Translate

14 setembro 2025

A Porta Que Se Fecha

    Aos domingos, como de hábito, Roberto Motta nos premia com bons artigos. O deste domingo está ótimo. Ao estilo Motta, com muita clareza, ele nos revela a sua análise sobre o que ocorreu durante o julgamento de Jair Bolsonaro pela primeira turma do STF, como se sabe, composta por cinco membros. Antecipadamente o seu resultado já era do conhecimento de todos os brasileiros. Mas, com certeza, poucos imaginavam os fatos extrajudiciais que ocorreram durante o julgamento tendo como atores os próprios julgadores, tudo ao vivo, como se pôde testemunhar. Como juízes, ministros ou algo parecido não dá mais para designá-los depois do ocorrido. Salvou-se apenas o Fux com a sua magistral aula de direito.

Boa leitura.

*.  *.  *


A Porta Que Se Fecha 

O veredito menos surpreendente da história acaba de ser anunciado: Jair Bolsonaro foi condenado.


O veredito menos surpreendente da história brasileira acaba de ser anunciado: o ex-presidente Jair Bolsonaro e vários outros réus foram condenados por crimes que incluem “tentativa de abolição do estado democrático de direito” e “golpe de estado”. 


Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão em regime fechado, Walter Braga Netto a 26 anos de prisão, Anderson Torres a 24 anos e perda de cargo na Polícia Federal, Almir Garnier Santos a 24 anos, Augusto Heleno a 21 anos, Paulo Sérgio Nogueira a 19 anos, Mauro Cid a 2 anos em regime aberto e Alexandre Ramagem a 16 anos de prisão, perda de mandato de deputado federal e perda do cargo na Polícia Federal. Todos ficarão inelegíveis por 8 anos após o cumprimento das sentenças e, além de multas individuais, terão que pagar uma multa “solidária” de R$ 30 milhões.


Ao debater o valor da multa, um dos ministros comentou em tom mordaz que o réu Jair Bolsonaro teria “boa situação financeira”, lembrando de doações via Pix que teriam sido recebidas por ele. Apesar da gravidade da decisão e de suas consequências, o bom-humor predominou enquanto os ministros pronunciavam suas sugestões para o tempo em que o ex-presidente deveria ficar na cadeia.


Se não houve surpresa alguma com esse resultado, certamente houve choque; o choque de ver confirmada uma previsão que, apesar de já ser considerada certa, ainda assim não perdeu o poder de espantar.


A surpresa já tinha vindo um dia antes, no voto do ministro Luiz Fux.


No início da semana, no programa Os Pingos nos Is, eu disse que não esperava nenhuma novidade no julgamento. Errei. O voto do Ministro Fux não foi apenas desconcertante e divergente; na opinião de muitos juristas ele foi demolidor. É um voto a ser estudado em salas de aula de Direito no Brasil do futuro – um país que, por algum milagre, tenha se reencontrado com a legalidade.


Um milagre será necessário porque o voto do Ministro Fux apontou três nulidades – três fatores que, na sua opinião, tornariam o processo nulo. Em primeiro lugar, a corte não teria competência para julgar o caso, já que os réus deste processo não têm foro privilegiado - eles deixaram seus cargos no governo antes que fosse modificado o entendimento da corte sobre a manutenção do foro. Os réus deveriam ser julgados por um juiz de primeiro grau, disse o ministro Fux.


Em segundo lugar, disse o ministro, mesmo que, de alguma forma, fosse reconhecida a competência da corte, o caso não deveria ser julgado pela turma, e sim pelo plenário, lugar onde foram realizados todos os grandes julgamentos. Por último, afirma o ministro, ficou comprovado que houve cerceamento de defesa. Para o ministro Luiz Fux, trata-se de nulidades insanáveis.


Em seu extenso voto (a leitura durou treze horas) o magistrado fez um exame detalhado dos autos, provas e alegações. Ele considerou cada uma das acusações, submeteu as provas apresentadas a testes temporais e de lógica, e comparou as condutas dos réus com aquelas definidas na lei como crimes. Ao final desse processo, o ministro votou pela absolvição do ex-presidente Bolsonaro. Segundo ele, os fatos narrados pela Procuradoria Geral da República não correspondem ao crime de golpe de Estado. Para o ministro, também não é possível dizer que os crimes praticados nos atos de 8 de janeiro de 2023 decorrem de discursos e entrevistas do ex-presidente. Ele lembrou que “a lei não permite que se considere uma pessoa responsável por crimes cometidos por outros que foram influenciados por suas palavras”. E deu um claro exemplo: a culpa pelo atentado sofrido por Jair Bolsonaro em 2018 não pode ser imputada a opositores políticos que usaram retórica violenta contra o então candidato.


É o óbvio.


