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29 dezembro 2024

Rupturas profundas e generalizadas na sociedade

2024 está se encerrando como um dos anos de maior ruptura generalizada na sociedade. Ela se fez presente em praticamente todos os continentes, com predominância nos regimes ditatoriais ou "democráticos" de esquerda e/ou que adotam a pauta wokevista como uma ameaça aos valores tradicionais, e associada à censura e ao controle social. Mesmo em países com controle severo dos meios de comunicação, muitos desses fatos foram revelados.



Dentre as reportagens divulgadas em 2024, destacam-se aquelas que explicitaram ataques violentos na China nos últimos meses perfurando o verniz de estabilidade de uma sociedade rigidamente controlada. Vejamos alguns desses casos. 

  • No final de setembro, um homem de 37 anos matou três pessoas e feriu outras 15 em uma onda de esfaqueamentos em um supermercado de Xangai. 
  • Em outubro, um homem de 50 anos feriu cinco pessoas em um ataque com faca em Pequim. Em 11 de novembro, um homem de 62 anos dirigiu em direção a uma multidão na cidade de Zhuhai, no sul, e matou 35 pessoas e feriu outras 43 no que é considerado um dos atos de violência criminosa mais mortais da China em décadas. 
  • Nos dias que se seguiram, um esfaqueamento em massa por um estudante de 21 anos matou oito e feriu 17 em uma escola profissional em Wuxi, perto de Xangai, e 
  • um ataque de carro que deixou várias crianças em idade escolar e pais feridos do lado de fora de uma escola primária na província de Hunan. 
  • Houve pelo menos 20 ataques desse tipo na China este ano, com um número de mortos de mais de 90 pessoas. 

Autoridades do governo chamaram esses incidentes de "isolados" e ofereceram explicações enfatizando motivações individuais: o motorista do ataque de carro em Zhuhai estava insatisfeito com seu acordo de divórcio, por exemplo; o agressor de Wuxi foi reprovado nos exames. 

Porém, em conjunto, os ataques revelam rupturas profundas e generalizadas na sociedade chinesa alimentadas pela estagnação econômica, desigualdade sistêmica e imobilidade e exclusão social. Como resultado, esses incidentes passaram a ser conhecidos como "ataques de vingança contra a sociedade".

Um estudo comparativo publicado no Journal of Threat Assessment and Management, em 2022, revelou que a China foi responsável por 45% dos esfaqueamentos em massa relatados em todo o mundo entre 2004 e 2017. Sua participação pode ser atribuída não apenas à ampla disponibilidade de facas e controle rigoroso de armas, mas também a tensões sociopolíticas, incluindo estresse financeiro severo. 

Atos violentos na China geralmente têm como alvo vítimas aleatórias em espaços públicos e às vezes são performáticos; em outras palavras, o ponto não é atingir um objetivo específico, mas sim chamar a atenção da sociedade. Embora o extenso aparato de censura do Estado efetivamente sufoque o discurso público estendido sobre ataques em massa, a organização sem fins lucrativos China Digital Times, sediada na Califórnia, documentou surtos de atividades online após tais incidentes — indicando intenso interesse público — antes que as postagens fossem apagadas pelos censores.

Os controles rígidos do Partido Comunista Chinês - PCCh apenas agravaram o problema. A violência sustenta a ordem social da China, e a vingança contra os ataques à sociedade deve ser entendida em parte como uma resposta à violência estrutural perpetrada pelo próprio Estado, incluindo o silenciamento da dissidência e outras estratégias de controle, como a política do filho único

Os ataques públicos são frequentemente reações à repressão. A ironia é que o governo geralmente responde a eles com ainda mais repressão. Após o ataque em Zhuhai, por exemplo, as autoridades locais rapidamente impuseram uma proibição de denúncias, proibiram o luto em público e "higienizaram" o site. E o Estado mobilizou suas capacidades legais e de vigilância em uma aplicação de cima para baixo da estabilidade de curto prazo, uma marca registrada da gestão de crise do PCCh.

Tais respostas vêm às custas de medidas que abordariam os problemas subjacentes que incitam a vingança contra os ataques da sociedade. Se o PCCh se apegar a um estilo de governança centralizado e autoritário, as fraturas sociais estão fadadas a se intensificar. "Sem reformas sistêmicas para lidar com essas questões, a China corre o risco de fomentar um ciclo de frustração e inquietação que pode cada vez mais explodir em violência e até mesmo ameaçar a estabilidade de longo prazo do país", afirma a reportagem do jornal citado anteriormente.

Respondendo a ataques violentos ou expressões em massa de descontentamento, o Partido, em uma sede de controle, historicamente confiou em algumas estratégias principais que provavelmente só se intensificarão. Entre as mais centrais estão a vigilância, o policiamento aprimorados, e a cultura do cancelamento, que se propagam pelo mundo inclusive aqui no Brasil.

A já extensa infraestrutura de vigilância da China — reconhecimento facial avançado, pontuação de crédito social, monitoramento orientado por IA — está se expandindo ainda mais. Novas tecnologias, como o sistema Crowd Emotion Detection and Early Warning Device, que as autoridades afirmam poder analisar o comportamento e as emoções de grandes grupos de pessoas, podem ser usado para ajudar a detectar distúrbios, destacando os esforços do Estado não apenas para responder aos ataques, mas para evitá-los completamente. 

Medidas adicionais, como maior presença policial perto de escolas e em espaços públicos e monitoramento intensificado durante períodos politicamente sensíveis, evocam os modelos de segurança em regiões como Xinjiang, onde o governo chinês reprime sistematicamente os uigures e outras minorias muçulmanas há anos no que se tornou um estado policial provincial de fato.

Como o sociólogo Xueguang Zhou observou, a abordagem do PCCh não depende apenas da mobilização, mas também da propaganda, que se encaixa na censura do partido e na gestão narrativa. A rápida exclusão de comentários críticos nas mídias sociais e a supressão do discurso público garantem que os ataques em massa sejam enquadrados como incidentes isolados, em vez de sintomas de falhas sistêmicas mais profundas. 

Ao controlar a narrativa, o PCCh busca evitar a indignação pública e incidentes de imitação, mantendo sua imagem de autoridade. Mas essas medidas pesadas, por sua vez, perpetuam sentimentos de alienação e agitação entre o povo chinês, aumentando o risco de mais ataques.

Wu Si, o ex-editor-chefe do periódico de história Yanhuang Chunqiu, disse que "regras ocultas" governam a sociedade chinesa — sistemas informais que "não são éticos nem inteiramente legais", mas sustentam a estrutura social. 

Mas a frequência crescente de vingança contra ataques à sociedade sugere que a indiferença do Partido a certos direitos e sua repressão à dissidência podem estar tendo um efeito não intencional: o aumento da violência que pode parecer apolítica à primeira vista, mas constitui uma rejeição desesperada do status quo político. E se o Partido não conseguir expandir as oportunidades econômicas e reduzir as desigualdades e injustiças estruturais, ele pode acabar se deparando com desafios maiores do que a vingança contra ataques à sociedade.

Da mesma forma, tais desigualdades estruturais têm alimentado uma variedade de manifestações nos últimos anos. Esses protestos destacam o crescente descontentamento entre diversos grupos e, para muitos, representam um protesto contra décadas de repressão.

