Dagomir Marquezi traz um oportuno artigo sob o título "Robôs jornalistas", Revista Oeste (179), deste final de semana. A importância do artigo está nos alertas contidos no texto e não, necessariamente, no surgimento do(a)s personagens nele apresentados.
Isto porque não é de hoje que se conhece os benefícios e malefícios trazidos para a humanidade pela ciência, tecnologia e inovação. Existem vários exemplos, talvez o caso mais conhecido seja o da energia nuclear depois da explosão de bombas atômicas e mais recentemente os derivados do uso da Internet. Em ambos os casos encontram-se as digitais de seres humanos que procuram alcançar, por exemplo, o poder e, para isto, não importa nem a preservação da vida humana.
O artigo expõe âncoras de telejornais indianas criadas à base de inteligência artificial (¹) e faz um alerta à imprensa tradicional. Segundo seus criadores, as âncoras irão apenas complementar os profissionais humanos (de carne e osso), executando tarefas mais simples e repetitivas.
Contudo, o artigo já traz exemplos do que vem ocorrendo na China, após esta ter lançado, em 2018, suas âncoras nascidas como funcionárias do governo, comprovadamente expondo noticiários falsos, de interesse do Partido Comunista Chinês, sempre criticando os Estados Unidos e repetindo as ordens e narrativas criadas pela ditadura chinesa.
Em qual estágio se encontra o Brasil?
Bem avançado diga-se assim. É o que se pode constatar mas, por outro lado, sem sucesso. Mesmo com os robôs atuais (ainda humanos) a audiência dos grupos de comunicação militantes estão em continuada queda.
No final de 2020, um desses grupos chegou a anunciar que o seu portal de notícias G1 passaria a publicar textos produzido por "jornalistas robôs". Esse é o teor da matéria do dia 30 de dezembro de 2020, intitulada G1 publica textos sobre posse de prefeitos e de vereadores em cada uma das cidades do Brasil com auxílio de inteligência artificial. No primeiro dia de 2021 o site publica a matéria divulgando o resultado, com o título: Inteligência artificial: leia reportagens sobre a posse de prefeitos e vereadores em mais de 5 mil cidades, uma iniciativa inédita do G1.
SMJ, tudo indica que a inciativa da Globo não funcionou. Lamentável, pois se um robô estivesse ancorando seu noticiário provavelmente estaria divulgando menos fake news do que faz agora.
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(1) Estuda-se e se desenvolve IA há muito tempo. O matemático Alan Turing, morto em 1954, aos 41 anos, é considerado o pai da ciência da computação e da inteligência artificial.
Gostei mais, sem dúvida, da parte onde compara a proporção de desinformação. Talvez estivessem espalhando menos fake.
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