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30 maio 2017

O EXERCÍCIO DO PODER É INVISÍVEL

Esta semana, e nas anteriores também, muito se tem falado na organização criminosa - ORCRIM (e em suas várias facções) que se estabeleceu no Brasil, revelada à sociedade e ao mundo através da operação Lava Jato.

Um dos aspectos que mais surpreende os brasileiros é o número de agentes envolvidos e, principalmente, quem a chefia, quem detém o poder. Dois são os componentes principais da organização.

Um deles é o agente público, encontrado em praticamente todo o organograma do Estado. Quanto a chefia da organização, esta tem sido exercida por esse agente. Mas há controvérsias.

O outro componente é de natureza privada, oriundo de praticamente todos os setores da economia.Todos eles querendo as benesses governamentais, perseguindo o aumento de seus lucros.

Desse conluio, pelo o que já se conhece da Lava Jato e para a surpresa(?) da sociedade, as atividades de ORCRIMs, que já são mais do que sexagenárias, nunca foram interrompidas e sempre tiveram a cumplicidade (ou incentivo) de componentes da direção dos três poderes da República em seus diversos níveis, na busca de permanecerem no poder e/ou aumentarem o seu patrimônio.

Para ficarmos só no Palácio do Planalto e nos últimos 30 anos, verifica-se, nas revelações publicadas até o momento, que todos os ex-presidentes já foram mencionados, dando conta de que a corrupção esteve presente em seus governos. Em termos de gabinete palaciano, talvez só se salve o ex-presidente Itamar Franco.

Entretanto, o núcleo do poder não está na política, mas na economia. Isto ficou evidente nos conchavos realizados em 2002, entre os donos da economia brasileira e as forças políticas de então, que levaram Lula ao poder, em uma de suas mais recentes ocorrências. 

Por exemplo, banqueiros que declararam, em 1989, que deixariam o Brasil se Lula fosse eleito presidente da República, nas eleições de 2002 bancaram a sua vitória, após o obrigarem a divulgar a famosa Carta aos Brasileiros.

Em tempos mais antigos, pode-se recordar a crise provocada no governo Vargas, em 1953, quando este promoveu um reajuste de 100% no salário mínimo e implantou a política de restrições de remessas de lucros de empresas ao exterior. Um e outro colocaram empresários brasileiros e estrangeiros na linha de frente contra Vargas. O final dessa história é por demais conhecido pela Nação.

Os reais donos do poder não apoiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir quem lhes estorva. Isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia do mercado e do lucro.

O complexo financeiro-empresarial não tem opção partidária, não veste nenhuma camisa na política, nem defende pessoas. Sua intenção é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros, não importando os meios para que isto ocorra, inclusive a corrupção.

Os donos do poder não são os políticos. Estes são apenas seus instrumentos e, dessa forma, o seu exercício torna-se invisível.

27 maio 2017

RENOVAÇÃO ! QUEREMOS CIDADÃOS CONDUZINDO OS DESTINOS DO PAÍS

Para salvar o Brasil da crise, na qual vem se arrastando há alguns anos, impõe-se a retirada de cena dos atuais quadros da política brasileira.

O perfil comportamental dessa classe política é de total desrespeito aos princípios básicos de uma sociedade no campo ético e moral.

Essa decadência política tem empurrado o País para o abismo, para um cenário degradante que vai tomando conta de sua população e que está dilapidando a esperança das novas gerações.

Como se falar em cidadania neste País, algo que é o sonho de uma sociedade civilizada,  quando esta não se faz presente em seus representantes.

Bem ao contrário, o que se constata, no dia a dia, ao pé da letra, é que membros dominantes do Estado, presentes nos três poderes da República, não estão no gozo de direitos que lhes permitem participar da vida política do País. Não são cidadãos.

Nessa classe dominante, os megaescândalos e os megaconchavos se multiplicam, inclusive durante o exercício de cargos e mandatos, em continuidade a atos criminosos e na construção de alternativas para não serem apanhados pela justiça.

