Translate

23 abril 2025

Adentrar numa UTI para intimar Bolsonaro foi o auge da psicopatia


    

    O episódio ocorreu nesta quarta-feira, 23/04/2025, quando uma Oficial de Justiça entrou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. 

    Adentrar numa UTI para intimar Bolsonaro revela a indignação com o que pode ser percebido como desumanidade, abuso de autoridade ou uma completa falta de bom senso.

    Foi o auge da psicopatia.

    Esse tipo de situação escancara o quanto o cenário político e institucional brasileiro tem se tornado cada vez mais tenso e, por vezes, surreal. Quando até o respeito por um leito hospitalar entra em disputa, é sinal de que os limites éticos estão bem turvos.

Quem será o próximo papa? Cardeais devem soltar 'recados' nos próximos dias

  

    Logo após o falecimento do Papa Francisco foram iniciadas as especulações para se apontar o seu sucessor. E o assunto dominante está sendo qual o perfil que cada um dos cardeais que participarão do Conclave representa: conservador ou progressista. Sabe-se, há muito tempo, que o aparelhamento da Igreja Católica - pela extrema-esquerda - representa uma dupla vitória dos comunistas: ao mesmo tempo que faz avançar a causa marxista, promove a destruição da Igreja por dentro.

    Para a América Latina, e o Brasil em particular, até hoje o tema tem muito significado, especialmente no contexto político. Isto porque dentre as organizações socialistas, existiram aquelas conhecidas como organizações de fachada, como foi o caso da CPC - Conferência Cristã pela Paz, sediada em Praga e subordinada diretamente à KGB. Os recursos para o seu funcionamento procediam de Moscou e foi utilizada para manipulação de bispos sul-americanos que faziam parte da Conferência do Episcopado da América Latina em Medellin. Na literatura/Internet encontramos o seguinte depoimento do ex-general Ion Pacepa, do serviço de inteligência comunista romeno: ... "Eu dei uma olhada, ultimamente, no livro "A Theology of Liberation: History, Politics, Salvation", 1971, e tive a impressão de que foi escrito na Lubianka. O seu autor é inegavelmente considerado o pai da Teologia da Libertação."

    Foi nesse contexto que surgiu a denominada "Teologia da Libertação", usada para atividades de propaganda pela seção de desinformação do serviço de inteligência da KGB, entre os anos de 1958 e 1991, que motivava os pobres habitantes da América Latina: Cuba, Nicarágua, Venezuela e Brasil. Desse grupo surgiu o Foro de São Paulo.

    Frei Leonardo Boff, cujos trabalhos foram condenados pela Santa Sé na década de 1980 e Lula se tornaram "amigos de infância". Em conversa ao vivo, disponibilizada no Youtube, Lula afirmou que o Partido dos Trabalhadores não existiria se não fosse a Teologia da Libertação e o trabalho das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Em 1962, Boff foi escolhido como dirigente nacional da Juventude Estudantil Católica (JEC), Dez anos depois já tinha se tornado amigo do falecido Papa Francisco.


    Boff afirmou que quando ainda era sacerdote (ele deixou o estado clerical na década de 1990, dizendo ter-se autopromovido ao estado laical), celebrava missas com a presença de Lula, mas em algumas ocasiões era Lula quem “fazia as homilias”.

    Lula, é fruto da “Teologia da Libertação”, publicou Carlos Vitor Santos Valiense, do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, em 2018. 

"Se contra fatos não há argumentos, não se pode tocar neste assunto sem enfatizar a frase que me inspirou a escrever este texto: “Eu era fruto da Teologia da Libertação”. Por incrível que pareça, essa frase não foi dita por Leonardo Boff ou Frei Beto. Sabem por quem? Por ninguém menos nem mais que Luiz Inácio Lula da Silva. Para compreender tal afirmação, basta ler o que diz a Sagrada Escritura no livro em que São Mateus (11: 33) fala sobre esse “fruto”: “Dizei que a árvore é boa e o seu fruto é também bom, ou dizei que a árvore é ruim e o seu fruto é também ruim, porque pelo fruto se conhece a árvore”.

[...] a “Teologia da Libertação” é um dos grandes males que devemos combater em nossos dias, pois ela fixa suas raízes nos princípios igualitários e libertários do marxismo. A TL visa transformar a Igreja em uma entidade igualitária e revolucionária, e nesse sentido atua como ponta-de-lança da Revolução universal, a qual busca destruir não somente o meio eclesial, mas também a ordem temporal.