Em homenagem ao jurista Evaristo de Moraes, o ministro Fux lembrou que “um crime só existe quando a conduta se encaixa na lei penal como uma luva se encaixa na mão”. Além de Bolsonaro, o ministro pediu a absolvição de todos os outros réus, à exceção de Mauro Cid e Braga Neto.


Um dos trechos mais impactantes do voto de Fux fala sobre a imparcialidade do juiz. Ele disse: 


“O juiz deve acompanhar a ação penal com distanciamento, não apenas por não dispor de competência investigativa como também por seu necessário dever de imparcialidade”. 


Fux afirmou ainda que não compete ao tribunal realizar juízo político, e que sua missão exige objetividade, rigor técnico e “minimalismo interpretativo”.


O voto do ministro Luiz Fux produziu um alívio momentâneo em milhões de brasileiros. No dia seguinte vieram as condenações. Retornando de uma viagem a São Paulo, eu atravessava o saguão do Aeroporto de Congonhas quando um rapaz humilde me parou, os olhos cheios d’água. Ele disse: “me sinto como se o condenado fosse eu”.


Não é o único.


Há quem diga que o voto do ministro Fux, além de firmar sua posição como um defensor do Direito, abriu uma porta para que o tribunal saísse da confusão em que havia se metido.


Um dia depois o tribunal fechou a porta com estrondo.

13 setembro 2025

O assassinato de Charlie Kirk escancarou a realidade da esquerda

    O "day after" do assassinato do jovem líder americano Charlie Kirk expôs o que está acontecendo em nossa sociedade. O episódio escancarou a realidade: a esquerda chegou ao auge da sua radicalização. Como disse Dilma Rousseeff "a esquerda faz o diabo pelo poder".

    Em entrevista, o governador de Utah, Spencer Cox, estado em que aconteceu o atentado fatal contra Charlie Kirk, disse:

“Está muito claro para nós e para os investigadores que se tratava de uma pessoa profundamente doutrinada pela ideologia de esquerda.”

    O que testemunhamos hoje é o resultado de décadas de doutrinação e lavagem cerebral em escolas, universidades, meios de comunicação e na indústria cultural. O efeito é devastador: uma massa de pessoas programada para aceitar, justificar e até aplaudir censura, prisões arbitrárias e, agora, assassinatos políticos contra quem ousa se opor ao projeto socialista.

    Em diversas partes do planeta, o comportamento de uma parte da sociedade retornou ao início do século XX encontrado nos registros históricos do fascismo, do comunismo e do nazismo. Os dois primeiros regimes ainda hoje se encontram implantados em diversos países e, infelizmente, o atual governo brasileiro estreitou suas relações com essas nações. É o que se constata em diversos pronunciamentos de Lula e respectivas imagens. Posição esta que também adentrou ao STF após a contínua nomeação de ministros que rezam por essa cartilha, culminado com a nomeação para o seu quadro de um declarado comunista.

    Mas como já foi escrito em um comentário de um post anterior ...

"Isso pode mudar. Já aconteceu no mundo e o povo mudou. O caso mais exemplar foi o da França, o período de terror 1793-1794. Maximilien Robespierre foi uma figura central da Revolução Francesa, líder dos Jacobinos e proeminente defensor da democracia, do sufrágio universal e do fim da escravatura. Contudo, tornou-se também o arquiteto do «Período do Terror» (1793-1794), uma ditadura de salvação pública que perseguiu e executou milhares de oponentes da Revolução, antes de ser ele próprio guilhotinado em julho de 1794, marcando o fim do regime."

12 setembro 2025

Um dia sombrio e vergonhoso para a democracia brasileira

    Essa condenação fraudulenta do Bolsonaro não é justiça, é vingança política. Um julgamento encenado com o objetivo de intimidar, punir e abafar a voz do povo.

    A democracia morre quando juízes agem como ditadores. O povo brasileiro merece tribunais justos, eleições livres e líderes escolhidos nas urnas, e não condenados em julgamentos secretos.

    Depois de um dia auspicioso e de uma aula de direito de Luiz Fux – o único juiz concursado deste grupo, lembremos – o Supremo brasileiro voltou ao lamaçal de todos os dias com o Xandão levantando a voz, indignado, e até apresentando um vídeo onde ele é chamado de canalha por Jair Bolsonaro.
    Deixando de lado o fato que esta foi uma das poucas vezes em que Bolsonaro esteve 100% certo na vida, o juiz de voz fina e sotaque apaulistanado tenta se passar por baluarte da justiça perguntando se aquilo é liberdade de expressão. Alexandre não percebe que expõe seu despreparo e sua ignorância ao fazer essa pergunta. Ele é tão vaidoso e limitado que jamais entenderá que, sim, ofender uma autoridade é liberdade de expressão. Não passa de um mimizento mimado se utilizando do Supremo brasileiro para vingancinha pessoal.


Nota oficial - LEIA COM ATENÇÃO!



