Na quarta-feira (16/03), por volta das 14:00 h, a presidente Dilma Rousseff deu posse ao seu novo ministro da Casa Civil, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Sem obedecer a um dos princípios básicos da democracia, a transparência dos atos públicos, a presidente optou por fazê-la de modo secreto, no momento em que o ex-presidente Lula se encontrava nas dependências da ala destinada ao pouso de jatinhos particulares, no aeroporto de Brasilia.
Esse segredo, contudo, durou pouco. No curto espaço tempo, de aproximadamente três horas, as redes de televisão disponibilizaram, em viva voz, o
áudio dessa posse.
O País inteiro, mesmo sem planejamento prévio, foi às ruas para "comemorar" o fato até altas horas da noite. Em muitos lugares as "
festas" ainda não se encerraram e tudo indica que serão prorrogadas por vários dias.
Não satisfeita com as "comemorações" do dia anterior, nesta quinta-feira (17/03), no Palácio do Planalto, a presidente voltou a empossar o ex-presidente Lula, mas desta vez de forma presencial e diante de um público bastante reduzido.
A presidente iniciou o seu discurso com um bom dia, mas, como de costume, esquecendo-se dos brasileiros, trabalhadores e trabalhadoras, que se encontravam nos diversos quadrantes do território brasileiro.
Literalmente, no momento inicial de cumprimentos, disse o seguinte: "Bom dia. Muito bom dia a todos os brasileiros e as brasileiras de coragem que estão aqui dentro desta sala".
Disse uma verdade, é bom que se registre. Somente brasileiros com muita coragem, ou melhor com muita cara de pau, ali se fizeram presentes. Mas eram poucos. Muitos dos convidados, estes com coragem de fato, preferiram não comparecer ao Palácio.
Mas vamos ao principal. Já na metade de seu pronunciamento, a presidente não se conteve e disparou contra a pessoa que revelou o segredo, não republicano, referente ao ato praticado na primeira posse. Disse então:
"Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdade, de métodos escusos, de práticas criticáveis, viola princípios e garantias constitucionais, viola os direitos dos cidadãos e abre precedentes gravíssimos. Os golpes começam assim".
De pronto, constata-se duas gafes imperdoáveis cometidas pela presidente. A primeira, que não houve inverdade sobre o ato da primeira posse secreta. O áudio, já citado, é prova cabal e definitiva desta afirmação.
A segunda gafe surgiu ao fazer menções a golpes. De novo, a presidente se mostrou equivocada e confirma a sua distância da realidade brasileira. Mas trocar palavras já se tornou comum em seus pronunciamentos, mesmos os lidos, como neste caso.
Deve ter desejado se referir ao impeachment reclamado pela maioria do povo brasileiro. Este sim, ocorrerá, dentro de aproximadamente 60-90 dias.
Hoje (17/03), no final do dia, a presidente recebeu uma notificação da Câmara dos Deputados, lhe dando um prazo de 10 sessões para apresentar a sua defesa ao processo de impeachment em curso naquela casa do Congresso.
Se golpe de Estado significa ruptura da ordem constitucional, então simpatizantes da presidente Dilma Rousseff estão corretos ao gritarem "não vai ter golpe".
NÃO VAI TER GOLPE ! VAI TER IMPEACHMENT !