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31 maio 2021

EM DISCUSSÃO A EFICÁCIA DA VACINA CORONAVAC

Estudo internacional com a USP, em 15.900 pessoas, concluído na sexta 21/05, aponta eficácia de 61% a 28% em vacinados com a Coronavc a partir de 76 anos.

Independente do resultado acima, boa parte da população anda discutindo o assunto tendo em vista que tem crescido o número de mortes de pessoas que já tomaram as duas doses dessa vacina. 

Nesta última semana faleceram de COVID o jornalista Fabio Campana um mês após receber a segunda dose e o sambista Nelson Sargento três meses após a 2ª dose. Menos conhecidas, diversas outras pessoas têm sido relacionadas entre amigos que compartilham as mesmas redes sociais.

Adicionalmente, na CPI do COVID, foi citado o caso do ex-presidente José Sarney, que, semanas após a segunda dose, testes de laboratório não detectaram anticorpos. Covas chegou a afirmar que a vacina não protege contra infecções, mas atenua sua gravidade. Há controvérsias.

As autoridades da Saúde tratam com discrição e cautela essa discussão. Há temor de que haja recusa da Coronavac e uma corrida por outras vacinas, desorganize o programa de imunização nacional.

Cenário Regulatório Internacional

A vacina ainda não teve seu registro sanitário aprovado em nenhum país, apenas se encontra aprovada para uso emergencial em alguns países como na República Popular da China, Turquia e Indonésia.


No Brasil o caminho seguido foi o mesmo, conforme decisão tomada pela ANVISA em 18/01/2021, com as seguintes recomendações:

  • Tendo em vista o cenário da pandemia;
  • Aumento do número de casos;
  • Ausência de alternativas terapêuticas;
  • A Gerência-Geral de Medicamentos recomenda a aprovação do uso emergencial, condicionada ao monitoramento das incertezas e reavaliação periódica.

Por outro lado, de acordo com informações reveladas aqui, o estudo realizado pelo Instituto Butantan na cidade de Serrana, SP, resultou em queda de 95% em mortes por Covid-19, 86% nas hospitalizações e 80% nos casos sintomáticos da doença. Realizado ao longo de 4 meses, o projeto vacinou 75% da população do local com o imunizante da CoranaVac, e tinha como objetivo descobrir os efeitos da vacinação no controle da pandemia.

30 maio 2021

29 DE MAIO FOI UM VEXAME PARA OS ESQUERDISTAS BRASILEIROS

Ignorando as recomendações (rsrs) para não aglomerar e usar máscaras pff2, os seguidores dos comunistas e do lulopetismo foram às ruas, neste sábado (29), em algumas cidades.

Foi um vexame. Confiram.

Os autores das fotos aqui postadas estão citados. A maioria delas foi obtida pelas TV's que compõem a rede simpática aos esquerdopatas e seus aliados da corrupção e todas foram publicadas pelo G1.



























29 maio 2021

IMPRENSA FINANCIADA COM DINHEIRO DA DITADURA COMUNISTA

Documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos disponibilizados em junho do ano passado revelaram que a imprensa vinha sendo financiada com dinheiro da ditadura comunista antes mesmo da pandemia. 

Neles são informados que nos últimos cinco anos, o jornal China Daily, controlado pelo regime de Xi Jinping, pagou cerca de US$ 6 milhões ao The Wall Street Journal e US$ 4,6 milhões ao The Washington Post

Outras empresas da mídia norte-americana também foram beneficiadas com verbas para informes publicitários e matérias patrocinadas, tais como o jornal Los Angeles Times (US$ 753 mil) e a revista bimestral Foreign Policy (US$ 240 mil). 

Talvez em razão da linha editorial tão escancaradamente progressista, o maior jornal do mundo, The New York Times, não precisou de muito incentivo — ficou com apenas US$ 50 mil. A papelada do Departamento de Justiça garante que o Partido Comunista Chinês já distribuiu US$ 19 milhões a veículos de imprensa espalhados pelo mundo.

O Brasil não ficou de fora. Os documentos mostram que o China Dayly pagou a mídia brasileira de modo a promover conteúdo governamental. Na lista a empresa dona da Folha de São Paulo arrecadou US$ 405 mil entre 2016 e 2020. Só em janeiro de 2019, a companhia jornalística recebeu US$ 41,4 para publicar material chapa-branca.

Os recursos também se destinaram à Editora Globo, que faturou US# 109 mil emtre 2017 e 2018. Ao Correio Braziliense foram encaminhados algumas migalhas, pouco mais de US$ 15 mil em novembro de 2019.

Desde então, os veículos de comunicação abdicaram da prerrogativa de apresentar ao público sua visão particular dos acontecimentos. A adesão ao pool doutrinário chinês ($$$) tem como consequência a reprodução do mesmo discurso em todos os jornais e emissoras de TV.

Fonte: Revista Oeste


26 maio 2021

A PANDEMIA E A CPI COVID-19

Aprendemos nos bancos escolares, desde cedo, que linhas paralelas não se cruzam. No mundo, vários episódios guardam essa propriedade.

No momento, aqui no Brasil, dois eventos estão seguindo esse conceito e, infelizmente, ambos estão atuando em direções opostas. Não é difícil identificá-los. Rapidamente se conclui que estamos falando da Pandemia e da CPI COVID-19.

Enquanto o primeiro - a Pandemia - reune esforços humanos e elevados recursos financeiros para salvar vidas, o segundo - a CPI COVID-19, atua em sentido inverso, em perfeito alinhamento com o que disse Lula no momento em que agradeceu a natureza pelo surgimento do corona vírus. Clique aqui e relembre-o.

