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15 setembro 2024

Terrível desordem: a incapacidade de se fazer cumprir regras e leis

Em artigo anterior dissemos que, no Brasil, estamos vivendo uma terrível desordem: a incapacidade de se fazer cumprir regras e leis. Em qualquer país democrático, a ordem ganha sentido com a justiça. A justiça não existe sem ordem, e só a sua aliança permite um progresso duradouro. Todos sabem o que deve prevalecer em uma democrcia. São três princípios básicos: ordem, justiça e progresso.

Em brilhante artigo deste fim de semana na Oeste, Alexandre Garcia citou coincidências entre fatos ocorridos durante o período nazista e o que vem acontecendo no inquérito dos presos do 8 de janeiro, que deixa qualquer pessoa assustada com a semelhança entre as acusações que fazem aos manifestantes de Brasília e a justificativa da defesa dos réus nazistas, exposto no filme Julgamento em Nuremberg, em relação às milhares de prisões preventivas em nome da segurança do Estado. 

Eram pessoas perigosas na Alemanha — crianças, mulheres, idosos —, assim como o são no Brasil. É chocante. Semelhanças históricas, factuais, mas também com clássicos da ficção. Parece 1984, de Orwell, e temos que evitar que o futuro seja o mesmo de A Máquina do Tempo, de H. G. Wells, em que os Morlocks acabam por dominar os Elois — os ingênuos bonzinhos que não perceberam enquanto cediam suas liberdades.

Alexandre Garcia diz ainda que no 7 de Setembro, uma parte desses “Elois” saiu para as ruas mobilizada pela voz coletiva digital libertadora. Argumentaram e gritaram, mas não têm sido ouvidos pelos que têm ouvidos mas não querem ouvir e têm olhos mas não querem ver as ruas cheias de brasileiros pela Constituição e pela liberdade de opinião. O poder inflado ilegalmente não cede, blindado em seu espírito de corpo. E assim vamos, coerentes à nossa história, cheia de enganos e engodos, enquanto se aproveita a falta de conhecimento para exercer a tutela do poder.

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