Para que essa situação seja estancada, não devemos ir ao encontro de "figuras" do passado, detentoras de uma história cujos resultados a sociedade brasileira conhece e que nos conduziram a situação acima descrita.

A população já vem pagando um preço elevado por ela e não podemos correr o risco que esse preço seja aumentado.

Renovação ! Queremos CIDADÃOS conduzindo os destinos do País.

25 maio 2017

PERAÍ !

É pra cair da cadeira. Leio agora na Folha de São Paulo que articulações para a substituição do presidente Michel Temer evoluíram através de entendimentos entre as principais forças políticas do País, envolvendo diretamente FHC, Lula e Sarney. Se o critério for ser ex-presidente da República, por que excluíram o Collor ? São todos farinha do mesmo saco.

Mas evoluíram pra onde, cara pálida ? Bem ao contrário, se isto estiver ocorrendo significa involuir, olhar para trás, ir ao encontro de um passado cujos resultados a sociedade brasileira conhece e tem pago um preço elevado por eles, correndo o risco que esse preço seja novamente aumentado.

Para se ver o nível do que está ocorrendo, reproduzo a seguir um trecho da matéria da Folha:


"O Brasil exige o que temos de melhor e não o que temos de pior", disse à Folha o senador Jorge Viana (PT-AC), um dos emissários petistas nas conversas com integrantes do PSDB e do PMDB. 

Peraí. é isso mesmo ? Não temos mais ninguém que possa conduzir o País para o século XXI ? Ou iremos permitir que esses senhores octogenários nos empurrem da beira do abismo em que nos colocaram ? Será este o nosso futuro ?

Para salvar o Brasil, precisamos retirar de cena os atuais quadros da política brasileira,  responsáveis pela atual fedida política. Parte deles está na imagem abaixo.


24 maio 2017

CALAMIDADE NÃO, RENÚNCIA JÁ !

Calamidade no País existe, mas esta não existiu necessariamente durante as manifestações ocorridas hoje (24/05/2017) nas ruas de Brasília. Os fatos lamentáveis, beirando ao caos, ocorridos nesta tarde poderiam ter sido evitados se já tivessem sido extirpados, definitivamente, suas principais causas, como citamos a seguir.

A verdadeira calamidade no País existe sim, há bastante tempo, no interior dos palácios da cidade e em outros similares no Brasil afora. Os sucessivos escândalos divulgados diariamente, a cada minuto, testemunham essa existência.

Paralelamente a esses escândalos, se multiplicam as reuniões e conchavos realizados pelas forças políticas que se revezam e desejam se manter no poder.

Enquanto a Nação está sangrando, enquanto a população está sem os serviços públicos que lhes são devidos, a autoridade maior do País, já sem nenhum respaldo para se manter no cargo, volta a cometer ato que põe em risco a vida dos brasileiros estimulando o enfrentamento entre os cidadãos.

Ao invés de assinar um decreto, pondo as Forças Armadas nas ruas, estas que, juntamente com a população, estão exigindo o restabelecimento da dignidade necessária aos administradores da Nação,  a decisão sensata e oportuna do presidente seria combater a referida CALAMIDADE, iniciando com a sua renúncia imediata.

Manifestantes e policiais sairiam comemorando !

As Forças Armadas não irão sustentar esse governo. RENÚNCIA JÁ !

PS1: Em declarações, agora há pouco, ao jornal Valor Economico, o professor Rafael Mafei, da USP, disse que o referido decreto causa apreensão e poderá ser considerado inconstitucional. O mecanismo é previsto na CF, mas somente como último recurso. Do ponto de vista político, acrescenta, a convocação é uma demonstração de fragilidade de Temer.

PS2 : Neste momento, a melhor saída para o País seria a renúncia imediata do presidente Temer seguida da eleição indireta de um nome com reputação reconhecidamente ilibada. A institucionalidade e o Estado de Direito têm de ser preservados. Não queremos continuar sendo governados por bandidos ... bit.ly/2pSzizg

23 maio 2017

O GRAVADOR É O CRIMINOSO ?

