Translate

Mostrando postagens com marcador França. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador França. Mostrar todas as postagens

10 julho 2024

Emmanuel Macron tenta recuperar o controle

 


Numa carta aos franceses, o presidente apela às forças políticas para “construírem uma maioria sólida” e “necessariamente plural”. Para ele, “ninguém ganhou” no último domingo.

Após três dias de silêncio, sem a menor reação pública desde o segundo turno das eleições legislativas, Emmanuel Macron acabou por se manifestar (a bordo do A330 presidencial que o levou esta quarta-feira a Washington para a conferência da OTAN). A carta aos franceses, foi publicada poucas horas depois em sites e na imprensa diária regional francesa. 

Macron considera que o futuro Primeiro-Ministro virá de uma maioria "necessariamente plural”. O impasse continua. E ele não pretende ficar fora do jogo.

*. *. *

A "carta aos franceses" na íntegra (tradução livre) . 
"Caras francesas, caros franceses,

Nos dias 30 de junho e 7 de julho, foram às urnas em grande número para escolher os vossos deputados.

Saúdo esta mobilização, um sinal de vitalidade da nossa República, da qual penso que podemos tirar algumas conclusões.

Em primeiro lugar, há uma necessidade de expressão democrática neste país.

Em seguida, apesar de a extrema-direita ter ficado em primeiro lugar no primeiro turno, com quase 11 milhões de votos, vocês recusaram-se claramente a permitir a sua entrada em funções. Por último, ninguém ganhou. Nenhuma força política obteve uma maioria suficiente, os blocos ou coligações que saíram destas eleições eram todos minoritários.

Divididos no primeiro turno, unidos no segundo por desistências mútuas no segundo turno, eleitos graças aos votos dos seus antigos, apenas as forças republicanas representam uma maioria absoluta. A natureza destas eleições, marcadas por uma clara exigência de mudança e de partilha do poder, obriga-os a construir uma ampla união.

Como presidente da República, sou simultaneamente o protetor do interesse supremo da nação e, ao mesmo tempo, garante das instituições e do respeito pela vossa escolha.

É nesta qualidade que peço a todas as forças políticas que se identificam com as instituições republicanas, o Estado de direito, parlamentarismo, orientação europeia e defesa da independência, que se empenhem num diálogo sincero e leal para construir uma maioria sólida, necessariamente plural, para o país.

Ideias e programas antes de posições e personalidades: esta união deve ser construída em torno de alguns grandes princípios para o país, valores republicanos claros e partilhados, um projeto pragmático e legível, tendo em conta as preocupações que manifestaram aquando das eleições.

Deverá garantir a maior estabilidade institucional possível. Reunirá homens e mulheres que, na tradição da Quinta República, colocam o seu país acima do seu partido a nação acima das suas próprias ambições.

O que o povo francês escolheu nas urnas - a Frente Republicana, as forças políticas devem traduzi-lo em ações.

É à luz destes princípios que decidirei sobre a nomeação do primeiro-Ministro.

Isto significa dar às forças políticas um pouco de tempo para que possam chegar a esses compromissos com calma e respeito uns pelos outros. Entretanto, o atual Governo continuará a exercer as suas responsabilidades e depois ocupar-se-á da vida quotidiana, como é tradição republicana.

A nossa esperança reside na capacidade dos nossos líderes políticos demonstrarem um sentido de harmonia e de apaziguamento dos vossos interesses e dos interesses do país.

O nosso país tem de ser capaz de dar vida, como fazem tantos dos nossos vizinhos europeus, ao espírito de superação a que sempre apelei nos meus votos. O vosso voto obriga a todos a estar à altura do momento. De trabalhar em conjunto.

No domingo passado, apelaram à invenção de uma nova cultura política francesa.

Em vosso nome, eu vou tratar disso. Em vosso nome, eu serei o garante.

Em confiança.

Emmanuel Macron"

O centro (Macron) foi quem perdeu as eleições francesas

Não houve vitória do centro na França. Na verdade, a coalizão do Macron, que é socialista globalista, bem ao estilo do Fórum Econômico Mundial, foi quem perdeu mais deputados.

O maior crescimento foi do partido de direita, que só não assumiu a maioria no parlamento por conta da união do "centro" com a extrema-esquerda, através da manobra de retirar candidatos da disputa em cada distrito no segundo turno do pleito deste domingo (07/07/2024).