Essa ação revolucionaria da TL na sociedade está intimamente ligada ao Comunismo, sendo essa a razão pela qual ela se camufla e muda de cor como um camaleão, até mesmo se travestindo de outras ideologias que perseguem o mesmo objetivo de destruir da sociedade. Seus agentes operam uma Revolução Cultural com diferentes facetas, como a revolução homossexual, a ideologia de gênero, o feminismo, o ecologismo (o comunismo verde tingido de clorofila).

 [...]  Como fruto da Pastoral Operária, que segue a TL, o Partido dos Trabalhadores não é um simples partido político, mas um ente revolucionário que tem por objetivo a destruição da sociedade e a implantação do Comunismo no Brasil, sendo mais destruidor do que o próprio Partido Comunista Brasileiro, pois foi mais além do que ele. Pode-se ainda dizer, reproduzindo as insuspeitas palavras de Palocci, que o PT é uma seita cujo guru é Lula".

    Neste corte a seguir, o PHVox mostra que o PT foi fundado pela Teologia da Libertação. O clerto esquerdista também fundou o Foro de São Paulo. 

    




22 abril 2025

O STF age como tribunal revolucionário


    Nesta terça-feira, 22 de abril, reuniram-se no STF os ministros da Primeira Turma que julga a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra seis acusados de planejar um golpe de Estado em 2022. Como resultado, supresa zero, mais seis pessoas se tornaram rés. 

    O que se viu hoje no Supremo Tribunal Federal não foi um julgamento, foi um espetáculo de cartas marcadas. Preliminares ignoradas, votos enfileirados como se a decisão já estivesse pronta antes mesmo do início da sessão. O STF age como tribunal revolucionário, sem respeito ao rito, à lei ou à Constituição. Nos registros da história, julgamentos similares só são encontrados na URSS de Stálin, na Itália de Mussolini e na Alemanha de Hitler.

    Na URSS de StálinItália de Mussolini e Alemanha nazista, com se sabe os regimes eram totalitários, onde não havia separação real de poderes, tampouco garantias processuais como as previstas em constituições democráticas. Os julgamentos nesses regimes frequentemente eram farsas jurídicas, com resultados predeterminados e uso do Judiciário como instrumento de repressão política. 

    No Brasil atual a semelhança com tais regimes só aumenta. Há anos o País deixou de ser uma democracia constitucional, onde o STF é parte de um sistema de freios e contrapesos, com suas decisões sujeitas a críticas, recursos e fiscalização pública. Atualmente não são permitidas controvérsias jurídicas e decisões discutíveis, o que equivale, em termos históricos ou jurídicos, a julgamentos de regimes totalitários.

"Sob a presidência de Luís Roberto Barroso, o STF assumiu o controle do Brasil ao agir como uma verdadeira junta de governo totalitária. Aprofunda a militância política e ideológica. Condena cidadãos sem prerrogativa de foro. Interfere sistematicamente na pauta do Legislativo. Amplia esforços para censurar o uso das redes sociais no país. Tornou-se um poder acima e fora da lei ", jornalista Silvio Navarro.


20 abril 2025

O STF está nu

    Em artigo de J.R.Guzzo, publicado no Estadão deste sábado (19), se ler "The Economist deixa claro que STF não vai fazer julgamento imparcial de Bolsonaro. O artigo da revista britânica expõe a Corte perante o mundo como aquilo que de fato ela é: um não-tribunal que se deu poderes totalitários, opera como uma facção política e tornou-se incapaz de fornecer justiça". [...] "A conclusão é que o STF, enfim, se vê exposto perante o mundo como aquilo que de fato é: um não-tribunal que se deu poderes totalitários, opera como uma facção política e tornou-se incapaz de fornecer justiça. [...] Na verdade, só no Brasil vigora a ficção de que o STF cumpre a lei".

A Economist postou a matéria 13 vezes no X.
Somadas já tiveram 3,8 milhões de visualizações

    Nesse mesmo contexto, o jornalista Adalberto Piotto afirmou, através do X, que "O STF é hoje um alienígena na vida pública brasileira. E ele próprio tomou a decisão de se tornar esse extraterrestre inconveniente de "out of law" movido a deliberado e incontido "lawfare"."