Cada vez que o presidente Michel Temer fala ao público, pela TV ou por entrevista, como é o caso da publicada hoje no jornal Folha de São Paulo, a sensação que se tem é a de que nos brasileiros deve aumentar a decepção por tê-lo como mandatário da Nação.

Sem entrarmos no mérito de alguns assuntos tratados na entrevista e que já foram comentados aqui, como os trechos referentes ao Eduardo Cunha, segurar membros da justiça, indicar um deputado para tratar dos assuntos de interesse da JBS junto ao governo, fiquemos, desta vez, apenas com algumas questões que estão ao redor do conteúdo da conversa realizada.

Primeiro, o presidente contestou ferrenhamente a veracidade da gravação que foi feita. Ora, bastava ele ter prestado atenção nas suas próprias palavras visto que em nenhum momento refutou a conversa. Bem ao contrário, a comentou e tentou explicar o seu conteúdo.

Segundo, a contratação de peritos externos para verificação da legitimidade das gravações efetuadas, quando ele tem à sua disposição, na Polícia Federal,  equipe técnica qualificada para a execução deste serviço. Uma eventual falha técnica do gravador, ou mesmo uma edição do áudio é de menor importância. Fala mais alto o contexto/conteúdo da conversa reconhecida pelo presidente. Após se ver a exposição do perito contratado, pode-se concluir que estão querendo que o gravador seja o único criminoso da quadrilha.

Terceiro, os acertos para a realização da conversa. O presidente ao realizá-la sem o registro antecipado em sua agenda, com o interlocutor tendo acesso à sua casa e ao estacionamento na garagem sem nem mesmo sua identificação prévia e que, nas próximas vezes, em novas conversas, os mesmos procedimentos devem ser observados inclusive o horário, deixa claro que não há má vontade do presidente em realizar novos encontros dessa natureza, apesar do presidente saber que o empresário "é um falastrão, uma pessoa que se jacta de eventuais influências" como foi dito por ele em sua entrevista à Folha.

Quarto, as observações do presidente quando responde a uma pergunta sobre ter sido muito duro em relação ao acordo de delação realizado pela Procuradoria Geral da República e homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Melhor seria não a tê-la respondido, ter permanecido em silêncio, ou respondido sobre os crimes de obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa que constam do pedido de investigação submetido ao STF pela PGR.

O que surpreende os brasileiros é que tudo isso vai de encontro ao que estabelece a legislação pertinente e a moralidade administrativa. O presidente deveria ser o primeiro a obedecê-la e a possuí-la, respectivamente. Não foi isto o que aconteceu.

Last but not list, fica óbvio que não se pode ser favorável a permanência do Sr. Michel Temer na presidência da República.




21 maio 2017

SALVOU-SE O BEBÊ

O delator da JBS foi premiado ? NÃO, considerando-se um contexto mais amplo e um horizonte de longo prazo.

O material apresentado pela JBS, que permitirá uma eventual limpeza moral e construção de um Brasil melhor, foi mais robusto do que os obtidos até então. 


Já pensou que sem este material poderíamos continuar com a quadrilha denunciada por mais tempo no poder ? 


Já pensou nos quase dois anos que restam do governo atual e uma possível substituição dos atuais ocupantes do poder por membros dessa quadrilha, em suas várias facções, a partir de 2019 ? 


Após essa delação, os membros, ora denunciados, jamais voltarão a ser estrelas no mundo politico brasileiro. 


Salvou-se o bebê, de nome Brasil !



PS1 : Cabe as autoridades competentes continuarem a investigar as ações do grupo empresarial. No nosso entendimento, o salvo-conduto concedido, neste momento, não impede que se prossigam com ações que visem apurar outros atos ilícitos, inclusive a já divulgada operação do grupo na bolsa de valores. Neste caso, confirmado o crime, este estará fora do âmbito da delação, portanto, fora do manto protetor da imunidade e, dessa forma, nada impede que seja expedido um mandato de prisão internacional. 

