Translate

30 abril 2025

Lula anunciou que não comparecerá as comemorações do Dia do Trabalhador

    Lula não deve comparecer a nenhum ato do 1º de Maio. Obviamente tal decisão é decorrente depois da histórica e constrangedora foto de sua presença discursando para um punhado de gatos-pingados em pleno 1.º de Maio de 2024. A imagem não deixa margem para dúvida: a agenda política da esquerda – e a do PT, em particular – se revela hoje pior do que a vazia quanto a minguada plateia reunida em 2024 no estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, zona leste da capital paulista. Pouca gente também se dedicará a ouvir o que Lula tem a dizer no Dia do Trabalho porque o próprio presidente não consegue se conectar com os trabalhadores do século 21.

    Neste ano, a fim de não desgastar sua imagem em um possível cenário de baixa mobilização popular e às vésperas de ano eleitoral, Lula decidiu não comparecer aos atos do 1º de Maio.

.

    Lula ainda pensa como o sindicalista que eletrizava os trabalhadores com seus discursos na Vila Euclides, São Bernardo do Campo (SP), no fim dos anos 1970. Não apenas o País não é o mesmo no qual Lula ascendeu como uma liderança política popular, como o mundo mudou por completo desde que o petista chegou à Presidência pela primeira vez, há mais de 20 anos. Ao longo desse tempo, houve transformações profundas não só das relações de trabalho – outrora baseadas na oposição entre patrões e empregados –, mas também, e principalmente, na visão que os próprios trabalhadores passaram a ter de seus meios de subsistência.

    Fortíssimos durante décadas, até por força de imposição legal, os sindicatos e as centrais sindicais, que tradicionalmente enchiam as ruas no 1.º de Maio, hoje não passam de um decalque esmaecido de uma representação profissional que no auge do sindicalismo já era passível de críticas por suas vinculações partidárias. De uns anos para cá, as guildas estão irremediavelmente desacreditadas por uma massa de trabalhadores que não se sentem representados nem querem sê-lo, muito mais interessados que estão em empreender por conta própria.

29 abril 2025

No dia 28 de abril comemora-se também o Dia da Caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro


    Neste 28 de abril comemorou-se o dia da Caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro e que compreende cerca de 11% do território nacional e cerca de 70% da região Nordeste.

    A Caatinga não é um conjunto de paisagens homogêneas, com pouca vida e diversidade. Nela há paisagens de agreste, com terras secas e escassez de água, como mais frequentemente aparece na mídia, mas também há terras altas, frias, com mais água, assim como plantas de grande porte. O bioma possui diferentes fitofisionomias, cada qual com sua riqueza e belezas. Sua fauna é surpreendente, diversa e singular, composta por aproximadamente 1.307 espécies animais, dentre as quais 327 são exclusivas do bioma.

    As peculiaridades da Caatinga fizeram com que, ao longo da história da evolução do bioma, os animais ali presentes apresentassem adaptações necessárias a sua sobrevivência. Por exemplo, muitos deles apresentam o hábito de se esconder do sol durante o dia, de fazer migrações no período mais intenso da seca, possuem uma couraça mais resistente à perda de água, dentre outras estratégias.

    Nessa região árida há o registro de 178 espécies de mamíferos, 590 de aves, 116 de répteis, 51 de anfíbios e 240 de peixes. Embora o número de espécies pareça pequeno diante dos demais biomas, na Caatinga há um alto grau de endemismo e de espécies altamente adaptadas para sobreviverem nas condições de clima semiárido e com pouca disponibilidade de água. Esse é o habitat de mamíferos como: tamanduá-mirim, veado catingueiro, tatu-bola, onça-parda, jaguatirica, gato-mourisco, raposa, catitu etc. Dentre as aves destacam-se, além da famosa asa branca, símbolo do Sertão, o corrupião, o galo-de-campina, periquito-do-sertão, o canário-da-terra, o cancão e algumas ameaçadas de extinção, como a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) e arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), em consequência do tráfico de animais silvestres.

