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28 junho 2016

O PODEROSO CHEFÃO REAPARECE NO SENADO FEDERAL

Eu vi e ouvi o discurso proferido nesta segunda-feira pela Senadora Gleisi Hoffmann, na tribuna do Senado Federal, em defesa de seu marido.

Puro teatro, na verdade muito cinismo, visto também na meia dúzia de senadores petistas que a apartearam, a começar pelo Senador Jorge Viana que presidia a sessão.


No geral, toda aquela encenação me lembrou um dos momentos de um velório que se ver no filme "O poderoso chefão".

25 junho 2016

DOENÇA SEM CURA

Os brasileiros são roubados continuamente. Mudam os personagens mas todos eles carregam o mesmo DNA denominado POLÍTICO.

No livro "Réquiem para um Leão Indomado", a história do "Correio da Manhã" (1901-1974), a ser lançado brevemente pela Record, o jornalista Fuad Atala revela que o Brasil já era tachado por empresários ingleses do setor ferroviário como "o país mais corrupto do mundo". 

E com a concordância do jornalista Edmundo Bittencourt, fundador e redator-chefe do "Correio da Manhã", implacável acusador das "ladroeiras, devassidões, traficâncias e ignóbeis misérias" do então presidente Campos Salles, para ele o "mais impudente e corrupto que a República já conhecera".

O que diria o ilustre jornalista se estivesse vivo ainda hoje ?


Fonte: artigo de Ruy Castro, "Picilones atuais", publicado na FSP de 24/06/2016.

22 junho 2016

DUCHA DE ÁGUA FRIA

"Iniciamos negociações em todos os países da região menos no Brasil, já que há muita corrupção, disse o presidente da Ryanair,  companhia aérea irlandesa, famosa pelas promoções mais agressivas do setor na Europa. Essa entrevista, ao La Nación, foi publicada no mesmo dia em que se noticia o estado financeiro preocupante das duas maiores companhias aéreas brasileiras.

Nesta mesma semana, em outro setor de interesse nacional, a Oi, operadora de telefonia, solicitou recuperação judicial com dívidas da ordem de R$ 65 bilhões de reais, resultado de uma promíscua relação publico-privada, envolvendo os mais altos escalões da República. Em 2008 chegou-se a mudar as regras que impediam a fusão da Telemar com a Brasil Telecom, além da emissão de ordem para que o Banco do Brasil e o BNDES ajudasse com recursos para que a operação pudesse ser concretizada.

Nos dois casos e em muitos outros semelhantes, a responsabilidade por essa situação recai nos governos que se instalaram no País após a sua redemocratização e tem como causa principal a má gestão pública nos três níveis de governo: o federal, o estadual e o municipal. Em todos eles está solidamente instalado o germe da corrupção.

Em ambos os casos se faz presente também outros vícios encontrados nessas gestões e acentuadas na era petista: descaso com qualidade da regulação setorial e uso abusivo de recursos públicos em transações duvidosas.

Aos jovens empreendedores, tais notícias chegam como uma ducha de água fria. Não é à toa que muitos deles continuam vislumbrando oportunidades melhores em outros países. Alguns dessa turma já não estão mais aqui.

17 junho 2016

ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA - O CARTÃO POSTAL DAS OLIMPIADAS 2016

Faltando menos de dois meses para o inicio das Olimpíadas 2016 na cidade do Rio de Janeiro, sua população, a do Estado, a do Brasil e a do resto do mundo são surpreendidas pela decretação do Estado de Calamidade Pública no Estado do Rio de Janeiro.

O governador, Francisco Dornelles, justificou a sua atitude tendo em vista a grave situação financeira no qual se encontra o Estado, o que impede o cumprimento das obrigações assumidas para os jogos olímpicos e paralímpicos.

Tal medida permite as "autoridades competentes a adotarem medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos os serviços essenciais". Na prática a medida autoriza o Estado a construir empréstimos emergenciais sem a autorização do poder legislativo.

No decreto, o governador afirma que a crise "pode ocasionar o total colapso na segurança pública, saúde, educação, mobilidade e gestão ambiental. O governador poderia ter sido mais sincero, pois esse colapso já vem sendo sentido há muito tempo e sem prazos visíveis para superá-lo.

Nada disto é decorrente da falta de recursos arrecadados. Os brasileiros já pagam quase 40% de impostos, ou o equivalente a cinco meses de trabalho por ano.

É, na verdade,  o atestado de incompetência das autoridades constituídas para a gestão pública. Como se sabe, tal doença não é privativa do Estado do Rio. Tal situação é encontrada em todos os níveis executivos, o federal, o estadual e o municipal em todo o País.

Nas mãos desses gestores, as olimpíadas, dentre outros eventos, serviram a interesses de alguns poucos e nunca aos da população. Para esta sobrou o verdadeiro cartão postal anunciado há pouco.

09 junho 2016

FRAUDE DEMOCRÁTICA

O procurador do Ministério Público junto ao TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, ouvido ontem na comissão especial do impeachment no Senado como uma das testemunhas indicadas pela acusação, afirmou que Dilma cometeu uma “fraude democrática” ao estabelecer e permitir medidas econômicas que embaçavam a realidade das contas públicas do País.

“Tudo isso leva a uma dúvida sobre o compromisso do governo em ter uma postura coerente e correta para sustentação da dívida, porque se ela perde o controle os agentes econômicos serão penalizados, sofrerão em algum momento um prejuízo seja por uma reestruturação da dívida, seja por uma inflação fora de controle, algum ajuste acaba sendo feito, então o artifício das pedaladas que levou a uma expansão insustentável do gasto público está na raiz da profunda crise”, declarou.

O procurador disse ainda  “não ter dúvidas” de que há uma relação direta entre a maquiagem nas contas públicas e a crise econômica no país. A realização de tais feitos provocou “danos aos alicerces da economia brasileira que podem levar anos para serem recuperados”.

Tais afirmações ocorreram no mesmo dia em que o novo ministro da fazenda, Henrique Meirelles, declarava que o Brasil enfrenta a pior crise de sua história. “Estamos vivendo a crise mais intensa da história do Brasil. Vamos aguardar, mas não será surpresa se a contração deste ano for a mais intensa desde que PIB começou a ser medido no início do século 20, até maior do que nos anos 30".


Não é difícil se concluir, portanto, que para o Pais retornar a superfície do poço em que se encontra, levará, se não ocorrerem atropelos na subida, pelo menos uns dez anos. Os mais antigos sabem bem o que significa “uma década perdida” e os mais novos poderão entendê-la ao se debruçarem, ao vivo, sobre o que foram os treze anos de governo do PT, recém-findos, graças a Deus.