Da Câmara do Texas ao ex-presidente Donald Trump, os republicanos de todo os EUA estão se unindo em apoio ao impasse legal surgido entre o governador do Texas, Greg Abbott, e o presidente Joe Biden, em razão dos desentendimentos ocorridos sobre questões imigratórias na fronteira sul do Estado, intensificando as preocupações sobre uma crise constitucional em meio a uma disputa em curso com a administração Biden.
Segundo reportagem do Wall Street Journal, em setembro, a passagem de imigrantes que usam a cidade de Eagles Pass para chegar aos EUA sobrecarregou as autoridades locais. Em uma semana, 10.000 migrantes entraram ilegalmente no país, segundo estimativa da Patrulha de Fronteira, vários deles com mandados de prisão, como o mostrado pela imagem ao lado. Em 2022 e repetiu-se em 2023, cerca de 2 milhões de pessoas foram detidas na fronteira dos EUA com o México.
A questão está concentrada sobre o que a Guarda Nacional do Texas tem usado como barreira entre o Rio Grande e o Shelby Park, uma área de 47 acres em Eagle Pass. Numa decisão de 5-4 no início da semana passada, o Supremo Tribunal dos EUA apoiou a administração Biden quando anulou a decisão de um tribunal inferior que impedia os agentes da Patrulha Federal de Fronteira de cortar a cerca de arame farpado para prender pessoas que tinham atravessado o Rio Grande.
Na própria quarta-feira (24) - e enquanto a Guarda Nacional do Texas e as tropas estaduais continuavam a estender a cerca e impedir que agentes federais acessassem grande parte do parque - o governador Abbott continuou a desafiar publicamente a decisão e manter a "hold the line", dando ao Estado o direito constitucional de se defender e alegou que a prática do presidente Joe Biden de conceder liberdade condicional aos migrantes no país equivalia a uma recusa em fazer cumprir as atuais leis de imigração.
“O presidente Biden violou seu juramento de executar fielmente as leis de imigração promulgadas pelo Congresso”, disse Abbott em comunicado. “Em vez de processar imigrantes pelo crime federal de entrada ilegal, o presidente Biden enviou seus advogados aos tribunais federais para processar o Texas por tomar medidas para proteger a fronteira.”
Greg, inclusive, disse publicamente que Biden não quis dar ouvido sobre o tema, em cartas entregues a ele, além de atrapalhar a agenda de controle de imigração do estado de 29 milhões de habitantes. “Isso não acabou”, garantiu ele. “Continuarei a defender autoridade constitucional do Texas em garantir a segurança da sua fronteira”, emendou.
A declaração da Abbott foi rapidamente condenada por alguns juristas, que a consideraram flagrantemente inconstitucional e representava uma usurpação do governo federal.
Porém, as ações de Abbott rapidamente foram apoiadas por americanos em todo o país (cerca de 25 estados), com muitos a ecoar o apelo do governador do Texas para “manter a linha” e outros a irem mais longe, usando uma retórica que sugeria que o Texas usasse a força para se defender de um ataque.
Eis os estados: Alabama; Alasca; Arkansas; Flórida; Geórgia; Idaho; Indiana; Iowa; Luisiana; Mississippi; Missouri; Montana; Nebraska; Nevada; Nova Hampshire; Dakota do Norte; Ohio; Oklahoma; Carolina do Sul; Dakota do Sul; Tennessee; Utah; Virgínia; West Virginia; Wyoming.
Porém, os texanos parecem saber muito bem o valor da independência e da liberdade. Pois, ao longo de sua história, segundo registros disponíveis, eles as conquistaram a custa de muito sangue derramado, como, por exemplo, na batalha do Álamo. Por isso, certamente, até hoje nunca entregaram suas armas, e obedecem fielmente a Constituição dos EUA, tendo coragem e determinação para defendê-la até mesmo da Suprema Corte quando essa a rasga.
Uma aula de AUTODETERMINAÇÃO E LIBERDADE ao mundo todo.
Não é difícil se concluir que se o povo brasileiro fosse unido como o do estado do Texas, absurdos políticos e jurídicos não estariam acontecendo aqui no Brasil. Era só exigir que fosse cumprida, por todos os poderes, a Constituição Federal assim como estão fazendo o Governador e a população do Texas.