    Muitos peixes possuem também adaptações ao clima, conseguindo adiar a postura de ovos para o período das chuvas, por exemplo. Os répteis englobam espécies como lagartos, serpentes, tartarugas e jacarés, muitas delas com adaptações e hábitos que permitem sua sobrevivência. Dentre elas destaca-se o jacaré-coroa, ameaçado de extinção, a iguana, a cobra caninana e a jararaca-da-seca. No grupo dos répteis, vale lembrar que os dinossauros estiveram presentes no bioma, cujas pegadas e outros vestígios podem ser encontrados nos sítios arqueológicos, como o Monumento Natural Estadual Vale dos Dinossauros, em Sousa/ PB; e os localizados nas bacias do Araripe (CE-PE-PI), do Rio do Peixe (PB) e do Recôncavo Tucano Jatobá (BA).

    Já os anfíbios, grupo de animais com grande necessidade de água, também são encontrados no bioma. Espécies como o sapo-guardinha, conhecido por ter grande tolerância a altas temperaturas, o sapo-boi, a perereca-de-capacete-da-Caatinga, e o sapo-cururu (maior espécie de sapo encontrada no nordeste). Dentre os anfíbios, chamam a atenção os sapos da espécie Pleurodema diplolistris, que ficam enterrados sem acesso a água e alimentos, durante o período das secas, de 10 a 11 meses por ano – processo chamado de estivação. Esse feito, contraria ao que costuma ocorrer com a maioria dos animais, que têm seu metabolismo aumentado com altas temperaturas e diminuído em baixas temperaturas. Por isso, o comportamento desse tipo de sapo é alvo de pesquisas, que buscam entender como essa espécie consegue diminuir o metabolismo ao ponto da inatividade, mesmo como ambiente desfavorável para isso.

    Na Caatinga, os invertebrados compõem um grupo especial, vasto e pouco conhecido. Eles são a base da cadeia alimentar no bioma, polinizam as plantas e servem de alimento para anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos. Nesse grupo, merecem destaque as abelhas da Caatinga, que somam ao menos 187 espécies, as quais possuem características bem peculiares, com diversas delas consideradas endêmicas e raras, e com interações específicas com sua flora. Um exemplo é a abelha conhecida como jandaíra (Melipona subnitida), encontrada no norte do Rio São Francisco, principalmente no Rio Grande do Norte e Ceará, cujo mel é bastante apreciado como alimento e usado na medicina popular pelas populações rurais

    Muito embora o bioma tenha uma rica diversidade de animais, inúmeras espécies se encontram ameaçadas de extinção, como a onça-parda, o tatu-bola e o soldadinho do Araripe. Foram contabilizadas ao menos 125 espécies ameaçadas de extinção no bioma, que considerando o elevado grau de endemismo da região, é tida como uma alta taxa. Infelizmente, a exploração humana e o manejo inadequado da terra vêm afetando de forma crescente essa rica e peculiar biodiversidade.

Flora

    Em geral, a flora da Caatinga tem características peculiares, apresentando uma estrutura adaptada às condições áridas, por isso são chamadas xerófitas, o que as permite resistir ao clima quente e à pouca quantidade de água. São características como: folhas miúdas, cascas grossas, espinhos, raízes e troncos que acumulam água, que são estratégias tanto para evitar a evapotranspiração intensa quanto para possibilitar o armazenamento de água. As espécies conseguem, assim, lidar com os meses de seca, rebrotando completamente após as primeiras chuvas. Por isso, a vegetação da Caatinga tem aspectos bem diferentes durante o período seco e o chuvoso.

    Mesmo com o clima semiárido, podem ser encontradas paisagens distintas e uma riqueza de espécies da fauna e flora que conferem ao bioma uma beleza única. Por vezes, é possível encontrar em meio à aridez, regiões chamadas de brejos – verdadeiras ilhas de umidade, solos férteis e com mais biodiversidade. Geralmente perto de regiões mais altas e de serras, onde chove mais e de onde originam nascentes de rios que correm no bioma.

    Há cerca de 1.000 espécies vegetais no bioma, dentre as quais 318 são endêmicas, e onde se destacam plantas como cactos (mandacaru, xique-xique e facheiro), bromélias e leguminosas (catingueiras, juremas e anjicos). Árvores que armazenam água, como a barriguda e o umbuzeiro, também fazem parte dessa rica flora.

