Com quatro votos de quinta categoria, o TSE acabou a semana mais parecido com um circo. Todos, no Brasil e no mundo, a rirem do que lá ocorreu durante o julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer.
Os brasileiros esperavam por justiça. Provas robustas não faltaram para a cassação da chapa. O relator do processo, ministro Herman Benjamin apresentou dados provando que houve abuso de poder politico e econômico durante o período eleitoral.
Ao final do julgamento, entretanto, acabou prevalecendo os conchavos, as articulações entre alguns ministros do TSE. Tais conchavos se tornaram de conhecimento público e já permitiam antecipar a absolvição dos requeridos desde o inicio da semana.
Com esse resultado, o TSE deu um sinal de que o funcionamento da democracia brasileira não vai bem. O Tribunal não se manifestou de forma independente. Após 85 anos de sua criação não esteve à altura da História. A democracia foi lesada.
Com exceção dos tres votos substantivos, o do relator ministro Herman Benjamin, o do ministro Luiz Fux e o da ministra Rosa Weber, que honraram as exigências da toga, os demais votos não passaram de discursos, pré-fabricados em conjunto, em cínica lavagem de dinheiro sujo, para uma platéia que chegou a rir de espanto e se perguntava. Afinal como gente com tal perfil chega a ocupar cargos em uma das mais altas cortes do País ?
A resposta é longa mas, de forma sucinta, resume-se ao conluio existente entre os detentores dos poderes da República e parte da sociedade, a chamada elite, como já dissemos aqui.
Não causa mais espanto ouvir das novas gerações a afirmação de que o Brasil, de fato, não é o país do futuro.
As oportunidades para que o futuro chegue à Nação se apresentam e imediatamente são descartadas. Não irá ser passada a limpo. Foi o que ocorreu com o julgamento concluído hoje no TSE.
Perdeu-se uma chance histórica de combate e condenação da corrupção. Voltou a ganhar força a cultura da impunidade.
Não era isso que a sociedade brasileira ansiosamente aguardava.