ANISTIA JÁ! O que o Brasil testemunhou não foi um julgamento. Foi um espetáculo jurídico construído para esmagar um homem e, junto com ele, tentar calar milhões de brasileiros que ousam pensar diferente do sistema. Negaram a Jair Bolsonaro o direito pleno à defesa. Restringiram sua liberdade de ir e vir. Anteciparam a sentença com o processo ainda em curso. A Constituição Federal assegura o contraditório, a ampla defesa e a imparcialidade do julgador. Nenhuma dessas garantias foi observada. Quando quem julga já declarou publicamente sua posição sobre os fatos, a imparcialidade deixa de existir. Isso não é justiça, é vingança. E vingança disfarçada de legalidade é a pior forma de abuso. A democracia não se sustenta sem segurança jurídica. Quando o Direito deixa de ser previsível e passa a servir aos humores do poder, instala-se o arbítrio. E onde há arbítrio, não há liberdade. O princípio da imparcialidade do juiz não é apenas um ideal ético. É uma cláusula pétrea do devido processo legal, reconhecida em todas as democracias consolidadas. Quando este princípio é ferido, o processo perde legitimidade. A condenação de um ex-presidente sem provas robustas e com o cerceamento da defesa entra para a história como uma das páginas mais sombrias da nossa democracia. O Brasil vive hoje um estado de exceção disfarçado de normalidade institucional. É dever de todos os democratas, dentro e fora do país, denunciar esse abuso de poder. O desequilíbrio entre os Poderes da República não fortalece o Estado, mas o enfraquece. Não há democracia plena onde há concentração arbitrária de poder. Diante desse cenário, só há um caminho para reconstruir o país: a anistia. Não como concessão política, mas como compromisso com a paz. Um país não pode viver em guerra eterna contra si mesmo. A anistia não ignora os erros. Ela os reconhece e, ainda assim, opta por reconciliar. Ela abre a porta para o perdão, a estabilidade institucional e a pacificação nacional. O Parlamento não assistirá calado à derrocada das liberdades. A Câmara dos Deputados tem o dever de se levantar em defesa do Estado Democrático de Direito, do equilíbrio entre os Poderes e da vontade soberana do povo brasileiro. Sei que seremos criticados. Sei que vão tentar desqualificar esse apelo. Mas impossível mesmo é continuar assim: um país dividido, adoecido, paralisado pelo ódio e pela perseguição. Enquanto isso, a população sofre com a falta de saúde, segurança, educação, emprego e dignidade. A pacificação nacional não se constrói pela força nem pela imposição, mas pelo retorno aos fundamentos da Constituição: liberdade, legalidade e respeito mútuo entre os Poderes. Não se faz justiça eliminando adversários. O que começa como perseguição política termina como tirania institucional. O tempo da vingança precisa acabar. O Brasil precisa respirar. Deputado Federal Sóstenes Cavalcante Líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados

09 setembro 2025

A culpa não é da Internet livre

    No Nepal, após graves denúncias de corrupção e tentativas do governo comunista de impor a censura na Internet e nas redes sociais para "combater fake news", foi iniciada uma onda de protestos que já deixou +19 mortos. Manifestantes invadiram o complexo do Parlamento, nesta terça-feira (9). O edifício ficou totalmente envolvido pelas chamas. As casas dos ministros e políticos do Partido Comunista também foram invadidas e saqueadas.



Manifestantes comemoram com bandeira do Nepal após entrar em complexo do 
Parlamento nepalês durante protesto contra o governo em 9 de setembro de 2025. — 
Foto: REUTERS/Adnan Abidi




    O Nepal é um país localizado na Ásia, entre a Índia e o Tibete, conhecido por seus templos e pela Cordilheira do Himalaia, onde fica o Monte Everest, com uma população de aproximadamente 30 milhões de habitantes. Katmandu, capital do país, tem um bairro antigo em forma de labirinto repleto de santuários hindus e budistas.

    Os manifestantes carregavam a bandeira nacional e cartazes com slogans como “Fechem a corrupção, não as redes sociais”, “Desbloqueiem as redes sociais” e “Jovens contra a corrupção”, enquanto marchavam.

    Obviamente, os cartazes poderiam estar sendo carregados em outros países, inclusive aqui no Brasil. A culpa não é da Internet livre. O que há de comum entre eles é o modelo do sistema e a corrupção, prática esta encontrada em todos os países que adotam este regime (vide a imagem do primeiro-ministro do Nepal).



    

06 setembro 2025

7 anos

 


    Hoje o Brasil relembra 7 anos da facada sofrida por Bolsonaro em Juiz de Fora. Este atentado consolidou um deputado até então considerado de "baixo clero" como candidato antissistema. Até hoje, Bolsonaro ainda enfrenta complicações de saúde mas se consolidou como a principal liderança da direita brasileira. Contudo, o Sistema continuou a atacá-lo covardemente tal qual o fez na cidade mineira.