O vocabulário da  turma que cuida da Pandemia é atrelado ao que se conhece no âmbito da medicina, da saúde, da solidariedade ...  Avanços e conquistas importantes têm sido obtidas no combate ao vírus chinês.

No caso da CPI COVID-19 só se ouve fingimento daqueles que perderam as eleições de 2018. O Brasil inteiro sabe que o propósito de criação da CPI está na disputa do próximo pleito eleitoral. Ela foi criada e é comandada por senadores de oposição ao governo e à Pandemia. 

As sessões da CPI, transmitidas ao vivo, escancaram um palco eleitoral circense. Para divulgar ainda mais esse espetáculo, a oposição conta com a maior parte da mídia e o engajamento das redes sociais. 

Contudo, a cada dia que se passa, torna-se mais evidente para a população brasileira que o grupo desse circo mambembe jamais retornará ao poder.

Mas como em todo circo, há momentos para boas risadas como o que foi protagonizado por este palhaço aqui.

Divirtam-se.

Ah, pode continuar sorrindo um pouco mais com a imagem abaixo.

25/05/2021






24 maio 2021

EMOCIONANTE POR QUÊ?

O título deste post tem origem, literalmente, nesta pergunta dirigida ao autor do artigo  "Motociata no Rio. Mais um dia histórico para a democracia do Brasil", no qual consta o seguinte parágrafo: "Foram 40 Km ininterruptos de motocicletas, segundo vídeos e depoimentos acessíveis na internet e copiados aqui. Confira-os. Vale a pena, são emocionantes."

Foi muito bom ver brasileiros de todas as idades demonstrando coragem e reiterando que estão à disposição para continuarem participando da longa guerra, iniciada em 2013, lutando por um Brasil melhor, apesar da pandemia COVID-19.

Com pandemia - Lula: "ainda bem que a natureza criou esse monstro" - ou sem pandemia, os brasileiros foram e voltarão às ruas sempre que se torne necessário esse tipo de manifestação, arma importante para vencerem cada batalha dessa guerra. Duas delas já foram vencidas: a batalha pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e as eleições de 2018 com a derrota do PT. 

Entretanto, o inimigo continua vivo e a guerra em pleno andamento. É preciso vencê-la e livrar o Brasil do socialismo do século  XXI. Não é uma tarefa fácil. Sabe-se que o inimigo, ao longo do tempo, contou/conta com uma rede internacional mobilizando militantes de diversos setores: universidades, mídia, ONG's, internet, redes sociais, ... tentando ocupar todos os espaços e subornando consciências disponíveis, para destruírem as culturas e os costumes nacionais, e acelerarem a construção de uma sociedade do Big Brother no País.

O Brasil já sofreu algumas tentativas de destruição de sua democracia, através de siglas partidárias, ou não. Essa turma não desistiu e desta vez, nessa guerra, grupos estão usando o que está planejado pelo Foro de São Paulo, criado em 1990 por Fidel Castro e Lula. 

Em todas as vezes anteriores, como aqui, o povo foi para as ruas e venceu o inimigo. Desta vez não será diferente. O povo, novamente, já está nas ruas.

É emocionante.

23 maio 2021

MOTOCIATA NO RIO. MAIS UM DIA HISTÓRICO PARA A DEMOCRACIA DO BRASIL

Repetindo o que ocorreu em Brasília no último dia15, Bolsonaro, sob demanda do povo, foi ao seu encontro, desta vez no Rio de Janeiro.

Parte desses encontros ocorrem através de passeios de moto pelas cidades. Hoje (23), a motociata teve início no Parque Olímpico, na Barra, em direção ao Aterro do Flamengo, separados por cerca de 40 quilômetros de distância. Em todo o percurso se viu/ouviu os brasileiros com camisas com as cores do Brasil, carregando nossa Bandeira Nacional e aos gritos de "mito" e "eu autorizo".

Foram 40 Km ininterruptos de motocicletas, segundo vídeos e depoimentos acessíveis na internet e copiados aqui. Confira-os. Vale a pena, são emocionantes.

                          




Ao final, falando aos presentes, o presidente elogiou os valores conservadores. "Temos que agradecer à nossa direita, àqueles que defendem a família, a Pátria e que têm Deus no coração. Podem ter certeza, nós vamos, cada vez mais, fazendo com que as pessoas eleitas por vocês façam melhor. Sei da enorme responsabilidade que eu tenho, mas sei do povo maravilhoso que me apoia".

"É uma demonstração de amor à Pátria de todos aqueles que querem paz, tranquilidade e liberdade acima de tudo", finalizou o Presidente.

22 maio 2021

LIÓ DE AGIMIRO NOS ENSINANDO O QUE É O PETISMO

Iremos aprender com o Lió de Agimiro, um legítimo representante do povo, fazendo seu cigarrinho de palha, explicando, quando questionado por uma curiosa criança, os conceitos dos seguintes assuntos: socialismo,  comunismo, fascismo, nazismo, capitalismo e petismo.  

O Lió nos deu uma AULA, com letras maiúsculas, para todos nós, crianças e adultos.  Vamos ouví-lo.


As explicações do Lió são especialmente importantes para os jovens do Brasil, país que já sofreu algumas tentativas de destruição do capitalismo e de nossa democracia, através de siglas partidárias, ou não, que tentaram implantar regimes baseados em alguns desses conceitos. O último deles,  - o PT - usando o conteúdo do Foro de São Paulo, criado em 1990 por Fidel Castro e Lula. Cuba, México, Argentina, Venezuela, Nicarágua, são outros países que participam do Foro, além de ramificações existentes em outros continentes.

