Translate

Mostrando postagens com marcador Lava Jato. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Lava Jato. Mostrar todas as postagens

23 maio 2024

A REALIDADE ALTERNATIVA DO SR . DIAS TOFFOLI

É dever do STF conter a sanha do ministro de reescrever a história da Lava Jato ou ter a coragem de vir a público e referendar sua cruzada. O silêncio da Corte é péssimo para o País

Editorial do Estadão, publicado na edição de  23.05.2024

A fábula sobre a Operação Lava Jato a que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli tem se dedicado a escrever nos últimos meses ganhou mais um capítulo anteontem. Monocraticamente, como se tornou habitual, o ministro declarou a “nulidade absoluta” de todos os atos processuais e investigações em desfavor de ninguém menos que o notório empreiteiro Marcelo Odebrecht, uma das figuras mais identificadas com o esquema do “petrolão” do PT.

De antemão, é preciso registrar que, fosse Dias Toffoli minimamente cioso das obrigações que as leis, a ética profissional e o senso de decência impõem à toga, ele não deveria assinar uma lauda sequer em processos envolvendo a Novonor (antiga Odebrecht) ou seus altos executivos, por absoluta suspeição. Como é público, Marcelo Odebrecht já identificou Dias Toffoli, em depoimento oficial, como sendo “o amigo do amigo de meu pai”, numa referência ao presidente Lula da Silva, à época investigado no âmbito da Lava Jato, e ao pai do empresário, Emílio Odebrecht – de fato, um amigo de longa data do petista.

Mas, ignoradas essas barreiras legais e éticas para atuar no caso, o céu se tornou o limite para a imaginação fértil do sr. Dias Toffoli, como o ministro demonstrou ao longo das 117 páginas de sua decisão. Nessa peça de realismo fantástico, o mesmo Marcelo Odebrecht que se notabilizou por seu envolvimento direto e abrangente no maior esquema de corrupção de que o Brasil já teve notícia seria, na verdade, uma pobre vítima da truculência do Estado a merecer o amparo da mais alta instância do Poder Judiciário.

Como a realidade factual é irrelevante para quem está empenhado em acomodar a História em sua agenda de ocasião, o ministro Dias Toffoli não pareceu constrangido com o fato de que Marcelo Odebrecht confessou a prática dos crimes dos quais foi acusado – em particular, o pagamento de propina para ao menos 415 políticos de 26 partidos. Espancando a lógica, o ministro manteve hígido o acordo de colaboração premiada assinado pelo empresário em seus bônus, mas tornou inválidos os seus ônus.

Zombando da inteligência alheia – ou simplesmente dando de ombros para os fatos –, Dias Toffoli quer que a sociedade acredite que um dos mais bem-sucedidos empresários do País, assessorado, portanto, por uma equipe de advogados altamente qualificados, teria sido alvo, ora vejam, de um “incontestável conluio processual” engendrado pelo então juiz Sérgio Moro e membros da força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba (PR). E tudo isso com o objetivo de cercear “direitos fundamentais do requerente (Marcelo Odebrecht), como, por exemplo, o due process of law”. Tenha paciência.

Dito isso, por mais relevante que seja a participação individual do ministro Dias Toffoli nessa cruzada revisionista da Operação Lava Jato, seu papel é menos importante e nefasto para a institucionalidade republicana do que a omissão de seus pares no STF. Desde setembro de 2023, Dias Toffoli tem tomado uma série de decisões monocráticas em favor de empresários que confessaram graves crimes. E o fizeram não porque foram submetidos a uma terrível violência patrimonial e psicológica por agentes do Estado, mas porque foram espertos para identificar um bom negócio – os acordos de leniência e de colaboração premiada – quando estiveram diante de um.

Nenhuma dessas decisões tem sido escrutinada pelo STF como instituição colegiada. E é crucial para o País que o sejam o mais rápido possível. Só o plenário da Corte será capaz de sopesar as ilegalidades cometidas durante a Lava Jato e suas reais implicações nos casos individuais. Se depender apenas de Dias Toffoli, a criança será jogada fora com a água do banho.

* * *

A propósito, sobre o mesmo assunto, Boris Casoy também emitiu sua opinião. Confira no vídeo a seguir.