12 dezembro 2024

Brasil cai em ranking global de competitividade


O Brasil caiu 6 posições no Índice Firjan de Competitividade Global, de acordo com o levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro divulgado nesta quarta (11).

Segundo a publicação, o país ocupou em 2023 a 46ª posição entre 66 nações, um retrocesso em relação à 40ª posição alcançada há dez anos. A análise revela piora em três dos quatro grupos de indicadores avaliados: eficiência do Estado, infraestrutura e ambiente de negócios.

A Firjan aponta que houve avanço apenas no quesito de capital humano, mas insuficiente para acompanhar o progresso de outros países. “Quando olha eficiência do estado como um todo, o Brasil piorou no quesito controle da corrupção, nas tarifas e na proteção excessiva”, disse Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da instituição.

Veja o posicionamento do Brasil no ranking da Firjan em cada categoria:

Capital humano: 33º;

Infraestrutura: 47º;

Ambiente de negócios: 51º;

Eficiência do Estado: 52ª.

Portanto, o ponto mais crítico para o país é a eficiência do Estado, com uma queda para a 52ª posição no quesito que avalia controle da corrupção, qualidade dos serviços públicos, respeito aos contratos e funcionamento do Judiciário.

A percepção de qualidade dos serviços públicos, por exemplo, coloca o país entre os oito piores, superando apenas sete nações. “Brasil está entre os oitos piores, ocupando a 56ª posição, ultrapassado por Índia e África do Sul, na eficácia do Estado”, emendou Goulart.

Outro quesito mal avaliado apontado pelo executivo é o respeito às regras e contratos e a ação do Judiciário, que afetam diretamente a confiança em investir no país.

Na infraestrutura, o cenário também é preocupante. A instalação de energia elétrica para novos negócios, por exemplo, leva em média 128 dias no Brasil, comparados aos 53 dias na Índia, um país com desafios semelhantes de desenvolvimento.

“[Brasil e Índia] estão na mesma corrida pelo desenvolvimento”, aponta Goulart.

Os 10 países líderes em competitividade:

1- Cingapura; 2- Suíça; 3- Dinamarca; 4- Finlândia; 5- Suécia; 6- Coreia do Sul; 7- Alemanha; 8- Noruega; 9- Áustria;10- Holanda. Veja na íntegra.

Segundo a pesquisa, o Brasil perde em competitividade para, entre vários países, o Panamá (40º), Vietnã (41º), Índia (42º), Indonésia (43º), Marrocos (44º) e África do Sul (45º). E aparece à frente de nações como a Sérvia (47º), Argentina (48º) e Paquistão (66º), último colocado no ranking.

No ambiente de negócios, mesmo com avanços em qualidade regulatória, o Brasil ainda não alcança seus pares. Fatores como segurança urbana e estabilidade política seguem sendo barreiras para melhorar a posição.

O único grupo de indicadores em que o Brasil não regrediu foi o de capital humano. No entanto, o investimento em educação por aluno é muito inferior ao dos líderes do ranking.

Segundo o estudo, o Brasil investe cerca de US$ 3,7 mil por aluno, enquanto a média dos cinco primeiros países (Cingapura, Suíça, Dinamarca, Finlândia e Suécia) é de US$ 22 mil.

Para Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, a educação de baixa qualidade é um dos principais entraves ao desenvolvimento do país. “As pessoas acabam não tendo acesso a uma educação de qualidade”, pontuou.

“Isso vira uma barreira para que consigam melhores postos de trabalho e um gargalo para as empresas que não conseguem mão de obra preparada para os novos tempos, à altura dos enormes desafios que as transformações tecnológicas impõem”, completou Caetano.

15 setembro 2024

FOI JK QUEM CRIOU A UnB

Por Vicente Limongi Netto

É o fim da picada. Patético e inacreditável. O Correio Braziliense continua incansável na ânsia de  publicar artigos de professores da UnB, desta feita, os notáveis Isaac Roitman e Fernando Oliveira Paulino( edição de 06/09) destacando que Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira foram os idealizadores da Universidade de Brasília. Basta de cansativas lorotas. Não é verdade. Respeitem os fatos e os leitores. Quem fundou a Universidade de Brasília foi o presidente Juscelino Kubitschek. É falso atribuir a Darcy Ribeiro a iniciativa da criação da UnB. Não tem amparo nos fatos. Darcy foi o primeiro reitor, mas foi Juscelino Kubitschek quem determinou todas as providências para criá-la, incumbindo o ministro da Educação, Clóvis Salgado, que as levou a bom termo.

Quem se interessar por detalhes, pode consultar, na Biblioteca Central da UnB, além do depoimento de Cyro dos Anjos, ex-secretário particular de JK, também os relatos do ministro Clóvis Salgado e de historiadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com perto de 10 horas de gravações que integram o projeto “História Viva”, daquela universidade.

O presidente JJK atribuiu a Cyro dos Anjos a incumbência de elaborar os atos de criação da UnB, cujo marco inicial foi o radiograma de JK ao ministro da Educação, Clóvis Salgado, datado de 2 de abril de 1960:

“Ministro Clóvis Salgado, a fim completar programa cultural nova capital não posso deixar de fundar a Universidade de Brasília portanto peço estudar plano e redigir mensagem a ser enviada ao Congresso tendo em vista desse objetivo pt precisamos porém criar universidade em moldes rigorosamente modernos pt gostaria remeter mensagem Congresso dia 21 abril pt sds JK“.

O radiograma de JK coroou os esforços de seu ministro da Educação, Clóvis Salgado, de todos conhecidos e relevados no relatório quinquenal do MEC apresentado a JK em 31 de dezembro de 1960, em cujas páginas de números 286 a 295, no capítulo Universidade de Brasilia, estão todos os procedimentos que nortearam a criação da UnB estabelecidos pela comissão nomeada por Clóvis Salgado.

Quem participou – A comissão era integrada, nessa ordem, pelo reitor da Universidade do Brasil, Pedro Calmon; pelo presidente do Conselho Nacional de Pesquisas, João Cristovão Cardoso; pelo Diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, Anísio Teixeira; pelo presidente da Comissão Supervisora dos Planos dos Institutos, Ernesto Luís de Oliveira Junior; pelo coordenador da Divisão de Estudos e Pesquisas Sociais do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, Darcy Ribeiro; e pelo diretor de Programas da Comissão de Aperfeiçoamento de Pesquisas de Nível Superior, Almir de Castro.

Cyro dos Anjos, nascido na cidade de Darcy Ribeiro (Montes Claros, Minas Gerais), incluiu o conterrâneo na comissão e sugeriu o nome dele para reitor quando não havia candidato a esse cargo e a UnB só existia no papel. Foi assim que aconteceu. 

24 agosto 2024

CAVN - Uma ponte para o futuro

 

        No próximo dia 7 de setembro de 2024 será comemorado o primeiro centenário do Colégio Agrícola Vidal de Negreiros. Na sua inauguração, em 1924, foi inicialmente denominado de Patronato Agrícola, posteriormente de Aprendizado Agrícola, em seguida de Escola Agrotécnica. Todas essas denominações finalizadas com Vidal de Negreiros, em homenagem a André Vidal de Negreiros, um dos líderes da Insurreição Pernambucana contra a colonização holandesa no Brasil. Essa unidade educacional teve sua origem através do Decreto No. 12.893 de 28/02/1918, e sempre esteve sob a administração do governo federal.