     Foram 7 anos de tentativas do Sistema para, no mínimo, desmobilizá-lo e impedí-lo de novamente assumir a Presidência da República. Tiveram sucesso em 2002. Agora, em 2025, Bolsonaro é réu no STF, acusado de tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022.

    Na manhã desta última terça-feira (2/9), o STF começou a escrever como o Sistema tomou conta do Brasil. A pior composição possível do STF decidiu armar um teatro para julgar um crime que não aconteceu: o golpe de 8 de janeiro de 2023. O país assistiu a um espetáculo de mau gosto — e as leis foram pisoteadas.

    Com um conjunto probatório vazio, os advogados dos réus mostraram não haver provas. "A acusação é uma narrativa e não se pode condenar alguém com base numa narrativa." Além de não haver provas o processo como um todo é recheado de ilegalidades e não atende as normas jurídicas do País. Portanto, deve ser anulado, posição esta defendida pelos defensores dos réus e também por milhares de advogados em todo o País. Como ir adiante com tudo o que já se expôs no processo e durante o julgamento? não, não há como se ir adiante. Não sob a lógica do Direito Penal Brasileiro. A volta aos caminhos da legalidade impõe a anulação de tudo.

    Para completar, em paralelo a ocorrência do julgamento, se viu o depoimento à Comissão do Senado, de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes. As revelações e fatos de como tem se dado a atuação do STF na era “alexandrina”, o modo persecutório, o cerceamento à defesa e a instrumentalização de órgãos de Estado já são mais do que suficientes para paralisar e anular todo o julgamento atual, porque o que estamos vivendo não pode continuar.

04 setembro 2025

Contrato do Exército americano com start up dará IA aos soldados no campo de batalha


    A história registra que as guerras foram eventos que sempre estiveram acompanhados do avanço tecnológico. Desde a substituição dos cavalos por veículos automotores e suas respectivas armas até a bomba atômica, o ápice da Segunda Guerra Mundial.

    De lá para cá nada mudou e os regimes totalitários têm utilizado datas significativas para exibirem seu potencial em armas cada vez mais avançado e sofisticado como ocorreu esta semana em Pequim. O evento que reuniu os principais ditadores do mundo e seus apoiadores de outros países incluindo o Brasil. Lá estiveram presentes Dilma Rousseff e Celso Amorim.




    O Brasil virou chacota na diplomacia internacional. Nunca estivemos num buraco tão obscuro! A mídia tentou vender a imagem de um “desfile de líderes mundiais”, mas a realidade foi escancarada: não eram líderes, eram ditadores de regimes autoritários.

    Mas vamos retomar o tema do título deste post e, desde já, não é difícil dissociá-lo das palavras guerra e avanço tecnológico. Em artigo anterior falamos dos motores da IA e suas oportunidades e desafios para sua instalação sem mencionar guerras.

    Aqui, entretanto, o texto abaixo referindo-se ao avanço tecnológico está diretamente vinculado ao uso de IA por forças militares sem a utilização de data centers.

    A inovação está no uso da IA processada diretamente nos laptops, smartphones e drones dos soldados, eliminando a necessidade de uma conexão estável com a nuvem e/ou data centers. A aplicação de IA equipa os soldados com a capacidade de identificar rapidamente ameaças inimigas, como um local de lançamento de drones ou uma posição oculta de tropas, e o contexto necessário para decidir como responder sem depender de analistas a quilômetros de distância. A infantaria usará o software para identificar drones e outras ameaças, mesmo quando os sinais estão bloqueados.

    Soldados americanos estão começando a carregar inteligência artificial nos bolsos e mochilas, resultado de um contrato de US$ 98,9 milhões entre o Exército dos EUA e uma startup de São Francisco. O contrato com a empresa TurbineOne reflete as duas realidades do campo de batalha moderno: drones e IA aceleraram a velocidade do combate a um ritmo alucinante, e o bloqueio onipresente de sinais dificulta o envio e o recebimento de dados nas linhas de frente.

    O software da TurbineOne faz parte dessa transformação, indica o apetite das Forças Armadas por tecnologia de startups novas e não comprovadas que possam ajudá-las a se preparar para conflitos futuros que dificilmente se assemelham a guerras anteriores.

    O campo de batalha moderno está repleto de drones — no céu, na água e em terra. Isso cria uma vigilância incessante e uma enxurrada de dados que os soldados precisam analisar, em segundos, para determinar as ameaças mais urgentes e como responder. O diretor de estratégia e transformação do Exército, disse que o objetivo da força é processar dados de 10 a 25 vezes mais rápido do que seus adversários, um parâmetro que considera crucial para a superioridade no campo de batalha.

