Empresas brasileiras clientes do banco americano correram para sacar seus recursos nos últimos dias, mas algumas pediram resgate antes da falência e não receberam.
Focado em atender negócios da área de tecnologia, o SVB tinha entre seus clientes startups brasileiras que recebiam os investimentos de fundos de venture capital (capital de risco) por meio das suas contas no banco.E, segundo apuração da Bloomberg Línea, algumas dessas startups não conseguiram retirar seus recursos da instituição a tempo. Ainda, de acordo com o site, há empresas com mais de US$ 10 milhões depositados no SVB e que, embora tenham pedido resgate antes da quebra do banco, ainda não receberam os fundos.
O fato de as somas serem elevadas é um problema, uma vez que a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), equivalente ao nosso Fundo Garantidor de Créditos (FGC) nos EUA, só cobre depósitos de até US$ 250 mil por cliente. Assim, quem tiver valores não cobertos a receber precisa entrar na fila de credores da massa falida, sem garantia de recebimento e podendo encarar um processo que se arraste por anos.
No Reino Unido, colapso ameaça cerca de 200 startups
Na sexta-feira (10/03/2023), o Banco da Inglaterra (BoE) anunciou que o Silicon Valley Bank UK estava pronto para entrar em insolvência, após a ação tomada por sua controladora nos EUA, acrescentando que
“O SVB UK tem uma presença limitada no Reino Unido e nenhuma função crítica apoiando o sistema financeiro. Nesse ínterim, a empresa deixará de fazer pagamentos ou aceitar depósitos”, disse o BoE.
O BoE destacou no comunicado que um procedimento de insolvência bancária significaria que os depositantes elegíveis serão pagos o mais rápido possível, até o limite garantido de 85 mil libras esterlinas ou até 170 mil libras para contas conjuntas.
No sábado (11/03/2023), mais de 200 fundadores e líderes de startups britânicas assinaram uma carta aberta ao Chanceler Jeremy Hunt, afirmando que empregam mais de 10.000 pessoas e levantaram financiamento de risco totalizando £ 3,5 bilhões.
A carta observa que "a maioria das empresas de tecnologia mais empolgantes e dinâmicas" utiliza o SVB UK e "não tem nenhuma ou limitada diversidade onde seus depósitos são mantidos".
SVB faliu em 48 horas - A corrida bancária se mostrou fatal
Fundado em 1983, quase metade das empresas de tecnologia e saúde dos EUA que abriram o capital em 2022 eram clientes do Silicon Valley Bank. Desconhecido fora do Vale do Silício, o SVB era o 16º maior banco comercial americano, com US$ 209 bilhões em ativos totais no final de 2022.
Na quarta-feira, o SVB Financial Group, controlador do SVB, anunciou que havia vendido US$ 21 bilhões em ativos de alta liquidez para cobrir retiradas repentinas de depósitos do banco, com perda de US$ 1,8 bilhão nessa venda, e que iria emitir US$ 2,25 bilhões em novas ações para reforçar o balanço.
As informações alarmaram gestoras proeminentes de capital de risco, incluindo o Founders Fund, a Coatue Management e a Union Square Ventures, que, segundo fontes, instruíram as startups de seus portfólios a limitarem a exposição e sacarem seus valores do SVB. Outras fornecedoras de capital de risco pediram às startups que pelo menos transferissem parte de seu dinheiro para fora do banco.
(*) Texto composto a partir de diversas fontes.
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