20 janeiro 2024

Não pode ficar para amanhã. Os brasileiros precisam contar a sua história de forma similar ao que relatam os italianos

Inicialmente a capa e a charge da reportagem escrita por Silvio Navarro na Oeste 200. Registros que ficarão perpetuados na suja história brasileira sobre política e corrupção. 



Nela Silvio pergunta: como o Supremo apagou sete anos de investigações sobre esquemas intrincados de corrupção? 


A resposta é: anulando sem pudor e, em alguns casos, destruindo literalmente provas reunidas pela Operação Lava Jato. 

Nenhuma imagem simboliza melhor o que aconteceu com a operação no tribunal do que o uso de uma furadeira de bancada, com broca de aço, para destruir os computadores da Odebrecht na Suíça. A ferramenta perfurou para sempre o rastro da propina entregue pela empresa nos governos do PT. Foi a pá de cal na Lava Jato, conclui Silvio Navarro.  



Nesta mesma edição, ao contrário do que aconteceu no Brasil, a Oeste revela o legado da Operação Mãos Limpas ocorrida na Itália nos anos 90 . Lá os corruptos cumpriram as respectivas condenações, o Supremo não interferiu, e a classe política se renovou.


O ex-promotor Antonio Di Pietro, responsável pela Operação Mãos Limpas,
dizimou esquemas de corrupção e o sistema partidário da Itália no início dos anos 1990.
Foto: Reprodução


Na época, o ex-primeiro-ministro Bettino Crazxi fugiu para a Tunísia para evitar a prisão. Aquele que havia sido o homem mais poderoso da Itália por décadas terminou a vida como fugitivo internacional. Morreu no exílio em 2000. Seu corpo nem sequer foi trasladado de volta para o solo italiano. Permanece num cemitério na Tunísia.


E mais. Nem mesmo Giulio Andreotti - sete vezes primeiro-ministro, 34 vezes ministro, dez vezes deputado, inclusive constituinte, e oito vezes senador - conseguiu evitar os tribunais.


Lá, nenhum líder político foi salvo por chicanas em Cortes superiores ou por supostas incompetências territoriais, como no caso do processo contra Lula na Lava Jato, relatado no artigo "Operação lava passado" da Oeste.


Tais artigos, além de serem registros históricos, são, também, um GRANDE ALERTA E CONVOCAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA, para a promoção de ações que corrijam rapidamente o vigente lamaçal político e judicial brasileiro.


Os brasileiros precisam contar a sua história de forma similar ao que relatam os italianos.

10 setembro 2023

Decisão de Toffoli sobre a Lava Jato ganha respostas no exterior e no Brasil

Neste post se comentou a matéria de capa da edição 180 da Revista Oeste que mostrou o desejo da Odebrecht de voltar à cena do crime com outro nome - mas usando os métodos de sempre e, também, a decisão do ministro Dias Toffoli de anular todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht (hoje Novonor), que foram usadas em acusações e condenações resultantes da Operação Lava Jato.

O ministro Dias Toffoli ao proibir o uso dos sistemas de propina da Odebretcht - Drousys e MyWeDay - contra Lula, utilizou a alegação de que o compartilhamento de provas foi ilegal.

Tal decisão ganhou dimensão mundial ao ponto do ex-procurador Stefan Lenz, reponsável pelas investigações da Lava Jato na Suíça desmentir o ministro afirmando: "As provas nunca foram enviadas ao Brasil por meios informais e não houve - segundo a legislação suíça e internacional - nenhuma outra prática ilegal por parte de autoridades suíças". 

Hoje, domingo, 10/09, o Programa 4 x 4 nos trouxe os brilhantes comentários sobre essa decisão do Toffoli, feitas por Augusto Nunes, Ana Paula Henkel, Rodrigo Constantino e Luis Ernesto Lacombe. Neste contexto, foi mostrado, também, o que disseram os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Luiz Roberto Barroso sobre a Lava Jato.



08 setembro 2023

A Internet não perdoa: governos do PT, Odebrecht, ... ‘amigo do amigo de meu pai’

A edição 180 da Revista Oeste trouxe como matéria de capa uma reportagem sobre o desejo da Odebrecht de voltar à cena do crime com outro nome - mas usando os métodos de sempre.