Estão associados ao Foro mais de cem partidos e diversas agremiações de esquerda, com o objetivo de destruir o poder harmônico entre os poderes existentes nos países capitalistas, modificar as constituições nacionais centralizando toda a gestão financeira para o Estado. Controlar as organizações religiosas, os meios de comunicação, a educação. Controle total da internet e das redes sociais.

No campo político, reforma das leis eleitorais para se garantir reeleições e colocar nas mãos do Estado todos os bens de produção retirando-os dos empresários capitalistas.

"No se trata de especulaciones. Este es el programa escrito de la ultraizquierda comunista para los próximos cuatro años. Los sectores liberales pueden mirar hacia otro lado y pensar que aquí no pasa nada. La España sanchista está ya de hecho en la letra del Foro de Sao Paulo. Y la que se avecina, lo que nos espera, salvo que el liberalismo democrático ponga freno, aparece claramente especificado en el programa del extremismo comunista." Luis María AnsónEl Mundo, 12/02/2020.



FHC: A ética do PT é roubar

Edição N⁰ 1894 - 08/02/2006
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) considera a possibilidade de votar em Lula na disputa do ano que vem pelo Palácio do Planalto. “O Lula respeita as instituições”, declarou FHC, em entrevista ao programa Conversa com Bial, transmitida na terça-feira 18. “O Lula é uma pessoa curiosa porque, ao mesmo tempo em que ele é líder sindical e olha para os que mais precisam, ele gosta dos que não precisam […]. Em entrevista publicada na sexta-feira 14 pelo jornal Valor Econômico, FHC já havia reconhecido que escolheria Lula, caso um candidato de “centro” não apareça ou chegue a um eventual segundo turno.

Tais pronunciamentos revelam ao Brasil mais uma fotografia do FHC. Para os brasileiros não é das melhores. Provocam náuseas. Mostram como o País é tratado por seus ex-presidentes, para ficar apenas neste subconjunto da politicagem brasileira.

No link, clique aqui, a carta escrita por FHC - sobre a moral do mesmo Lula - dirigida aos eleitores de seu partido, PSDB, em 2006, e isto quando o Petrolão ainda nem tinha sido descoberto.

No vídeo abaixo o resumo dessa carta.



20 maio 2021

FHC: Sobra moral a Alckmin e falta a Lula


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) considera a possibilidade de votar em Lula na disputa do ano que vem pelo Palácio do Planalto. “O Lula respeita as instituições”, declarou FHC, em entrevista ao programa Conversa com Bial, transmitida na terça-feira 18. “O Lula é uma pessoa curiosa porque, ao mesmo tempo em que ele é líder sindical e olha para os que mais precisam, ele gosta dos que não precisam […]. Em entrevista publicada na sexta-feira 14 pelo jornal Valor Econômico, FHC já havia reconhecido que escolheria Lula, caso um candidato de “centro” não apareça ou chegue a um eventual segundo turno.

Tais pronunciamentos revelam ao Brasil mais uma fotografia do FHC. Para os brasileiros não é das melhores. Provocam náuseas. Mostram como o País é tratado por seus ex-presidentes, para ficar apenas neste subconjunto da politicagem brasileira.

A seguir, a carta escrita por FHC - sobre a moral do mesmo Lula - dirigida aos eleitores de seu partido, PSDB, em 2006, e isto quando o Petrolão ainda nem tinha sido descoberto.

Boa leitura ! 



FHC: sobra moral a Alckmin e falta a Lula

                                                                                                                    

          CARTA AOS ELEITORES DO PSDB Brasília (7 de setembro de 2006) - Atravessamos um momento paradoxal: de aparente desconexão entre o que é o sentimento da opinião pública e o discurso eleitoral rotineiro; de tanta desfaçatez dos que ocupam o poder e de tanta informação sobre a corrupção e os desmandos de quem deveria dar as pautas de comportamento pensando mais na Nação que em seus umbigos e nada mais faz do que se jactar de grandezas inexistentes. Diante disso, resolvi me dirigir aos militantes, simpatizantes e eleitores do meu partido, e mesmo às pessoas de boa fé que olham a política com atenção, embora sem se envolver na vida partidária, para expor com franqueza algumas questões que me parecem essenciais para que o PSDB possa continuar a contribuir para uma mudança de mentalidades e de práticas no Brasil.

 

Para que não pairem dúvidas: é do Presidente e de seu partido (ou deveria dizer ex-partido?) que falo acima, pois são eles, inquestionavelmente, os responsáveis por deixar que os piores setores da política ocupem a cena principal, expondo o país às misérias a que todos assistimos indignados. E mais indignados ficamos quando vemos o Presidente e seus arautos passarem a mão na cabeça dos que "erraram" (como se eles próprios não fossem os culpados) com a desculpa de que "todos são iguais" ou, então, em versão mais sofisticada da mesma falta de vergonha, dizerem que "a culpa é do sistema".

 

Comecemos por aí. Há muita confusão no ar no trato das questões morais. Moral se refere a condutas individuais. Uma coisa é a discussão filosófica sobre a ética, os fins últimos ou o que seja. Outra é a responsabilidade moral: quem transgride as leis, os costumes, as práticas aceitas em uma comunidade, pode fazê-lo em nome do que seja, de um partido, um ideal, uma paixão. Responderá pela transgressão perante a comunidade e estará sujeito às penalidades do caso.

