Concluído o primeiro turno das eleições 2020, para prefeitos e vereadores, seus resultados mais uma vez demonstram como os eleitores continuam sendo reféns do sistema político da Nação.
No Rio de Janeiro, essa percepção veio à tona com os resultados mostrando que a soma de abstenções, votos nulos e brancos chegou a 39%, porcentagem superior à obtida pelo candidato mais votado, um indicador bastante eloquente da aversão dos eleitores aos políticos disponíveis para escolha.
A suposta renovação continua sendo de fato ilusória, já que, a despeito de algumas caras novas, a maior parte dos eleitos carrega velhos e conhecidos sobrenomes. Os dos inúmeros clãs que se mantêm no poder há décadas, dominam todas as esferas e instâncias de governo, que transformaram a política brasileira num lucrativo negócio de família.
Para piorar, sabemos que terminadas as eleições, os políticos agem como se a conquista do mandato fosse um salvo conduto para legislar e atuar em causa própria. E, a partir desse momento, não há limites para a corrupção. É um "tchau otários" para os eleitores e a corrida dos larápios com malas de dinheiro.
Em sua última passagem pelo Brasil, durante o evento Cidadão Global, Barack Obama reforçou a importância da democracia, que, em sua definição, “é a melhor forma de governo, mas é difícil e exige trabalho e engajamento”.
Sem dar soluções fáceis, ele defendeu que políticos velhos abram espaço para a participação de jovens no debate público. “A política sofre quando fica sempre com os mesmos líderes e não surge sangue novo.”
No Brasil é pior, mudam os nomes mas as oligarquias permanecem no poder.
SP tem maior abstenção em 2º turno desde 1988; no Rio e em Goiânia, índice supera votos de eleitos. Resultados repetem o que ocorreu no primeiro turno.
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