Translate

30 maio 2022

AS REDES ANTISSOCIAIS

Durante a semana passada (22) escrevi um artigo comentando a passagem do Elon Musk pelo Brasil. Nele a ênfase foi dada ao tema liberdade de expressão e a influência das redes sociais sobre os resultados eleitorais. Também foi mencionado o propósito já declarado das Big Techs, dentre eles a alteração da organização da sociedade, citando o que Zuckerberg escreveu, em 2012, quando abriu o capital do Facebook

"A tecnologia anterior levou a uma transformação completa de muitas partes importantes da sociedade ... O Facebook não foi originalmente criado para ser uma empresa. Na verdade, foi originalmente construído para realizar uma missão social ... As tecnologias passadas e seus inventores alteraram como a sociedade era organizada .... agora o Facebook fará o mesmo ... "

Agora há pouco li uma declaração da VP/EUA, Kamala Harris, feita durante o funeral de uma das vítimas do tiroteiro ocorrido em Buffalo, NY “ ...  I do believe that our nation right now is experiencing an epidemic of hate.” ("... Acredito que nossa nação está passando por uma epidemia de ódio"). O suspeito entrou num supermercado na tarde de sábado (14) antes de abrir fogo e matar 10 pessoas. Ele transmitiu ao vivo o ataque pelas redes sociais.

Isso me fez lembrar de estudos onde pesquisadores começaram a observar uma nova característica social. Que um número crescente de indivíduos, especialmente crianças e adolescentes, estavam agindo de forma estranha, com tendencias ao isolamento social e incapazes de completar suas tarefas básicas, por estarem sempre ligados a um portal da internet tentando encontrar o que o mundo estava dizendo nas redes sociais. Todos passando a agir como viciados.

A atração dos flashes arquitetados pelo Google, Apple, Facebook, ... é muito grande, chegando ao ponto de alterar radicalmente até mesmo o comportamento off-line de seus usuários. Um estudo concluiu: "A mera presença do celular dos consumidores pode afetar negativamente o funcionamento cognitivo até mesmo quando os consumidores não estão conscientemente voltando sua atenção para ele". Na Grã-Bretanha se descobriu que os usuários checam seus celulares 221 vezes por dia (uma vez a cada 4,3 minutos).

Portanto, depois de viciar a população em suas plataformas e serviços, minerar os dados pessoais dos cidadãos e submeter os usuários a uma manipulação sem fim, as Big Tech, de fato, já alteraram como a sociedade passou a se organizar e sofrendo suas consequências em potencial: taxas crescentes de depressão, especialmente entre crianças e adolescentes; um aumento drástico no suicídio juvenil; e uma perda tangível de relações humanas significativas, à medida que as pessoas se afastam uma das outras em prol de seus celulares.

E o pior está relacionado às crianças. Mas esses dados e respectiva análise serão tratados oportunamente.


PS.: Lembrei-me também do que disse Janon Lanier: (...) "O que quer que uma pessoa possa ser, se você quer ser uma, delete suas contas nas redes sociais",

Nenhum comentário:

Postar um comentário