A composição do Parlamento antes e depois das eleições de 2024

  • Em 2022, a forças políticas que hoje formam a Nova Frente Popular, somava 149 assentos. Agora, subiu para 182; 
  • O grupo governista que, em 2024 concorreu com o Juntos, tinha 250 assentos em 2022. Agora caiu 168; 
  • A Reunião Nacional (RN), de direita, obteve um crescimento expressivo, passando de 88 assentos em 2022 para 143 em 2024; 
  • Os demais assentos são compostos pelos Republicanos e por outras forças políticas.


Na França não foi muito diferente do que aconteceu no Brasil. Tucanos e outros "centristas", como os da Faria Lima, se uniram para viabilizar a ascensão do descondenado à presidência, jogando o país no abismo.

Um bom exemplo das mazelas do isentismo brasileiro é o do atual vice-presidente, Geraldo Alckmin. Ele se apresentava como opositor do descondenado, como um "centrista" moderado e pragmático, mas tirou a máscara e foi cantar a Internacional Socialista com a mão no peito, ao lado de Lula.

Na França, a turma do Macron resolveu se aliar com quem apoia o terrorismo islâmico, liderada por Jean-Luc Mélenchon, e que quer a estatização completa da economia, supostamente para "combater o extremismo de direita".

Segundo o Le Monde, um governo em minoria na Assembleia Nacional corre o risco de enfrentar uma moção de censura, que poderia ser apresentada na primeira sessão da nova Assembleia, prevista para o próximo dia 18 de julho.

Dada a nova composição parlamentar, com o bloco presidencial detendo apenas 168 dos 577 assentos, essa moção poderia ser aprovada, o que resultaria na queda imediata da gestão do atual primeiro-ministro, Gabriel Attal.

Como é escolhido o primeiro-ministro da França

Tecnicamente, o presidente tem o poder de nomear qualquer pessoa como primeiro-ministro, mas deve considerar a maioria dos deputados, pois um governo contrário a essa maioria pode enfrentar uma moção de censura.

Com isso, o presidente deve escolher um candidato que possa obter apoio ou ao menos não ser rejeitado pela maioria dos deputados.

No entanto, nenhum grupo político conseguiu a maioria absoluta necessária de 289 assentos. A coligação de esquerda Novo Front Popular (NFP) tem 182 parlamentares, com o apoio potencial de mais 13 parlamentares de esquerda, resultando em uma maioria relativa de apenas um terço dos assentos.

Risco de bloqueio institucional na França

Dado esse cenário, o risco de um bloqueio institucional é real, segundo a publicação francesa. Sem um novo governo, nenhum texto legislativo pode ser aprovado.

As próximas negociações podem levar a diferentes cenários, incluindo a formação de uma coalizão que reúna mais de 50% dos deputados em apoio a um primeiro-ministro e um contrato de governo, como ocorre em outras democracias parlamentares, como Alemanha e Itália.

Há risco de nova dissolução do Parlamento?

A hipótese de um retorno às urnas para esclarecer a situação política está, em princípio, excluída no futuro imediato.

De acordo com o artigo 12o da Constituição da França, “não pode ser realizada nova dissolução no ano seguinte a estas eleições.”

A nova Assembleia Nacional deverá, portanto, se reunir até meados de 2025.


PS:. No BrasilLula celebrou a vitória do bloco de esquerda nas eleições parlamentares francesas e pediu que o presidente francês, Emannuel Macron, se entenda com o líder da extrema esquerda na França, Jean-Luc Mélenchon,  para montar um novo governo.

"Agora, espero que meu amigo Macron, que meu amigo Mélenchon, que meu amigo François Hollande e tantos outros companheiros da França se coloquem de acordo para montar um novo governo", disse Lula.

Quem é Jean-Luc Mélenchon?

Como Lula, Mélenchom é também um admirador de ditadores. Formado em filosofia, Mélenchon foi um trotskista radical na juventude e hoje é uma figura proeminente da esquerda radical. Ele é conhecido por discursos vigorosos contra o capitalismo e por defender fortemente o marxismo. Continua aqui.

 

09 julho 2024

Lula e Mélenchon, admiradores de ditadores, têm pressa na montagem do novo governo da França

Lula celebrou a vitória do bloco de esquerda nas eleições parlamentares francesas e pediu que o presidente francês, Emannuel Macron, se entenda com o líder da extrema esquerda na França, Jean-Luc Mélenchon,  para montar um novo governo.

"Agora, espero que meu amigo Macron, que meu amigo Mélenchon, que meu amigo François Hollande e tantos outros companheiros da França se coloquem de acordo para montar um novo governo", disse Lula.