 

Pagar mensalão é crime e como crime deve ser tratado. Pagar mensalão para deputados, comprar seus votos, não é igual sequer a outra transgressão, a de não declarar dinheiro obtido para a campanha eleitoral, o "caixa dois". A razão é simples: no caso do caixa dois, a fonte do dinheiro usado geralmente é privada, embora nem sempre o seja, e o objetivo é ajudar algum candidato individual em sua eleição. O candidato e seus financiadores devem responder por essa ilicitude eleitoral. No caso do mensalão a fonte foi pública; é roubo do dinheiro do povo, ainda que empréstimos fictícios de bancos privados tenham sido usados para encobrir esse fato. Os arrecadadores obedeciam a diretrizes de um partido, com a cumplicidade de partes da administração. A prática deu-se sob o olhar benevolente de ministros e mesmo com a cumplicidade de alguns deles (refiro-me à acusação do Procurador Geral da República). O próprio Presidente, que é responsável pelos ministros, não tendo atuado para demiti-los nem depois do fato sabido, é passível de crime de responsabilidade. E, mais do que simplesmente corromper pessoas, corrompeu-se uma instituição, o Congresso Nacional.


Isso não quer dizer que o sistema eleitoral vigente seja bom ou que não precise ser mudado. Entretanto, apenas culpar "o sistema" e escapar da responsabilidade pessoal é um sofisma que nada tem a ver com comportamento moral. São as pessoas, cada uma de acordo com sua participação no delito e de acordo com a gravidade de sua atuação individual, que devem responder pelas transgressões, e não qualquer idéia abstrata de "sistema". Este pode e deve ser mudado. Mas as pessoas que cometeram crimes precisam ser punidas. A impunidade, a postergação de decisões da Justiça sobre os presumivelmente culpados (vide o caso que deu origem a presente série de escândalos, o de Valdomiro Diniz) desmoraliza tudo, desanima a população e dá a impressão de que o povo é indiferente à corrupção. Não é indiferença, é descrença na punição.

 

Pois bem, nós do PSDB não fomos suficientemente firmes na denúncia política de todo esse descalabro no momento adequado. Não será agora, durante a campanha eleitoral, que conseguiremos despertar a população. Mas, para nos diferenciarmos da podridão reinante, temos a obrigação moral de não calar.


É verdade que também somos responsáveis pelo que hoje se vê: a cada dia mais corrupção; a cada dia, menor reação. Erramos no início, quando quisemos tapar o sol com a peneira no caso do senador Azeredo. Compreendo as razões: ele é pessoalmente decente; tudo se passou durante a campanha para sua reeleição como governador, que afinal ele perdeu. Mesmo assim, calamos muito tempo e sequer dissemos o que sabemos: entre os responsáveis pelas finanças de campanha do então governador estava seu vice, hoje ministro do Presidente Lula. Nem isso dissemos com força! Mas não por isso podemos calar diante do descalabro. Ainda que o eleitorado não nos acompanhe neste momento, deixaremos as marcas de nosso estilo, de nossas atitudes, para calçar um futuro melhor para o país.

 

Para que o PSDB se justifique perante o eleitorado como uma força renovadora ele tem que se distinguir. A podridão que encobre "a política" está nos transformando em vultos. Precisamos reganhar nossa cara.
Nosso candidato à Presidência tem as mãos limpas. Tem história de seriedade. Por que não bradar isso com força? Por que não fazer o contraponto com o outro lado. Nada a temer nem a esconder. Geraldo Alckmin pode dizer o que Lula não pode porque sua história não passa por acusações de suborno a prefeituras. Ele não tem que explicar, como Lula, por que tendo tanto dinheiro vivo (e quanto!), não paga dívidas. Por que ora diz nunca ter ouvido falar de sua dívida no partido, ora que a discutiu, mas não a reconhece. Enfim: faltam condições morais a um e sobram a outro. Essa é a diferença. E este é o ponto de partida para recuperar o reconhecimento público do valor da política. Sem que haja uma diferença entre bons e maus, a geléia geral predomina e elegeremos de cambulhada um Congresso no qual os sanguessugas e mensaleiros derrotados serão substituídos por outros prestes a reviver a mesma história.

 

O não à corrupção, não nos iludamos, é a condição para o futuro, tanto do país como nosso. Mas não basta a diferenciação moral. Há problemas urgentes que afligem o povo e sobre os quais não podemos calar. O mais angustiante é o medo: medo do crime, da violência. Também neste caso o PSDB tem responsabilidades e tem o que dizer. Em São Paulo, para cingir-me ao estado que foi governado por Alckmin, as taxas de homicídio e latrocínio caíram fortemente graças à ação da polícia. Nunca se prendeu tanto, a um ponto tal que a cada mês há mais 800 presos, descontando-se os que são liberados. Para atendê-los seria preciso construir uma penitenciária por mês! Resultado: o sistema prisional está abarrotado e, há que reconhecer, não foi capaz de dar tratamento adequado à massa de presos, criando um caldo de cultura para a criminalidade e deixando ao PCC espaço para demagogia em nome da melhoria de condições de vida dos prisioneiros. Sem falar no uso continuado de celulares, da cumplicidade entre criminosos e advogados, às vistas cúmplices, algumas vezes, das autoridades carcerárias. Reconhecer isso não é desmedro. O governo federal, à parte a demagogia recente de oferecer o que não tem (a Força Pública Federal) ou o uso instrumental das Forças Armadas para tarefa que não lhes compete, não transferiu no momento oportuno os recursos do Fundo de Segurança Pública, criado no governo anterior, nem se empenhou pela aprovação pelo Congresso das mudanças necessárias nos codigos de Processo Penal e de Execuções Penais.

