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24 março 2017

O BRASIL, DE FATO, AINDA NÃO É O PAÍS DO FUTURO

A semana (20-24/03/2017) vai se encerrando com más notícias, tanto na área econômica como na política.

No campo econômico, a evidência é a proximidade do anúncio do governo de que para fechar as contas do exercício de 2017 se faz necessário o aumento de impostos, caminho este adotado pelos governos nos últimos 30 anos, pelo menos. Portanto, não é um caso de improvisação.

Deveria ser brochante para os membros da equipe econômica não responderem a esse desafio e sempre usarem uma velha receita que não dá inveja a nenhum contribuinte. Melhor seria, e mais ético também, que entregassem o boné.

Ora, os brasileiros, dos mais remotos rincões deste País, sabem que o governo desperdiça e gasta mal o dinheiro que lhe é subtraído, a começar pelos gastos em mordomias palacianas e nos demais edifícios oficiais de todo o Brasil. O rombo anunciado de R$ 58 bilhões é fichinha quando comparado a esses desperdícios que não contribuem para o bem estar da população.

No ambiente político, os partidos ensaiam uma reforma política voltada para a sobrevivência dos atuais parlamentares, em sua maioria envolvidos nas mais horrorosas práticas de corrupção.

Na ânsia de se salvarem, recorrem ao velho bordão de que se faz necessário o fortalecimento dos partidos, quando se sabe que os partidos no Brasil não representam ninguém. Neles apenas prevalecem as atitudes corporativas e afrontas ao eleitor e a ética.

Nessa direção, não faltaram reuniões e conchavos para se aumentar o financiamento público, criação de novo fundo partidário, mas nenhuma palavra sobre a redução das infinitas regalias financeiras obtidas com o cargo.

Também, durante a semana, nada se ouviu para se melhorar a qualidade da representação da sociedade no Congresso.

Portanto, a próxima semana, a última do primeiro trimestre do ano, se iniciará sem que tenhamos propostas e/ou projetos de amplitude nacional, para um Brasil melhor, para um Brasil do futuro. Nada estimulante em qualquer dos ambientes, o econômico e o politico.

Continuaremos sim, uma sociedade prisioneira das corporações e de seus privilégios, incapazes de sobreviverem sem sugar mais recursos dos contribuintes. Na próxima terça-feira, como anunciou o ministro da fazenda, os brasileiros irão saber o quanto mais lhes serão subtraídos para a continuidade desses privilégios.

Tais fatos vão demonstrando que a dita elite política que assumiu o poder continuará com o mesmo principio dos governos anteriores, deixando a população, especialmente os mais jovens, hoje marginalizados da atividade produtiva, sem perspectivas de um futuro melhor.

O Brasil, de fato, ainda não é o país do futuro.



22 março 2017

BRASIL: O PAÍS DO TOMA LÁ, DÁ CÁ

Logo após a divulgação da operação Carne Fraca, o que mais se ouviu e se leu foram críticas aos métodos de divulgação utilizados pela Policia Federal.

Essa divulgação poderia ter sido de outra forma ? Poderia. Houve exagero ? Houve. Haverá prejuízo na comercialização de produtos brasileiros ? Haverá. Haverá perda de credibilidade da marca Brasil no exterior ? Haverá, inclusive internamente.

O outro lado da moeda. Com o início dos trabalhos parlamentares da semana, especialmente nesta terça-feira (21), se pode constatar também exagero nos discursos de senadores e deputados federais, no Congresso Nacional, reprovando os procedimentos adotados pela Polícia Federal.

Nenhuma palavra se ouviu, entretanto, que condenasse os verdadeiros responsáveis por tudo o que ocorreu.

Refiro-me aos frigoríficos investigados. Foram estes que compraram fiscais, e o fazem há muito tempo, não é segredo pra ninguém segundo o que se ouve em corredores e restaurantes, enganaram consumidores e financiaram partidos políticos e campanhas eleitorais.

É nessa última parte que encontramos a origem do problema e do silêncio dos congressistas sobre os responsáveis primários de toda essa situação que envolveu a Nação e que se tornou objeto de manchetes no mundo inteiro.

Continuamos vivendo no País do toma lá, dá cá, cartilha bastante conhecida no mundo político brasileiro.




18 março 2017

BRASIL: UM PASSO PARA FRENTE, DOIS PARA TRÁS

A partir dos anos 70 do século passado, o Brasil deu passos significativos no agronegócio. Foram anos de intenso trabalho com resultados visíveis tanto na conquista de novas fronteiras de produção como nos avanços conseguidos com a melhoria de sua produtividade.

A conquista do mercado mundial não foi trivial. Chegar a comercializar seus produtos para quase duas centenas de países é uma tarefa para poucos, principalmente após o correto entendimento da população que povoa a maioria dos países desenvolvidos com relação à necessidade de que tal produção seja feita de modo limpo e sustentável.

No que tange aos aspectos sanitários, o País suou, levou anos, para remover a desconfiança dos países importadores de nossa produção. Mas, não mais que de repente, estamos diante de dois passos para trás. Mesmo sem a comprovação de fatos mais graves que, eventualmente, estejam presentes nos produtos exportados, as suspeitas bastam para comprometer os negócios  e a credibilidade da Nação como um todo.

E, de novo, os motivos para a perda de confiança e de credibilidade têm origem na mesma doença: a CORRUPÇÃO que permeia empresários, a máquina pública, políticos e partidos.

Em pleno século XXI, voltamos para o final da fila, emparelhado com países onde o grau de subdesenvolvimento de suas instituições estão presentes em praticamente todos os setores econômicos, sejam aqueles que se encontram nos subsolos (como o petróleo) e/ou que estão na superfície de seus territórios (como o agronegócio).

