pela qual é preciso passar a fim de se chegar ao poder".
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