Vista aérea da sede do CAVN

        Atualmente o Colégio está vinculado à Universidade Federal da Paraiba (Campus III), com sua sede localizada a 2 km da cidade de Bananeiras, estado da Paraíba, distante cerca de 140 km de sua capital João Pessoa.

        Sob o ponto de vista pedagógico, os que lá se tornam alunos recebem ensinamentos teóricos, conhecimentos das práticas agropecuárias - “Aprender Fazendo” - e participam de atividades profissionais, esportivas e sociais.

        São muitas as histórias oriundas de seus milhares de ex-alunos. Em comum elas possuem um traço que o define não apenas como uma escola, mas como uma extensão de suas residências familiares, tal o aconchego encontrado naqueles que fizeram e fazem o Colégio até os dias atuais. Aqui não haveria espaço para citar os depoimentos de todos os alunos. Por isso mesmo, apenas um deles será exposto, propositadamente de forma anônima, pois traduz - com exatidão - a síntese de todos os demais.

"Devo tudo de minha vida a Deus e ao nosso amado CAVN. Foi lá que recebi os melhores ensinamentos técnicos e humanitários, que me fizeram trilhar pelos caminhos da Agropecuária e também de minha formação como pessoa."

        As comemorações terão duração de uma semana tendo seu ápice nos dias 6 e 7 de setembro. A sua programação está ilustrada na imagem abaixo. Para todos aqueles que estiveram - "moraram" - no CAVN por algum tempo, a maioria dos eventos dessa programação relembra atividades comuns praticadas anualmente do Colégio, em momentos festivos durante toda a sua existência.





13 julho 2024

A Índia precisará de 1 milhão de engenheiros de alta tecnologia à medida que a economia se expande

Acabo de ler um artigo sinalizando que o setor de tecnologia da Índia precisará de mais de 1 milhão de engenheiros com habilidades avançadas em inteligência artificial e outras especialidades nos próximos 2 a 3 anos e que essa demanda não será atendida a menos que o governo reforce significativamente a educação e o treinamento em todo o país.

O setor tecnológico da Índia está avaliado em 254 bilhões de dólares, desempenha um papel importante na economia, empregando cerca de 5,4 milhões de pessoas. Os serviços tecnológicos representam cerca de 7,5% do produto interno bruto do país, de mais de 3 trilhões de dólares.

O mesmo artigo traz as advertências de economistas conhecidos que afirmam que a fraca escolaridade da Índia prejudicará as perspectivas de crescimento num país onde mais da metade dos 1,4 bilhão  de habitantes têm menos de 30 anos.

Tal fato me fez lembrar de uma entrevista concedida por Jonh Mayo, presidente do Laboratório Bell,  à revista Veja há exatos trinta anos (1994) (que saudades da Veja daquele tempo) quando respondeu a seguinte pergunta, formulada por Euripedes Alcântara: 

"Que desafios o avanço das tecnologias coloca para as novas gerações? ". 

Mayo respondeu: "O maior desafio é profissional. É preciso descobrir onde estão os empregos do futuro próximo. Nesse cenário, a idéia mais corrente é que a tecnologia está reduzindo o número de empregos numa velocidade nunca vista. É uma idéia errada. A tecnologia está mudando a natureza dos empregos, mas não está destruindo postos de trabalho. Muitas funções básicas, primárias e mal pagas desaparecerão para dar lugar a novos postos de trabalho mais qualificados. A idéia perversa de que as novas tecnologias estão desempregando os engenheiros e os colocando para vender sanduíches não é verdadeira. Ou não é inteiramente verdadeira".

[ ... ] "As novas tecnologias estão criando mais empregos do que aqueles suprimidos por elas. A tendência é cristalina. Hoje em dia a oferta de emprego nos Estados Unidos é maior do que em qualquer outra época de sua História. Isso se deve a tecnologia. Isso nao é nenhuma novidade. Sempre foi assim. A revolução industrial criou mais empregos do que havia antes dela."

 [ ... ]  " Se há um conselho a ser dado aos jovens, é o de que tudo quanto eles aprenderam nos quatro ou cinco anos de universidade é suficiente apenas para o primeiro ano de vida profissional. Para os anos seguintes, o aprendizado terá de ser recomeçado. As chances de fazer uma carreira apenas com o que se aprendeu na universidade hoje em dia é zero. Uma carreira profissional dura em torno de trinta a 35 anos. No ritmo em que pesquisa avança atualmente, isso significa que a pessoa passará por quatro a cinco revoluções tecnológicas. Cada uma significará uma chance de a pessoa se tornar osoleta para o mercado de trabalho. Portanto, o processo de aprendizado tem de ser contínuo."

Artigos como esse acima foram importantes para, em 2006, se formular para o Brasil um plano de formação de recursos humanos para TICs. O plano (FCHS) foi formulado mas sua implementação, por razões políticas - troca dos titulares no Ministério da Ciência e Tecnologia - não saiu do papel. Mas, mesmo assim, ganhou também destaque em uma matéria na imprensa.

O projeto Formação de Capital Humano em Software (FCHS), tinha como base o desenvolvimento simultâneo de módulos de capacitação para reciclagem, reeducação, formação técnica e superior de profissionais. Naquela época o déficit apontado para 2012 era de 230 mil profissionais. Esse quadro na área de Tecnologia da Informação não tem se alterado. Ele é reflexo da acentuada transformação digital ocorrida no mundo, conforme já discorremos aqui.

Bom, o assunto, no mundo inteiro, não sai das manchetes. E parece mais grave devido a maior rapidez do avanço das tecnologias e - de forma inversa - a formação de recursos humanos devidamente qualificados.

As estimativas mais conservadoras são de que a lacuna na oferta e procura de talentos digitais deverá aumentar dos atuais 25% para cerca de 29% em 2028. Percentuais esses que nunca diminuíram durante os últimos 30 anos.

03 janeiro 2024

A bagaça que Harvard e outras universidades americanas se tornaram

Claudine Gay renunciou ao cargo de presidente da Universidade de Harvard na terça-feira em uma carta à comunidade universitária.

A renúncia relatada de Gay ocorre na sequência de inúmeras alegações de plágio, bem como seu controverso depoimento ao Congresso sobre o que Harvard está fazendo para combater o antissemitismo no campus após o ataque do Hamas a Israel.

Gay foi atingida com quase 50 alegações de plágio afetando oito de seus 17 trabalhos publicados.

Não é um caso isolado

A renúncia de Gay ocorre depois que Liz Magill anunciou que deixaria o cargo de presidente na Universidade da Pensilvânia, também em meio a acusações de que ela não estava fazendo o suficiente para combater ataques verbais e físicos contra judeus no campus.

Em dezembro, Gay e Magill, juntamente com Sally Kornbluth do MIT, testemunharam ao Congresso e evitaram responder se o apelo ao genocídio dos judeus violava os códigos de conduta das universidades.


Após essa audiência no Congresso, diversos doadores de alto perfil suspenderam suas doações para a escola da Ivy League, e as inscrições antecipadas para Harvard caíram cerca de 17%.




