Em 26/09/2018, Flávio Gordon, antropólogo e escritor, nos premiou com o artigo "Afinal o nazismo foi de direita ou de esquerda? Segundo ele, "Quem afirma seguramente que o nazismo foi um movimento de extrema-direita deveria, no mínimo, antes de repeti-la por aí feito um papagaio, conhecer a origem dessa interpretação".
Neste momento, dois anos depois, o referido autor nos premia com outro texto sobre comunismo e globalismo, publicando-o em seis partes após ter sido censurado em sua forma integral (clique neste link e veja quem foram os censores).
Trago aqui, em razão da comemoração do aniversário do fim da URSS já lembrada aqui, algumas informações (curiosidades) contidas na parte 4 do texto já mencionado, especialmente o da infiltração, em larga escala, de espiões soviéticos na administração dos EUA, incluindo alguns dos principais artífices da ONU. E, na sequência, a colaboração desejada entre capitalistas e comunistas (que perduram ainda hoje). Textualmente Gordon afirma:
Sabe-se hoje que alguns dos principais artífices da ONU (integrantes do Departamento de Estado e do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos) foram espiões soviéticos, a começar pelo secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional, que resultou na redação da Carta das Nações Unidas: ninguém menos que o senhor Alger Hiss.
Desde 1944, Hiss era o diretor do Escritório de Assuntos Políticos Especiais (Office of Special Political Affairs) do Departamento de Estado dos EUA, órgão responsável pelo planejamento das organizações internacionais do pós-guerra. Atuou como secretário-executivo da Conferência de Dumbarton Oaks, em Washington D.C., na qual foram delineados os planos da futura ONU. Foi também o secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional (realizada de 25 de abril a 26 de junho de 1945, em San Francisco), na qual os textos acordados em Dumbarton Oaks foram revistos, resultando na Carta das Nações Unidas.
Sua atividade de espionagem veio à tona a partir de denúncia de um ex-companheiro de célula partidária, Whittaker Chambers. A denúncia resultou em processo, num caso notório e escandaloso. Hiss foi julgado duas vezes pelo júri popular e condenado, em janeiro de 1950, a cinco anos de prisão, tendo sido forçado a deixar a presidência do think tank Carnegie Endowment for International Peace, função que havia assumido em 1946, após deixar seu cargo no Departamento de Estado.
Mas Hiss não foi o único. Num dos artigos da minha série sobre globalismo e comunismo, publicada na Gazeta do Povo em maio do ano passado, cito outros personagens decisivos na fundação da ONU, ocupantes de altos cargos no governo americano e, posteriormente, também desmascarados como espiões ou colaboradores soviéticos, nomes como Solomon Adler, Virginius Frank Coe, Lawrence Duggan, Noel Field, Harold Glasser, Irving Kaplan, Victor Perlo, Abraham G. Silverman, Nathan G. Silvermaster, William H. Taylor, William L. Ullman, John Carter Vincent, Henry Julian Wadleigh, David Weintraub e Harry Dexter White.
Mas essa colaboração entre capitalistas e comunistas é muita mais ampla. Ela ultrapassa a esfera dos espiões e já foi objeto de sonhos universais (e ainda vigentes) como os declarados na defesa de projetos globalistas.
Em 1953, por exemplo, na Comissão Reece – criada para investigar as fundações por seu fomento à agenda comunista e revolucionária dentro dos EUA –, houve o depoimento do então presidente da Fundação Ford, Horace Rowan Gaither, que admitiu o seguinte:
“Nós tivemos experiência com o Escritório de Serviços Estratégicos [precursor da CIA] durante a guerra ou com a Administração Econômica Europeia. Nós tivemos experiência de operar sob diretrizes. As diretrizes emanam, e emanavam, da Casa Branca. Agora, ainda operamos sob tais diretrizes (...) estamos aqui para operar em resposta a diretrizes similares, a substância das quais é que devemos usar nosso poder de concessão de doações para alterar a vida nos Estados Unidos, de modo a possibilitar que o país seja confortavelmente fundido com a União Soviética”.
Sim, o leitor não leu errado. Foi exatamente essa a proposta que, em 1953, o presidente da Fundação Ford admitiu para um investigador do Congresso norte-americano: uma fusão dos EUA com a União Soviética. Para a maioria das pessoas, essa informação é, decerto, chocante. Mas, antes que aberrante e excêntrica, a sugestão de uma possível convergência entre as duas potências do pós-guerra foi sempre abertamente aventada nos altos círculos do governo americano e também no Politburo soviético, conclui Flávio Gordon.
Nova Ordem Social Mundial
“O objetivo do socialismo não é apenas acabar com a divisão da humanidade em pequenos Estados e com o isolamento das nações sob todas as formas, não é apenas unir as nações, mas integrá-las.” (V. I. Lenin, A Revolução Socialista e o Direito das Nações à Autodeterminação, 1914)
“A transição para a Nova Ordem Social Mundial requer a integração das novas nações cativas em governos regionais.” (F. Petrenko e V. Popov, Política Externa Soviética: Objetivos e Princípios, 1985)
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