    A IA do TurbineOne examina grandes conjuntos de dados de imagens infravermelhas, radar, sinais de rádio e outras fontes. Os soldados podem solicitar que ele detecte categorias gerais de ameaças, como qualquer drone aéreo, bem como ameaças específicas, como um tipo específico de tanque armado com armas específicas. Uma consulta retorna informações sobre a localização de ameaças relevantes e uma avaliação do risco que elas representam, enviando alertas constantes aos soldados e suas armas acionadas por software, como drones, com atualizações conforme o alvo se move ou muda. Segundo a start up, o TurbineOne reduz uma tarefa que poderia levar 20 horas para um ser humano, como classificar imagens de centenas de quilômetros quadrados de terreno, para 20 segundos.

    Ao optar por um software que processa todos os dados no dispositivo, o Exército americano está aprendendo uma lição da Ucrânia: as guerras serão travadas em um blecaute de comunicações, sem links de rádio e GPS, que são anulados pela proliferação de bloqueadores. Isso representa um distanciamento dos sistemas de IA baseados em nuvem comumente usados ​​pelos militares, mas que não são apenas ineficazes quando bloqueados, mas também potencialmente perigosos para o usuário, já que qualquer sinal pode ser usado para determinar a sua localização.

    O software TurbineOne pode implantar e coordenar enxames de drones, um recurso que tem sido usado por outras partes das Forças Armadas, além do contrato com o Exército. A empresa captou cerca de US$ 57 milhões de investidores de risco,  e tem uma avaliação de mercado de US$ 300 milhões.

02 setembro 2025

Os motores da IA. Como as nações podem enfrentar as oportunidades e os desafios?

    Nos EUA e no mundo, inclusive aqui no Brasil, trava-se uma disputa entre regiões, estados e municípios para sediarem esses motores.

    Contudo, os dados atuais, o que tem ocorrido até então, mostram que se as variáveis envolvidas no processo não forem bem avaliadas todo o investimento poderá ser perdido.

    Todos os envolvidos no processo, governos em todos os níveis, empresários e investidores, precisarão equilibrar uma gama complexa de custos e uma visão completa dos benefícios ao avaliarem suas estratégias de desenvolvimento de data centers.




    Os data centers representam a infraestrutura fundamental que alimenta os diversos serviços digitais dos quais indivíduos, empresas e governos dependem diariamente. Essa espinha dorsal da economia digital está pronta para um crescimento significativo à medida que a demanda por computação em nuvem e IA acelera. 

    Como sempre, é de lá, da nação mais poderosa do mundo, sob todos os sentidos, os EUA, que afloram as sinalizações decorrentes do avanço tecnológico. Os Estados Unidos já estão observando um aumento no interesse e no investimento dos denominados hiperescaladores e provedores que buscam construir data centers.

    Uma análise recentemente publicada mostra que, até 2030, as empresas investirão quase US$ 7 trilhões em investimentos de capital em infraestrutura de data centers no mundo. Mais de US$ 4 trilhões desse valor serão destinados a investimentos em hardware, com o restante destinado a áreas como imóveis e infraestrutura de energia. Mais de 40% desses gastos serão investidos nos Estados Unidos.


    Essa análise mostra também que, embora ainda haja muitas incógnitas sobre a trajetória de crescimento da IA ​​e a dinâmica econômica relacionada, a escala do investimento em IA pode impulsionar um crescimento significativo do PIB, criar milhares de empregos bem remunerados e estimular a inovação em diversos setores. No entanto, existem desafios significativos — desde as necessidades de infraestrutura até a reação negativa do consumidor — e os governos devem desenvolver uma visão clara dos verdadeiros custos e benefícios ao avaliarem suas estratégias.

    O crescente interesse no desenvolvimento de data centers reflete o significativo potencial econômico disponível. Também exige uma abordagem ponderada para avaliar os custos e benefícios.

    No Brasil há 162 data centers, segundo estimativas da Associação Brasileira de Data Center. A maior concentração está no Sudeste, com 110. Logo na sequência vem o Sul, que registra 27, depois o Nordeste, com 15. O Centro-Oeste tem 8, e o Norte, 2.

    Como se verá na matéria a seguir (de fontes diversas), o tema não fica restrito a área de tecnologia. Estende-se por temas como infraestrutura, pessoal técnico de muitas áreas e de vários níveis educacionais, pesquisa e inovação. 

    Boa leitura.

*.  *.  *


Onde está o valor do data center


    Os governos que conseguem planejar, gerenciar e mitigar os riscos do crescimento dos data centers com eficácia podem liberar milhões, talvez até bilhões, de dólares em crescimento direto e indireto. Ao mesmo tempo, podem criar empregos bem remunerados e se estabelecer como polos líderes em infraestrutura digital.