19 dezembro 2023

Governo Lula prepara ofensiva contra o agro no Plano Nacional de Educação

A reportagem do jornalista Marcos Tosi, publicada na Gazeta do Povo deste domingo 17/12/2023, revela que no próximo mês de janeiro, férias de muitos brasileiros, o governo Lula receberá caravanas de militantes em Brasília numa mobilização para incluir pautas progressistas e de viés de esquerda dentro do Plano Nacional de Educação 2024-2034. Confira o seu conteúdo completo no texto a seguir e, posteriormente, este outro "O Brasil está produzindo alimentos demais, e isso vai contra as noções de virtude das cabeças mais avançadas da Europa. O Brasil é um horror, talvez o maior horror de hoje, para a “agenda 2030”, aqui neste link.

* * *.


O MST e a CUT foram convidados para contribuir com as políticas públicas nacionais que serão encampadas pelo Ministério da Educação na próxima década. Curiosamente, instituições como a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), que é a principal representante do setor agropecuário, não estão listadas no documento oficial com os “atores sociais” convocados para a conferência.

Uma das diretrizes do documento-base da Conferência Nacional de Educação 2024, chancelado pela Presidência da República e pelo Ministério da Educação em outubro, diz que “se faz urgente a contraposição efetiva do Estado, nas suas diversas esferas federativas, às políticas e propostas ultraconservadoras”.

Dentre os alvos, são listados os colégios cívico-militares (pede-se sua “desmilitarização”), o homeschooling (visto como tentativa de descriminalizar a educação familiar) e, diz o texto, os diversos grupos “que desejam promover o agronegócio por meio da educação”.

Quanto aos colégios cívico-militares, o atual governo já acabou com o programa em nível federal, mas não conseguiu impedir que o sucesso do formato se espalhe pelo país. No Paraná, por exemplo, em consulta pública à comunidade, mais 83 escolas (de 126 consultadas) decidiram integrar o modelo cívico-militar no ano que vem. Isso elevará o total para 289 colégios, inclusive os 12 abandonados pelo MEC, que serão incorporados pelo estado. Outras 28 escolas vão votar, ainda este ano, a adesão ao sistema, podendo o número final ultrapassar 300 colégios.

Em relação à educação domiciliar, a tentativa de movimentos esquerdistas de criminalizá-la foi negada pelo STF, mas ainda falta regulamentação por parte do Poder Legislativo, o que deixa as famílias expostas a interpretações locais ideologizadas.

Esquerda declara guerra a iniciativas que valorizam o agro

Na frente de combate ao agronegócio, estão na mira o programa De Olho no Material Escolar (DONME), que surgiu no interior de São Paulo, em 2020, como reação a conteúdos ideológicos, distorcidos e desatualizados sobre a agropecuária brasileira em livros didáticos, e o programa Agrinho, iniciativa da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) que existe desde 1996 e é replicada por vários outros estados.

No Paraná, o Agrinho mobiliza todos os anos mais de um milhão de estudantes, e 80 mil professores, em concursos de redação e projetos pedagógicos envolvendo temáticas sociais, de meio ambiente, saúde e cidadania.

Na plenária estadual preparativa para a conferência de educação em Brasília, sindicalistas reunidos em Curitiba aprovaram uma moção de repúdio à “série de prejuízos e violações que o Programa Agrinho acomete aos objetivos da escola pública”. Não foi detalhado, no entanto, quais prejuízos seriam esses. A Secretaria Estadual de Educação, que participou da conferência preparatória, informou que não assinou nenhuma moção contra o Agrinho e que, pelo contrário, dá total apoio ao programa.

Contatada pela Gazeta do Povo para comentar o ataque a seu projeto de responsabilidade social, a Faep informou, em nota, que o material didático do Agrinho apresenta um conteúdo “de acordo com a realidade das crianças e professores, com atualizações constantes de especialistas de diversos estados e também do exterior”.

Ideologia à frente da educação

“Em 2020, por exemplo, o tema ‘Agro pela Água’ permitiu que os alunos trabalhassem, em sala de aula e na comunidade, o uso racional deste recurso, para que não volte a faltar no futuro. Naquele ano, a estiagem castigou tanto o campo quanto a cidade”, aponta a Faep.

Na avaliação da instituição, “os ataques ao Programa Agrinho, consolidado na educação do Paraná e com diversos exemplos de contribuição para formação do cidadão, são infundados, e têm como origem pessoas despreparadas, que não conhecem a essência do trabalho e que, em muitos casos, colocam a ideologia à frente da educação”.

Outro alvo da Conae 2024 é o movimento De Olho no Material Escolar. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos e sem ligação com grupos políticos criada em São Paulo por pais de alunos inconformados com conteúdos distorcidos sobre a agropecuária nos livros didáticos. A proposta do movimento é revisar esses materiais, a partir de dados científicos, públicos e atualizados. A curadoria tem o apoio de instituições como a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Instituto de Zootecnia, Embrapa, Insper e FGV.

A empresária Letícia Jacintho, de Barretos (SP), fundadora do movimento, observa que muitas afirmações encontradas nos materiais didáticos retratam realidades obsoletas, de cem anos atrás.

O que particularmente tem irritado os ativistas de esquerda é que o movimento não busca confrontação, mas cooperação com editoras de livros didáticos, para que os autores conheçam a realidade do agronegócio nacional, com visitas a fazendas, feiras agropecuárias e agroindústrias.

Agro do século 20 ou 21?

O movimento criou uma dinâmica positiva junto às principais editoras do país. Mario Ghio, CEO da editora Somos Educação, classifica o "De Olho" como "uma ponte fundamental com a geração de tecnologia, com os pesquisadores e com a atividade econômica do mundo agro".

"De fato, na sala de atual, o mundo agro está sendo retratado ainda muito mais com a imagem do século 20 do que do século 21. Então, nosso esforço é trazer a percepção do mundo agro para o século 21", afirmou Ghio após encontro de editoras.

No interior de São Paulo, durante uma filmagem o autor de um livro didático quis ver onde estavam os boias-frias cortando cana, sem se dar conta de que, atualmente, quase a totalidade da colheita da cana-de-açúcar no estado é mecanizada. Muitos nunca ouviram falar do Vale do Silício Caipira, em Piracicaba, que concentra dezenas de empresas agritechs, várias delas incubadas pela Esalq, ao lado de gigantes como Bayer, Raízen e Suzano. 

“É algo que eles não conheciam, é uma cortina que se abre. E o setor educacional se encanta com isso, afinal, a editora quer mostrar o melhor. Não consigo acreditar que um professor levante de manhã planejando dar a pior aula. Todo mundo tem vontade de dar uma boa aula. Muitas das editoras estão listadas na bolsa, empregam gente, e tem noção da sua importância para a sociedade”, observa Letícia Jacintho.

Visitas in loco e Agroteca mostram a realidade

Estudantes e professores também têm participado dessas excursões para ver in loco as áreas de conservação nas fazendas, o uso de EPI, o plantio direto, a Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) e outras boas práticas que não são contadas pelos detratores do agronegócio.