Segundo os números do Ministério do Interior, a Nova Frente Popular terá 182 cadeiras na Assembleia Nacional, enquanto a aliança Juntos, de Emmanuel Macron, terá 168 apenas cadeiras.

Após os resultados, Mélenchon disse que Macron “tem o dever de chamar a Nova Frente Popular para governar, e que o presidente deve "ou sair [do cargo ?] ou indicar um primeiro-ministro" do bloco.

O líder da extrema esquerda na França se colocou à disposição para ser primeiro ministro, mas é visto como uma personalidade muito radical por parte do centro. O NFP — formado pelo Partido de esquerda France Unbowed, o Partido Ecologistas, Partido Socialista e outras coligações --- contudo, não disse quem seria seu escolhido para primeiro-ministro.

Quem é Jean-Luc Mélenchon?

Como Lula (*), Mélenchom é também um admirador de ditadores. Formado em filosofia, Mélenchon foi um trotskista radical na juventude e hoje é uma figura proeminente da esquerda radical. Ele é conhecido por discursos vigorosos contra o capitalismo e por defender fortemente o marxismo. 

Mélenchom e Lula
Mélenchom é um veterano na política francesa e já ocupou diversos cargos públicos, iniciando sua carreira ainda na década de 1970, depois de se filiar ao Partido Socialista. Tem 72 anos e já foi acusado de antissemitismo.



O presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), Yonathan Arfi, fez um apelo aos partidos políticos moderados da França para que formem uma coalizão de governo que exclua o partido de extrema-esquerda La France Insoumise (LFI), liderado por Jean-Luc Mélenchon. 

Arfi descreveu Mélenchon como uma ameaça à comunidade judaica do país. O líder judeu enfatizou a gravidade da situação: “Mélenchon é uma ameaça contra os judeus”, disse Arfi, acusando o LFI e seu líder de fomentar o clima anti-Israel na França e colocar “um alvo nas costas de todos os judeus que apoiam Israel”. Além disso, Arfi descreveu Mélenchon como “a pessoa mais odiada na França” e criticou sua liderança ditatorial no LFI, questionando seu compromisso com os valores democráticos.

Como é escolhido o primeiro-ministro da França

Tecnicamente, o presidente tem o poder de nomear qualquer pessoa como primeiro-ministro, mas deve considerar a maioria dos deputados, pois um governo contrário a essa maioria pode enfrentar uma moção de censura. Saiba mais aqui.


(*) Em 2023 Lula teve encontros com 13 ditadores. A figura com quem o mandatário brasileiro mais se encontrou, foi o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel. Lula também se reuniu presencialmente com o venezuelano Nicolás Maduro e líderes dos seguintes países: Arábia Saudita, Cabo Verde, Catar, China, Emirados Árabes, Etiópia, Guiné Biassau, Irã, República Democrática do Congo, República do Congo e Vietnã.

08 julho 2024

Emmanuel Macron não foi um vencedor

 Os resultados das eleições parlamentares deste domingo, 07/07/2024, na França, mostram resultados interessantes, incluindo o que parece ter sido um tiro no pé dado pelo presidente francês Emmanuel Macron ao tomar a decisão de convocar essas eleições após a sua derrota, em junho, na votação que indicou os representantes franceses para o Parlamento Europeu.

Os eleitores franceses parecem ter entregue uma estreita pluralidade à esquerda política, ao mesmo tempo que produziram uma Assembleia Nacional dividida. Nada disto facilitará a vida do Presidente francês, que foi o principal arquiteto desta confusão política.


Atualizado em 08/07 -14:11 h
A coligação esquerdista Nouveau Front Populaire (NFP) conquistou 180 assentos na Assembleia Nacional de 577 membros, de acordo com o que foi divulgado. A coligação centrista do Presidente Macron menos cadeiras do que o esperado, apenas 159, enquanto o Rally Nacional (RN), de direita, de Marine Le Pen alcançou 143.

Com esses resultados, Macron foi o maior pederdedor, pois esperava que os eleitores abandonassem o RN se o controle do governo nacional estivesse em jogo.

Essa aposta funcionou no sentido de que o RN teve um desempenho menor do que o esperado no segundo turno deste domingo, quando os eleitores na maioria dos distritos enfrentaram uma escolha binária entre o partido de Le Pen e alguém – qualquer um – outro. Mesmo assim, o RN quase que dobrou o seu número de assentos na recém-eleita Assembleia Nacional. Anteriormente tinha apenas 87 assentos, e todos se lembrarão que o RN e os seus aliados lideraram o primeiro turno do fim de semana passado com 33% dos votos e que neste domingo alcançou 37,4%.