    A Virgínia do Norte exemplifica como o planejamento estratégico pode alavancar o crescimento dos data centers. Ao investir em infraestrutura robusta, manter uma rede elétrica confiável e oferecer incentivos fiscais direcionados, a região responde por 13% da capacidade mundial de data centers. Ao mesmo tempo, mitigou riscos por meio de controles de zoneamento local e medidas de eficiência energética, tornando-se também um polo global de infraestrutura digital que resultou em bilhões em produção econômica apoiada.

    Análises do Conselho de Tecnologia da Virgínia do Norte e da Comissão Conjunta de Auditoria e Revisão Legislativa sugerem que o investimento em data centers pode gerar valor para os estados de quatro maneiras principais (observe que as circunstâncias específicas de cada estado afetarão o potencial):

  • Crescimento econômico. O investimento em data centers pode impulsionar o crescimento do PIB, criar milhares de empregos bem remunerados e estimular a inovação em diversos setores. Com base em um estudo do Conselho de Tecnologia da Virgínia do Norte, o estado da Virgínia gerou cerca de US$ 31 bilhões em produção econômica apoiada com a construção e operação de data centers em 2023, bem como serviços de apoio, com benefícios significativos para os governos estaduais e locais em termos de impostos arrecadados.
  • Empregos e qualificações. Um grande data center típico (com cerca de 23.000 metros quadrados, por exemplo) pode empregar até 1.500 trabalhadores no local durante a fase de construção, exigindo uma equipe de desenvolvedores, operadores de equipamentos, operários da construção civil, eletricistas e técnicos, muitos dos quais ganham salários acima de US$ 100.000 por ano (sem incluir horas extras). Muitos desses empregos não exigem diploma universitário. Para operações em estado estável, mais de 50 empregos podem ser criados (por exemplo, gerentes de instalações, engenheiros, técnicos e equipe de manutenção de instalações). Além disso, para cada emprego dentro de um data center, estima-se que 3,5 empregos extras sejam criados na economia local (por exemplo, por meio de atualizações na infraestrutura de suporte).
  • Crescimento intersetorial. Os data centers podem atuar como catalisadores para setores tangenciais, como energia, telecomunicações, serviços em nuvem, software e manufatura, estimulando o desenvolvimento de elementos adicionais da cadeia de valor do data center. O boom de data centers no norte da Virgínia, por exemplo, aumentou a demanda por energia, levando a Dominion Energy a construir novas subestações e linhas de transmissão (como, por exemplo, o projeto de subestação na área de Haymarket). O crescimento de data centers nos condados de Loudoun e Prince William, na Virgínia, frequentemente chamado de Data Center Alley, levou a um boom no mercado imobiliário.
  • Inovação. As demandas tecnológicas dos data centers podem ajudar a estimular a pesquisa e a inovação. As demandas de energia dos data centers estão impulsionando a inovação em soluções de energia verde e sustentável, como células de combustível, energia solar e pequenos reatores modulares. Com o crescimento da modularização de data centers, a construção pode ser mais rápida e sustentável do que os métodos tradicionais.


Crescimento da demanda e mudanças em data centers


    A análise mostra que a demanda global por capacidade de data centers pode mais que triplicar até 2030, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de cerca de 22%. Nos Estados Unidos, a demanda por data centers pode crescer de 20% a 25% ao ano no mesmo período.

    Cerca de 70% da demanda projetada para 2030 virá de hiperescaladores (como AWS, Google Cloud e Azure), uma tendência já evidente nos recentes anúncios de parcerias entre gigantes da tecnologia e vários estados dos EUA para investir bilhões na construção de data centers de grande porte. Os hiperescaladores estão trabalhando na construção de grandes campi para capturar o valor da computação colocalizada (colocated compute), resultando em locais que frequentemente cobrem centenas de hectares.


Quatro tendências serão os principais impulsionadores dessa demanda:

  • Crescimento da IA ​​e da computação de alto desempenho. A rápida evolução da tecnologia de IA resultou no desenvolvimento de grandes modelos de linguagem com recursos avançados de raciocínio (por exemplo, o GPT-4/5 da OpenAI) que são computacionalmente mais intensos do que as versões anteriores. Estima-se que a demanda liderada pela IA Gen-AI seja de cerca de 40% até 2030.
  • O crescimento contínuo da migração para a nuvem e do software como serviço. A demanda por data centers nos Estados Unidos, proveniente da nuvem e de outros fatores não relacionados à IA, deverá crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 16% até 2023.
  • A crescente digitalização dos serviços públicos. Prever-se um aumento nos serviços digitalizados em áreas como saúde, Departamento de Trânsito e identificação digital para residentes.
  • Aceleração das tendências tecnológicas. Tendências como a Internet das Coisas e a implementação de redes 5G impulsionarão necessidades tecnológicas adicionais, como a computação de ponta.
    A crescente demanda está criando desafios de capacidade para os mercados primários, que já estão saturados de data centers. Um relatório recente da imobiliária CBRE mostra taxas de vacância recordes de 1,9% nos mercados primários de data centers em 2024. Por esse motivo, os hiperescaladores estão se voltando para mercados secundários, de alto potencial e emergentes.


