O programa “Future-se” anunciado pelo MEC é bem vindo e muito positivo. Adota parâmetros e conceitos modernos e deve ampliar as possibilidades de recursos para o ensino, a inovação, a pesquisa e a tecnologia nas universidades e institutos federais de ensino superior. O programa divide-se nos eixos de gestão, governança, empreendedorismo, pesquisa, inovação e internacionalização.
As instituições poderão fazer parcerias público-privadas, ceder prédios, criar fundos com doações e vender nomes de campi e edifícios ao setor privado. O programa toca fundo no que é considerado um dos maiores desafios da educação brasileira. A eficiência e a eficácia de sua gestão.
O programa vai na direção certa: não dispensa os recursos públicos e estimula parcerias com o setor privado criando um ambiente de competição por desempenho entre as instituições, cujos vencedores serão aqueles que demonstrarem capacidade de gestão e execução de projetos de interesse público-privado.
Vencidas as barreiras legislativas, o ambiente resultante no interior das universidades e institutos federais de educação não será automático. A velocidade de seu desenvolvimento se fará proporcionalmente ao resultado da modernização implantada nas instituições. Hoje, algumas delas, já operam modelos, em algumas áreas do conhecimento, com resultados bastantes positivos. A partir do Future-se será possível estender esses modelos para praticamente todos os seus departamentos de ensino e pesquisa.
Um outro efeito do programa se dará através da presença, no ambiente universitário, de empresas de base tecnológica, quebrando assim um velho tabu. Isso também estimulará e antecipará a geração de startups nos próprios campi das instituições.
Segundo o MEC, o Future-se tenta tornar mais eficiente práticas existentes. Algumas instituições já contam com receitas próprias, mas os recursos não apresentam retorno direto para as atividades por conta de limitação legal. O dinheiro arrecadado vai para a Conta Única do Tesouro. A proposta do MEC visa à desburocratização do recebimento dessa verba.
"Para participar do “Future-se”, as universidades terão de aderir voluntariamente. As instituições que participarem do programa terão de se comprometer a adotar as diretrizes definidas pelo Ministério da Educação, utilizar a organização social contratada para dar supervisionar as atividades e adotar um programa de integridade, mapeamento e gestão de riscos corporativos, controle interno e auditoria externa."
A educação brasileira precisa de respostas. O "Future-se" poderá ser uma delas.
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