 

Diante desse descalabro, o PSDB e seus candidatos têm discurso: assim como se mostraram capazes de prender, saberão, no governo federal e nos estados, criar melhores condições no sistema prisional, sem deixar de serem duros no combate ao crime organizado e a todas as formas de delito. Empenhar-se-ão para que haja maior diferenciação nas penas, utilizarão, com apoio da Justiça, as penas alternativas, endurecerão, como o governo de São Paulo já fez, o tratamento dos criminosos de alta periculosidade, aplicando-lhes tratamento diferenciado, causa aliás do horror que o PCC tem ao PSDB. E sobretudo, batalharão pela aprovação das medidas que estão no Congresso e que permitem a ação unificada das polícias civis e militares e a intensificação do uso dos serviços de inteligência, incluindo os das Forças Armadas. Nada disso, entretanto, tornará o PSDB indulgente com quem pensa que polícia está ai para baixar o porrete e matar, nem com a confusão inaceitável entre pobreza e crime, periferia e PCC . Sem esquecer que se os governos do PSDB tiveram êxitos em baixar as taxas de homicídios e latrocínio - crimes da alçada estadual - o mesmo não se poderá dizer do governo Lula sobre os crimes de alçada federal: o contrabando de armas e de drogas.

 

Há, portanto, razões de sobra para não temer a discussão do crime, das drogas e da violência, temas que tanto preocupam o povo. E há como nos diferenciarmos das forças governistas no debate. Esta diferenciação é essencial. Se não, por que votar em nós? Essa diferenciação começa no aspecto moral mas avança em tudo mais. Não quero cansá-los, mas é descabido aceitar que a política econômica atual seja a continuidade da nossa. Sim e não. Mantiveram o que era óbvio (metas de inflação, câmbio flutuante e superávits primários), pois do contrário já estaríamos a ver os protestos das donas de casa contra a inflação e a carestia. Mas, sem avanços nas reformas e sem ousadia diante de um panorama favorável na economia mundial, o custo da aplicação dessas medidas será grande. Sem reforma da Previdência (o que foi aprovado não teve seqüência nas leis complementares e portanto nada mudou de fato), tornou-se impossível baixar os juros há mais tempo. Assim, para manter a boa apreciação dos credores internos e externos, o superávit primário teve que se manter nas alturas, sufocando os recursos para a construção de estradas e da infra-estrutura em geral. Quem pagou o preço? O povo, através dos impostos.

 

Agora, diante da conjuntura eleitoral e para compensar os anos de carência, veio a bonança às custas do futuro: aumentos de salário, expansão das bolsas, expansão do crédito, antecipação do décimo terceiro salário dos funcionários etc. Não havendo um incremento significativo dos investimentos (a taxa, em moeda corrente, anda abaixo de 20% do PIB há vários anos) e havendo a ampliação do gasto público, é só a conjuntura internacional mudar e pagaremos o custo da crise fiscal, das ineficiências acumuladas, da falta das reformas, tudo sempre revestido da maior empáfia dos que pensam que "nunca neste país, se fez mais e melhor do que neste governo". A verdade é que há uma gastança irresponsável e um novo inchaço do governo, sem nenhuma preocupação com a qualidade dos gastos.

 

Isso sem esquecer do "aparelhamento" do estado, com as sucessivas nomeações de "companheiros" e aliados, sem a devida qualificação técnica. Processo que alcança grau máximo de irresponsabilidade quando são nomeados políticos derrotados ou apaniguados para ocuparem posições nas agências reguladoras, causando temor nos investidores dada a politização de uma área do governo cuja respeitabilidade e independência técnica é essencial para atrair investimentos. Que ninguém se iluda: o PSDB não se fia no mercado como o promotor do bem estar social. Nós sabemos que a ação do Estado é essencial. Mas de um Estado verdadeiramente democrático e republicano, que não se deixa usar pelos interesses privados, de partidos, pessoas ou empresas e que não se encastela em uma burocracia arrogante e pouco competente que , no final das contas, acaba por servir apenas ao capital, repudiando-o onde ele é necessário (nos investimentos) mas cedendo ao que seus piores segmentos desejam concedendo privilégios ao alvedrio do poder.

 

Na linha de assumir posições claras e firmes, o PSDB deve aproveitar as pressões mais do que justificadas por uma reforma eleitoral para iniciar a pregação, desde já durante a campanha eleitoral, das vantagens do voto distrital. A principal delas é que o voto distrital quebra a espinha do atual sistema que induz à corrupção e à desunião partidária. Hoje o candidato compete fortemente com seus companheiros de partido, pois sua eleição depende do número de votos que tiver, em contraposição ao número obtido por outros candidatos do mesmo partido. Além disso, cada candidato "pesca" votos no âmbito de todo o estado. Como a lei eleitoral permite que cada partido lance candidatos correspondentes ao dobro do número de cadeiras que cada estado tem no Congresso, em um estado como São Paulo serão 140 candidatos por partido. Supondo que depois da lei de barreira sobrem sete partidos, poderão estar competindo 980 candidatos pelo voto dos 25 milhões de eleitores paulistas. Isso obriga o candidato a esparramar sua campanha por todo o estado (o que custa caro) e leva à dispersão de responsabilidades: o eleitor se esquece em quem votou, no emaranhado de candidatos, e o candidato, uma vez eleito, não sabe, de fato quem são seus eleitores.

 

Na insegurança, e pensando na reeleição futura, o deputado (como já teria feito o candidato) vai estabelecer uma rede de segurança apoiando-se em prefeitos e eventualmente em alguma empresa, aos quais busca prestar favores, numa versão atualizado do velho clientelismo (que subsiste nas zonas mais pobres do país) que intercambiava votos por favores prestados diretamente ao eleitor. Essa é a sementeira da corrupção: uma emenda no orçamento ajuda o prefeito, ajuda a empresa amiga. Para realizá-la o deputado exerce a função de despachante de luxo: negocia com pessoas da administração federal tanto a área de aceitação da emenda como, mais tarde, aprovado o orçamento, a respectiva liberação das verbas: está fechado o circuito das sanguessugas, sendo que o das ambulâncias, provavelmente, foi apenas um dos muitos circuitos existentes. No meio do caminho, as propinas e vantagens.

