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22 dezembro 2015

MÉTODOS DE GOVERNO

Em Salvador (22/12), a presidente Dilma Rousseff voltou a se defender do impeachment. Em um dos trechos de seu pronunciamento afirmou: "Eu tenho uma vida ilibada, meu passado e meu presente".

Não se irá comentar, aqui, o passado da presidente, mesmo tendo sido ele, em termos políticos, de um comportamento bastante discutível e reprovado pela grande maioria da população brasileira. O seu perfil, de décadas passadas, há muitos anos, felizmente, deixou de existir no Brasil.

Pois bem.  O que a Nação inteira discute, no momento, é a sua atuação como mandatária do governo brasileiro. Governo este que vai de mal a pior. Hoje, sua aprovação, nas pesquisas de opinião, gira ao redor dos 10%. Por impeachment, por cassação do mandato, ou por renúncia, a maioria dos brasileiros a querem longe do Planalto.

A discussão se acerba, ainda mais, quando o cidadão brasileiro, principalmente os que nela votaram na última eleição, recordam de suas promessas em campanha eleitoral que, logo após o 26/out/2014, começaram a se derreter, dando clara demonstração de que a "vaca tossiu".

Vamos iniciar por uma delas. Em janeiro de 2015, a presidente em seu discurso de posse afirmou "Dedicarei obstinadamente todos os meus esforços para levar o Brasil a iniciar um novo ciclo histórico de mudanças, de oportunidades e de prosperidade, alicerçado no fortalecimento de uma política econômica estável, sólida, intolerante com a inflação, e que nos leve a retomar uma fase de crescimento robusto e sustentável, com mais qualidade nos serviços públicos. Assumo aqui um compromisso com o Brasil que produz e com o Brasil que trabalha".

Nada do que foi dito acima aconteceu. Em todos os pontos mencionados, pela presidente, chegou-se ao final de 2015 pior do que se iniciou. Entretanto, na posse do novo ministro da fazenda, ela voltou, com frases semelhantes, a reafirmar o que disse acima. 

O mercado imediatamente respondeu com alto grau de desconfiança, com a sensação de que o método de governar não mudou. Leia-se: a ambiguidade deverá continuar falando mais alto, ou seja, a presidente continuará propondo metas que depois não serão cumpridas, repetindo o que ocorreu em seu primeiro mandato.

Corrupção

"Já não é mais possível falar apenas de quadrilha, pois essa imagem sugere algo restrito a um punhado de pessoas interessadas em roubar dinheiro público. O que o País constata cada vez mais é que, desde que o PT se instalou no Planalto, a corrupção deixou de ser ocasional para se consolidar como um método de governo", afirmou em editorial o Estadão, nesta segunda (21).

Como é possível que tanta corrupção no governo tenha fugido ao conhecimento da presidente tida como uma gerente severa e centralizadora? Neste ponto a presidente, como se expressou, em Salvador,  exime-se de que jamais colocou no bolso um tostão do tesouro.


Pode ser. Mas fico com o pensamento do ilustre escritor paraibano José Américo de Almeida que disse: "Pior que furtar é deixar furtar; são dois crimes em vez de um".


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