Uma análise mais aprofundada das compensações


    A rápida expansão da capacidade dos data centers traz desafios significativos, especialmente para a infraestrutura pública. Os estados precisarão considerar cuidadosamente o seguinte:
  • Dificuldades no fornecimento de energia. Espera-se que as necessidades de energia dos data centers nos Estados Unidos adicionem cerca de 460 terawatts-hora à demanda até 2030, três vezes o nível atual de consumo. Essa nova carga substancial nas redes regionais, especialmente em zonas com restrições, exigirá novas construções de fornecimento e expansão incremental da transmissão. Os cronogramas para o desenvolvimento dessa infraestrutura podem ser desafiadores para atender ao ritmo acelerado das demandas dos data centers. Além disso, a North American Electric Reliability Corporation prevê baixas margens de reserva e potenciais déficits de fornecimento em muitas regiões. Em alguns casos, a demanda incremental também está aumentando a tensão nas metas estaduais de descarbonização, complicando os esforços para equilibrar o crescimento com a sustentabilidade.
  • Escassez de água. Os data centers precisam de muita água, o que pode sobrecarregar o abastecimento local. Um relatório recente da WestWater Research prevê que o consumo de água relacionado a data centers nos Estados Unidos deverá aumentar em 170% até 2030. Embora existam configurações de resfriamento de locais que dependem menos de água, elas exigem substancialmente mais energia e envolvem tecnologias menos consolidadas. Além disso, novas usinas de energia — especialmente usinas térmicas — que entram em operação para dar suporte a data centers têm suas próprias demandas significativas de água para resfriamento. Por exemplo, a prefeitura de Mesa, Arizona, propensa à seca, enfrentou grande resistência da comunidade quando aprovou a construção de um data center em hiperescala que requer mais de um milhão de galões de água por dia.
  • Gargalos de recursos. A implantação de um data center exige recursos significativos de terra, mão de obra e equipamentos, que podem ser difíceis de obter em estados que já utilizam esses recursos. Encontrar talentos treinados especificamente para data centers e infraestrutura de energia associada pode ser um desafio quando esses profissionais realizam outros trabalhos de instalação elétrica e mecânica. Essas restrições de recursos podem ter um grande impacto na conclusão oportuna e na eficiência operacional de novos projetos de data center.
  • Custos de oportunidade. Comprometer terras e recursos em projetos de longo prazo e de capital intensivo, como data centers, pode acarretar custos de oportunidade significativos. Existe o risco de excluir outros investimentos de alto impacto — como manufatura, desenvolvimento residencial e urbano — bem como capital para a construção de infraestrutura de transporte, como estradas. Além disso, os incentivos fiscais concedidos a empresas de data centers podem anular quaisquer ganhos, reforçando o argumento do custo de oportunidade.
  • Risco de projetos arquivados. Apesar de todo o investimento, alguns hiperescaladores recuaram ou suspenderam alguns de seus compromissos com a construção de data centers de grande porte. Isso pode ser resultado de vários fatores, incluindo incerteza econômica, restrições de energia, atrasos em projetos de construção ou potencial excesso de oferta de capacidade. Além disso, as cargas de trabalho de IA e aprendizado de máquina estão impulsionando a demanda por projetos especializados de data centers, exigindo que os hiperescaladores reconsiderem os planos existentes. Todos esses fatores combinados destacam a complexidade da previsão precisa da demanda a médio e longo prazo. Por esse motivo, é importante planejar desde o início do processo mecanismos que compartilhem a responsabilidade por projetos inacabados.
  • Reação negativa do consumidor. Os desafios listados aqui têm o potencial de gerar objeções dos consumidores ao desenvolvimento de data centers. Os governos terão que ponderar os custos e benefícios e, se prosseguirem, também ser proativos na comunicação dos benefícios às suas comunidades (como a criação de empregos além daqueles que trabalham nos próprios data centers).


    Cada estado precisará equilibrar os benefícios econômicos com seus custos específicos. Entender onde os benefícios econômicos atingem o ponto decrescente dos retornos marginais é um exercício analítico e estratégico. Ohio tem se apoiado em planejamento antecipado e parcerias público-privadas bem pensadas para tentar navegar por essas compensações, com algum sucesso. Ao longo de mais de uma década, Ohio quadruplicou sua capacidade de data center, e a Amazon Web Services anunciou recentemente um acréscimo de US$ 1 bilhão a uma expansão de US$ 10 bilhões em investimentos em data center em Ohio, estimada anteriormente.