Coincidentemente, também nesta semana, 4ª feira (6.set.2023), o ministro Dias Toffoli decidiu anular todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht (hoje Novonor), que foram usadas em acusações e condenações resultantes da Operação Lava Jato. Em sua decisão, o ministro afirma que a prisão de Lula foi uma “armação” e “um dos maiores erros judiciários da história do país”. Trechos da decisão podem ser lidos aqui.

Segundo a análise de Diego Ecosteguy, "essa decisão do ministro Dias Toffoli contém erros rudimentares de informação e omissões significativas de fatos imprescindíveis à compreensão sóbria do acordo de leniência do grupo empresarial ... A peça contendo essa decisão (versão anotada) é rica em adjetivos e pobre em técnica - e lógica", pode ser lida através deste link.

No Brasil de hoje, há motivos para que cada brasileiro possa duvidar não só das urnas mas, também, da justiça.

A Internet não perdoa

Os vínculos dessa decisão estão registrados em matérias divulgadas na Internet. Em especial, uma delas mostra como Dias Toffoli ganhou o apelido "amigo do amigo de meu pai", publicada pela Gazeta do Povo em 18/04/2019, e transcrita a seguir.

* * *

Como Toffoli ganhou o apelido ‘amigo do amigo de meu pai’

A mensagem em que Marcelo Odebrecht chama o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), de "amigo do amigo de meu pai" foi escrita em julho de 2007 e faz referência a uma das obras "campeãs" em propina na Operação Lava Jato: a usina de Santo Antônio, com mais de R$ 100 milhões em suborno, segundo delatores da Odebrecht e Andrade Gutierrez.

No e-mail, Marcelo faz a seguinte pergunta a dois executivos da Odebrecht: "Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo do meu pai?". Adriano Maia, que foi diretor jurídico da Odebrecht e cuidava dos contatos com o Judiciário, respondeu à pergunta de Marcelo: "Em curso".

O amigo do pai de Marcelo, Emilio Odebrecht, era Lula, segundo a delação da empreiteira. Toffoli, diz Marcelo, então chefe da Advocacia Geral da União (AGU) do governo Lula e ex-assessor petista, era o amigo de Lula nesse jogo de apelidos cifrados.

O presidente do Supremo nega que tenha qualquer relação com a Odebrecht. Questionado agora pela PF sobre qual seria a questão tratada pela Odebrecht com Toffoli, Marcelo apontou o dedo para o ex-diretor jurídico e disse que só Adriano Maia poderia esclarecer a dúvida.

Foi por causa desse depoimento que o ministro Alexandre de Moraes determinou a censura ao site O Antagonista e à revista Crusoé, que revelaram o apelido atribuído pela Odebrecht a Toffoli.

Toffoli comandou ofensiva para livrar obra de contestações judiciais

À época da mensagem, Toffoli era o titular da Advocacia Geral da União (AGU) e comandava uma força-tarefa para contestar ações judiciais que tentavam barrar a construção da hidrelétrica do rio Madeira. Ambientalistas e defensores das populações indígenas eram contra a obra porque ela traria danos ao meio ambiente e às etnias de Rondônia que dependiam do rio.

Santo Antônio marcou a estreia da Odebrecht no mercado de energia, e Marcelo tinha uma estratégia agressiva: queria fazer as duas usinas planejadas para o Rio Madeira, a de Santo Antônio e Jirau, separadas por pouco mais de 100 km. O ganho de produtividade com a proximidade das duas obras era óbvio.

A Odebrecht levou Santo Antônio, mas perdeu Jirau por causa da atuação de Dilma Rousseff, ex-ministra de Minas e Energia e à época chefe da Casa Civil de Lula, segundo acusação feita por Emilio Odebrecht em seu acordo de delação.

Emilio disse que a empresa vencedora do leilão de Jirau, a Tractebel, não respeitou o edital: "A Tractebel entrou em Jirau contra a gente, mas feriu o edital: colocou a barragem a 10 km ou 15 km [do local ideal]. Ela infringiu o edital mas (...) teve apoio da Dilma pleno".