    Como bem disse Patativa do Assaré, “Pra gente aqui sê poeta […] basta vê no mês de maio, um poema em cada gaio e um verso em cada fulô”, assim é o sertão e suas plantas. Um bioma que apresenta suas riquezas para todos aqueles que as sabem ver. Neste vídeo, da mesma forma que o texto acima, resumidamente, 10 fatos sobre a Caatinga.



27 abril 2025

O Chile há muito deixou de ser o país "tigre" da América Latina e vem se comportando como uma "tartaruga"


    Gabriel Boric presidente do Chile esteve em Brasília nesta última semana. para marcar o Dia da Amizade entre os dois países. 22 de abril é a data em que as relações entre Brasil e Chile foram estabelecidas, em 1836.

    A visita nos fez lembrar o que disse Boric sobre o liberalismo durante sua campanha eleitoral: "Se o Chile foi o auge do neoliberalismo na América Latina, também será seu cemitério". Imediatamente se fizeram previsões sobre a futura derrocada do Chile. Não foram precisos mais do que seus três primeiros anos de governo: 2022-2024.

    A previsão de cemitério se confirmou. O Chile foi o único país sul-americano que participava, desde 2010, da OECD, conhecida como "clube dos países ricos" por ser composta por algumas das economias mais avançadas do mundo. As previsões em 2017/2018 era de que o Chile deixaria a categoria de país emergente durante a atual década. Não foi o que aconteceu. Decorridos apenas três anos de mandato do presidente Boric, a situação econômica anterior se inverteu.

    A S&P recentemente rebaixou sua perspectiva de classificação para o Chile para “negativa” devido ao fraco consenso político no país, o que está atrasando a aprovação de políticas públicas que impulsionariam o crescimento e fortaleceriam sua posição fiscal. A mudança é marginal porque o Chile ainda mantém sua ótima classificação “A”, a segunda mais alta concedida a um país na América Latina e no Caribe. O que a mudança de perspectiva reflete é o risco maior de que o atraso em chegar a um consenso sobre aspectos-chave da agenda política e econômica do país se traduza em desempenho econômico e perspectivas piores do que o esperado pelo S&P.

    Segundo analistas de mercado, a agência de classificação está absolutamente certa, porque parece que o Chile está preso em um processo pendular entre mudanças para a esquerda e depois para a direita no espectro ideológico, cujo efeito prejudicial é adiar reformas sensatas e desencorajar o investimento privado, afetando o desempenho econômico e social. O Chile há muito deixou de ser o país "tigre" da América Latina e vem se comportando como uma "tartaruga".

    A atual estagnação econômica reflete uma desaceleração no crescimento da produtividade do trabalho e do investimento em novos empreendimentos, tecnologia de ponta e recursos humanos bem treinados. 

    Arturo Porzecanski, pesquisador do Centro de Estudos Latino-Americanos da American University e membro do Woodrow Wilson International Center for Scholars, ambos em Washington, D.C. citou alguns exemplos de coisas importantes que impediram o progresso: 

  • a "permissividade" que sufocou, e até afogou, tantos projetos que deveriam ter sido uma prioridade; 
  • o modelo estatista em relação à promissora indústria do lítio e o atraso imperdoável na promoção da indústria do hidrogênio verde;
  • o poder excessivo dos sindicatos na Codelco e no resto do setor de mineração, que aumentaram excessivamente os custos trabalhistas naquele setor; 
  • a reforma da educação pública que ironicamente levou à degradação de sua qualidade e que ainda não ensina inglês para crianças desde cedo; e 
  • a falta de ações eficientes para impedir o aumento da corrupção e o aumento explosivo do crime organizado e do crime comum.
    Será que durante a conversa entre os dois presidentes, do Brasil e do Chile, se repetiu a afirmação de que a América Latina será o cemitério do neoliberalismo? De uma coisa se tem certeza: as pautas importantes que impedem o progresso, citadas pelo Arturo Porzecanski, são comuns aos dois países.

