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28 abril 2024

Grace Jones

 


That’s the Trouble, de seu álbum Portfolio, 1977.

Em 2001, aos 67 anos, Grace Jones em um show
 em Sidnei, na Austrália, vestindo uma tanguinha e... Nada mais. 

Grace Jones, como cantora, modelo e atriz tem sido consistentemente uma presença extrema e desafiadora no mundo do entretenimento desde o seu surgimento como modelo internacional na década de 1970.


Grace Jones nasceu em Spanish Town, Jamaica. Aos seis anos seus pais se mudaram para a Costa Leste dos Estados Unidos. 

Aos 13 anos, Grace foi para o Condado de Onondaga, Nova York, próximo de Syracuse. Grace continuou a frequentar a escola e se formou na Faculdade Comunitária de Onondaga, onde estudou teatro e se especializou em língua espanhola. 

Após se formar, Grace começou a se rebelar contra seus pais e a opressão de sua religião. Em seguida, Grace se juntou ao seu professor de teatro da faculdade em uma turnê de verão pela Filadélfia e decidiu não voltar para casa. Grace mergulhou na contracultura dos anos 1960, morando em comunidades hippies, ganhando dinheiro como go-go dancer e usando LSD e várias outras drogas.

Grace voltou para Nova York aos 18 anos e assinou um contrato com uma agência de modelos. Aos 22 anos, mudou-se para Paris. A moda parisiense foi receptiva à sua aparência incomum e andrógina, e Grace fechou parcerias com estilistas como Yves St. Laurent, Claude Montana e Kenzo Takada, além de aparecer em capas de revistas como Elle, Vogue e Stern.

Após desfrutar de uma carreira de sucesso como modelo em Paris e Nova York, Grace decidiu entrar no mundo da música. Seu primeiro álbum, Portfolio, foi lançado em 1977 e apresentou canções de musicais da Broadway junto com faixas inéditas e uma reinterpretação de La Vie en Rose, clássico de Édith Piaf.

La Vie En Rose (live TV 1978)

Em 1978, Grace lançou o álbum Fame, sucesso nas paradas dance dos Estados Unidos, Canadá, Itália e Suécia. As performances altamente sexualizadas e extravagantes de Grace conquistaram grande aclamação do público. Grace Jones caiu no ritmo da Studio 54, onde ela reinou como uma das frequentadoras regulares da madrugada na década de 1970. Seu último álbum de disco music, Muse, foi lançado em 1979.

Do Or Die (live TV, 1978)

Com o fim da era disco consolidado no início dos anos 1980, Grace decidiu mergulhar em uma completa reinvenção musical e visual, e gravou o álbum Warm Leatherette misturando reggae com rock. Acompanhando a mudança de sonoridade, Grace adotou um visual severo e ainda mais andrógino, com um corte de cabelo flat-top e vestimentas angulares e acolchoadas.

As sessões em estúdio com o Compass Point All Stars acabaram dando origem também ao álbum sucessor de Warm Leatherette. Nightclubbing solidificou ainda mais a transição artística de Grace Jones, tornando-se o álbum mais aclamado de sua carreira e o principal responsável por firmar seu status não apenas como artista, mas como um ícone da cultura pop. Considerado uma das primeiras fusões notáveis entre música, moda e arte, Nightclubbing não apenas alimentou o movimento power dressing da época como também mudou o conceito de pop moderno e levantou debates sobre questões de gênero e negritude.

Em 1982, Grace viajou para Bahamas e gravou o álbum reggae/funk Living My Life, finalizando sua trilogia new wave e dando origem ao espetáculo A One Man Show, uma performance artística de seus grandes sucessos misturados a elementos teatrais e roupas extravagantes. Gravada em Londres e Nova York, a versão em vídeo de A One Man Show foi indicada ao Grammy de Melhor Vídeo Musical Longo em 1983.


                A One Man Show (1982)

Depois do álbum Living My Life, Grace caiu nas graças do cinema e dedicou os três anos seguintes à sua carreira de atriz. Suas atuações como a amazona Zula em Conan, o Destruidor (1984) e como a anti-heroína May Day em 007; Na Mira dos Assassinos (1985) receberam indicações de Melhor Atriz Coadjuvante no Saturn Awards.

Ainda em 1985, Grace voltou ao estúdio para gravar o álbum Slave to the Rhythm, responsável pelo single de maior sucesso de sua carreira. O álbum se tornou um dos maiores sucessos comerciais de Grace Jones, e o videoclipe do single Slave to the Rhythm rendeu uma indicação ao MTV VMAs de 1985.

Seguindo o sucesso de Slave to the Rhythm foi lançada a primeira coletânea de grandes sucessos de Grace Jones - Island Life que engloba os primeiros 9 anos de sua carreira. A montagem fotográfica que resultou no “arabesque” anatomicamente impossível de Grace se tornou uma das fotografias mais famosas da cultura pop de todos os tempos, influenciando vários artistas até hoje e impulsionando ainda mais o sucesso da coletânea.

Em 1986, Grace lançou o álbum Inside Story, co-produzido pela própria Grace, explorando gêneros como jazz, gospel e ritmos caribenhos.

 No mesmo ano, Grace estrelou o filme Vamp: A Noite dos Vampiros como a rainha vampira Katrina e foi premiada com um Saturn Award de Melhor Atriz Coadjuvante. Em 1987, Grace apareceu nos filmes A Caminho do Inferno e Marcas de uma Paixão. 

Seu nono álbum, Bulletproof Heart, foi lançado em outubro de 1989 e explorou um som fortemente influenciado por sintetizadores e percussão eletrônica. 