Nesta reação aos mitos e ataques contra o setor rural, o movimento De Olho no Material Escolar criou uma biblioteca digital, a Agroteca, com dezenas de conteúdos de livre acesso, como artigos, games, vídeos, infográficos, reportagens e livros, abordando em bases científicas temas sobre o agronegócio exigidos das escolas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

“Para saber sobre índio, a pessoa tinha que entrar no site da Funai; se é desmatamento, no site do Ibama; se é solo, na Embrapa. Com frequência, são materiais muito técnicos, de difícil tradução para as crianças. Por isso, às vezes o autor vai no Google e acaba adotando a linguagem das ONGs internacionais, de fácil acesso. O que nós estamos fazendo é pegar conteúdos que estão prontos e trazendo para um repositório, que é a biblioteca virtual. Não estamos influenciando na escrita. A gente simplesmente abre fontes para os autores. Eles usam o que quiserem”, ressalta a fundadora do movimento.

Grupos marxistas defendem ataques do Enem ao agro

Desde que surgiu, o movimento De Olho no Material Escolar tem sido atacado pela esquerda, por associações como a De Olho nos Ruralistas, e por grupos de professores ligados ao marxismo agrário.

“Buscam a todo custo impedir que nas escolas públicas e particulares se debata sobre desmatamento e queimadas, sobre trabalho escravo e superexploração do trabalho, sobre concentração fundiária, da riqueza e da renda, sobre a violência no campo, como se tudo isso fosse coisa do passado e não existisse mais no campo brasileiro, no qual reinaria o agro pop, tech, tudo”, reagiram, ainda em 2021, professores do Grupo de Estudos, Pesquisas e Extensão em Geografia Agrária da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e do Grupo de Trabalho sobre Assuntos Agrários da Associação dos Geógrafos Brasileiros, também do Rio de Janeiro. Este último aprovou recentemente “Nota de Repúdio à Tentativa de Censura ao ENEM 2023”, defendendo as questões ideologicamente distorcidas para atacar o agronegócio.

Sobre a crítica de que o movimento De Olho no Material Escolar tem viés ideológico e anticientífico – justamente aquilo que se propõe a combater – Letícia Jacintho lembra que os questionamentos são feitos a partir de dados científicos atuais. “Temos o apoio de grandes instituições de pesquisa que participaram de toda a transformação que aconteceu na agricultura ‘tropical’ nas últimas décadas, e que nos dão curadoria e embasamento científico sobre os temas do setor rural, como Esalq e Instituto de Zootecnia (IZ), além de instituições educacionais como Embrapa, Insper, FGV e outras”, rebate.

Instituições ligadas ao agro reagem à ofensiva ideológica

Em reação à ofensiva do governo Lula contra o agro no setor educacional, quatro instituições assinaram uma "carta à nação brasileira" preparada pela Associação de Olho no Material Escolar, que aponta pontos críticos e equivocados do documento-base para o Plano Nacional de Educação.

De saída, causou estranhamento o curto prazo entre a convocação da conferência (11 de setembro) e a divulgação do documento-base (18 de outubro). "A expectativa de obtenção de documento plural, passível de beneficiar o pleno acesso à educação de qualidade por todos os brasileiros, foi frustrada", diz a carta. Em vez de construir consensos, despertou debates acalorados que podem se estender por meses e anos. "É inegável que o conteúdo divulgado pela CONAE 2024 é motivo de séria e constante preocupação para o cidadão brasileiro, combalido pelo fardo de desafios históricos que o setor educacional nacional não tem conseguido superar", pontua a nota.

Além da DONME, assinam a carta a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB).

Querem embutir no PNDE posição refratária à iniciativa privada

Veja os pontos críticos apontados pelas instituições no documento-base da Conae 2024, que norteará o Plano Nacional de Educação:

Ausência de base técnico-científica na abordagem do conteúdo: há referências pejorativas e parciais com juízos de valores questionáveis sobre gestões anteriores desde a democratização do País;

Postura refratária à inciativa privada e seu papel no desenvolvimento econômico, além de pautas legítimas à sociedade, como o amplo debate ao direito das famílias de educarem seus filhos (democratização da educação); a exemplo da educação domiciliar;

Limitado rigor técnico na análise do PNE 2014-2024, atendo-se apenas a sumário descritivo dos seus resultados, sem refletir sobre a pertinência das metas, das estratégias ou dos indicadores;

Falta de rigor técnico na contextualização do tema de cada eixo, utilizando-se de um discurso prolixo com margem a questionamento do teor ético, o que dificulta a comunicação (para a sociedade) e o entendimento das razões que levaram às escolhas dos direcionamentos;

Ausência de análise metódica dos problemas, das suas causas e consequências e das suas relações lógicas de modo a se permitir a definição de objetivos, diretrizes e metas, além da concatenação de iniciativas a fim de se garantir efetividade e maximização de recursos;

Ausência de clareza, aprofundamento e contextualização de temas relacionados à ideologia e identidade de gênero. Ausência de proposição de letramento.

Necessidade de distinguir fatos dos mitos

Ouvido pela reportagem ainda antes da divulgação do documento esquerdizante preparatório para a Conae 2024, José Otavio Menten, professor da Esalq/USP e presidente do Conselho Científico Agro Sustentável, sublinhou que o desafio na área educacional, no que tange à agropecuária, está em fazer prevalecer os fatos, e não os mitos.

“Essas pessoas, ou mal informadas, ou por vontade ideológica de ser contra o agro, acabam sendo mais eficientes na comunicação do que os técnicos e os cientistas. Essa tentativa de desvalorizar o campo é extremamente injusta. Aquela história do Jeca Tatu indolente, do coronel que explora o empregado e que produz muito pouco, do filho menos competente do proprietário que fica na roça, o resto vai para a cidade, isso mudou completamente", diz Menten.

"O Brasil é líder mundial na agricultura tropical. Fizemos uma revolução. Não dá para entender hoje no Brasil quem não tenha orgulho de nosso agro. Não somos fiscais. No ambiente acadêmico é normal a divergência, mas queremos competência técnica”, assegura.

Se o agro brasileiro fez uma revolução tecnológica e produtiva nas últimas décadas, um novo capítulo da contrarrevolução do governo Lula já tem data para lançamento: de 28 a 30 de janeiro de 2024, em Brasília, na Conferência Nacional de Educação 2024.


06 dezembro 2023

PISA: 73% dos estudantes brasileiros estão abaixo do nível mínimo em matemática

Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2022 foram divulgados, nesta terça-feira (5/12), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), pelo Ministério da Educação e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O destaque entre os resultados foi o baixíssimo nível de desempenho dos estudantes brasileiros em matemática. 

Obviamente, deve se perguntar também por que com todo o dinheiro investido em nossa educação, os nossos jovens aprendem menos do que há 20 anos, segundo o Pisa. Ou por que, segundo dados da OCDE, no Brasil, 67% dos jovens de 15 e 16 anos levariam zero em matemática, leitura e ciências se comparados a seus colegas de toda parte. A mesma pesquisa da OCDE nos colocou em 58o lugar entre 65 países.

Tais resultados demonstram que não foram levadas a sério  a Lei de Diretrizes e Bases de 1961 e uma mensagem de um ex-presidente da República encaminhada ao Congresso Nacional, há mais de 60 anos, na qual se ler que uma verdadeira democracia só se alcança quando todos os cidadãos, sem nenhuma distinção, tiverem acesso a uma educação de qualidade.

A LDB/1961, estabeleceu escola pública, universal, gratuita e laica para todos os brasileiros. O ensino dela decorrente, deveria estar sintonizado com amplo projeto político e liberal, onde o mérito deveria ser o mais essencial critério de progresso do individuo e o método de impulsão e de produtividade de toda a sociedade.

