|
Gustavo Pimenta |
Lula criticou nesta terça-feira (27/08/2024) o modelo de controle da mineradora Vale, um dia após o Conselho de Administração da empresa escolher, por unanimidade, Gustavo Pimenta para ser o novo CEO da companhia, em substituição a Eduardo Bartolomeo. Pimenta é o atual vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da empresa. Em comunicado ao mercado, a Vale destacou que a definição foi o fim de um rigoroso processo de seleção em conformidade com o Estatuto Social da Vale, políticas corporativas, regulamento interno do colegiado e legislação aplicáveis. O que disse Lula? 👇
"A Vale, que tinha uma diretoria, eu sabia quem era o presidente, a gente sabia quem era. Hoje nessa discussão que a gente está, de fazer um acordo para receber dinheiro de Mariana (MG), o dinheiro que prometeram pro povo, você não tem dono. Uma tal de corporate que não tem dono, monte de gente com 2%, monte de gente com 3%. É que nem cachorro de muito dono, morre de fome, morre de sede porque todo pensa que colocou água, todo mundo pensa que deu comida e ninguém colocou" — afirmou o presidente em evento da estatal Telebras.
Ora, Lula está magoado porque tentou emplacar um indicado seu para o comando da empresa: o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Durante seu discurso, Lula também afirmou que muitas vezes já tentaram privatizar a Petrobras e criticou a venda de ativos da empresa.
Venezuela e Bolívia são os exemplos que Lula e o PT insistem em ignorar
Em 2006, quando o então presidente da Bolívia nacionalizou a extração de petróleo e a produção de seus derivados, ele avançou sobre refinarias estrangeiras, entre as quais, duas da Petrobras. Na linha o petróleo e o gás “son nuestros”, ele prometeu aos bolivianos reverter para eles 100% da riqueza gerada pelo negócio, antecipando até o seu ventríloquo Hugo Chávez, que no ano seguinte faria o mesmo.
Morales, que tem origem no sindicalismo cocaleiro, entregou o negócio para sindicalistas e membros do seu partido. O resultado não poderia ser diferente. Sem investir na prospecção de novas reservas, apenas cinco anos depois da nacionalização, os estoques provados de gás entraram em declínio.
O sucateamento da indústria de gás da Bolívia é tão acentuado que, em sete anos, estima-se que o país não será capaz de produzir o suficiente para atender sequer a sua demanda interna. Em 2030, os bolivianos, portanto, deixarão de ser exportadores para passar à condição de importadores de gás.
O que está acontecendo por lá é a morte rápida de uma indústria próspera que foi entregue para os compañeros de Morales.
A Bolívia traçou um caminho idêntico ao da Venezuela. Sob Chávez, entre 1999 e 2012, e com Maduro nos últimos dez anos, a produção petroleira da Venezuela caiu ano a ano, tendo chegado a níveis inferiores aos medidos na primeira metade do século passado. Sem investimentos, pilhada por corrupção e à deriva sob o comando de inaptos, a indústria petroleira da Venezuela encolheu ao ponto de o país que tem as maiores reservas de petróleo do planeta precisar importar combustível, pois é incapaz de produzir o suficiente para o consumo de sua população.
Aqui no Brasil a administração da Petrobras e de outras xxxbras sob o controle do PT é bem conhecida. Seguiu o mesmo caminho da Venezuela e da Bolívia e agora deseja retomá-lo, aliás, já o retomou.
*. *. *
Para refrescar a memória sobre o modelo Lula-PT no Brasil, seguem alguns trechos de reportagens daquela época em que a Polícia Federal e o sistema judiciário brasileiro alcançou o ápice de aprovação da população.
1) A imagem do texto de um jornalista, apesar de ser comunista, expressou na FSP, há alguns anos, no período em que estava em curso a CPI da Petrobras no Congresso Nacional
2) A corrupção, segundo o homem-bomba, por Eduardo Militão, Correio Braziliense Publicação: 10/10/2014
Em depoimento à Justiça em que se comprometeu a falar a verdade e não silenciar sob pena de perder os benefícios da delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa acusou o PT, o PMDB e o PP de obterem 3% de propinas de contratos superfaturados na estatal. Ele disse que recursos desviados foram usados na campanha eleitoral de 2010. O esquema, segundo afirmou, envolve um cartel com as maiores empreiteiras do Brasil, que, após acertarem previamente as obras e os preços para cada uma, elevam seus custos para financiar o suborno a ser pago posteriormente por meio de apadrinhados políticos em diretorias da petroleira. De acordo com o homem-bomba, quem não pagasse as comissões ficaria de fora de contratações não só na Petrobras, como em outras estatais e empreendimentos, como portos, aeroportos, rodovias, hidrovias, ferrovias, usinas hidrelétricas e nucleares.
