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14 setembro 2017

JOSÉ DIRCEU RUMO À PRISÃO

José Dirceu saíra de Passa Quatro (MG) na infância sonhando em mudar o mundo. Liderara um movimento de estudantes que pretendia enfrentar o regime militar, mas foi preso. Tentara voltar ao Brasil como líder de uma organização guerrilheira que derrubaria o governo pelas armas, mas acabou tendo de voltar à clandestinidade, com seu grupo dizimado. Ajudaria a construir um partido de trabalhadores, que chegaria ao poder, porém longe de cumprir as promessas de mudar as práticas políticas vigentes no País. Sonhara, desde aquela conversa com a mãe, aos 8 anos, em ser presidente da República. Mas o sonho de uma vida inteira acabaria enterrado pelo mensalão. José Dirceu de Oliveira e Silva jamais chegou a lugar nenhum.

O trecho acima é do jornalista Otávio Cabral, em seu livro "Dirceu: a biografia", publicado pela Record em 2013.

Na quarta-feria, 13/09, em julgamento de recurso no TRF4, dois dos três desembargadores que compõem a turma, votaram pela confirmação da condenação proferida em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, mas divergiram sobre quanto tempo Dirceu deve ficar na prisão. 

O relator votou para que a pena seja o dobro daquela definida pelo juiz Moro, ou seja, que passe de 20 anos e 10 meses para 40 anos. O segundo desembargador também votou pelo aumento da pena, mas para apenas 27 anos de prisão.

Aguarda-se o pronunciamento do terceiro desembargador que pediu vistas do processo. Dirceu só deve voltar à prisão caso os três desembargadores decidam por unanimidade. Em caso contrário, ainda poderá recorrer ao próprio TRF4.

Hoje, 26/09/2017, o julgamento foi retomado e o TRF4 confirmou a condenação do ex-ministo José Dirceu e elevou a pena dele para 30 anos e nove meses de prisão. Dessa forma, Dirceu pode recorrer da sentença em liberdade, até o encerramento dos recursos na segunda instância, que podem ser impetrados em até dois dias após a publicação da sentença.

Revisado em 26/09/2017.

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