Mais uma vez os pobres foram utilizados para justificar desmandos que ocorrem no Brasil. Conhecemos mais aquelas de cunho político por terem maior divulgação.
Há poucos dias Lula sugeriu que responsabilidade fiscal é incompatível com a responsabilidade social, como se a primeira não fosse precondição para concretizar a última.
“A gente não cuida do pobre se ficar vendo estatística. Se ficar olhando para o orçamento, se ficar olhando para a política fiscal do governo, sempre haverá uma prioridade acima dos pobres.”
Ora, Lula, é precisamente o contrário. Para cuidar dos pobres, ou, melhor, tirá-los de vez da pobreza, é essencial olhar para o orçamento e a política fiscal.
A razão é óbvia. Para fazer políticas sociais, sobretudo a mais eficaz e duradoura delas, a geração de empregos, é preciso ter dinheiro para investir, o que não foi feito nos 14 anos de governo do PT, 2003-20016, e que resultou num infernal estoque de pobres, conforme veremos a seguir:
- famílias com rendimentos de R$ 0 até R$ 77: 38.919.660 pessoas;
- famílias com rendimentos de R$ 77,01 até R$ 154: 14.852.534 pessoas;
- famílias com rendimentos de R$ 154,01 até meio salário mínimo: 19.554.985 pessoas.
Pode até haver mais, porque o cadastro inclui 7,8 milhões de pessoas que ganham mais que meio salário mínimo.
Contudo, nos dias atuais, essa posição no pódio da hipocrisia está ameaçada, não pelos que roubam galinhas, como muitas vezes são chamados os pobres em nosso País, mas por aqueles que estão destruindo a harmonia entre os poderes de nossa República, portanto, a nossa democracia.
Neste domingo (18) com o mesmo argumento de Lula, o ministro Gilmar Mendes, do STF, decidiu dispensar o papel do Congresso Nacional para aprovar proposta de emenda Constitucional que autorizasse o futuro governo a relativizar o Teto de Gastos para pagar os R$600 aos beneficiados do Auxílio Brasil, em mais uma decisão irresponsável da Suprema Corte.
O Congresso vai perdendo sua importância, como ocorre em todo regime totalitário e, portanto, está se destruindo a necessária harmonia entre os poderes, condição essa indispensável para vivermos em uma democracia.
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