Recebi um alerta para dar uma espiada no vídeo da Gazeta do Povo com o Paulo Polzonoff, "As últimas "m" faladas por Lula".
As últimas "m" faladas por Lula, 06/07/2023
Ao vê-lo, escuto o Paulo comentar pronunciamentos do Lula e de seu caráter, como presidente do Brasil pela terceira vez. Foi o suficiente para me fazer compartilhar, a seguir, o que li há poucos dias no livro "A corrupção da inteligência", escrito por Flávio Gordon, também colunista da Gazeta do Povo.
Isso porque o Flávio revela que no dia 2 de outubro de 2002, seis dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil, o jornal francês Le Monde trazia uma matéria sobre Lula. Intitulada "A esquerda brasileira às raias do poder", a reportagem fazia uma retrospectiva da biografia do candidato do PT.
Avec << Lula >>, la gauche brésilienne parvient aux marches du pouvoir
[ ... ] “En privé, Lula, âgé de 56 ans, pense tout haut que l'élection est une farce et qu'il faut en passer par là pour prendre le pouvoir. D'où, entre autres innovations difficilement digérées par les ultras du parti, sa décision de confier l'organisation de sa campagne au gourou national du marketing politique, Duda Mendonça”
Tradução:
"Em privado, Lula, aos 56 anos de idade, confessa em alto e bom som que a eleição é uma “farsa” pela qual é preciso passar a fim de se chegar ao poder. Donde, entre outras inovações dificilmente digeríveis pelos radicais do partido, sua decisão de confiar a organização de sua campanha ao guru nacional do marketing político, Duda Mendonça."
Portanto, naquela época, (2002), Lula já mandou às favas princípios básicos de democracia, revelando o seu tradicional desprezo pelas eleições, entendida apenas como uma "farsa" para a tomada do poder, prática esta só encontrada em regimes totalitários.
Sobre a reportagem do Le Monde, Flavio Gordon afirma e pergunta:
[ ...] "Em todo esse desencontro de humores e objetivos, esse abismo, por quase todos ignorado, entre as perspectivas de um país crédulo e as de um líder político maquiavélico, onde estavam os intelectuais brasileiros responsáveis por explicar ao público os fatos da política? Será que todos haviam desaprendido a ler francês?"
[ ... ] "Ou calavam por cumplicidade com aquela nova tenebrosa transação (para citar um de seus famosos expoentes)? Como foi possível que tal declaração, feita às vésperas de uma eleição presidencial, não repercutisse em nossa imprensa? Ao que parece, a “festa da democracia” era mesmo a pauta e, como sabe quem conhece minimamente a prática jornalística contemporânea, nenhum fato novo ou imprevisto deve alterar a pauta."
Bom, diante desses fatos - antigos e novos - nos cabe perguntar o que entorpeceu a sociedade brasileira tão profundamente para que ela se permitisse representar por personalidades toscas e malformadas?
Acorda Brasil.
***
P.S. Confirmando a declaração de Lula publicada no Le Monde, de que a eleição é apenas uma farsa, necessária à tomada do poder, o petista Marco Aurélio Garcia (top top Garcia) declarou ao jornal argentino La Nación de 5 de outubro de 2002: "A impressão de que o PT foi para o centro surge do fato de que tivemos de assumir compromissos que estão nesse terreno. Isso implica que teremos de aceitar inicialmente algumas práticas. Mas isso não é para sempre".
Nenhum comentário:
Postar um comentário