Em 1992, Grace gravou a música 7 Day Weekend para o filme O Príncipe das Mulheres, de Eddie Murphy. No mesmo ano, Grace lançou mais duas músicas para trilhas sonoras de filmes: Evilmainya (para Freddie, o Sapo Secreto) e Let Joy and Innocence Prevail (para A Revolta dos Brinquedos). 

Em 1996, Grace lançou a faixa eletrônica Love Bites para promover a Semana dos Vampiros do Sci-Fi Channel. Um álbum de trip-hop chamado Force of Nature estava nos planos para junho de 1998, mas o projeto acabou engavetado devido a desentendimentos entre Grace e Tricky, seu co-produtor para o disco. O álbum gerou apenas o single Cradle to the Grave, que seria reinventado dez anos depois para se tornar a faixa-título do décimo álbum de estúdio de Grace. Ainda em 1998, Grace gravou a faixa Storm para o filme Os Vingadores. Em 1999, apareceu em um episódio da série de televisão BeastMaster como a guerreira Nokinja e gravou a faixa The Perfect Crime para a TV dinamarquesa.

Apesar de ter trabalhado em vários projetos de retorno ao longo dos anos 1990, o décimo álbum de estúdio de Grace Jones só foi lançado depois de quase vinte anos: o álbum Hurricane. Em 2014, o álbum Nightclubbing foi relançado em uma versão deluxe, contendo duas faixas inéditas e versões estendidas dos singles.

Livro

Grace Jones contou que nunca escreveria suas memórias logo no primeiro verso de Art Groupie, música composta por ela em 1981: “I’ll never write my memoirs / There’s nothing in my book”. Na época, ela acreditava que deveria ser conhecida apenas por suas fotos e músicas, que já revelavam bastante sobre sua vida e personalidade.




Passados 30 anos, Grace mudou de ideia. Ela explica que não havia melhor maneira de se reapropriar de suas histórias – que ora surgiam na imprensa maiores ou menores que a realidade – do que ela mesma contá-las. Performática, dona de uma personalidade forte e imagem transgressora, a jamaicana passa a vida a limpo nas quase 400 páginas de I’ll Never Write My Memoirs (US$ 16, na Amazon).

“Voei tantas vezes no Concorde que conhecia os pilotos”, lembra ela. “Eu conhecia suas famílias. Eu poderia ter pilotado o avião, mas gostaria de fazê-lo nua, pintada de prata e de patins.

Quinze registros ("conselhos") na autobiografia de Grace Jones 


USE SOMENTE PRODUTOS DE ORIGEM LOCAL

“O povo jamaicano não deveria consumir cocaína. Eles deveriam se limitar à maconha. Certas coisas crescem em certos lugares por uma razão.”

 

LEIA SEMPRE AS IMPRESSÕES PEQUENAS

“Fui a primeira da minha família a beber veneno. Parecia refrigerante e na verdade era querosene.”

 

SEJA SEU MAIOR FÃ

“Você pode amar demais um namorado, mas não pode amar muito a si mesmo.”

 

ACOMPANHE-SE QUANDO EXPERIMENTAR ÁLCOOL PELA PRIMEIRA VEZ

“Comecei com Southern Comfort. Eu estava bonita e tinha um gosto doce. Não senti que estava tendo um efeito terrível até me levantar.”

 

SEU PRIMEIRO BEIJO É UMA MEMÓRIA PARA CUIDAR

“Quase entramos na boca um do outro… Obviamente eu estava com vontade de me sentir atraído pela bunda mais malvada.”

 

SEU PRIMEIRO TRABALHO EXIGE CALÇADO ADEQUADO

“Eu usava patins como assistente de diretório. Meus empregadores não disseram nada enquanto eu fizesse meu trabalho. Eu adorava andar de patins. Adorei a sensação de velocidade.”

 

NÃO TENHA MEDO DE AMAR

“Eu me apaixonei totalmente por ele [Tom, seu primeiro mentor] e, inevitavelmente, ele acabou se revelando gay.”

 

EXPERIMENTE COM DROGAS

“Experimente de tudo pelo menos uma vez. Se você gosta, continue tentando.”

 

MESMO HEROÍNA…

“Eu tentei, mas me fez vomitar. Não foi para mim, felizmente.”

 

MAS CURAR SUAS ATIVIDADES ADEQUADAMENTE

“Não é para sexo, é para ácido.”

 

TENHA UMA POLÍTICA DE PORTAS ABERTAS

“Estabeleci um vínculo com os vagabundos locais que dormiam na rua… Eu os convidava para tomar banho em meu apartamento e lhes dava comida, bebida e algumas roupas. Foi muito religioso da minha parte...”

 

ESTEJA CONFORTÁVEL COM SUA PRÓPRIA PELE

“Vivi como nudista por um mês na Filadélfia – 1967, 1968 ou 1969, quando quer que fosse – e foi um bom verão para ficar nu.”

 

CONHEÇA SUA PRÓPRIA MENTE

“Quando estou conectado, posso ser um vidente assustador. Saber quando algo vai acontecer, quando não entrar no elevador…”

 

CONTRATE UM BOM CABELEIREIRO

“Raspar minha cabeça me levou diretamente ao meu primeiro orgasmo... Eu nunca tinha feito sexo assim antes. Era sexo de outra época, de outro sistema solar. Ainda começou com a boca, mas acabou além do corpo.”

 

SEMPRE ACRESCENTE MUITO ATRASADO - MESMO PARA O CASAMENTO DE SCHWARZENEGGER - E FAÇA ISSO COM WARHOL NO BRAÇO

“No exato momento em que Arnold e Maria estão de joelhos encerrando sua cerimônia especial e íntima, nós chegamos. Eles não disseram nada, mas pela expressão em seus rostos dava para ver que não ficaram nem um pouco impressionados.”



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