Dilma negou enfaticamente ter beneficiado qualquer consórcio nas usinas do Rio Madeira. Emílio disse que reclamou do comportamento de Dilma para Lula, mas o ex-presidente não fez nada. Emilio conta que a Odebrecht preferiu manter boas relações com Dilma por vislumbrar que ela poderia tornar-se presidente.

A Odebrecht já tinha um problema anterior com Dilma. Marcelo pedira a ela para vetar que o consórcio de seu concorrente em Jirau tivesse a participação de empresas públicas de energia. Dilma não aceitou o pedido, e o consórcio foi formado por um gigante mundial de energia (a francesa Suez), Camargo Corrêa, Chesf (Centrais Hidrelétricas do rio São Francisco) e Eletrosul – as duas últimas são empresas públicas.

Propina teria beneficiado políticos de vários partidos

Os relatos dos delatores da Odebrecht e Andrade Gutierrez apontam que a propina da usina Santo Antônio envolveu um arco de partidos que vai do PT ao PSDB, do PMDB ao PP, e até sindicalistas da CUT e da Força Sindical – que, segundo eles, foram subornados para não fazer greve.

Aécio Neves (PSDB), governador de Minas à época, foi acusado por delatores de ter recebido R$ 20 milhões da Andrade Gutierrez para colocar a Cemig (estatal mineira de energia) e Furnas (estatal federal que estava sob a esfera de Aécio) no consórcio que construiu a Usina Santo Antônio. A Odebrecht diz ter disponibilizado R$ 50 milhões para Aécio fora do Brasil.

O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) levou R$ 20 milhões, segundo delatores da Odebrecht. O petista Arlindo Chinaglia, que presidia a Câmara dos Deputados, ficou com R$ 10 milhões, de acordo com eles.

O senador Edison Lobão (PMDB), que sucedeu Dilma no Ministério das Minas e Energia em 2008, recebeu R$ 5,5 milhões para tentar anular o leilão de Jirau, ainda segundo os delatores da Odebrecht. O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) teria recebido repasses ilícitos que chegam a R$ 20 milhões, segundo outro delator da Odebrecht.


20 julho 2023

Lula anda meio esquecido. Será mesmo?

Nesta semana, durante encontro com líderes da União Europeia (UE), Lula disse que os ricos têm duas alegrias: tomar dinheiro emprestado e não pagar.

Fui buscar mais informações. A Internet não perdoa. Nela se encontra o artigo "Propina made in Brazil", publicado pelo Correio Braziliense, em 22/12/2016, noticiando que nos governos do PT as propinas bateram recorde mundial.

As informações constam do acordo de leniência assinado pelas empresas Odebrecht e sua subsidiária, a Braskem, com a Suíça e os Estados Unidos, em decorrência da Operação Lava-Jato, no “maior caso de suborno internacional na história”. Mais de 100 projetos, em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela, estão sendo investigados.

Lula anda meio esquecido. Será mesmo? 

Por isso a obrigação de se escrever a frase com mais precisão:

Os ricos, os amigos do poder, têm três alegrias: tomar dinheiro emprestado, não pagar e saldar as respectivas propinas.

Conforme divulgou também o Jornal Nacional.



27 maio 2023

A CORRUPÇÃO RECOBROU O VIÇO E ESBANJA SAÚDE

A frase acima, título deste post, é a última do artigo do jornalista Augusto Nunes publicado na Revista Oeste deste final de semana, e que está anunciado em sua própria capa.

De leitura obrigatória,  o texto do Augusto Nunes reproduz o diálogo feito entre o então senador Romero Jucá e o ex-senador Sergio Machado, na época exercendo o cargo de presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobrás, um dos ramais da corrupção investigada pela Lava Jato. O diálogo revela parte dos "políticos"envolvidos e a previsão de um pacto, incluindo o judiciário, que acabou acontecendo. O Brasil e o seu povo que f... . 

Confira abaixo parte do artigo cuja versão completa está acessível neste link.

. . .