PS2 : Neste momento, a melhor saída para o País seria a renúncia imediata do presidente Temer seguida da eleição indireta de um nome com reputação reconhecidamente ilibada. A institucionalidade e o Estado de Direito têm de ser preservados. Não queremos continuar sendo governados por bandidos ... bit.ly/2pSzizg

19 maio 2017

CONVERSA TEMER-JOESLEY BATISTA

Conversa de bandidos. Foi vergonhosa para um presidente da República. Foi ultrajante para o País. Foi decepcionante para os brasileiros.

Ao contrário do abraço, em plena residência oficial da presidência da República, o presidente Michel Temer deveria ter dado voz de prisão ao delator Joesley Batista.

Para decepção de todos, o que se viu (ouviu) foi o contrário. O  que se pode perceber dessa conversa  é um clima de afago, de amigos de infância e de incentivo do presidente às ações - crimes -  relatadas pelo delator, revelando, assim, o verdadeiro caráter do indivíduo que ocupa o Palácio do Planalto. A imagem de uma eventual integridade moral do presidente foi por ladeira abaixo. Simplesmente ruiu.

No diálogo antirepublicano, ocorrido em horário não apropriado para quem exerce o maior cargo da Nação, aproximadamente entre 22:35-23:07, e em visita sem registro oficial, o presidente chegou a indicar o deputado Rocha Loures para "resolver assuntos" da JBS nos diversos escalões do governo. Posteriormente, o deputado foi filmado, pela Polícia Federal, recebendo malas de dinheiro entregues por funcionários da empresa.

Quanto à frase "Tem que manter isso, viu ?", dita por Temer, a ordem, ou a sequência em que ela foi pronunciada não vem ao caso.

O que deve ser considerado é o seu contexto. Nele, fica claro que o seu motivo foi ter ouvido outra frase, dita pelo delator, dando conta da retomada de uma "boa amizade" entre este e o ex-deputado Eduardo Cunha, decorrente da liquidação de propinas devidas ao Eduardo e da manutenção de pagamento de uma mesada mensal ao ex-deputado para que este fique calado.

De igual monta, diga-se imorais, são também os demais trechos do áudio, sejam eles referentes ao senador Aécio Neves, ao ex-ministro Guido Mantega, ou a "compra (segurando)" de dois juizes e de um procurador para agirem em favor do delator.

Mas diante de tudo isto, para surpresa da Nação, o presidente da República concluiu não haver motivos para determinar que o delator fosse ver, imediatamente, o sol nascer quadrado.

Obviamente, não se lembrou também que estava recebendo um bandido sob a condição de estar exercendo o cargo de presidente da República em sua residência oficial.

Acho que o presidente só se lembrou mesmo é que o Brasil é uma republiqueta.

10 maio 2017

O SATÉLITE BILIONÁRIO

Foi lançado ao espaço, no último dia 04 de maio, do centro espacial Kourou na Guiana Francesa, a bordo do foguete francês Ariane 5, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), com o objetivo de propiciar um meio para a transmissão de informações estratégicas para o País, integralmente controlado pelo governo brasileiro, e de prover cobertura de serviços de Internet banda larga em todo o território nacional.

Até aí tudo bem, embora fosse uma noticia melhor se a base de lançamento e/ou equipamentos e/ou as tecnologias empregadas, em sua maioria, fossem de origem nacional e/ou dominadas amplamente por brasileiros, o que não é o caso.

Pois bem. Até mesmo o centro espacial de lançamento não está localizado em território brasileiro. Alcântara, a sonhada base brasileira para lançamentos de satélites, fundada em 1983 e localizada nos arredores de São Luiz-MA, não logrou êxito e afundou de vez após o acidente com o lançamento do foguete ocorrido em 22/08/2003 que deixou 21 mortos. O Centro se tornou operacional em 1989 mas até o momento não lançou nenhum satélite em razão de atrasos logísticos e tecnológicos.