Resultados

De acordo com os resultados do Pisa 2022, o Brasil atingiu a pontuação de 379 em matemática, em contraste com a média dos países da OCDE, que foi de 479. Quanto ao nível de desempenho, a escala vai de 1 a 6, sendo que 2 é considerado o nível "básico" de conhecimento e, abaixo dele, é um resultado insatisfatório. Considerando isso, 73% dos estudantes brasileiros ficaram abaixo do mínimo (nota 2), enquanto os países da OCDE possuem apenas 31% de jovens na mesma faixa. Considerando o ranking geral nesta área, nosso país ficaria entre a 62ª e 69ª posição.

Já nas áreas de leitura e ciências, a diferença não é tão significativa em comparação aos países da OCDE, e também há bem menos estudantes em nível abaixo do básico. Em leitura, o Brasil pontuou 410 e os membros da OCDE 476 - o resultado foi semelhante entre países da América Latina. Houve também concentração menor de jovens abaixo do nível 2 (50%) - enquanto essa mesma taxa na OCDE é 27%. Em ciências, o Brasil obteve 403 pontos e a OCDE 485 - 55% dos estudantes ficaram abaixo de 2 e na OCDE essa taxa foi de 24%. 

 


 

 

O que é o Pisa

O Pisa é o principal exame internacional em educação e mede, a cada três anos, o desempenho de estudantes de 15 e 16 anos — idade em que a maioria dos alunos caminha para o fim do ciclo da educação básica.

A medição ocorre por meio de um teste computadorizado de duas horas de duração nas competências de leitura, matemática e ciências.

O objetivo não é medir conhecimentos específicos (por exemplo, se os alunos sabem aplicar determinada fórmula matemática), mas sim se as escolas são capazes de prepará-los para a vida adulta, de acordo com Andreas Schleicher, coordenador do Pisa. 

Na prática, o que o exame avalia é se esses estudantes são capazes de entender plenamente um texto, formular, empregar e interpretar conhecimentos matemáticos em diferentes contextos e compreender conceitos, dados e fenômenos científicos que lhes permitam engajar-se na sociedade como um "cidadão letrado".

Na edição de 2022, cerca de 690 mil estudantes fizeram a prova no mundo todo, uma amostra que representa 29 milhões de adolescentes de 15 anos. 

No Brasil, 10.798 alunos de 599 escolas completaram a prova de Matemática. Eles representam cerca de 2,3 milhões de alunos de 15 anos (cerca de 76% da população total com esta idade).

Perfil dos participantes do Pisa 2022 no Brasil:

  • 73,1% dos estudantes da rede estadual
  • 81,9% dos matriculados no ensino médio
  • 96,5% das escolas em área urbana
  • 76,4% das escolas localizadas no interior
[ ... ] "Nenhum vetor da atividade humana se presta mais para a dominação do homem pelo homem do que a educação.

Embora nada seja feito de concreto para retirar da ignorância grande parcela de nossos patrícios, a doutrinação ideológica está ostensiva ou subliminarmente presente em todas as atividades educacionais públicas no país."

(*) Texto do livro "Dez anos de PT e a desconstrução do Brasil", 2013. p. 23-24, do autor José Gobbo Ferreira.

18 novembro 2023

Introdução à Neuropedagogia

Por Stephen Kanitz

Com o advento da Ressonância Magnética, foi possível observar pela primeira vez na historia os detalhes do funcionamento do cérebro humano, inaugurando uma nova era de compreensão sobre os processos cognitivos. 

Isso catalisou o desenvolvimento de novos métodos de ensino revolucionários, embasados em pesquisas científicas sobre a aprendizagem cerebral, um domínio anteriormente nebuloso.

A discussão sobre neuropedagogia ganhou relevância a partir da década de 1990, embora não tenha se difundido amplamente no Brasil. 

Isso por que durante esse  período, o país nomeou predominantemente economistas como Ministros da Educação, cuja compreensão de pedagogia, e mais especificamente de neuropedagogia, era limitada. 

Prevalecia a crença de que os desafios educacionais se resolviam principalmente através de investimentos financeiros e infraestruturais, mais salários, mais faculdades, mais Fies, mais bolsas educação.

A neuropedagogia desafia concepções pedagógicas tradicionais, revelando que até então havia um desconhecimento acentuado sobre como o cérebro processa informações visuais e auditivas e como ele forma conclusões essenciais para a sobrevivência.

Métodos convencionais, como os preconizados por Paulo Freire, são severamente questionados sob esta nova luz, com a neuropedagogia sugerindo que tais abordagens podem não ser tão eficazes quanto se pensava anteriormente.

Em vez de ensinar  emburrecem nossas crianças ano após ano até hoje. 

Crianças que assistem televisão perdem mais, crianças que assistem podcasts perdem menos. 

Crianças que estão permanentemente ao lados dos pais, como 30.000 anos atrás, perdem menos, crianças colocadas no ensino fundamental perdem mais.

Por isso estamos em último lugar nos testes educacionais, e nosso QI médio caiu de 99 para 86 em menos de 40 anos.

Perdemos de fato nossa capacidade olfativa que os animais ainda hoje possuem.

E perdemos bilhões de outros por que protegemos nossas crianças de todos os perigos e estímulos externos possíveis e os mantemos em escolas que pouco ensinam antes dos 18 pelas razões já expostas.

Hoje nossas crianças perdem sinapses e neurônios todo ano a partir dos 2 a 6 anos, ao ritmo de 50 trilhões de sinapses por ano.

Pedagogos acreditam que nosso cérebro desenvolve lentamente até os 18 anos, quando chegava a plenitude. 

Por isso ensinávamos assuntos complexos somente a nível da educação superior, e dos 6 aos 10 coisas as mais simples possíveis.

A neurociência mostra justamente o contrário. 

Nosso cérebro cresce vertiginosamente até os 2 a 6 anos de idade, dependendo da parte do cérebro, quando chega a ter no total 1 quatrilhão de sinapses, e 100 bilhões de neurônios.

Que pelo jeito eram necessários 30.000 anos atrás, senão as crianças não sobreviveriam, ou só aquelas com 1 quatrilhão sobreviveram.

Tal crescimento, se não acompanhado por estímulos e aprendizados adequados, pode levar à regressão sináptica e à poda neural, fenômenos associados à perda de capacidades cognitivas.

Essas descobertas apontam para a necessidade de repensar urgentemente as estratégias pedagógicas tradicionais, que frequentemente subestimam as capacidades cognitivas de crianças em tenras idades. 

A neuropedagogia sugere a implementação de abordagens mais estimulantes e desafiadoras desde os primeiros anos de vida, visando potencializar o desenvolvimento cerebral.

O desafio enfrentado pelos neuropedagogos é superar séculos de inércia educacional, convencendo professores, pais e instituições a adotarem essas novas práticas. 

A resistência é parte de um processo natural de transição, mas é crucial para a evolução do ensino. 

A neuropedagogia não apenas redefine a compreensão sobre a plasticidade cerebral, mas também propõe uma mudança paradigmática no campo da educação, enfatizando que a educação é, em sua essência, um processo de construção cerebral.