"Impressionado com o ritmo da operação, o país mal notou o aparecimento da senha para o começo da contraofensiva: “Estancar essa sangria”. A expressão foi recitada por Romero Jucá, líder no Senado de todos os governos, durante uma conversa com o ex-senador Sérgio Machado, então homiziado no comando da Transpetro, um dos braços da Petrobras mais castigados pela gangrena da corrupção. Poucos tiveram paciência para a leitura do diálogo grampeado da Polícia Federal. Como atesta a transcrição dos melhores momentos, a maioria dos brasileiros não sabe o que perdeu. Confira:

Sérgio Machado: Mas viu, Romero, então eu acho a situação gravíssima.

Romero Jucá: Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá (…). Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais crédito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?

SM: Tem que ter um impeachment.

RJ: Tem que ter impeachment. Não tem saída.

SM: Acontece o seguinte, objetivamente falando. Com o negócio que o Supremo fez, isso de autorizar prisões logo após decisões de segunda instância, vai todo mundo delatar.

RJ: Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer. Seletiva, mas vão fazer.

SM: Eu estou muito preocupado porque eu acho que o Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.

[Rodrigo Janot era o procurador-geral da República]

RJ: Tem que resolver essa porra… Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.

SM: Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel Temer.

RJ: Só o Renan que está contra essa porra, porque o Michel é Eduardo Cunha. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.

SM: É um acordo, botar o Michel num grande acordo nacional.

RJ: Com o Supremo, com tudo.

SM: A situação é grave. Porque, Romero, eles querem pegar todos os políticos. 

RJ: Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura.

SM: Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se caiu a ficha já.

RM: Caiu. Todos eles. Aloysio, Serra, Aécio…

SM: Caiu a ficha. Tasso também caiu?

RJ: Também. Todo mundo na bandeja para ser comido.

SM: O primeiro a ser comido vai ser o Aécio. [Baixa o tom de voz] O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para ele ser presidente da Câmara? [Muda de assunto] Amigo, eu preciso da sua inteligência.

RJ: Estou à disposição, você sabe disso. Veja a hora que você quer falar.

SM: Preciso ter uma conversa emergencial com vocês.

RJ: Acho que a gente não pode juntar todo mundo para conversar, viu? Você deve procurar o Sarney, deve falar com o Renan. Depois que você falar com os dois, colhe as coisas todas, e aí vamos falar nós dois do que você achou e o que eles ponderaram pra gente conversar.

SM: Não pode ter reunião a três?

RJ: Não pode. Isso de ficar juntando para combinar coisa que não tem nada a ver. Os caras já enxergam outra coisa que não é… Depois a gente conversa os três sem você.

SM: Se não houver uma solução a curto prazo, o nosso risco é grande.

RJ: [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ó, só tem condições sem Dilma. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca”. Entendeu? Então… Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.

SM: Eu acho o seguinte: a saída para Dilma é ou licença ou renúncia. A licença é mais suave. O Michel forma um governo de união nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo. Esse país volta à calma, ninguém aguenta mais. Tem que ter uma paz, um…

RJ: Eu acho que tem que ter um pacto.

Parece conversa de pátio de cadeia. E é. Parece que foi ontem. Foi mesmo, se medido pelo tempo histórico. O parto demorou mais que o previsto e foi complicado, mas o pacto dos morubixabas em perigo está em vigor. Todos os punidos pela Lava Jato estão em liberdade, o Supremo faz o que quer e o Congresso capricha na cara de paisagem. A corrupção deixou de ser um problema a combater.

Tecnicamente, a Lava Jato não morreu. O ex-presidente Fernando Collor foi condenado pelo STF com base em revelações obtidas pela operação. E a juíza Gabriela Hardt, que considerou Lula culpado no caso do sítio em Atibaia, acaba de assumir o posto que foi de Moro e pertenceu por algumas semanas a um caso de polícia fantasiado de juiz. Mas é possível que Collor fosse absolvido se tivesse apoiado Lula. E ninguém sabe quantas semanas (ou quantos minutos) Gabriela permanecerá no cargo. 

De todo modo, parecem tão remotos quanto a Primeira Missa os anos em que milhões de brasileiros puderam acreditar que enfim entrara em vigor a norma segundo a qual todos são iguais perante a lei, e que havia lugar na cadeia para qualquer vivente que incorresse em pecados graves, mesmo que fosse o presidente da República. A corrupção recobrou o viço e esbanja saúde."

07 janeiro 2023

Deltan Dallagnol x Gilmar Mendes: não é difícil saber quem está falando a verdade

Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (6), o ex-procurador e deputado federal eleito Deltan Dallagnol rebateu críticas à Operação Lava Jato feitas pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.

Mendes havia afirmado em entrevista à Rádio Gaúcha que a Lava Jato foi um “projeto político”. Ouça essa entrevista através deste link.

Dallagnol respondeu: “Hoje quem precisa dar explicações, não sou eu, é o ministro Gilmar Mendes e o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, e explicar o que aconteceu com os grandes investigados da Lava Jato, com os grandes políticos que tinham foro privilegiado e que praticaram os grandes esquemas de corrupção revelados no Petrolão.”

“Fico em dúvida se o ministro Gilmar Mendes está agindo com ignorância, por não saber o que aconteceu, por não ter se informado adequadamente, o que pode ter acontecido, porque ele tem inúmeras funções como ministro do Supremo, ou se está agindo com má-fé, dentro de um contexto em que ele xinga a Lava Jato, busca atacar procuradores, juízes da Lava Jato e até mesmo já foi condenado judicialmente a indenizar pessoas que atuaram no combate à corrupção", disse Dallagnol.

“A resposta que você deve dar quando políticos praticam crimes é a mesma quando qualquer cidadão pratica crimes. O que a Lava Jato fez foi trazer e balizar de acordo com a mesma régua todos, inclusive os políticos. Então essa crítica é absolutamente infundada”, avaliou.

Os fatos

No dia 17 de março de 2014, o Brasil acordou com a notícia de que a Polícia Federal tinha prendido 17 pessoas em sete estados. Foram confiscados mais de cinco milhões de reais em dinheiro vivo e 25 automóveis de luxo, além de jóias e obras de arte. Entre os presos, um nome bem conhecido, o doleiro Alberto Youssef. Tinha inicio a Operação Lava Jato.

operação, até 17/04/2020, teve 79 fases, descritas aqui e condenou nada mais nada menos que 278 pessoas.

Com ela veio à tona um avançado esquema de corrupção que, por um lado, fortalecia um cartel formado pelas maiores construtoras do País, rodeado por doleiros, pequenos bancos, agências de publicidade, ONGs e outros satélites.

Do outro lado do balcão, ficou claro o funcionamento de uma sistema que tinha como objetivo financiar um projeto de poder totalitário, capitaneado pelo PT e apoiado por uma série de outros partidos, fundos de pensão e agentes públicos nomeados especificamente para essa função (Ivo Patarra, Petroladrões - a história do saque a Petrobras) ...

... Sem esquecer um terrível agravante: as operações envolviam financiamentos a ditaduras alinhadas na América Latina, África e Oriente Médio, além de parcerias com entidades criminosas com FARC e Hamas.

A Operação Lava Jato, portanto, escancarou, além da corrupção, um plano político gigantesco e meticuloso que visava financiar um projeto de poder, com ramificações internacionais.

Não é difícil concluir, entre os contendores, quem está falando a verdade.


27 abril 2022

LULA ESTÁ CONSTRUINDO UMA ESPESSA ATMOSFERA DE MENTIRA GENERALIZADA

Depois de sua saída da prisão e se tornado "ficha limpa", após a química processual ocorrida no laboratório do Fachin, o ex-condenado Lula tem aparecido nas redes sociais e em palcos fechados para entrevistas sob rígido controle - o mesmo modelo utilizado pelas ditaduras comunistas.

Contudo, nas redes sociais e a cada nova conversa - entre amigos - Lula vai construindo um universo ainda mais falso, tornando-se espessa uma atmosfera de mentira generalizada, à medida que os fatos se afastam das palavras utilizadas para descrevê-los.

No Twitter

Pelo Twitter, Lula afirmou que Jair Bolsonaro deve ser responsabilizado por pelo menos metade das mortes na pandemia, desrespeitou a Organização Mundial da Saúde, além dos trabalhadores da saúde. "É só olhar os ministros da Saúde que escolheu. A existência do SUS foi importante. Quando necessitamos, o SUS estava pronto".

Além das críticas relacionadas à pandemia da COVID-19, o ex-condenado também criticou a gestão de Jair Bolsonaro ao longo do mandato.

"Tenho 76 anos de idade, faço política há 50, e nunca vi uma situação como a que vivemos agora. Não temos um presidente da República. Ele vive de desrespeitar o povo, as instituições, não respeitou a ciência na pandemia. Vive no mundo da mentira que ele construiu", escreveu em seu Twitter.

E prosseguiu: "o Brasil precisa de um governo que cuide do povo, "palavras que não combinam com o governo atual", pontuou. 

Entrevista

Nesta terça-feira (26/4), durante entrevista coletiva para youtubers, o ex-condenado disse que, caso seja eleito presidente, vai derrubar os decretos de sigilo de 100 anos impostos pelo governo para informações sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para o ex-presidiário, Bolsonaro “vive de favor” e governa por meio de autoritarismo e decretos para atender interesses de terceiros, e disse que o perdão concedido pelo presidente ao deputado Daniel Silveira foi fora de hora.

“Ele vive de favor, fazendo decreto lei, fazendo indulto fora de hora, transformando qualquer coisinha que os filhos dele façam em sigilo de 100 anos. Tudo é sigilo de 100 anos. Mas preparem que nós vamos dar um jeito nisso.”

“Nunca antes na história do país tivemos um presidente tão rastejante diante do Congresso Nacional que nem o Bolsonaro. Ele não tem força nenhuma. Nem o orçamento, que é uma coisa do presidente, executar ele executa. Quem executa é o presidente da Câmara e do Senado.”

O ex-condenado ainda afirmou que o povo evangélico tem que saber que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "não acredita em Deus". "[Os evangélicos] têm que saber que o presidente atual não acredita em Deus, ele é mentiroso até nisso." 


22 março 2022

BRASILEIROS NOVAMENTE INSULTADOS: QUARTA TURMA DO STJ MANDA DALLAGNOL INDENIZAR LULA EM R$ 75 MIL POR APRESENTAÇÃO DE POWERPOINT

Hoje os brasileiros foram novamente enxovalhados, insultados, com a decisão do STJ condenando o ex-procurador Deltan Dallagnol a indenizar o ex-presidiário Lula. 

O ex-procurador, que era chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, deve indenizar o ex-condenado Lula em R$ 75 mil por danos morais. O caso se refere a uma entrevista coletiva de 2016 em que Dallagnol fez uma apresentação de PowerPoint sinalizando Lula como chefe de uma organização criminosa. A defesa nega qualquer violação da conduta funcional pelo então procurador, que pode recorrer da decisão, e Dallagnol classificou a decisão como "reação do sistema".

É mais uma decisão que não se coaduna com uma justiça que possa ser escrita com letras maísculas. Perdeu, e muito, o Brasil como nação, os brasileiros e as futuras gerações.

Aliás, a fala do ex-condenado Lula, durante os últimos dias, só se coaduna com o que lhe foi apontado pelos procuradores, ou seja, como a de comandante máximo do esquema de corrupção, o chefão da propinocracia instalada no País, nos últimos anos, período em que o Partido dos Trabalhadores esteve no poder sob o seu comando.

Além de repetir clichês para seus comparsas dessa fraude estabelecida no Brasil, desde 2003, o ex-condenado nunca apontou respostas contundentes sobre os fatos das denúncias que lhe foram atribuídas e por elas condenado em três instâncias. Nem mesmo as decisões tomadas pelo STF o inocentou. Apenas anulou, para decepção dos brasileiros e exposição de uma justiça sob o tapete, os processos por questões de foro (CEP) e nunca por inexistência dos crimes apontados nas denúncias.

Hoje, burocraticamente, o ex-condenado ficou apto a deixar a cadeia e até disputar eleições, contudo, jamais conquistou o direito de andar de cabeça erguida por todo o País. Alguém já o viu andando nas ruas como qualquer cidadão de bem o faz ? Jamais o verá. O que se constata, na prática, é que o Chefão não tem cabeça erguida nem para voar em avião de carreira.

Vivemos um momento histórico. A população espera, isto sim, uma virada de mesa para que no País prevaleçam a honradez, a decência, a dignidade e a justiça.