Porto Alegre, uma diferença de 83 anos separam essa duas imagens que mostram que o que fizeram não foi suficiente para não acontecer de novo. Também joga por terra a narrativa sobre mudanças climáticas, a não ser que já existisse o tal do aquecimento global em 1941, nos alertou via WhatsApp, o colega José Joaquim de Oliveira.
Joaquim também se referiu a suposta coincidência se olharmos para o calendário. Ambas ocorreram na mesma data mensal.
No grupo do Zap (Poli-74, engenheiros de 1974), outros dois colegas também se manifestaram.
"As ações humanas interferem no clima, mas numa grandeza bem inferior aos fenômenos naturais", disse Cláudio de Andrade Aguiar que recebeu o seguinte comentário de Rubens Torres: "Papo furado de mudanças climáticas. Coisa de Marina Silva Doida, Greta, DiCaprio e outros vigaristas que não têm o que fazer."
Junto-me aos três, assino embaixo ao que todos afirmaram. E tais afirmações estão de acordo com os resultados de muitos pesquisadores de renome, bem distantes do papo furado dos vigaristas.
Um bom resumo do assunto está em "Águas de maio: a enchente de 1941 em Rio Grande", publicado no periódico Historiæ, em 2012.
"Foi, em verdade, uma revolução dos elementos da natureza, associados numa empreitada sinistra de destruição e angústia, contra a inteligência e os recursos humanos, impotentes e impassíveis ante a fúria das águas – fonte soberba de vida – transformadas em motivo de desalento, de desespero e de dor."
[ ... ] O evento da Grande Enchente de 1941 é um exemplo de que este convívio faz parte de um processo dinâmico e não imutável. Não podemos esquecer que não é só o homem que modela as paisagens, mas a natureza continua a fazer novas modelagens de acordo com dinâmicas climáticas complexas. Esses eventos extremos, como a Enchente de 1941, fazem questionar a suposta imutabilidade da paisagem e especialmente, refletir sobre os fatores e também as prevenções para acontecimentos climáticos de grande porte que tem se intensificado no Brasil nas últimas décadas.
[ ... ] O ano de 1941 trouxe uma provação difícil para os moradores do município do Rio Grande: a Grande Enchente, um fenômeno de dimensões até então desconhecido nos registros. Os anos de 1940-1941 foram de excesso de chuvas, atuando o El Niño. Em seguida, os anos seguintes foram de seca, associado ao fenômeno La Niña. ... As medições da temperatura do Oceano Pacífico Equatorial somente começaram em 1877, quando da ocorrência deste fenômeno com forte intensidade.
Tais mudanças criam condições para variações climáticas, como chuvas intensas, enchentes e secas. As imagens exemplificam como algumas regiões do planeta são afetadas por esses fenômenos.
El Niño |
La Niña |
Tragédia anunciada
No final de abril o mapa do Rio Grande Sul começou a ser tingido de vermelho no sistema do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) , representando alto nível de ocorrências de inundações graduais e bruscas, alagamentos em áreas rebaixadas e desabamentos em encostas. No dia 29, por exemplo, Estrela, Lajeado e Encantado estavam com muito alto risco de inundações. Na sequência, o fenômeno da tragédia anunciada só se intensificou sobre as cidades do Sul do país.
As informações emitidas eram corretas e oportunas, mas não bastam se as políticas públicas não existem ou não têm efetividade há dezenas de anos.
Segundo os especialistas, duas medidas são fundamentais para salvar e proteger vidas nestes casos: sirenes para alterar a população dos riscos iminentes e retirada dos milhões de pessoas que vivem em áreas ribeirinhas e encostas.
Porém, por parte dos governantes pouco ou nada se fez. Há, por exemplo, um plano nacional desde 2016. Os mesmos especialistas afirmam que o plano é muito bom no papel, e está sempre sendo revisado para poder comunicar e criar metas específicas, focado diretamente em questões para atender as pessoas atingidas por catástrofes naturais, mas não foi efetivado pelos ministérios, vamos assim dizer, na escala federal.
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