Nesta segunda-feria, a ponte Presidente Costa e Silva, conhecida popularmente como Ponte Rio-Niterói, está completando 50 anos de sua inauguração. A ligação rodoviária foi entregue em 4 de março de 1974, com extensão total de 13,29 km, dos quais 8,83 km são sobre a água, e 72 m de altura em seu ponto mais alto.
Segundo registros do Arquivo Nacional, a ideia da construção da ponte remonta a meados do século XIX mas, apenas em 4 de dezembro de 1968, no governo Costa e Silva, o projeto começou a sair do papel.
Médici visitando as obras da ponte em 4 de agosto de 1973 Foto: Agência Nacional |
Desde junho de 2015, a empresa Ecoponte é responsável pela exploração e manutenção do sistema rodoviário de 28,7 quilômetros de extensão, que compreendem a Ponte, o Mergulhão da Praça Renascença, a Alça de Ligação com a Linha Vermelha e Avenida Portuária. O volume diário médio é de 150 mil veículos, nos sentidos Rio e Niterói, e passagem de cerca de 400 mil pessoas.
A ponte tem uma base de concreto que fica sob o asfalto. Para acesso ao seu interior é exigida uma descida por uma escada de aproximadamente 12 metros de altura. Embaixo estão as águas da Baía de Guanabara.
Nesse interior, denominado de "caixas de concreto", um ambiente escuro e silencioso, funciona uma espécie de “cidade” para circulação, todos os dias, de muitos trabalhadores.
A ponte conta com um total de 214 vãos, espaços entre dois grandes blocos de concreto. No vão central, o maior da ponte, funciona o sistema batizado de Atenuadores Dinâmicos Sincronizados (ADS), que garante a estabilidade da estrutura quando venta forte. A solução do ADS, com a instalação de 32 atenuadores no vão central, reduziu em mais de 80% as oscilações que chegavam a 1,20 metros (60 centímetros para baixo e para cima, quando os ventos superavam 55 km/h). Hoje a média é inferior a 10 centímetros e a ponte não precisa mais ser interditada por este motivo. Tal solução colocou fim em uma cena que era comum e provocava pânico.
O conjunto de molas, no local, funciona como amortecedor. Quando o vento empurra a estrutura para cima, o equipamento “contra-ataca” e puxa a estrutura para baixo. Implantado em 2004, o projeto foi desenvolvido por engenheiros da Coppe/UFRJ.
Anteriormente (2000), o pavimento da ponte que liga o Rio a Niterói também passou por uma mudança radical. O objetivo foi reduzir as tensões na estrutura metálica e aumentar a vida útil do pavimento que, em alguns trechos, durava apenas seis meses, provocando os incessantes reparos e célebres engarrafamentos que transtornam o dia-a-dia dos usuários.
Denominada estrutura mista, a obra consiste na aplicação de pinos soldados, fazendo a conexão entre a estrutura metálica da ponte e a placa de concreto armado. A placa, com cerca de 10 cm de espessura, substituiu o pavimento asfáltico sem, contudo, aumentar a carga permanente sobre a ponte metálica.
* * *
PS.: Naquela época (1970-74), a construção da Ponte era assunto permanentemente discutido entre os alunos e os professores dos cursos de engenharia civil em todo o País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário