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26 junho 2023

Foro de São Paulo elogia ditaduras e diz que China é fator de equilíbrio

Terá início, em Brasília, o 26° Encontro do Foro de São Paulo, que reúne partidos, governos e organizações de esquerda da América Latina. Como é praxe, a entidade, formada por partidos latino-americanos de esquerda, é crítica no texto aos EUA, a quem se refere como "império".

O seu “documento base” oficial, com 99 parágrafos, está à disposição para leitura no site do próprio Foro de São Paulo. Há uma semana, precisamente em 18/06, teci comentários iniciais a esse documento, especialmente sobre o conteúdo dos itens I.1 - I.3, disponíveis aqui.

Sobre os demais itens, trata-se, em sua maioria, de textos lamentáveis que lembram aqueles que foram escritos por partidos comunistas em meados do século passado. De novidade apenas o surgimento da palavra progressista em substituição a até então utilizada: comunista.

De resto, continua sendo o discurso do atraso: o de louvor as ditaduras e aos respectivos ditadores e a conclamação da união de todos contra o imperialismo americano, o inimigo número 1 da humanidade, além de muitas mentiras e desinformação, ambas de uso acentuado desde os tempos de Lenin. 

O documento elogia os regimes ditatoriais de Cuba, Venezuela e Nicarágua, mas não há nenhuma referência às violações de direitos humanos e repressão a opositores nos países. Tanto o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) quando a Frente Sandinista nicaraguense são membros do Foro.

O documento também elogia a China e a caracteriza como um "fator de estabilidade e equilíbrio" para a América Latina, tida como um contraponto ao "imperialismo" americano. Alguns trechos a seguir:

“(...) O objetivo principal, expresso descaradamente pelos representantes dos Estados Unidos, é manter o controle de nossos recursos naturais, retomando a Doutrina Monroe, 200 anos depois de sua proclamação, como a principal estratégia contra a soberania e autodeterminação das nações latino-americanas e caribenhas”;

“(...) Estamos vivendo um momento crucial de resistência e luta continental. À firmeza e avanços de Cuba, Venezuela e Nicarágua, somam-se vitórias eleitorais que, tendo como premissa a unidade programática, frearam o desenvolvimento do neofascismo na região“;

“(...) devemos lembrar a morte do comandante Hugo Chávez há 10 anos, depois de chegar ao poder democraticamente, sofrer um golpe e retornar à presidência. Chávez iniciou um novo capítulo na Venezuela e em todo o continente, ao se tornar um exemplo de luta contra o neoliberalismo e o imperialismo, iniciando o enfrentamento concreto das heranças das ditaduras militares na América Latina e Caribe". 

Neste caso, é recomendável recordar que em 2011, Chávez foi denunciado ao Tribunal de Haia por crimes contra a humanidade, incluindo deslocamentos forçados, assassinatos e torturas. A corrupção explodiu em seus governos e nos governos de seu sucessor, Nicolás Maduro. 

Papel aceita qualquer coisa. 

Um comentário:

  1. Esses comunistas vagabundos querem impor a todo custo essas narrativas, para instalar a fone e a miséria no resto do mundo. Lamentável

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