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11 março 2016

EDUCAÇÃO, 50 ANOS DEPOIS

Os dados disponíveis evidenciam que houve um processo de expansão da acessibilidade dos níveis educacionais básicos no País.

Entretanto, o mesmo não pode ser dito da progressão educacional rumo à conclusão do ensino médio e à entrada na universidade. Números de 2014 apontam que apenas 56,7% da população na idade correta, com até 19 anos, concluiu o ensino médio.

No ensino superior, com 2.391 instituições (301 públicas e 2.090 privadas) e 32 mil cursos de graduação, convive-se com um alto grau de evasão: 12% nas IES públicas e 25% nas privadas.
Outro ponto a considerar, nesse processo de expansão, diz respeito à qualidade do ensino. Repete-se na educação a mesma doença - da política e da gestão - encontrada em outras áreas do governo.

Escolas existem muitas no Brasil. O que não existe é ensino de qualidade e remuneração digna para os seus professores. Segundo dados da OCDE, no Brasil, 67% dos jovens de 15 e 16 anos levariam zero em matemática, leitura e ciências se comparados a seus colegas de toda parte. A mesma pesquisa nos colocou em 58o lugar entre 65 países.

Por falta de condições, muitas prefeituras não estão conseguindo cumprir a Lei do Piso Salarial (R$ 2.135,64), menos ainda oferecer os componentes para uma educação de qualidade.

Em 07/01/2015, após a presidente anunciar "Pátria Educadora" como o lema de seu novo governo, e querer demonstrar, de saída, que a educação seria o assunto da mais alta prioridade, escrevemos aqui, que aguardávamos medidas que invertessem rapidamente o descaso da gestão anterior com a educação e que pusessem fim aos investimentos que terminavam transformados em mais dutos de desperdícios.

Entretanto, o que estamos presenciando, diariamente, são manchetes como esta, de hoje, "Alunos e professores no RJ protestam por investimentos na educação" texto acessível aqui, e o não cumprimento de promessas e de metas do PNE, do Fies, do Pronatec, do Ciência sem Fronteiras, que, rapidamente, ficaram para trás.

Em sua mensagem anual, enviada ao Congresso Nacional para abertura dos trabalhos legislativos de 1966, o presidente Castello Branco destacou a Educação como uma das quatro metas de seu governo. As demais foram saúde, terra, e habitação.
Segundo suas próprias palavras, "uma verdadeira democracia só se alcança quando todos os cidadãos, sem distinções ou limitações, puderem ter acesso a esses bens fundamentais".

Depois de transcorridos 50 anos, infelizmente, a democracia almejada pelo ex-presidente ainda não foi alcançada pelo País.



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