    Em Nota Oficial, o presidente do STF respondeu a matéria da Economist e deu um tiro no pé, segundo as avaliações de diversos juristas. Uma delas publicada no X pelo advogado André Marsiglia, cujo teor está copiado a seguir:

O STF, por meio de seu presidente, o ministro Barroso, decidiu responder à matéria da revista The Economist.

Mostro abaixo os 8 erros jurídicos da Nota

1)A nota diz que foi preciso um STF independente, para evitar ameaças à democracia, como os atos do dia 8 e a alegada tentativa de golpe.

Errado: Ao chamar os atos de “ameaças à democracia” prejulga casos ainda sob análise da Corte e mostra justamente sua falta de independência.

2) diz não haver crise de confiança em relação ao STF.

Errado: O instituto Opinião mostra que cerca de 50% das pessoas não confiam no STF. No Sul, o índice beira 60%.

3) diz que as decisões monocráticas são ratificadas pelo colegiado.

Errado: Boa parte das decisões é tomada em inquéritos, e a jurisprudência do STF veda os poucos recursos existentes, como HC, em caso de decisões monocráticas de ministro do STF em inquéritos.

4) diz que o X foi suspenso por falta de representante legal, não por postagens.

Errado: Não explica que a falta de representante ocorreu porque o ministro Moraes ameaçou prendê-lo, se não cumprisse ordens censórias de exclusão de conteúdo.

5) diz que nunca foi dito “nós derrotamos o bolsonarismo”, quem disse isso foram os eleitores.

Errado:A frase dele, gravada, em 12/7/23, em um evento da UNE, foi exatamente a seguinte: “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.

6) diz que a regra de procedimento penal é julgamento nas turmas, não no plenário. Errado: Essa regra, advinda de regimento interno do STF, já mudou outras vezes. Não haveria nada de excepcional se ela fosse relativizada para o julgamento do “golpe”.

7) diz que quase todos os ministros já foram ofendidos por Bolsonaro e, por isso; não haveria como os afastar do julgamento do golpe.

Errado: Os pedidos de afastamento dizem respeito a um juiz ser vítima de uma suposta trama contra sua vida (Moraes) e a os outros terem se manifestado publicamente contra Bolsonaro (Dino) ou terem participado de processos judiciais contra ele (Dino e Zanin). São casos específicos e com afastamento previsto em lei.

8)diz que a narrativa da revista é a “mesma dos que tentaram golpe”

Errado: se uma Nota Oficial do STF reconhece ter havido tentativa de golpe, parece que o julgamento, ainda em curso, já foi feito sem sabermos. Estamos diante de um teatro. O STF precisa se explicar imediatamente. Além disso, não cabe a um tribunal debater com a imprensa por meio de nota oficial. Barroso talvez não entenda o cargo que ocupa e, ao usar a nota para defender colegas e sua própria atuação, não respeita o dever de impessoalidade, imposto pelo artigo 37 da CF a todo agente público. Deveria ser punido em razão disso.

Uma das piores partes da Nota é, sem dúvida, afirmar que não foi dito “nós derrotamos o bolsonarismo”. Há imagens gravadas da fala. Ou seja, é uma Nota oficial do STF com uma inverdade. 


    Usários das redes sociais foram mais longe e recuperaram outras frases do Barroso que respaldam o seu repreeensível perfil  como ministro do STF.



 

19 abril 2025

28 de abril de 1945 - Benito Mussolini morreu fuzilado.

    Benito Mussolini foi capturado em 27 de abril de 1945 por partisans (resistentes italianos) enquanto tentava fugir para a Suíça com sua amante Clara Petacci, disfarçado como soldado alemão. No dia seguinte, 28 de abril de 1945, Mussolini e Clara foram executados por fuzilamento perto da vila de Dongo, no norte da Itália.

    Após a execução, os corpos deles foram levados para Milão e pendurados de cabeça para baixo em uma praça pública (Piazzale Loreto), como forma de humilhação e vingança popular. Essa imagem se tornou icônica e muitas vezes leva à confusão sobre o método da morte — mas o que matou Mussolini foi o fuzilamento, não o enforcamento.

Estadão, 28 de abril de 1995


    Vinte anos antes, em 28 de fevereiro de 1925, Mussolini havia escrito:

"Apenas na silenciosa coordenação e todas as forças, sob as ordens de um só homem, está o segredo perene de todas as vitórias ... Melhor as legiões do que os colégios [eleitorais]!".