 

O voto distrital acaba com isso ou pelo menos dificulta muito. Por que? Porque em cada distrito cada partido lança apenas um candidato (não há mais a concorrência destrutiva da coesão partidária), o eleitor sabe mais facilmente em quem votou e pode acompanhar o desempenho do eleito em função dos interesses do distrito. Mesmo no caso de São Paulo, onde forçosamente os distritos serão compostos por cerca de 350.000 eleitores (25 milhões divididos por setenta cadeiras) torna-se muito maior a proximidade entre eleitor e eleito e, portanto, se torna mais fácil cobrar do candidato e obrigá-lo a prestar contas: na próxima eleição serão os mesmos 350.000 eleitores que escolherão entre sete pessoas, uma delas já no cargo e as outras seis denunciando irregularidades, se as houver, praticada pelo deputado que busca a reeleição. E torna menores os custos das eleições.

 

Pode haver uma discussão sobre a substituição do sistema atual de voto proporcional e uninominal pelo de "listas fechadas" dos partido, sistema no qual o eleitor vota na legenda e não em pessoas e os candidatos ocupam as vagas ganhas pelo partido na ordem definida pela direção partidária. O inconveniente deste sistema é que as oligarquias partidárias terão mais força para ordenar a lista e, como entre nós o voto é muito personalizado, o eleitor se distanciará ainda mais do candidato. Também é possível adotar um sistema de voto distrital misto. Este tem a vantagem de assegurar mais claramente as opiniões minoritárias e a votação em candidatos cuja base é dispersa, dado que seu apoio vem da opinião de eleitores distribuídos pelo espaço estadual. O maior inconveniente é a dificuldade de compreensão do sistema pelo eleitor e sua aplicação na prática. Entretanto, se esta for a solução para uma convergência política, não vejo porque o PSDB iria se opor. A defesa do voto distrital puro está baseada em que a lei de barreira já restringirá, de qualquer modo, a chance dos mini-partidos e o voto de opinião será mais facilmente acolhido nos distritos metropolitanos, o que levará os partidos a apresentarem candidatos com estas características para vencer as eleições distritais.

 

Há outros temas nos quais o PSDB pode e deve marcar sua identidade. Temas que afligem os brasileiros e para os quais há soluções. Mencionei apenas os politicamente mais candentes, embora nem sempre se refiram às questões estruturais. Entre estes a educação prima. O PSDB tem a responsabilidade de lutar por seu legado. O que fizemos no governo federal e em alguns governos estaduais em matéria educacional é muito valioso. Não se trata apenas do aumento da matrícula em todos os níveis do ensino, mas de uma mudança de mentalidade: a preocupação com avaliar e a introdução de novas técnicas de avaliação de resultados, a diferenciação de salários de acordo com o desempenho dos professores, a formação de fundos de pesquisa (infelizmente contingenciados), e assim por diante. Cabe-nos agora inovar mais. O grande desafio será o da extensão do tempo de permanência das crianças nas salas de aula, o aumento do salário dos professores, sua melhor qualificação, e a generalização do uso dos computadores. Tudo isso é factível e nós sabemos como fazê-lo, sem misturar educação com propaganda nem transformar cada programa em nova trincheira partidária, com a nomeação de apaniguados e militantes .

 

O mesmo se diga sobre saúde, reforma agrária (é clamoroso o que o governo atual faz de errado e lento nesta área, pela qual fomos tão criticados e na qual tanto fizemos). E não devemos temer a Bolsa-família. Ela não apenas resultou de programas que nós criamos (inclusive a preparação técnica para a unificação dos programas) como vem sendo desvirtuada pela velocidade eleitoreira com que cresce e pelo descuido na verificação da satisfação de requisitos para sua obtenção. E sobretudo porque tem sido feita no embalo da pura propaganda eleitoral, tornando um propósito saudável, pois inauguramos estes programas como um "direito do cidadão", numa benesse do papai-Presidente. Na verdade por este caminho formar-se-á uma nova clientela do governo. Se a ela somarmos a clientela dos assentados pela reforma agrária que não são emancipados, quer dizer, que não produzem para pagar seus compromissos e dependem a cada ano de novas transferências de verbas orçamentárias, estaremos criando o maior exército de reserva eleitoral da história. Aí sim caberá o "nunca se viu neste país..."!

 

Para gerar empregos e transformar os programas assistencialistas, embora importantes, em pontes para o verdadeiro bem estar (que depende dos programas universalistas na saúde, na educação e, sobretudo na geração de empregos de melhor qualidade) não cabe dúvidas de que o PSDB, sem se atemorizar com slogans do tipo "governo neoliberal" (mesmo porque, se for para adjetivar, a nenhum governo caberia melhor o epíteto do que ao do PT), deve pregar e praticar uma revolução capitalista, ou, nas palavras usadas há tanto tempo no discurso de Mário Covas, um "choque de capitalismo". Não podemos continuar meio envergonhados cada vez que o PT e seus aliados falam de "privataria". Privatizamos sim, e nada temos a esconder no processo de privatização: tudo foi feito em leilões públicos, com preços que quando foram estimulados pelo governo foi para sem maiores e se maiores não foram em certos casos (por exemplo, na Light do Rio de Janeiro, ou na Vale do Rio Doce) foi porque o "mercado" avaliou que, nas condições da época, mais não valiam, quer dizer: não havia empresas dispostas a comprar pelo preço estipulado porque o consideravam alto. O empenho do governo foi para que houvesse mais lances, tal era o temor do capital privado (sobretudo o nacional) que considerava elevados os valores mínimos dos leilões. Algumas dessas empresas tiveram um sucesso estrondoso graças ao trabalho que desenvolveram, caso da Vale, hoje controlada basicamente pela Previ e pelo Bradesco. Outras tiveram menos sorte: os capitais franceses investidos na Light, aliás estatais, certamente não se recuperaram na recente venda da empresa à Cemig e à Telemar.