    O governo, agências de desenvolvimento econômico, concessionárias de serviços públicos e grandes empresas de tecnologia se uniram em um forte programa de incentivos, investimentos em infraestrutura, treinamento de força de trabalho e programas de energia renovável. Ohio, por exemplo, ofereceu isenções parciais ou totais de impostos sobre vendas para empresas que fazem investimentos significativos em data centers (embora isso tenha gerado oposição pública). Alguns governos locais no estado também forneceram abatimentos de longo prazo no imposto predial.

    Para fornecer suporte de infraestrutura, a American Electric Power (AEP), que atende a região central de Ohio, iniciou uma ampla expansão de transmissão e estruturas de tarifas especiais para data centers. A parceria estratégica de US$ 2,82 bilhões da AEP planeja financiar milhares de quilômetros de novas linhas de transmissão em Ohio e estados vizinhos. Em novembro de 2024, a AEP anunciou planos para implantar até um gigawatt de células de combustível de óxido sólido da Bloom Energy em data centers — um acordo que visa fornecer energia de reserva imediata enquanto a rede é expandida.

    Para fortalecer as habilidades da força de trabalho local, Ohio firmou parcerias com organizações privadas para estabelecer iniciativas de treinamento, como o Programa STAR (Skilled Trades and Readiness) e programas de certificação de técnicos de data center oferecidos por hiperescaladores.

Dez conjuntos de perguntas para uma estratégia de data center vencedora


    Os estados precisarão abordar inúmeras considerações e planos ao construir ou expandir seus esforços de data center. Responder às seguintes perguntas pode ajudar a esclarecer seu caminho a seguir:

  • Tendências do setor. Como serão os próximos cinco a dez anos de crescimento dos data centers? Quais players estão investindo e quais tecnologias estão impulsionando esse investimento? Como as necessidades de data centers evoluirão no futuro para construção, manutenção e reforma?
  • Adequação estratégica. Como os data centers se alinham com os objetivos econômicos mais amplos do estado, como o desenvolvimento rural, o estabelecimento de um corredor de semicondutores ou a concretização da visão de um centro tecnológico?
  • Modelos de parceria. Quais são os incentivos, mecanismos de coinvestimento e estruturas de governança adequados para garantir o sucesso? Como a parceria de investimento deve ser estruturada para atingir os objetivos econômicos estratégicos do estado, como o desenvolvimento rural e o crescimento empreendedor de pequenas e médias empresas?
  • Estratégia de localização. Onde existem zonas de data center prontas para construção ou potenciais, com infraestrutura adequada e alinhamento com a comunidade? Como os locais de data centers existentes influenciam essas possíveis localizações futuras, de modo que o estado possa otimizar o uso de recursos, aumentar o apoio da comunidade e garantir o desenvolvimento equitativo em diferentes partes do estado, levando, em última análise, a construções mais sustentáveis ​​e bem-sucedidas?
  • Administração responsável dos recursos locais. Quais são os limites de capacidade de energia, água e terra que podem sustentar de forma sustentável o crescimento dos data centers? Quão perto o estado está de atingir esses limites?
  • Oportunidades intersetoriais. Que outras oportunidades podem existir para o crescimento de setores relacionados, como energia, gestão sustentável de recursos, equipamentos de refrigeração e telecomunicações?
  • Modelo econômico integrado. Como tem sido o modelo econômico para o crescimento de data centers até o momento? Quais são os (outros) benefícios projetados (como empregos, impostos e crescimento) e os riscos (por exemplo, custos de serviços públicos e impacto ambiental)? Os incentivos fiscais estão compensando os ganhos a ponto de investimentos adicionais em data centers não serem mais benéficos para o estado?
  • Estratégia de investimento. Como os estados devem planejar seus investimentos? Quais outras partes ou parceiros, como energia, serviços públicos e outros players do setor, também precisam investir? Qual é a estratégia de mão de obra mais adequada durante as fases de construção e manutenção para garantir a disponibilidade de uma força de trabalho qualificada e minimizar atrasos?
  • Plano de engajamento comunitário. Como os estados podem engajar as comunidades locais para garantir o alinhamento com suas necessidades e prioridades? Existe comunicação transparente sobre os benefícios e potenciais impactos dos projetos de data centers? Quais estratégias estão em vigor para envolver as partes interessadas locais nos processos de tomada de decisão, abordar preocupações e construir confiança? Como criar oportunidades para o desenvolvimento da força de trabalho local, a participação de pequenas empresas e o investimento comunitário para garantir que o crescimento dos data centers se traduza em benefícios tangíveis para as comunidades vizinhas?
  • Gestão de riscos de projetos inacabados e ativos ociosos. Como os estados e as concessionárias de serviços públicos podem mitigar o risco de ativos ociosos se o crescimento projetado na capacidade dos data centers não se concretizar? Os investimentos em infraestrutura devem ser escalonados, condicionais ou diversificados para equilibrar a urgência da expansão da capacidade com a incerteza da demanda a longo prazo?