PS.: @MParanhosTorres: "Não há atenção, memorização e aprendizado se não houver antes de tudo isso o mais importante: motivação! É o que vemos quando uma criança com TDA “misteriosamente” consegue um hiperfoco quando joga videogame. Toda a pedagogia atual é claramente desmotivadora".

12 novembro 2023

O Brasil do PT foi, é e será um buraco negro. Mas nele o Brasil não desaparecerá. Há esperanças futuras que estão brotando, como agora se pode vislumbrar no Paraná

    A imagem acima, deste domingo, 12/11/2023, traz esperança aos brasileiros após uma semana com notícias em sentido inverso, expostas a partir do conteúdo das provas do ENEM, do não conhecimento da letra do Hino Nacional durante o seu canto na abertura do GP Brasil e do entendimento do conceito da expressão "buraco negro" e do verbo denegrir pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que, durante uma entrevista, há poucos dias, afirmou que a expressão faz parte de um "letramento racial" da sociedade e "precisa ser abolido", assim como o referido verbo: "denegrir é uma palavra que as pessoas que têm letramento racial não usam de forma nenhuma". Tais declarações chegaram ao ponto de receberem críticas contundentes do ex-ministro Ciro Gomes. Ouça-as neste vídeo.


 

    Já durante o ENEM (05/11/2023) se notou a abundância da pregação política e ideológica de uma só corrente, de preconceitos e a ausência da diversidade de idéias. Além disso, a indesejável falta de clareza nos textos e nas questões repassadas aos estudantes. A militância política na prova é Paulo Freire (uísque paraguaio) posto em prática e revela o que são os professores atuais, em sua maioria. Enfim, este ENEM serviu para se conhecer a que as novas gerações estão submetidas.     Atualmente, todas as instituições de ensino estão aparelhadas pela esquerda. Das universidades às escolas. Aos jovens, desde as crianças, estão ensinando a pensar que o agricultor é mau, o terrorista do sem-terra é legal, que tem racismo em expressões como "humor negro", "denegrir", "buraco negro". Ensinam também que heterossexual é fascista, que o PT não rouba e que o Hamas é cool. É uma lavagem cerebral completa.

    Sem dúvida, o Brasil do PT foi, é e será um buraco negro. Mas nele o Brasil não desaparecerá. Há esperanças futuras que estão brotando, como agora se pode vislumbrar no Paraná.



26 outubro 2023

A doença de nossas universidades – e a cura

Neste artigo, Victor Davis Hanson analisa - uma análise brilhante - o que está por trás das universidades completamente tomadas pela esquerda a ponto de apoiarem o Hamas. No artigo "Universidade nota zero",  está inclusa a situação na universidade brasileira. Há muita similaridade entre os dois ambientes.

Boa leitura.

*  *  * 

A loucura absoluta que tomou conta de muitas universidades de elite desde 7 de Outubro e o massacre, a violação, a tortura e a mutilação de cerca de 1.000 civis israelitas por assassinos do Hamas chocaram o público em geral.

A loucura do campus não é, obviamente, novidade. Mas bastante novidade para os campi foi o abandono repentino das pretensões anteriores dos campi. As universidades abandonaram descaradamente a sua cuidadosa ginástica de duas caras para revelar finalmente – sem remorso, orgulho e desafio – a decadência moral que agora caracteriza o ensino superior americano.

Notícias recentes expuseram esta podridão ao mundo e terão graves repercussões para o ensino superior nos próximos anos. 

Os nazistas certa vez profanaram as lápides dos judeus mortos. Nossos campi atualizaram esse ódio. Os estudantes agora rasgam fotos de judeus cativos sequestrados ou assassinados pelo Hamas. Os presidentes das universidades não condenam as manifestações cheias de ódio de apoio ao assassinato de judeus em Israel, embora, de acordo com a sua própria ideologia de segurança em primeiro lugar e proclamações anteriores sobre o ódio sistêmico, estas manifestações instilem um “clima de medo” em alguns estudantes.

Um instrutor em Stanford separou os estudantes judeus dos seus pertences, ordenou-lhes que ficassem num canto, vangloriou-se de negar o Holocausto e destacou-os para discursos descontrolados. Gritantes activistas e professores universitários apoiam abertamente o Hamas, mesmo depois do brutal assassinato de centenas de mulheres, crianças e bebés israelitas. O facto de, durante mais de duas semanas, milhares de foguetes – barragens inicialmente concebidas para reforçar o surpreendente assassinato em massa de 7 de Outubro – continuarem a cair diariamente sobre cidades israelitas não é motivo de preocupação para os ruidosos activistas universitários.

Um membro ainda mais ousado do corpo docente de história de Cornell gabou-se de estar “eufórico” com a notícia de que judeus foram massacrados em 7 de Outubro. Um professor da UC Davis ameaçou perseguir os filhos de “jornalistas sionistas”. “Selvagens”, “excrementos” e “porcos” são os adjetivos e substantivos que um professor do Instituto de Arte de Chicago postou para descrever os israelenses.

Em comícios e protestos, centenas de pessoas gritam sobre a eliminação total de Israel; estudantes, professores e multidões em geral ocasionalmente usam máscaras ou envolvem seus rostos em keffiyehs, como se admitissem que a maioria consideraria desprezível qualquer pessoa identificável que pronunciasse tal defesa. 

Em certo sentido, esses odiadores dos campi tornaram-se o equivalente aos membros anti-semitas da Klan que usam lençóis. Havia muitas evidências anteriores para prever a reação preconceituosa e cheia de ódio dos campi ao assassinato em massa de centenas de judeus dentro de Israel. A ideologia da “descolonização” que hoje condena Israel, e o Ocidente em geral, teve muitos antecessores igualmente rançosos.

Habitações segregadas racialmente reapareceram anos atrás como “casas temáticas”. As áreas efetivamente segregadas e proibidas são eufemisticamente conhecidas como “salas multiculturais”. Quaisquer críticos que se opuseram a esse racismo institucionalizado, à moda orwelliana, foram considerados racistas.

Eventos que estão fora dos limites de determinadas corridas nos campi – como cerimônias de formatura ou atividades nos campi separadas, mas iguais – são anunciados como “celebrando a diversidade”.

Os “juramentos de lealdade” da era Joseph-McCarthy retornaram aos campi sob o verniz de “Declarações de Diversidade, Equidade e Inclusão”. Recuse-se a emitir um manifesto tão pessoal – e sofrerá consequências profissionais.

O questionamento impopular ou indesejável da ortodoxia universitária de esquerda é caluniado como “discurso de ódio”. As opiniões divergentes são oficialmente censuradas, caluniadas e reprimidas como “misinformation” e “disinformation”. 

Enfrente alegações não comprovadas de “comportamento inapropriado” e pode-se esperar perder os direitos da 4ª, 5ª e 6ª Emenda em qualquer inquérito "star-chamberuniversitário.

As admissões nas universidades, juntamente com a contratação, retenção e estabilidade do corpo docente, baseiam-se nas preferências raciais e nas cotas de fato.

Mesmo antes de o Supremo Tribunal anular a ação afirmativa, as universidades já se tinham mobilizado para implementar formas de ignorar a sua decisão antecipada – no bom estilo de anulação confederada.