 

É preciso dizer com todas as letras e toda a força que a privatização da Telebrás foi um sucesso absoluto, que o preço pago pelo que o Estado possuía dela (20% do capital total, embora de controle) talvez não corresponda hoje ao valor total das empresas de telecomunicações e que o povo se beneficiou enormemente, dispondo o país de um moderno sistema de comunicações, sem o qual não haveria internet nem modernização produtiva. E dizer também que no setor elétrico houve fracasso: privatizamos apenas a distribuição de energia e a Eletrosul, permanecendo nas mãos do governo Furnas, Chesf, Eletronorte e, naturalmente, Itaipu, que por seu caráter especial não deve mesmo ser privatizada. Resultado: é só ver as estatísticas sobre investimentos no setor (que não dispõe de um modelo claro e competente, indutor de parcerias com o setor privado) para entender porque vira-e-mexe fala-se de apagão. Não o de 2001, conseqüência da má gerência e da falta das águas, mas da falta de investimentos para geração nova de energia. E a privatização da Rede Ferroviária Nacional, acaso não foi um êxito?


Sendo assim, o PSDB não deve alimentar dúvidas metafísicas sobre se teria sido certo ou errado privatizar. Não que tudo deva ser privatizado: jamais aceitamos a privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e da Petrobrás, por exemplo. Mas no governo do PSDB essas organizações não serviam de instrumento de politicalha, como agora no caso da quebra de sigilo na Caixa ou do valerioduto no BB, sem falar das compras de navio pela Petrobrás em estaleiros inexistentes, ou na diminuição do ritmo da exploração do petróleo. É preciso devolver a estas grandes organizações seu caráter de "corporações públicas" que atuam no mercado e não estão sujeitas à ingerência de políticos, obedecendo apenas às políticas de estado.


 Se não devemos fazer da privatização objetivo único e nem mesmo central do governo, tampouco podemos desprezar a colaboração do capital privado nacional e estrangeiro com o governo, sobretudo nas obras de infra-estrutura e no terreno em que temos melhores promessas de futuro, o das energias renováveis. Onde estão as PPP? Nenhuma saiu do papel, sem esquecer que quando privatizávamos, o Tesouro recebia recursos dos particulares enquanto que agora, com a filosofia lulista das PPP, dá-se o contrário: é o Tesouro quem dá dinheiro aos particulares para que eles invistam... Mas não são benesses o que o capital privado sério mais deseja, são outras coisas: regras firmes e transparentes. Ou voltamos a dispor de agências regulatórias com o espírito com o qual as criamos, de independência para garantir ao mesmo tempo o interesse do consumidor, o dos investidores e o nacional, ou veremos a politiquice prevalecer sobre tudo o mais, como já ocorre hoje de forma incipiente na ANATEL na ANP.

 

Digamos claramente também que o PSDB sabe que para retomar o crescimento com consistência, além das reformas, será necessário aumentar o investimento público em infra-estrutura e cortar impostos, simultaneamente. Esta "mágica" só se faz quando o governo está decidido a melhorar a qualidade do gasto, cortando programas desnecessários, sendo comedido na concessão de benesses e, garantidos os eventuais direitos, enxugando a máquina pública. Ou seja: fazendo o contrário do que faz o atual governo.

 

Por fim, para não me alongar mais, chega de dizer bobagens sobre a globalização, como se fosse culpada de nossa própria incapacidade. Chega de agir na prática como se acordos comerciais, tipo ALCA, fossem projetos imperialistas de anexação de território. São sim projetos de grupos de poder e interesse, diante dos quais temos de prezar e defender os nossos, e não enfiar a cabeça na areia e imaginar que na escuridão há "uma outra política", na verdade de um antiquado "terceiro-mundismo". O PSDB precisa assumir sua contemporaneidade. Queremos sim integrar-nos ao mercado internacional, o que não quer dizer submetermo-nos aos caprichos das potências dominantes, sejam os EEUU, a China, ou quem for. Nem quer dizer, por outro lado, que nos de-solidarizaremos dos países mais pobres ou que o mercado destes bem como o dos países de economia emergente não nos interessa. Esta postura claramente integradora na economia mundial obriga-nos simultaneamente a ter posições ainda mais firmes de repulsa às doutrinas da "guerra preventiva", estas sim imperialistas no campo político e ideológico. Da mesma maneira repudiamos a crença no destino manifesto das grandes potências para estabelecer à força a forma de democracia que lhes parece a mais adequada.

 

Enquanto hesitamos na política externa, dando margem à difusão de que acreditamos que para combater o hegemonismo político-ideológico é preciso seguir a tradição populista latino-americana, nada fazemos para garantir acordos comercias que nos interessam, isolando-nos cada vez mais em um Mercosul enfraquecido por nossa falta de liderança. Resultado: nem ALCA, nem acordo com a União Européia, nem qualquer outro acordo bi-lateral. O PSDB precisa ter uma posição mais clara sobre tudo isto.

