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17 dezembro 2022

O QUE EXPLICA A CONFUSÃO NA AMÉRICA LATINA?

Em entrevista exibida pela Globo News em 2009, Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro das Relações Exteriores, diagnosticava:

"O que explica a confusão da América Latina é o Foro de São de Paulo". Ele tinha razão.

 O Foro de São Paulo é uma organização que reúne de maneira promíscua partidos políticos, organizações terroristas e grupos narcotraficantes.

Fundado em 1990 por Lula e Fidel Castro, seus integrantes prometiam reconquistar na América Latina o que havia perdido no Lesta Europeu. Seu objetivo era traçar estratégias comuns e lançar "novos esforços de intercambio e de unidade de ação como alicerces de uma América Latina livre, justa e soberana". 

A unidade estratégica dessas organizações visava tomar o poder em todo o continente, criando uma frente de governos socialistas em oposição aos EUA.

Duas décadas depois, o Foro de São Paulo governava 16 países nos quais aplicava a mesma agenda de aparelhamento do Estado:

  • Infiltração no judiciário
  • Limitação das liberdades civis
  • Relaxamento no combate ao narcotráfico
  • Perseguição da oposição e da imprensa livre

Não é difícil para o leitor deste artigo identificar quais governos no Brasil seguiram à risca esse planejamento e que já o renovaram e o atualizaram para o exercício de um novo mandato, prestes a se iniciar após a realização de nebulosas eleições, cujos bordões a população brasileira tem quotidianamente ouvido: "Perdeu, mané"; "Missão dada é missão cumprida".

Os efeitos práticos dessa solidariedade política ficam claros quando observamos a submissão dos governos e partidos às diretrizes do Foro, em detrimento dos interesses nacionais, como ilustram alguns exemplos da política brasileira quando o PT estava no governo e que, agora, já se anuncia que serão reprisados.

1) Em 2005, o representante das FARC no Brasil, Olivério Medina, foi preso numa ação conjunta entre a PF e a Interpol. Medina era procurado na Colômbia por diversos crimes - homicídio, sequestro e contrabando de armas - e o governo colombiano pediu sua extradição. Lula não apenas negou o pedido como concedeu ao terrorista o status de refugiado político. Logo depois, a esposa de Medina, Ângela Maria Slongo, foi ocupar um cargo de confiança no Ministério da Pesca, a pedido de Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil.

2) Em maio de 2006, Evo Morales estatizou duas refinarias da Petrobras na Bolívia, depois de ocupadas e tomadas pelo exército boliviano. O governo brasileiro respondeu o coraleiro com um afago e, dois anos depois, Lula anunciava um empréstimo de US$ 320 milhões a Morales para a construção de uma rodovia.

3) Em 2011, Dilma Rousseff anunciou mudanças no Tratado de Itaipu, atendendo a um pedido de Fernando Lugo, então presidente do Paraguai e membro do Foro de São Paulo. A senadora Gleisi Hoffmann era a relatora da matéria no Senado e defendeu a aprovação das alterações, que fizeram triplicar a taxa anual paga pelo Brasil ao Paraguai pela energia não usada da Usina de Itaipu, saltando de US$ 120 milhões para US% 360 milhões, irrigando assim com dinheiro brasileiro o caixa de um membro da organização continental.

4) A decisão do governo petista de trazer médicos cubanos ao Brasil, o programa Mais Médicos, foi uma das mais notáveis manobras do Foro de São Paulo para financiar a industria de "missões humanitárias" de Havana. Segundo dados levantados pela jornalista Graça Salgueiro, mais de 20 países recebiam serviços médicos de Cuba. Os países clientes pagavam pelo serviço ao governo cubano, que repassava apenas uma pequena parte do dinheiro aos médicos. Raul Castro arrecadava nada menos do que US$ 6 bilhões anuais  com o envio de médicos ao exterior. Calcula-se que o Brasil tenha enviado centenas de milhões de dólares aos cofres cubanos com a importação dos médicos, que trabalhavam sob um regime análogo à escravidão. E o dinheiro que poderia ter sido investido no sistema público de saúde brasileiro foi financiar uma ditadura comunista.

Mas esses são apenas alguns exemplos que estão retornando à pauta do próximo governo petista e, pelo que já se ouviu dizer, com ênfase ainda mais acentuada, tendo em vista pronunciamentos antecipados de presidentes de países que confirmaram presença na solenidade de posse marcada para 01 de janeiro de 2023 no Palácio do Planalto.


Fonte principal: Foro de São Paulo, Olavo de Carvalho, CEDET, Campinas, 2022.



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