Apesar do sucesso do lançamento do SGDC e dos votos de que o satélite entre em operação sem maiores problemas por todo o seu período projetado de vida útil, que é de 15-18 anos, o ponto que mais tem chamado a atenção da imprensa e das redes sociais tem sido o seu custo.

No mundo, em nenhum outro país, uma operação similar alcançou um investimento de R$ 2,7 bilhões. A "surpresa" aumenta quando se toma conhecimento de que seu orçamento inicial era de apenas R$ 720 milhões, ou seja, quase quatro vezes menor.

Para se ir mais além, países como a India e o Japão, em projetos similares, gastaram menos da metade do investimento realizado pelo governo brasileiro.

Por outro lado, ao mesmo tempo em que o governo o apresenta como caso de sucesso, pode-se interpretar também como um fato que consolida a incapacidade do governo de ter um programa espacial próprio.

A propósito de se desenvolver um programa espacial brasileiro, é válido recordar uma das últimas iniciativas neste sentido. Trata-se do acordo assinado entre o Brasil e a Ucrânia, em 2005, pelo presidente Lula e que 10 anos depois foi rompido por total fracasso do programa, após ter consumido mais de R$ 1 bilhão.

O Brasil é mesmo um campeão na má gestão de recursos públicos sendo contemplado recentemente também, com igual titulo, no campeonato da corrupção. Igualmente, está a caminho de alcançar a mesma posição quando se trata de afanar mais dinheiro dos contribuintes sem o devido retorno de bons serviços públicos à população.


09 maio 2017

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E ROBÔS DESTRUINDO E CRIANDO POSTOS DE TRABALHO

No Dia do Trabalho(2017) abordamos a situação de desemprego no Brasil, sob o título SEM TRABALHADORES, para ilustrar o fato de que sem um forte programa de educação, que esteja alinhado com o surgimento das novas profissões, continuará existindo um alto número de desempregados no País, independentemente de seu nível educacional.

Dentro de 10 a 15 anos, estaremos diante de um mundo em que a maior parte dos trabalhos hoje conhecidos será realizada por máquinas inteligentes suportadas pela Inteligência Artificial (IA).


Na área médica, por exemplo, há profissões que estão próximas de desaparecer. É o caso dos radiologistas que interpretam dados colhidos por máquinas ultramodernas, cujos laudos passarão a ser emitidos, de forma automática, a partir da interpretação desses dados por máquinas inteligentes com o auxílio da IA. Atualmente os dados colhidos são mostrados em imagens e estas são interpretadas pelos radiologistas que emitem os respectivos laudos.


No setor industrial, pesquisas demonstram que a automação (com a introdução de robôs) é a maior responsável pelo desemprego da classe média americana e não a exportação de empregos para o mundo asiático como chegou a ser afirmado pelo atual presidente dos EUA. Para cada novo robô introduzido na manufatura, seis trabalhadores perdem seus empregos.


Em contrapartida, novos postos de trabalho e
 novas profissões estão surgindo. Por exemplo, no setor de tecnologia da informação, mais recentemente, é na área de IA que se encontram as melhores oportunidades de trabalho (e de novos empreendimentos também). Dentre elas, profissionais com novos perfis para atuarem nas áreas de machine learning e big data.

Nos últimos anos surgiu o conceito de Eletrônica Médica, ou de Saúde Eletrônica. Os profissionais dessa área são aqueles que criam equipamentos para solucionar problemas médicos combinando o conhecimento de medicina e biologia com princípios e práticas de engenharia.


Nessas áreas, dentre muitas outras iniciativas, já existem trabalhos com o objetivo de se desenvolver sensores não-invasivos capazes de ler as atividades cerebrais de um indivíduo e traduzi-las para meios digitais, registrando de forma definitiva a sua memória em computadores. Este aprimoramento de memória será muito útil, especialmente para os portadores de Alzheimer e de outros tipos de demência.


Quase todos os setores e profissões serão afetados, criando um novo conjunto de problemas sociais, mas surgindo, também, um grande número de oportunidades. Saber gerenciar esses dois lados é o grande desafio para todas as nações.


