
21 de abril é uma data histórica e simbólica. Para os brasileiros, comemora-se o Dia de Tiradentes e que representa a luta pela liberdade e pela independência do Brasil; também, a partir de 1960, a inauguração da Nova Capital, Brasília, cuja concepção urbana está descrita aqui.
Na Itália, celebra-se o aniversário de Roma, fundada por Rômulo em 21 de abril de 753 a.C, segundo a lenda romana. A história registra também que lá o 21 de abril, embora não tenha relação direta com a origem do fascismo, foi usado por Benito Mussolini como um símbolo ideológico — uma forma de reivindicar a herança da Roma imperial e projetar o fascismo como o sucessor da antiga glória romana. Por exemplo, em 21 de abril de 1937, foi inaugurada a "Mostra Augustea della Romanità", celebrando 2.000 anos do nascimento do imperador Augusto — uma mostra que exaltava a continuidade entre o Império e o regime fascista.
"Apenas na silenciosa coordenação e todas as forças, sob as ordens de um só homem, está o segredo perene de todas as vitórias ... Melhor as legiões do que os colégios [eleitorais]!", escreveu Benito Mussolini, em 28 de fevereiro de 1925.
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Águia romana frequentemente usada para evocar o Império Romano |
Nesta data, em 1925, portanto há 100 anos, os intelectuais fascistas italianos divulgaram seu Manifesto aos intelectuais de todas as nações, concebido pelo filósofo Giovani Gentile. Contou com 250 signatários - poetas, músicos, pintores, catedráticos, literatos -, nomes entre os mais influentes da cultura nacional.
Todavia, 10 dias mais tarde, no Primeiro de Maio, foi publicado um contramanifesto, redigido por Benedetto Croce, o mais respeitável filósofo italiano e que contou com inúmeras assinaturas de escritores, professores e publicitários.

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