 

Em suma, se quisermos exercer uma liderança renovadora precisamos manter os antigos compromissos democráticos, radicalizando-os, através da reforma política com a introdução do voto distrital e da fidelidade partidária; precisamos reatar os fios entre o partido e a sociedade, buscar o diálogo com os sindicatos e movimentos populares (agora mais fácil pela quebra do hegemonismo petista). A visão moderna de democracia impõe a participação ampliada da cidadania no processo deliberativo, inclusive senão que principalmente, na rotina partidária, revigorando, as prévias para a seleção dos candidatos. Precisamos romper os vínculos ideológicos que ainda nos prendem à visão estatista-desenvolvimentista e rechaçar todas as formas de populismo, substituindo-as por práticas genuinamente populares com a presença mais ativa dos cidadãos e militantes na formatação das políticas do partido e na implementação dessas nos estados em que governamos. Precisamos assumir que, no contexto atual, ser progressista é lutar para democratizar a sociedade, sustentar políticas que reduzam a pobreza até sua eliminação, gerando empregos sem contentar-nos com o necessário assistencialismo e sem ficarmos embaraçados com a forma capitalista do crescimento da economia, à espera do novo Godot, a "revolução salvadora". Esta não está em nosso horizonte histórico, embora o ideal da Justiça possa e deva continuar a motivar nossos corações a lutar cada vez mais pela redução das desigualdades sociais.

 

Fernando Henrique Cardoso   

15 maio 2021

O que a China tem a ver com a origem do coronavírus?

No início de sua administração, em janeiro deste ano, noticiou-se que o presidente norte-americano Joe Biden, logo após a sua posse, encerrou abruptamente a investigação aberta na administração Trump sobre a possibilidade do corona vírus ter sido criado em laboratório de Wuhan, na China.

Esta semana, cinco meses depois, Biden aciona a CIA e demais agências americanas com o mesmo propósito do Trump, estabelecendo um prazo de 90 dias para finalização da tarefa. Se não fosse sua anterior estupidez já estaria, ele e o mundo, com esse resultado.



President @JoeBiden ordered aides to find answers to the origin of virus that causes #corona, saying on that #US intelligence agencies are pursuing rival theories potentially including the possibility of a laboratory accident in #China.

Mas há controvérsias sobre essa determinação segundo matéria da FOX NEWS, publicada pouco tempo depois dessa notícia. Lá, como cá, a mídia nos confunde.

No início deste mês, artigo publicado no Wall Street Journal, na sexta-feira 7, de autoria de James Freeman, cuja matéria trouxe informações interessantes com base nos estudos de Nicholas Wade, jornalista com 30 anos de experiência no The New York Times e membro do comitê editorial das revistas científicas Science e Nature.

A seguir, os principais trechos dessa reportagem, e que foram reproduzidos aqui no Brasil pela Revista Oeste.


1) “Antes de a epidemia de coronavírus devastar o mundo, Anthony Fauci, imunologista e atual diretor dos Institutos Nacionais de Alergia e Doenças Infecciosas do governo Biden, financiava pesquisas com coronavírus no Instituto de Virologia de Wuhan. A ideia era estudar a capacidade de tais patógenos de atacar humanos.”

2) “O vírus que causou a pandemia é conhecido oficialmente como Sars-CoV-2, mas pode ser chamado de Sars2. Como muitas pessoas sabem, existem duas teorias principais sobre sua origem. Uma é que ele saltou naturalmente da vida selvagem para as pessoas. A outra é que o vírus estava sendo estudado em um laboratório, do qual escapou… parece-me que os proponentes da fuga do laboratório podem explicar todos os fatos disponíveis sobre o Sars2 consideravelmente mais facilmente do que aqueles que defendem a emergência natural. O sr. Wade descreve um importante pesquisador chinês cujo trabalho recebeu apoio do instituto do dr. Fauci por meio de um grupo dos EUA chamado EcoHealth Alliance.”

3) “Pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan, liderado pela maior especialista da China em vírus de morcego, Shi Zheng-li, montaram expedições frequentes às cavernas infestadas de morcegos de Yunnan, no sul da China, e coletaram cerca de cem coronavírus diferentes de morcegos. Ainda não se pode afirmar se Shi gerou ou não o Sars2 em seu laboratório porque seus registros foram lacrados, mas parece que ela certamente estava no caminho certo para fazê-lo. ‘Está claro que o laboratório de Wuhan estava construindo sistematicamente novos coronavírus quiméricos e estava avaliando sua capacidade de infectar células humanas e camundongos que expressam ACE2 humano’, diz Richard H. Ebright, biólogo molecular da Rutgers University e o principal especialista em biossegurança.”

4) “Está documentado que os pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan estavam efetuando experimentos de ganho de função projetados para fazer os coronavírus infectarem células humanas e camundongos humanizados. Este é exatamente o tipo de experimento do qual um vírus semelhante ao Sars2 poderia ter surgido. Os pesquisadores não foram vacinados contra os vírus em estudo e estavam trabalhando nas condições mínimas de segurança de um laboratório BSL2. Portanto, a fuga de um vírus não seria nenhuma surpresa. Em toda a China, a pandemia estourou na porta do instituto Wuhan. O vírus já estava bem adaptado ao homem, como era de esperar para um vírus cultivado em camundongos humanizados.”

5) “Ninguém encontrou a população de morcegos que foi a fonte do Sars2, se é que ela já infectou morcegos. Nenhum hospedeiro intermediário se apresentou, apesar de uma busca intensiva pelas autoridades chinesas que incluiu o teste de 80.000 animais. Não há evidências de que o vírus dê vários saltos independentes de seu hospedeiro intermediário para as pessoas, como os vírus Sars1 e Mers fizeram.”