Macron não foi um vencedor. Sua estratégia de qualquer um, menos Le Pen, para o segundo turno deste domingo o levou a forjar uma aliança embaraçosa com uma variedade heterogênea de partidos de esquerda (que vão do moderado ao extremismo) que o tornará um pato manco pelo resto de sua presidência.

Segundo os analistas que já se manifestaram, a consequência mais imediata é que a agenda de relançamento econômico de Macron está morta. Os partidos de esquerda opõem-se fervorosamente às suas reformas previdenciárias e do mercado de trabalho, mais do que Le Pen. 

Outro fato interessante desse resultado é uma possível comparação com o que aconteceu com o pessoal da Faria Lima aqui no Brasil. Os investidores que se assustaram com a perspectiva de que o partido de Le Pen iria explodir as finanças públicas estão prestes a descobrir que as coisas podem ser muito piores já a partir desta segunda-feira, até porque o atual primeiro ministro já anunciou a sua renúncia.

Macron e os seus "prováveis"​​ aliados têm três anos até às próximas eleições presidenciais para provar que são melhores do que Le Pen na resolução dos problemas que interessam aos eleitores.

07 julho 2024

Vitória da esquerda na França inspira América do Sul, diz Lula

Repercutindo, sem nenhuma surpresa, o Valor Econômico publicou uma matéria sobre essa declaração de Lula.

Parece mesmo que Lula, em primeira mão, tomou conhecimento dos primeiros efeitos das eleições na França: esquerdistas já entraram em confrontos com a polícia em Paris. Em Brasília, São Paulo e outras cidades já se viu, não faz muito tempo, várias vezes, manifestações similares dos vermelhos brasileiros.

Logo após o anuncio do resultados da eleição deste domingo, estima-se que centenas de manifestantes esquerdistas encapuzados se reuniram do lado de fora da Place de la République, em Paris. A tensão é muito alta na cidade e muitas áreas foram blindadas por medo de assaltos e distúrbios mais graves durante a noite. A polícia teve de mover os veículos com hidrantes para bloquear o avanço dos manifestantes, Paris está sob alerta. Confira nos vídeos abaixo, já disponíveis nas redes sociais.








Estamos testemunhando os primeiros estágios da queda de Paris? A ideologia islâmica e os movimentos de esquerda acabarão com sua civilização?

Lula deseja o mesmo para os países da América Latina?

Marine Le Pen: 'Nossa vitória apenas foi adiada'

"Estamos dobrando nosso número de deputados. Estamos a progredir contra uma coligação de todos os movimentos. A maré continua a subir e a nossa vitória agora só está atrasada", afirmou Marine Le Pen após a previsão dos resultado das eleições deste domingo (07/07/2024) na França.

Depois dos resultados de domingo passado, houve um acordo entre a esquerda e o centro de Macron para retirar candidatos que estavam em terceiro lugar em cada distrito, para impedir a eleição dos candidatos de direita. Essa tática funcionou no passado.

A projeção, neste momento, sugere que nenhuma dos partidos terá maioria no Parlamento (289 cadeiras), o que obrigará as lideranças, certamente a da esquerda e a do partido de Macron (de centro) a estabelecerem um acordo, abrindo a possibilidade da primeira indicar o novo primeiro-ministro, pois tudo indica que obterá o maior número de parlamentares, seguida pelo partido de Macron. O partido de Le Pen, o RN, subirá para a terceira posição.



Por que a direita está crescendo?

Embora a França tenha uma das maiores economias do mundo e seja uma importante potência diplomática e militar, muitos eleitores franceses debatem-se com a inflação e os baixos rendimentos e com a sensação de que estão a ser deixados para trás pela globalização.


01 julho 2024

Eleições francesas: aqui está o que vem a seguir

Marine Le Pen

Os resultados oficiais do primeiro turno, realizado neste domingo (30/06), sugerem que o partido nacionalista e anti-imigração de Marine Le Pen, o RN, tem boas chances de obter a maioria na câmara baixa do parlamento. (*)

O que aconteceu?

No primeiro turno de domingo, o RN e seus aliados chegaram à frente com cerca de um terço dos votos. A coligação da Nova Frente Popular, que inclui forças de centro-esquerda, verdes e de extrema-esquerda, ficou em segundo lugar, à frente da aliança centrista do Presidente Emmanuel Macron.