    Dois dias depois, na Alemanha, seu admirador e parceiro Adolf Hitler teve destino similar. Desde 1920, Hitler que anteriormente projetava golpes de Estado nas cervejarias de Munique, e havia ajudado a criar o Partido Nacional Socialista, agia, declaradamente, sob inspiração do modelo fascista. Em 1930 o foco do partido mudou para antissemita e antimarxistas.

"Se fosse dado à Alemanha um Mussolini alemão ... o povo se ajoelharia para adorá-lo mais do que jamais com o próprio Mussolini." - Adolf Hitler, em entrevista ao Daily Mail, no dia 2 de outubro de 1923.




As semelhanças entre regimes ditatoriais

    Em regimes ditatoriais, a censura costuma ser uma das primeiras medidas adotadas pelos ditadores. Isso acontece porque o controle da informação é fundamental para manter o poder e evitar a organização de qualquer oposição. A censura não é apenas uma consequência da ditadura, mas uma de suas ferramentas essenciais desde o início.

    Por meio dela, os ditadores procuram: 

i) moldar a forma como os acontecimentos são interpretados pela população, promovendo apenas versões oficiais dos fatos; 

ii) impedir que jornais, rádios, TVs, livros e as redes sociais divulguem críticas ao regime para eliminar a contestação pública; 

iii) silenciar os seus opositores que poderiam influenciar a opinião pública contra o governo.

    Da mesma forma que no Brasil atual se encontram semelhanças com o governo fascista de Mussolini na Itália, o mesmo ocorre com o nazismo vigente na Alemanha entre 1933-1945.

    Na Alemanha, no dia seguinte ao incêndio do Reichstag, 28 de fevereiro de 1933, uma espécie de 8 de janeiro, o recém-eleito chanceler Adolf Hitler persuadiu o presidente Hindenburg a assinar um decreto “pela proteção do povo e do Estado suspendendo as sete seções da Constituição que garantiam as liberdades individuais e civis. Apresentado como “medida defensiva contra os atos de violência dos comunistas que punham em perigo o Estado”, o decreto estabelecia:

“Restrições à liberdade pessoal, ao direito de livre manifestação de opinião, inclusive a liberdade de imprensa, ao direito de reunião e de associação; violações das comunicações privadas postais, telegráficas e telefônicas; e mandados de busca domiciliar, ordens de confisco, bem como restrições à propriedade também são permitidos além dos limites legais prescritos em outras circunstâncias.”

    Hitler era um admirador e seguidor de Mussolini, e dez anos antes, em 2 de outubro de 1923, disse em entrevista ao Daily Mail: "Se fosse dado à Alemanha um Mussolini alemão ... o povo se ajoelharia para adorá-lo mais do que jamais com o próprio Mussolini."

    A Lei de Imprensa do Reich, promulgada em 4 de outubro de 1933, transformou o jornalismo em uma profissão regulamentada pelo Estado. 

Tá na rede!
    O exercício da função passou a exigir cidadania alemã, ascendência ariana e a proibição de casamentos com judeus. O artigo 14 da legislação estipulava que os editores deveriam impedir a publicação de qualquer material que pudesse confundir a opinião pública (“desordem informacional”), contrariar os interesses do Estado ou enfraquecer a força interna e externa do Reich, sua unidade nacional, defesa militar, cultura ou economia. A norma serviu para silenciar veículos e jornalistas opositores ou os que se recusavam a aderir ao regime.

    Ambos, Mussolini e Hitler, morreram em abril de 1945, poucos dias antes do final da Segunda Guerra Mundial.

Ditaduras: As semelhanças entre o passado da Itália e o Brasil de hoje

    


    21 de abril é uma data histórica e simbólica. Para os brasileiros, comemora-se o Dia de Tiradentes e que representa a luta pela liberdade e pela independência do Brasil; também, a partir de 1960, a inauguração da Nova Capital, Brasília, cuja concepção urbana está descrita aqui.

    Na Itália, celebra-se o aniversário de Roma, fundada  por Rômulo em 21 de abril de 753 a.C, segundo a lenda romana. A história registra também que lá o 21 de abril, embora não tenha relação direta com a origem do fascismo, foi usado por Benito Mussolini como um símbolo ideológico — uma forma de reivindicar a herança da Roma imperial e projetar o fascismo como o sucessor da antiga glória romana. Por exemplo, em 21 de abril de 1937, foi inaugurada a "Mostra Augustea della Romanità", celebrando 2.000 anos do nascimento do imperador Augusto — uma mostra que exaltava a continuidade entre o Império e o regime fascista.

