O Rio de Janeiro foi diagnosticado como portador de um câncer em estágio de metástase. Quem o diagnosticou foi, nada mais, nada menos, o atual presidente da República.
A doença, entretanto, é muito mais ampla e se estende por todo o País, esqueceu o presidente, ao anunciar a intervenção federal na área de segurança do estado do Rio de Janeiro. Todos os demais brasileiros sabem disso.
Todos os brasileiros sabem também que essa metástase tem origem no tumor primário existente, há décadas, no Palácio do Planalto e ramificado, em todos os níveis, e em todas as esferas do poder público, por todo o Estado brasileiro.
A doença se propagou, principalmente, pela ausência do Estado nos diversos setores que lhes são obrigatórios a prestar um serviço público de qualidade à população do País, a começar pela educação. Os demais setores são também muito conhecidos: saúde e segurança.
O primeiro deles, educação, é o mais importante. Só através dela é que se formam CIDADÃOS, com letras maiúsculas mesmo.
Como essa não tem sido a opção do Palácio do Planalto, resta-lhe, neste momento, cuidar de suas consequências. Cuidar dos alunos das escolas do crime que se multiplicaram pelo País afora.
E não foi por falta de aviso. Em 1982, o ilustre Darcy Ribeiro cravou seu prognóstico que se tornou realidade. Disse Darcy: "Se os governantes não construirem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios".
Contribuíram para essa doença, além da ausência do Estado, dois outros fatores. A má gestão pública e a corrupção.
No primeiro fator, é notório o desperdício do dinheiro público, quer seja ele empregado de forma ilegal e incorreta (vide licitações e contratos superfaturados), quer seja por meio de benefícios legais, mas indecentes, como ocorrem através da concessão de privilégios à determinados ocupantes de carreiras do Estado.
Por fim, permeando tudo isso, instalou-se no País, em escala alarmante, a corrupção e com ela o envolvimento de mais um segmento da sociedade, o setor privado.
Na corrupção, os dois participantes, o setor público e o setor privado, constituem um outro perfil de delinquentes, os denominados criminosos de colarinho-branco, apesar de muitos deles terem passados pelos bancos escolares, alguns em até escolas destacadas do primeiro mundo.
O resultado da ação permanente de todos esses criminosos não poderia ser diferente daquela de por o Brasil em estágio de doença terminal.
Torna-se, portanto, necessária e urgente, a aplicação de uma forte "dose de quimioterapia" para curar - expulsar os responsáveis que provocaram - essa metástase brasileira.
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