Precisamos salvar o Brasil e o primeiro passo é a retirada de cena dos atuais atores que estão no comando do País, como já dissemos aqui.

16 março 2017

PRECISAMOS SALVAR O BRASIL

Em reuniões que estão varando a madrugada de Brasilia, chefes e representantes dos três poderes articulam uma reforma política de emergência para salvar a "política brasileira". "... salvar a política ...", palavras estas proferidas por um senador da República, que passou, recentemente, a receber o codinome de tarja preta, tornou-se a senha para disparar com urgência essas reuniões.

Entre os temas tratados, está o de se aprovar o voto em lista fechada. Isto fará com que os eleitores não votem em candidatos mas nos partidos, já nas próximas eleições, e os atuais políticos possam ter os seus mandatos renovados à revelia dos eleitores, políticos esses, de praticamente todos os partidos, envolvidos por delações de corrupção de empreiteiras. Tais políticos temem ser rejeitados pelos eleitores caso tenham que disputar campanhas individuais.

Retorna também à pauta dessas reuniões, a tentativa de se modificar a legislação para anistiar explicitamente o caixa dois eleitoral, tema de alto interesse dos políticos alvos da operação Lava Jato. Esse desejo, inclusive, já foi tentado quando, em novembro de 2016, se votou o pacote de medidas contra a corrupção apresentado pelo Ministério Público, que acabou sendo enterrado pelo Congresso Nacional.

Somado aos temas citados acima, discute-se o financiamento partidário e o das próximas campanhas eleitorais, incluindo o financiamento empresarial, o fundo partidário e a criação de um novo fundo, com o dinheiro do contribuinte, assunto este que já foi tratado aqui.

Ao contrário do que disse o referido senador, estamos diante, portanto, de que precisamos salvar o Brasil e não a atual fedida política brasileira, retirar de cena os atuais quadros dessa política .

13 março 2017

FINANCIAMENTO PARTIDÁRIO. EM EVIDÊNCIA O USO DO DINHEIRO DO CONTRIBUINTE

Em 2015 o STF acabou com o financiamento privado de campanha. Para relembrarmos, em 2014, as empresas doaram R$ 3,07 bilhões, 70,6% dos R$ 4,35 bilhões arrecadados, segundo dados do TSE.

Entretanto, com as proximidades das eleições de 2018, políticos e partidos se articulam para reverter essa decisão através de uma reforma política que brevemente entrará em discursão no Congresso Nacional.


Somado a isso, ambos os citados são ferrenhos defensores do financiamento público. Pois bem, além de já contarem com o fundo partidário, R$ 819 milhões, querem criar um novo fundo, com o dinheiro do contribuinte, claro, para o financiamento das próximas campanhas eleitorais.


Para onde está indo toda essa dinheirama? Segundo o que foi publicado pelo Estadão, um relatório técnico do TSE aponta que a prestação de contas do fundo partidário relativo ao ano de 2011, as contas de 26 dos 29 partidos existentes naquele ano deveriam ser rejeitadas.


Nele se ver que o fundo partidário - dinheiro público como já dissemos acima - tem sido utilizado para o pagamento de despesas pessoais, bebidas, fretamento de jatinhos, fins estes nada coerentes com a democracia desejada pelo povo brasileiro.


O que a sociedade brasileira espera é que a jovem democracia implantada no País siga um caminho inverso ao que os parlamentares estão querendo propor.

Os partidos políticos são entidades privadas. Pela natureza jurídica privada, as legendas devem se sustentar com as próprias pernas.

O que se IMPÕE é que cada legenda se adeque às suas receitas, estas oriundas APENAS das contribuições advindas daquelas (pessoas físicas) que a seguem fidedignamente e pessoas físicas simpatizantes, mirando para os seus programas e objetivos para a construção de um País desenvolvido e socialmente justo.

07 março 2017

SUICÍDIO COLETIVO

Leio agora na Veja/Radar On-line que o governo, através do presidente da República, abriu a mesa de negociação de cargos em troca da aprovação das reformas trabalhista, tributária e, principalmente, a da previdência.

No cardápio o enfraquecimento do Itamaraty na busca de votos do PRB na Câmara. O mesmo destino terá o MEC e outros ministérios visando o apoio de outros partidos. O destino do País continua sendo decidido num balcão de negócios.

Como se pode ver, sai governo, entra governo, e os procedimentos de governança não se alteram. 

Estou/estamos diante de um Brasil, principalmente o de hoje, que é o resultado dos governos que mancharam a nossa jovem democracia, em completo desrespeito aos anseios da sociedade que saiu às ruas pelo Diretas Já e para outras manifestações do gênero, incluindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A democracia que foi implantada no Brasil é para poucos. É apenas para aqueles que, mentindo para a população, adquirem mandatos políticos/parlamentares e para os que os financiam em troca de benesses públicas e da riqueza brasileira.

É perceptível a todo brasileiro que a crise de representatividade se acentua a cada nova eleição, a começar pela do presidente da República e dos parlamentares. Não a possuem para proporem/aprovarem qualquer tipo de reforma.

Essa gente que aí está, com raras exceções, e também as instituições, não possuem representatividade, nem independência moral e, na maioria dos casos, intelectual para promoverem reformas.

O povo deseja e merece o extermínio dessa vergonhosa e desastrosa forma de governar uma nação.

A turma que criou essa forma promíscua de governar deveria fazer um pacto de suicídio político coletivo. Os seus participantes não devem negar ao Brasil o direito a um recomeço.

Os brasileiros e as gerações futuras iriam comemorar.