Neste sábado, 12 de julho de 2014, por imposição da tabela da FIFA, já tradicional e extensivamente divulgada, a seleção brasileira voltará a campo para disputar o terceiro lugar da competição. Desejo que faça um bom jogo, vencendo a Holanda e que seja o marco inicial de uma nova fase do nosso futebol. Estarei junto, torcendo pelas duas coisas. Cada brasileiro tem o legítimo e livre direito de fazer a sua opção, mas torço para que a grande maioria já tenha superado o resultado do último jogo e já esteja em estado astral ascendente.
Sobre o jogo, minha opção é que a seleção inicie a partida com a mesma equipe usada até então. Caçar algum jogador, neste momento, não julgo oportuno.
A culpa do que ocorreu não é dos jogadores. Nenhum deles se autoconvocou, todos foram escolhidos pelos responsáveis pela CBF e pela seleção. Isto não significa que gostei de suas apresentações durante a copa. Mas digo o mesmo para as demais seleções.
Os resultados de cada seleção, até as semifinais, demonstram isto. Vi, em copas passadas, equipes e jogos bem melhores.
Contrariamente ao desejo da população, a imagem da Copa foi colada aos êxitos
fantasiosos da atual política. O que se descobre agora é que tudo era apenas propaganda. Não tínhamos
uma seleção de verdade.
Bola pra frente, Brasil! O País chegou as semifinais, algo que não ocorria desde 2002. Hoje, estamos em situação igual a da Alemanha em 2006 quando esta sediou o mundial e acabou em terceiro lugar. Que as semelhanças se propaguem fazendo com que já na Rússia, em 2018, cheguemos a final disputando o primeiro lugar. No passado, já demos prova que sabemos nos reconstruir.
Entretanto, para que isso aconteça apenas nossa torcida não será suficiente. O País precisa, como fez a Alemanha após a derrota para o Brasil na copa de 2002, entender que o nosso futebol chegou ao fundo do
poço.
Estudar o que lá aconteceu fora dos campos nos últimos anos nos ajudará muito. O ponto de partida não é a criação de uma Futebras, a troca de dirigentes e de cartolas do futebol como já se anuncia. O fundamental será começar com a adoção de princípios: intolerância com a
corrupção é o primeiro deles. Ficha Limpa deverá ser o critério adotado para quem vai assumir o futebol brasileiro, nos clubes, nas federações e na CBF, daqui pra frente.
Defendo também que se façam investigações implacáveis sobre os atos passados. Como diz o Boris Casoy, "Isto é uma vergonha, é preciso passar o Brasil a limpo". Pelo que se divulga diariamente na imprensa, muitos dirigentes seriam processados.
Vencida essa etapa, caberá serem adotados, entre outros princípios e medidas, alto padrão de planejamento e gestão, uso de técnicas e tecnologias recentes na formação de todos os profissionais pertinentes, inclusive os jogadores. Nós, brasileiros, torcedores nos momentos de alegrias, mas, também nos de tristezas, estaremos juntos.
Que amanhã, o domingo seja de uma grande festa no Maracanã. O Brasil saberá demonstrar isto ao mundo.