"Apenas na silenciosa coordenação e todas as forças, sob as ordens de um só homem, está o segredo perene de todas as vitórias ... Melhor as legiões do que os colégios [eleitorais]!", escreveu Benito Mussolini, em 28 de fevereiro de 1925.

 

Águia romana
frequentemente usada para
evocar o Império Romano
    Cartazes comemorativos do 21 de abril mostravam muitas vezes gladiadoreslegionáriosbandeiras com SPQR (Senatus Populusque Romanus) e imagens de multidões saudando Mussolini. Trazia o 21 de abril como o renascimento da pátria — não só celebrando a fundação de Roma, mas também o “renascimento” da Itália sob o fascismo.

    Nesta data, em 1925, portanto há 100 anos, os intelectuais fascistas italianos divulgaram seu Manifesto aos intelectuais de todas as nações, concebido pelo filósofo Giovani Gentile. Contou com 250 signatários - poetas, músicos, pintores, catedráticos, literatos -, nomes entre os mais influentes da cultura nacional. 

    Todavia, 10 dias mais tarde, no Primeiro de Maio, foi publicado um contramanifesto, redigido por Benedetto Croce, o mais respeitável filósofo italiano e que contou com inúmeras assinaturas de escritores, professores e publicitários.




    Fascismo tornou-se tema obrigatório nos dias de hoje em nosso País. Isto por conta das semelhanças entre os acontecimentos na Itália daquela época e os do Brasil de hoje. Entre eles - censura, buscas domiciliares, prisão e morte de "subversivos", controle de redes telefônicas, do rádio e do cinema - (as redes sociais de antigamente).

Então... existe fascismo no Brasil hoje?


    Sob o ponto de vista acadêmico e mais rigoroso não, porque falta um regime autoritário total e um partido único, entre outros elementos. Contudo, sob uma visão ampla e comparativa sim, pois há práticas com traços fascistas, de uma tendência autoritária que resgata aspectos do fascismo histórico. Sob o ângulo político e ideológico às vezes o termo é usado como insulto para deslegitimar adversários, sem compromisso conceitual. 

*. *. *


PS.: Como não poderia ser diferente, o Brasil atual também guarda semelhanças com o nazismo. Na Alemanha, no dia seguinte ao incêndio do Reichstag, 28 de fevereiro de 1933, uma espécie de 8 de janeiro, o recém-eleito chanceler Adolf Hitler persuadiu o presidente Hindenburg a assinar um decreto “pela proteção do povo e do Estado suspendendo as sete seções da Constituição que garantiam as liberdades individuais e civis. Ambos, Mussolini e Hitler, morreram em abril de 1945, poucos dias antes do final da Segunda Guerra Mundial.

18 abril 2025

Golpes, revoluções, revoltas e rebeliões no Brasil


    A palavra golpe voltou a ser usada com bastante frequência por aqui. A normalidade no Brasil parece ser uma história de golpes, revoluções, revoltas e rebeliões que nos mostra um país marcado por diversas lutas sociais, políticas e econômicas desde o período colonial até os dias atuais.

    Essas manifestações refletem conflitos de interesses entre diferentes grupos sociais, insatisfações populares, disputas pelo poder e reações a contextos de crise. A “Proclamação da República”, por exemplo, foi um golpe de Estado. O primeiro presidente, Deodoro, desrespeitou a Constituição, fechou o Congresso e não completou o mandato. Seu vice, Floriano, assumiu o cargo, embora a Constituição determinasse a realização de novas eleições. Floriano reprimiu revoltas com mão de ferro, aplicando punições proibidas pela Constituição. Os livros de história nos fornecem um panorama cronológico e temático resumido da seguinte forma:



🏴 Período Colonial (1500–1822)

  • Revoltas Nativistas (séculos XVII–XVIII): Contra abusos da Coroa portuguesa.
    • Revolta de Beckman (1684, MA): Contra o monopólio da Companhia de Comércio do Maranhão.
    • Guerra dos Emboabas (1707–1709, MG): Disputa por controle das minas de ouro.
    • Guerra dos Mascates (1710, PE): Conflito entre senhores de engenho (Olinda) e comerciantes portugueses (Recife).
  • Revoltas Separatistas:
    • Inconfidência Mineira (1789): Inspirada pelo Iluminismo e pela independência dos EUA.
    • Conjuração Baiana (1798): Revolta popular, com forte participação de negros e pobres.

👑 Período Imperial (1822–1889)

  • Independência e consolidação do Império:
    • Confederação do Equador (1824, NE): Movimento republicano contra o autoritarismo de D. Pedro I.
    • Guerra da Cisplatina (1825–1828): Tentativa fracassada de manter a Província Cisplatina (hoje Uruguai).
  • Revoltas Regenciais (1831–1840): Período de instabilidade.
    • Cabanagem (1835–1840, PA): Revolta popular com grande violência.
    • Balaiada (1838–1841, MA): Movida por vaqueiros, escravos e artesãos.
    • Sabinada (1837–1838, BA): Rejeição ao governo central.
    • Revolução Farroupilha (1835–1845, RS): Movimento separatista com proclamação da República Rio-Grandense.

🎖️ República Velha e Era Vargas (1889–1945)

  • Golpe Republicano (1889): Fim da monarquia e proclamação da República por militares.
  • Revoltas populares:
    • Revolta da Armada (1893–1894): Contra o governo de Floriano Peixoto.
    • Guerra de Canudos (1896–1897, BA): Extermínio de comunidade sertaneja liderada por Antônio Conselheiro.
    • Revolta da Vacina (1904, RJ): Contra a vacinação obrigatória e medidas higienistas autoritárias.
    • Guerra do Contestado (1912–1916, SC/PR): Conflito por terras e contra exploração de empresas estrangeiras.
  • Movimentos Tenentistas (1922–1927): Jovens oficiais do Exército exigindo reformas políticas.
    • Revolta do Forte de Copacabana (1922).
    • Coluna Prestes (1925–1927): Longa marcha armada pelo interior do Brasil.
  • Revolução de 1930: Golpe que pôs fim à República Velha e levou Getúlio Vargas ao poder.
  • Intentona Comunista (1935): Tentativa de golpe de esquerda, reprimida por Vargas.
  • Golpe do Estado Novo (1937): Vargas instaura uma ditadura.

🪖 Contrarrevolução militar (1964–1985)

  • 31 de março de 1964: Militares depõem João Goulart e instauram uma ditadura de 21 anos.
  • Resistência à ditadura:
    • Guerrilhas urbanas e rurais, como a do Araguaia (1972–1974).
    • Movimentos estudantis, artísticos e sindicais contra o regime.
    • Diretas Já (1984): Pressão por eleições diretas na redemocratização.

🗳️ Período Democrático (1985–presente)

  • Impeachments:
    • Fernando Collor (1992): Acusado de corrupção, sofreu impeachment.
    • Dilma Rousseff (2016): Impedida sob alegações fiscais, com grande controvérsia política.

    Contudo, sem ter aprendido com a sua própria história, nos dias atuais o Brasil está convivendo sem a harmonia entre os Poderes da República prevista na sua Constituição de 1988. A cada dia que se passa, aumenta a interferência do Poder Judiciário, através do STF, nos demais poderes corroendo fortemente essa harmonia. O Brasil passou a conviver com censura, buscas domiciliares, prisão e morte de "subversivos", controle de redes sociais, exilados políticos e por aí vai, práticas estas só encontradas em regimes ditatoriais implantados através de golpes e/ou similares. O Brasil deu marcha à ré. Passou a usar os instrumentos empregados pelos modelos de governos comunistas, fascistas e nazistas.

    Isto sabendo-se que as barreiras democráticas existentes no País, e que precisam ser mantidas, criam espaço para que as pessoas se manifestem, deliberem, se organizem e litiguem em resposta a ações questionáveis ​​dos Poderes da República, permitindo, inclusive, que se viabilizem ações cívicas para promover o interesse comum do Brasil em uma democracia de direito. É uma missão digna de qualquer cidadão consciente, de qualquer partido ou convicção política.

    A última coisa que os brasileiros precisam é de um confronto amargo, rancoroso e, sobretudo, inútil como é o principal debate político que existe hoje no Congresso Nacional. É um clássico em matéria de situação perde-perde. E, pior que tudo, é um problema criado integralmente pelo STF. "Se não fossem as neuroses cada vez mais estridentes da nossa “suprema corte”, como diz Lula, absolutamente nada disso estaria acontecendo", afirmou recentemente J. R. Guzzo em um de seus artigos.