23 abril 2025

Adentrar numa UTI para intimar Bolsonaro foi o auge da psicopatia


    

    O episódio ocorreu nesta quarta-feira, 23/04/2025, quando uma Oficial de Justiça entrou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. 

    Adentrar numa UTI para intimar Bolsonaro revela a indignação com o que pode ser percebido como desumanidade, abuso de autoridade ou uma completa falta de bom senso.

    Foi o auge da psicopatia.

    Esse tipo de situação escancara o quanto o cenário político e institucional brasileiro tem se tornado cada vez mais tenso e, por vezes, surreal. Quando até o respeito por um leito hospitalar entra em disputa, é sinal de que os limites éticos estão bem turvos.

Quem será o próximo papa? Cardeais devem soltar 'recados' nos próximos dias

  

    Logo após o falecimento do Papa Francisco foram iniciadas as especulações para se apontar o seu sucessor. E o assunto dominante está sendo qual o perfil que cada um dos cardeais que participarão do Conclave representa: conservador ou progressista. Sabe-se, há muito tempo, que o aparelhamento da Igreja Católica - pela extrema-esquerda - representa uma dupla vitória dos comunistas: ao mesmo tempo que faz avançar a causa marxista, promove a destruição da Igreja por dentro.

    Para a América Latina, e o Brasil em particular, até hoje o tema tem muito significado, especialmente no contexto político. Isto porque dentre as organizações socialistas, existiram aquelas conhecidas como organizações de fachada, como foi o caso da CPC - Conferência Cristã pela Paz, sediada em Praga e subordinada diretamente à KGB. Os recursos para o seu funcionamento procediam de Moscou e foi utilizada para manipulação de bispos sul-americanos que faziam parte da Conferência do Episcopado da América Latina em Medellin. Na literatura/Internet encontramos o seguinte depoimento do ex-general Ion Pacepa, do serviço de inteligência comunista romeno: ... "Eu dei uma olhada, ultimamente, no livro "A Theology of Liberation: History, Politics, Salvation", 1971, e tive a impressão de que foi escrito na Lubianka. O seu autor é inegavelmente considerado o pai da Teologia da Libertação."

    Foi nesse contexto que surgiu a denominada "Teologia da Libertação", usada para atividades de propaganda pela seção de desinformação do serviço de inteligência da KGB, entre os anos de 1958 e 1991, que motivava os pobres habitantes da América Latina: Cuba, Nicarágua, Venezuela e Brasil. Desse grupo surgiu o Foro de São Paulo.

    Frei Leonardo Boff, cujos trabalhos foram condenados pela Santa Sé na década de 1980 e Lula se tornaram "amigos de infância". Em conversa ao vivo, disponibilizada no Youtube, Lula afirmou que o Partido dos Trabalhadores não existiria se não fosse a Teologia da Libertação e o trabalho das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Em 1962, Boff foi escolhido como dirigente nacional da Juventude Estudantil Católica (JEC), Dez anos depois já tinha se tornado amigo do falecido Papa Francisco.


    Boff afirmou que quando ainda era sacerdote (ele deixou o estado clerical na década de 1990, dizendo ter-se autopromovido ao estado laical), celebrava missas com a presença de Lula, mas em algumas ocasiões era Lula quem “fazia as homilias”.

    Lula, é fruto da “Teologia da Libertação”, publicou Carlos Vitor Santos Valiense, do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, em 2018. 

"Se contra fatos não há argumentos, não se pode tocar neste assunto sem enfatizar a frase que me inspirou a escrever este texto: “Eu era fruto da Teologia da Libertação”. Por incrível que pareça, essa frase não foi dita por Leonardo Boff ou Frei Beto. Sabem por quem? Por ninguém menos nem mais que Luiz Inácio Lula da Silva. Para compreender tal afirmação, basta ler o que diz a Sagrada Escritura no livro em que São Mateus (11: 33) fala sobre esse “fruto”: “Dizei que a árvore é boa e o seu fruto é também bom, ou dizei que a árvore é ruim e o seu fruto é também ruim, porque pelo fruto se conhece a árvore”.