Esse desafio, diferentemente do que ocorreu no passado quando a economia evoluiu de agrária para industrial e, mais recentemente, para a do conhecimento, está no tempo, no prazo em que ela está ocorrendo.


A revolução industrial se deu ao longo de séculos porém, as revoluções tecnológicas de hoje estão ocorrendo em poucos anos. Basta ver o que aconteceu com os mercados da fotografia, da música e da telefonia. Em poucos anos estas industrias foram totalmente transformadas.


E, nesse sentido, ao mesmo tempo em que estão surgindo novos postos de trabalho intelectualmente desafiadores, percebe-se que não estamos sendo capazes de treinar os trabalhadores que perderam os seus empregos na mesma velocidade dessas mudanças.



01 maio 2017

SEM TRABALHADORES

Comemora-se hoje, mundialmente, o Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador. Esta data, criada em Paris, em 1889, está relacionada com eventos, especialmente a greve geral ocorrida na cidade de Chicago, em 1886, que paralisou os parques industriais da cidade e foi acompanhada de forte repressão policial, tendo se estendida pelos dias seguintes, resultando, após a explosão de uma bomba, em sete mortos e dezenas de pessoas feridas entre policiais e manifestantes.

No Brasil, em 1917, a cidade de São Paulo protagonizou uma das maiores greves gerais já registradas, levando o movimento dos trabalhadores a ganhar força, fazendo com que o então presidente Athur Bernardes, em 1925, seguisse o que vinha ocorrendo em várias partes do mundo e igualmente reservasse o primeiro de maio como o Dia do Trabalho no Brasil.

De lá pra cá, empresas, trabalhadores e profissões se multiplicaram. As greves também. Apesar do Brasil hoje contar com mais de 14 milhões de desempregados, segundo os últimos dados do IBGE, as projeções de necessidade de trabalhadores em áreas especificas, que requerem nível de estudos mais elevados, são alvissareiras.

Na área de medicina, segundo as projeções da EPSM/UFMG, em 2030 o deficit no setor alcançará a marca de 100 mil profissionais (procura de 693 mil contra uma oferta de 593 mil). Entre as especialidades que os hospitais têm mais dificuldade em contratar estarão pediatria, anestesiologia, neurologia e cardiologia.

Nas engenharias, apesar da projeção do IPEA (Estudo Radar n.12) não mostrar deficit, estima-se, para 2020, uma oferta de 1,8 milhão contra uma procura de apenas 1,15 milhão. Entretanto, a qualidade da formação e a migração de profissionais para ocupações que não são típicas da área preocupa.

Em menor escala, existe demanda também na área de geologia. Segundo o IG/DPCT/UNICAMP, caso as atividades do setor de mineração e do pré-sal voltem aos níveis de 2012-2013, em 2020 a oferta de profissionais será de cerca de 60% da demanda (700/1216).

Se imaginarmos, e estamos torcendo para que isto ocorra, uma reversão da economia brasileira, a necessidade de mais trabalhadores, nessas e em outras áreas, só irá se ampliar.

Entretanto, não é difícil se concluir que não haverá uma rápida absorção dos atuais desempregados. Isto porque as exigências de qualificação profissional têm crescido substancialmente. Poderemos, então, enfrentar uma situação paradoxal: existirão vagas mas não teremos trabalhadores.

É hora, portanto, de se cuidar rapidamente da formação dos trabalhadores. Porém, SMJ, poucas são as iniciativas existentes nesse sentido.

É o momento dos dirigentes do País e de outras organizações, em todos os níveis, agirem com eficácia para sanarem essa deficiência, mas sem traços de paternalismo como já vimos em passado recente. Que o Brasil não seja, novamente, pego de calças curtas.

As pessoas trabalhadoras desejam vislumbrar e participar de oportunidades que as levem às vagas que irão surgir no mercado de trabalho. Querem condições para construirem suas vidas com autonomia. A riqueza é resultante do trabalho.