A velha noção de “impacto díspar” e “representação proporcional” que estabelece quotas de contratação e admissão com base na demografia racial deu lugar a uma espécie de admissões “reparatórias” – em que os brancos, independentemente das notas e resultados dos testes, são coletivamente admitidos e contratados em números muito menores do que os encontrados na população em geral, e certos grupos não-brancos, especialmente os asiáticos do Leste e do Sul, são ativamente discriminados.

A velha noção iluminista de não estereotipar grupos inteiros como um colectivo sem rosto e, em vez disso, ver as pessoas como indivíduos diversos e únicos, deu lugar a slogans desleixados como “privilégio branco”, “supremacia branca” e “raiva branca”. Os campi aparentemente acreditam que um mecânico da classe trabalhadora no condado de Fresno ou um motorista de trator com salário mínimo em Dayton, Ohio, gozam de mais poder e privilégios do que Oprah Winfrey ou Ibrahim Kendi.

Nas últimas décadas, o público tem estado disposto a suportar toda esta loucura no ensino superior – mesmo quando o politicamente correcto esmagou a liberdade de expressão nos campi e a ação afirmativa se transformou num essencialismo racial desperto.

Por que? 

Primeiro: as universidades garantiram à América que os seus proeminentes departamentos de matemática, ciências, tecnologia e engenharia – juntamente com as suas escolas profissionais de medicina e administração – permaneceriam em grande parte apolíticas, orientadas para a investigação e meritocráticas.

Esses compromissos departamentais com a excelência sem interferência política sempre garantiram no passado o domínio americano na investigação e desenvolvimento globais.

Segundo: o diploma de bacharel já foi reconhecido como prova sólida de educação geral.

A graduação na faculdade certa vez certificava que um cidadão ingressava no mercado de trabalho com conhecimento histórico, bem como enriquecido por filosofia, literatura e arte.

Os graduados também supostamente compreenderam nossa Constituição e vida cívica. Supunha-se que eles tivessem habilidades computacionais básicas, além de serem versados em raciocínio indutivo e em capacidade analítica de leitura, escrita e fala. 

Os médicos das escolas médicas foram demonizados se argumentassem que havia apoio científico para aumentar o tratamento da COVID-19 com produtos farmacêuticos baratos e off-label existentes, e até mesmo regimes de vitaminas e suplementos. Os autores de argumentos com base científica de que as origens do vírus COVID-19 poderiam ser encontradas no laboratório de virologia de Wuhan, na China, foram demonizados e as suas conclusões foram difamadas em vez de refutadas.

Além disso, qualquer diálogo científico relacionado com a universidade sobre o grau e a solução para as alterações climáticas provocadas pelo homem e induzidas pelos combustíveis fósseis deve aderir a ortodoxias estritas. Qualquer apóstata correrá o risco de ter a sua carreira restringida e colocada em perigo.

Também é perigoso para investigadores, médicos e especialistas em saúde pública nos campi questionarem o recente dogma de que o sexo é inteiramente construído socialmente e não determinado biologicamente.

As mentes informáticas com formação universitária que alimentam a indústria de alta tecnologia do Silicon Valley transformaram os seus resultados de pesquisa na Internet em armas para dar prioridade a ligações consideradas social e politicamente preferíveis. Os graduados universitários também são mestres em banimento de sombra na Internet, doxxing, lista negra e cancelamento de qualquer pessoa, instituição ou ideia que seja considerada prejudicial ou em desacordo com a agenda progressista..

Quanto às escolas de administração, direito e medicina – elas agora transferem muitos dos seus recursos finitos do aperfeiçoamento de competências profissionais para a doutrinação ideológica na suposta diversidade, equidade e inclusão.

Como resultado, as universidades perderam a sua credibilidade secular como guardiãs da investigação científica livre e aberta. Qualquer cientista universitário contemporâneo que seguisse uma devoção renegada à ciência desinteressada – tal como encarnada por Demócrito, Galileu ou Copérnico – encontraria o mesmo assassinato de carácter pré-moderno, oposição de pensamento de grupo e esforços para destruir a sua carreira.

Em suma, se o ensino superior a preços exorbitantes já não consegue produzir nem uma classe de cidadãos com formação ampla, nem uma classe científica, profissional e tecnológica de elite, com formação empírica e de elite, então porque é que os americanos continuariam a tolerar a doutrinação sem remorso das universidades? algum tipo de interferência na missão da universidade que lembra tanto o desastroso sistema de comissários russos que quase destruiu o Exército Vermelho no início da Segunda Guerra Mundial?

A reforma só acontecerá através da redução das doações governamentais que alimentam as doações multibilionárias das universidades. Esta riqueza sem precedentes garante orçamentos pródigos nos campus que, por sua vez, subsidiam políticas e instituições racistas, anti-semitas e macarthistas.

Basta tributar o rendimento dos cerca de 1 bilião de dólares de dotações universitárias isentas de impostos da América e talvez não houvesse dinheiro suficiente para cursos sobre desenhos animados, travestis e BLM, muito menos para milhares de comissários e censores da DEI.

Impedir os fundos federais para qualquer universidade que se recuse a garantir as proteções da Declaração de Direitos para seus alunos.

Se o SAT e o ACT forem cada vez mais abandonados para admissões em universidades, então uma versão de saída deles deveria ser exigida para garantir que todos os diplomas de bacharelado e bacharelado certifiquem pelo menos uma competência mínima em matemática, ciências e conhecimentos gerais.

Tire o governo do negócio de empréstimos estudantis de 1,8 biliões de dólares – e talvez os campi compreendam o conceito de risco moral. Só então monitorizariam cuidadosamente as despesas externas e começariam a formar estudantes dentro de quatro anos – com as competências de que os empregadores tão desesperadamente necessitam e o conhecimento de que depende uma democracia.

Se milhares de grandes doadores que doam bilhões de dólares para a Ivy League e outras universidades importantes “simplesmente dissessem não”, então talvez reitores, reitores e presidentes gananciosos começassem a se perguntar se poderiam financiar mais paredes de escalada, bares com café com leite , czares da DEI, shows de drag – e cursos e organizações estudantis que odeiam Israel.

Em suma, as faculdades são hoje um mau negócio – demasiadas dispendiosas, demasiadas políticas e demasiadas incompetentes no cumprimento da sua missão para o país. Eles já não conseguem cumprir aquilo para que foram criadas e simplesmente não param de alimentar coisas que não são apenas desnecessárias, mas também totalmente prejudiciais para o país, assustadoras e destrutivas.

Quem deseja continuar com tudo isso? 


(*) Sobre Victor Davis Hanson

Victor Davis Hanson é um ilustre membro do Center for American Greatness e Martin and Illie Anderson Senior Fellow da Hoover Institution da Universidade de Stanford. Ele é um historiador militar americano, colunista, ex-professor de clássicos e estudioso da guerra antiga. Ele é professor visitante no Hillsdale College desde 2004. Hanson recebeu a Medalha Nacional de Humanidades em 2007 pelo presidente George W. Bush. Hanson também é agricultor (cultiva uvas passas em uma fazenda familiar em Selma, Califórnia) e crítico das tendências sociais relacionadas à agricultura e ao agrarismo. Ele é o autor mais recente de As Segundas Guerras Mundiais: Como o Primeiro Conflito Global foi Lutado e Vencido, O Caso de Trump e o recentemente lançado The Dying Citizen.