As denúncias, tornadas públicas no fim da manhã de ontem, sacudiram o mundo político. Todos os acusados negaram as afirmações. A oposição quer o depoimento prestado ao juiz Sérgio Moro, da 13a Vara Federal de Curitiba, como arma no segundo turno das eleições presidenciais.
Ao encerrar o depoimento, o ex-diretor da Petrobras reconheceu seus erros no esquema de corrupção e disse que agia para melhorar o Brasil e a estatal onde trabalhou durante 35 anos, a partir de 1977. “Houve erro, foi a partir da entrada minha na diretoria por envolvimento com grupos políticos, que usam a oração de São Francisco, que é ‘dando que se recebe’”, disse o homem- bomba, que é engenheiro. “Eu decidi fazer a delação premiada com o objetivo de que a gente tenha no futuro um Brasil melhor.” O depoimento foi o primeiro após Paulo Roberto ter fechado acordo de delação premiada com o Ministério Público, em troca da redução de sua pena.Tudo combinado
Segundo o delator, um cartel de grandes empreiteiras, como Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Mendes Júnior, fazia reuniões em que loteava grandes obras no país, inclusive na Petrobras, acertando preços previamente. Paulo Roberto disse que mantinha contatos com os executivos das empresas quando necessário. Com os preços combinados, as licitações eram ganhas por quem tinha acertado o seu “lote”. Nos orçamentos, as empresas acrescentavam um percentual de 3%.
Depois, de acordo com a diretoria da petroleira envolvida no contrato, o valor era rateado entre os partidos. Segundo Paulo Roberto, o PT ficava com 3% quando o caso envolvia as diretorias de Serviço, antes comandada por Renato Duque, de Gás e de Exploração. O réu na Operação Lava-Jato disse que o tesoureiro do PT, João Vaccari, é quem arrecadava o dinheiro. “A ligação que o diretor do PT tinha era com o tesoureiro do PT, senhor João Vaccari”, afirmou Paulo Roberto. Ele disse que Duque foi indicado para o cargo pelas mãos do ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão.
Quando o negócio envolvia a Diretoria de Abastecimento, para a qual ele fora indicado pelo PP, os petistas recebiam 2%. O PP ficava com 1%, valor, por sua vez, rateado entre o próprio partido, Paulo Roberto, o doleiro Alberto Youssef e o ex-líder do PP na Câmara José Janene (PR), morto em 2010.
O PMDB tinha influência sobre a Diretoria Internacional, então a cargo de Nestor Cerveró. Segundo o delator, ele, Cerveró e Duque também recebiam parte do dinheiro da corrupção. O operador das propinas seria o lobista Fernando Soares, o Baiano. Paulo Roberto disse que o esquema se estendia à Transpetro, comandada pelo ex-senador Sérgio Machado (PMDB-CE). Afirmou que em 2009 ou 2010 foi ao apartamento de Machado no Rio de Janeiro para receber da mãos dele R$ 500 mil de comissão após intermediar uma compra de navios.
Depois que saiu da Petrobras, em abril de 2012, o réu continuou a receber propinas de pendências antigas. Com a sua empresa de consultoria, a Costa Global, Paulo Roberto fechou contratos de consultoria fictícios para obter “comissões” antigas.
3) Editorial da FSP (06/03/2014): Petrobras e prejuízos: Se o governo Dilma Rousseff insistir no caminho atual, afastará a estatal de seu objetivo e provocará graves perdas à empresa e ao país.
4) Coluna de Josias de Souza (10/10/2014): Dilma se estarrece com divulgação de depoimentos! E quanto ao conteúdo?
5) Para encerrar, o que disse o então senador Jarbas Vasconcelos em pronunciamento do Senado Federal: