No campo econômico, a evidência é a proximidade do anúncio do governo de que para fechar as contas do exercício de 2017 se faz necessário o aumento de impostos, caminho este adotado pelos governos nos últimos 30 anos, pelo menos. Portanto, não é um caso de improvisação.
Deveria ser brochante para os membros da equipe econômica não responderem a esse desafio e sempre usarem uma velha receita que não dá inveja a nenhum contribuinte. Melhor seria, e mais ético também, que entregassem o boné.
Ora, os brasileiros, dos mais remotos rincões deste País, sabem que o governo desperdiça e gasta mal o dinheiro que lhe é subtraído, a começar pelos gastos em mordomias palacianas e nos demais edifícios oficiais de todo o Brasil. O rombo anunciado de R$ 58 bilhões é fichinha quando comparado a esses desperdícios que não contribuem para o bem estar da população.
No ambiente político, os partidos ensaiam uma reforma política voltada para a sobrevivência dos atuais parlamentares, em sua maioria envolvidos nas mais horrorosas práticas de corrupção.
Na ânsia de se salvarem, recorrem ao velho bordão de que se faz necessário o fortalecimento dos partidos, quando se sabe que os partidos no Brasil não representam ninguém. Neles apenas prevalecem as atitudes corporativas e afrontas ao eleitor e a ética.
Nessa direção, não faltaram reuniões e conchavos para se aumentar o financiamento público, criação de novo fundo partidário, mas nenhuma palavra sobre a redução das infinitas regalias financeiras obtidas com o cargo.
Também, durante a semana, nada se ouviu para se melhorar a qualidade da representação da sociedade no Congresso.
Portanto, a próxima semana, a última do primeiro trimestre do ano, se iniciará sem que tenhamos propostas e/ou projetos de amplitude nacional, para um Brasil melhor, para um Brasil do futuro. Nada estimulante em qualquer dos ambientes, o econômico e o politico.
Continuaremos sim, uma sociedade prisioneira das corporações e de seus privilégios, incapazes de sobreviverem sem sugar mais recursos dos contribuintes. Na próxima terça-feira, como anunciou o ministro da fazenda, os brasileiros irão saber o quanto mais lhes serão subtraídos para a continuidade desses privilégios.
Tais fatos vão demonstrando que a dita elite política que assumiu o poder continuará com o mesmo principio dos governos anteriores, deixando a população, especialmente os mais jovens, hoje marginalizados da atividade produtiva, sem perspectivas de um futuro melhor.
O Brasil, de fato, ainda não é o país do futuro.