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Reforma do financiamento de campanha
Trabalhando com outros interessados nessa questão, Soros usou sua rede institucional que havia criado para estabelecer a ilusão de um movimento de massas com o propósito de que os membros do Congresso sentissem que em toda a parte que olhassem - instituições acadêmicas, comunidade empresarial, grupos religiosos - haveria um clamor pela reforma do financiamento de campanha.
Nos anos subsequentes, Soros doaria US$ 12,6 milhões para essa causa e estimulou outras instituições filantrópicas a fazerem o mesmo. Tudo isso foi recompensado em 2002 com a aprovação da Lei McCain-Feingold que definiu os tipos e quantias de doação que os candidatos poderiam receber.
Soros viu imediatamente que o principal efeito da nova lei seria duplo: restringiria o uso do tipo de propaganda na TV que havia aniquilado o HillaryCare; e, finalmente, limitaria a influência dos dois partidos políticos, que dependiam de contribuições indiretas como sua fonte principal de financiamento. Isto permitiu a Soros assumir o controle das campanhas políticas dos democratas, anteriormente sob o controle do Partido Democrata, que deixou de ter dinheiro para custeá-las.
Soros se aproveitou dessa situação para criar um partido clandestino composto por 527 entidades financiadoras, organizações radicais de obtenção de votos e sindicatos do setor público para implementar a sua agenda política. Seu lançamento, sem anúncio oficial, ocorreu em 17 de junho de 2003 em El Mirador - propriedade de Soros em Southampton, Long Island e, posteriormente, foi considerado o evento mais significativo na política americana em décadas. Nele Soros expôs seu plano para derrotar George Bush na eleição presidencial de 2004.
Soros passou a acreditar que as eleições de 2004 ofereceriam a melhor oportunidade para "baixar a bola dos supremacistas americanos"; e, para conseguir isto, seria necessário um aparato político nunca antes visto nos EUA: uma rede que além de adquirir uma influencia profunda e duradoura, agiria de maneira tão dissimulada que os americanos mal saberiam o que estava acontecendo.
As eleições de 2004
Os agentes políticos que Soros havia contratado para assessorar a empreitada acreditavam que Bush poderia ser derrotado em 2004 se houvesse uma participação maciça de eleitores democratas nos Estados decisivos. Com esse objetivo, Soros criou a American Coming Together para arrecadar dinheiro que permitiria o envio de dezenas de milhares de voluntários para bater em portas e fazer telemarketing eleitoral, apostar no trabalho dos sindicatos de esquerda, de ambientalistas e ativistas dos direitos abortivos em uma ofensiva política sem precedentes. De início Soros disponibilizou US$ 10 milhões. A essa iniciativa se somaram vários milhões de dólares de outros simpatizantes da causa.
Depois de todas essas negociações, Soros concedeu uma entrevista ao Washington Post e fez a seguinte declaração:
" Os EUA sob a administração Bush são um perigo para o mundo, derrubá-lo é a prioridade máxima de minha vida (...). E estou disposto a apostar o meu dinheiro nessa ideia."
Em novembro de 2004 Bush foi eleito, mas mesmo com a derrota dos democratas (e do Partido das Sombras), a alteração do panorama político americano foi profunda.
Ao formar o Partido das Sombras, Soros forneceu aos democratas uma fonte alternativa de financiamento - uma que ele e as instituições que criou controlavam. Ele estava em condições de definir a agenda do partido e também de expurgar a pequena minoria de remanescentes moderados e planejar a próxima eleição para determinar o futuro presidente americano, tema este que será tratado no próximo post.
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