[...] a “Teologia da Libertação” é um dos grandes males que devemos combater em nossos dias, pois ela fixa suas raízes nos princípios igualitários e libertários do marxismo. A TL visa transformar a Igreja em uma entidade igualitária e revolucionária, e nesse sentido atua como ponta-de-lança da Revolução universal, a qual busca destruir não somente o meio eclesial, mas também a ordem temporal.

Essa ação revolucionaria da TL na sociedade está intimamente ligada ao Comunismo, sendo essa a razão pela qual ela se camufla e muda de cor como um camaleão, até mesmo se travestindo de outras ideologias que perseguem o mesmo objetivo de destruir da sociedade. Seus agentes operam uma Revolução Cultural com diferentes facetas, como a revolução homossexual, a ideologia de gênero, o feminismo, o ecologismo (o comunismo verde tingido de clorofila).

 [...]  Como fruto da Pastoral Operária, que segue a TL, o Partido dos Trabalhadores não é um simples partido político, mas um ente revolucionário que tem por objetivo a destruição da sociedade e a implantação do Comunismo no Brasil, sendo mais destruidor do que o próprio Partido Comunista Brasileiro, pois foi mais além do que ele. Pode-se ainda dizer, reproduzindo as insuspeitas palavras de Palocci, que o PT é uma seita cujo guru é Lula".

    Neste corte a seguir, o PHVox mostra que o PT foi fundado pela Teologia da Libertação. O clerto esquerdista também fundou o Foro de São Paulo. 

    




22 abril 2025

O STF age como tribunal revolucionário


    Nesta terça-feira, 22 de abril, reuniram-se no STF os ministros da Primeira Turma que julga a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra seis acusados de planejar um golpe de Estado em 2022. Como resultado, supresa zero, mais seis pessoas se tornaram rés. 

    O que se viu hoje no Supremo Tribunal Federal não foi um julgamento, foi um espetáculo de cartas marcadas. Preliminares ignoradas, votos enfileirados como se a decisão já estivesse pronta antes mesmo do início da sessão. O STF age como tribunal revolucionário, sem respeito ao rito, à lei ou à Constituição. Nos registros da história, julgamentos similares só são encontrados na URSS de Stálin, na Itália de Mussolini e na Alemanha de Hitler.

    Na URSS de StálinItália de Mussolini e Alemanha nazista, com se sabe os regimes eram totalitários, onde não havia separação real de poderes, tampouco garantias processuais como as previstas em constituições democráticas. Os julgamentos nesses regimes frequentemente eram farsas jurídicas, com resultados predeterminados e uso do Judiciário como instrumento de repressão política. 

    No Brasil atual a semelhança com tais regimes só aumenta. Há anos o País deixou de ser uma democracia constitucional, onde o STF é parte de um sistema de freios e contrapesos, com suas decisões sujeitas a críticas, recursos e fiscalização pública. Atualmente não são permitidas controvérsias jurídicas e decisões discutíveis, o que equivale, em termos históricos ou jurídicos, a julgamentos de regimes totalitários.

"Sob a presidência de Luís Roberto Barroso, o STF assumiu o controle do Brasil ao agir como uma verdadeira junta de governo totalitária. Aprofunda a militância política e ideológica. Condena cidadãos sem prerrogativa de foro. Interfere sistematicamente na pauta do Legislativo. Amplia esforços para censurar o uso das redes sociais no país. Tornou-se um poder acima e fora da lei ", jornalista Silvio Navarro.


20 abril 2025

O STF está nu

    Em artigo de J.R.Guzzo, publicado no Estadão deste sábado (19), se ler "The Economist deixa claro que STF não vai fazer julgamento imparcial de Bolsonaro. O artigo da revista britânica expõe a Corte perante o mundo como aquilo que de fato ela é: um não-tribunal que se deu poderes totalitários, opera como uma facção política e tornou-se incapaz de fornecer justiça". [...] "A conclusão é que o STF, enfim, se vê exposto perante o mundo como aquilo que de fato é: um não-tribunal que se deu poderes totalitários, opera como uma facção política e tornou-se incapaz de fornecer justiça. [...] Na verdade, só no Brasil vigora a ficção de que o STF cumpre a lei".

