Após a decisão do ministro Edson Fachin de anular as condenações do ex-presidiário Lula, ao denominar de "supostos crimes de Lula" os delitos já julgados em três instâncias inferiores da justiça, isto significou chamar de levianas as decisões tomadas pelos juizes componentes dessas instancias (13a. Vara Federal de Curitiba, TRF-4 e STJ) que condenaram Lula a mais de 20 anos de prisão. Anuladas essas condenações, "por excesso de crimes", Lula transformou-se no inocente mais culpado da história do Brasil.
De posse desse salvo-conduto, o ex-presidente, ex-presidiário e ex-condenado Lula, recentemente, passou a utilizá-lo para culpar a Operação Lava Jato pela alta de preços dos combustíveis: “O objetivo da Lava Jato a gente já sabe qual era. Era destruir a indústria naval nesse país. Destruir a indústria de óleo e gás. Olha o preço da gasolina agora... Não tem explicação essa política de preços nivelada pelo mercado internacional”, escreveu o petista em seus perfis nas mídias sociais. É mais um ato de sua peça teatral.Culpar a Lava Jato pelo aumento do preço da gasolina é apenas a versão mais recente de um mote usado pelo petismo desde a época em que ainda estava no poder. Em 2015, Dilma Rousseff afirmou que a operação de combate à corrupção havia reduzido em 1% o PIB nacional e, no mês seguinte, o ministro Aloizio Mercadante elevou a conta para 3,5% do PIB. O argumento continua tendo seus fãs, como o ministro do STF Dias Toffoli, que repetiu a ladainha no fim de 2019. O argumento é o de que a operação quebrou empreiteiras que participaram do esquema de corrupção e freou investimentos da Petrobras.
Animado com a teratológica anulação de seus processos na Justiça, Lula se acha no direito de reescrever o passado culpando a Lava Jato por todas as mazelas que for capaz de elencar. O ex-presidiário, no entanto, jamais será capaz de apagar a verdade.
A Justiça pode ter decidido que os depoimentos e as evidências colhidas pela Lava Jato não servem mais em uma corte, mas não tem o condão de transformar o verdadeiro em falso: a maior operação de combate à corrupção da história do país mostrou muito bem quem são e o que fizeram os vilões que quase destruíram a Petrobras; disso não há mais dúvida alguma e o Brasil e o mundo continuam estarrecidos com essa decisão.
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