A Economist postou a matéria 13 vezes no X.
Somadas já tiveram 3,8 milhões de visualizações

    Nesse mesmo contexto, o jornalista Adalberto Piotto afirmou, através do X, que "O STF é hoje um alienígena na vida pública brasileira. E ele próprio tomou a decisão de se tornar esse extraterrestre inconveniente de "out of law" movido a deliberado e incontido "lawfare"."

    Em Nota Oficial, o presidente do STF respondeu a matéria da Economist e deu um tiro no pé, segundo as avaliações de diversos juristas. Uma delas publicada no X pelo advogado André Marsiglia, cujo teor está copiado a seguir:

O STF, por meio de seu presidente, o ministro Barroso, decidiu responder à matéria da revista The Economist.

Mostro abaixo os 8 erros jurídicos da Nota

1)A nota diz que foi preciso um STF independente, para evitar ameaças à democracia, como os atos do dia 8 e a alegada tentativa de golpe.

Errado: Ao chamar os atos de “ameaças à democracia” prejulga casos ainda sob análise da Corte e mostra justamente sua falta de independência.

2) diz não haver crise de confiança em relação ao STF.

Errado: O instituto Opinião mostra que cerca de 50% das pessoas não confiam no STF. No Sul, o índice beira 60%.

3) diz que as decisões monocráticas são ratificadas pelo colegiado.

Errado: Boa parte das decisões é tomada em inquéritos, e a jurisprudência do STF veda os poucos recursos existentes, como HC, em caso de decisões monocráticas de ministro do STF em inquéritos.

4) diz que o X foi suspenso por falta de representante legal, não por postagens.

Errado: Não explica que a falta de representante ocorreu porque o ministro Moraes ameaçou prendê-lo, se não cumprisse ordens censórias de exclusão de conteúdo.

5) diz que nunca foi dito “nós derrotamos o bolsonarismo”, quem disse isso foram os eleitores.

Errado:A frase dele, gravada, em 12/7/23, em um evento da UNE, foi exatamente a seguinte: “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.

6) diz que a regra de procedimento penal é julgamento nas turmas, não no plenário. Errado: Essa regra, advinda de regimento interno do STF, já mudou outras vezes. Não haveria nada de excepcional se ela fosse relativizada para o julgamento do “golpe”.

7) diz que quase todos os ministros já foram ofendidos por Bolsonaro e, por isso; não haveria como os afastar do julgamento do golpe.

Errado: Os pedidos de afastamento dizem respeito a um juiz ser vítima de uma suposta trama contra sua vida (Moraes) e a os outros terem se manifestado publicamente contra Bolsonaro (Dino) ou terem participado de processos judiciais contra ele (Dino e Zanin). São casos específicos e com afastamento previsto em lei.

8)diz que a narrativa da revista é a “mesma dos que tentaram golpe”

Errado: se uma Nota Oficial do STF reconhece ter havido tentativa de golpe, parece que o julgamento, ainda em curso, já foi feito sem sabermos. Estamos diante de um teatro. O STF precisa se explicar imediatamente. Além disso, não cabe a um tribunal debater com a imprensa por meio de nota oficial. Barroso talvez não entenda o cargo que ocupa e, ao usar a nota para defender colegas e sua própria atuação, não respeita o dever de impessoalidade, imposto pelo artigo 37 da CF a todo agente público. Deveria ser punido em razão disso.

Uma das piores partes da Nota é, sem dúvida, afirmar que não foi dito “nós derrotamos o bolsonarismo”. Há imagens gravadas da fala. Ou seja, é uma Nota oficial do STF com uma inverdade. 


    Usários das redes sociais foram mais longe e recuperaram outras frases do Barroso que respaldam o seu repreeensível perfil  como ministro do STF.



 

19 abril 2025

28 de abril de 1945 - Benito Mussolini morreu fuzilado

    Benito Mussolini foi capturado em 27 de abril de 1945 por partisans (resistentes italianos) enquanto tentava fugir para a Suíça com sua amante Clara Petacci, disfarçado como soldado alemão. No dia seguinte, 28 de abril de 1945, Mussolini e Clara foram executados por fuzilamento perto da vila de Dongo, no norte da Itália.

    Após a execução, os corpos deles foram levados para Milão e pendurados de cabeça para baixo em uma praça pública (Piazzale Loreto), como forma de humilhação e vingança popular. Essa imagem se tornou icônica e muitas vezes leva à confusão sobre o método da morte — mas o que matou Mussolini foi o fuzilamento, não o enforcamento.



    Vinte anos antes, em 28 de fevereiro de 1925, Mussolini havia escrito:

"Apenas na silenciosa coordenação e todas as forças, sob as ordens de um só homem, está o segredo perene de todas as vitórias ... Melhor as legiões do que os colégios [eleitorais]!".

    Dois dias depois, na Alemanha, seu admirador e parceiro Adolf Hitler teve destino similar. Desde 1920, Hitler que anteriormente projetava golpes de Estado nas cervejarias de Munique, e havia ajudado a criar o Partido Nacional Socialista, agia, declaradamente, sob inspiração do modelo fascista. Em 1930 o foco do partido mudou para antissemita e antimarxistas.

"Se fosse dado à Alemanha um Mussolini alemão ... o povo se ajoelharia para adorá-lo mais do que jamais com o próprio Mussolini." - Adolf Hitler, em entrevista ao Daily Mail, no dia 2 de outubro de 1923.




As semelhanças entre regimes ditatoriais

    Em regimes ditatoriais, a censura costuma ser uma das primeiras medidas adotadas pelos ditadores. Isso acontece porque o controle da informação é fundamental para manter o poder e evitar a organização de qualquer oposição. A censura não é apenas uma consequência da ditadura, mas uma de suas ferramentas essenciais desde o início.

    Por meio dela, os ditadores procuram: 

i) moldar a forma como os acontecimentos são interpretados pela população, promovendo apenas versões oficiais dos fatos; 

ii) impedir que jornais, rádios, TVs, livros e as redes sociais divulguem críticas ao regime para eliminar a contestação pública; 

iii) silenciar os seus opositores que poderiam influenciar a opinião pública contra o governo.

    Da mesma forma que no Brasil atual se encontram semelhanças com o governo fascista de Mussolini na Itália, o mesmo ocorre com o nazismo vigente na Alemanha entre 1933-1945.

    Na Alemanha, no dia seguinte ao incêndio do Reichstag, 28 de fevereiro de 1933, uma espécie de 8 de janeiro, o recém-eleito chanceler Adolf Hitler persuadiu o presidente Hindenburg a assinar um decreto “pela proteção do povo e do Estado suspendendo as sete seções da Constituição que garantiam as liberdades individuais e civis. Apresentado como “medida defensiva contra os atos de violência dos comunistas que punham em perigo o Estado”, o decreto estabelecia:

“Restrições à liberdade pessoal, ao direito de livre manifestação de opinião, inclusive a liberdade de imprensa, ao direito de reunião e de associação; violações das comunicações privadas postais, telegráficas e telefônicas; e mandados de busca domiciliar, ordens de confisco, bem como restrições à propriedade também são permitidos além dos limites legais prescritos em outras circunstâncias.”

    Hitler era um admirador e seguidor de Mussolini, e dez anos antes, em 2 de outubro de 1923, disse em entrevista ao Daily Mail: "Se fosse dado à Alemanha um Mussolini alemão ... o povo se ajoelharia para adorá-lo mais do que jamais com o próprio Mussolini."

    A Lei de Imprensa do Reich, promulgada em 4 de outubro de 1933, transformou o jornalismo em uma profissão regulamentada pelo Estado. 

Tá na rede!
    O exercício da função passou a exigir cidadania alemã, ascendência ariana e a proibição de casamentos com judeus. O artigo 14 da legislação estipulava que os editores deveriam impedir a publicação de qualquer material que pudesse confundir a opinião pública (“desordem informacional”), contrariar os interesses do Estado ou enfraquecer a força interna e externa do Reich, sua unidade nacional, defesa militar, cultura ou economia. A norma serviu para silenciar veículos e jornalistas opositores ou os que se recusavam a aderir ao regime.

    Ambos, Mussolini e Hitler, morreram em abril de 1945, poucos dias antes do final da Segunda Guerra Mundial.