Dezenas de candidatos que obtiveram pelo menos 50% dos votos distritais de domingo foram eleitos imediatamente. Todas as outras disputas vão para um segundo turno em 7 de julho, envolvendo dois ou três candidatos principais.

As projeções das sondagens sugerem que o RN terá o maior número de assentos na próxima Assembleia Nacional, mas não está claro se obterá uma maioria absoluta de 289 dos 577 assentos.

O sistema de votação francês não é proporcional ao apoio nacional a um partido. Os legisladores são eleitos por distrito.

Qual é o próximo passo?

Os rivais do RN estão lutando para evitar que obtenha a maioria absoluta.

A coligação de esquerda disse que retiraria os seus candidatos nos distritos onde terminassem na terceira posição, a fim de apoiar outros candidatos que se opõem à direita. A aliança centrista de Macron também disse que alguns dos seus candidatos renunciariam antes do segundo turno para tentar bloquear o RN.

Essa tática funcionou no passado, quando o partido de Le Pen e o seu antecessor, a Frente Nacional, eram considerados por muitos um pária político. Mas agora o partido de Le Pen tem um apoio amplo e profundo em todo o país.

Por que a extrema direita está crescendo?

Embora a França tenha uma das maiores economias do mundo e seja uma importante potência diplomática e militar, muitos eleitores franceses debatem-se com a inflação e os baixos rendimentos e com a sensação de que estão a ser deixados para trás pela globalização.

O partido de Le Pen, que culpa a imigração por muitos dos problemas de França, aproveitou a frustração dos eleitores e construiu uma rede de apoio a nível nacional, nomeadamente em pequenas cidades e comunidades agrícolas que vêem Macron e a classe política parisiense como fora de contato.

O que é coabitação?

Se o RN ou outra força política que não a sua aliança centrista obtiver a maioria, Macron será forçado a nomear um primeiro-ministro pertencente a essa nova maioria.

Numa tal situação – chamada “coabitação” na França – o governo implementaria políticas que divergem do plano do presidente.

A República moderna da França conheceu três coabitações, a última sob o presidente conservador Jacques Chirac, com o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, de 1997 a 2002.

O primeiro-ministro responde perante o parlamento, lidera o governo e apresenta projetos de lei.

O presidente fica enfraquecido internamente durante a coabitação, mas ainda detém alguns poderes sobre a política externa, os assuntos europeus e a defesa porque é responsável pela negociação e ratificação dos tratados internacionais. O presidente também é o comandante-chefe das forças armadas do país e é quem detém os códigos nucleares.

Por que isso Importa?

Na Assembleia Nacional, a câmara baixa, é a mais poderosa das duas câmaras do parlamento francês. Tem a palavra final no processo legislativo do Senado, dominado pelos conservadores.

Macron tem mandato presidencial até 2027 e disse que não renunciará antes do final do seu mandato. Mas um presidente francês enfraquecido poderá complicar muitas questões no cenário mundial.

Durante coabitações anteriores, a defesa e as políticas externas foram consideradas o “campo reservado” informal do presidente, que normalmente conseguia encontrar compromissos com o primeiro-ministro para permitir que a França falasse a uma só voz no estrangeiro.

No entanto, hoje, as opiniões tanto da direita como da coligação de esquerda nestas áreas diferem radicalmente da abordagem de Macron e seriam provavelmente objeto de tensão durante uma potencial coabitação.

O líder da direita Jordan Bardella, que poderá tornar-se primeiro-ministro se o seu partido conquistar a maioria dos assentos, disse que pretende “ser um primeiro-ministro de coabitação que respeite a Constituição e o papel do Presidente da República, mas intransigente quanto as políticas que implementaremos.”

Bardella disse que, como primeiro-ministro, se oporia ao envio de tropas francesas para a Ucrânia – uma possibilidade que Macron não descartou. Bardella também disse que recusaria entregas francesas de mísseis de longo alcance e outras armas capazes de atingir alvos dentro da própria Rússia.

O que acontece se não houver maioria?

O presidente pode nomear um primeiro-ministro do grupo parlamentar com mais assentos na Assembleia Nacional, mesmo que não tenha maioria absoluta – este foi o caso da própria aliança centrista de Macron desde 2022.

No entanto, o RN já disse que rejeitaria tal opção, porque significaria que um governo de direita poderia ser em breve derrubado através de um voto de desconfiança se outros partidos políticos se unissem.

O presidente poderia tentar construir uma coligação ampla da esquerda para a direita, uma opção que parece improvável, dadas as divergências políticas.

Outra opção seria nomear “um governo de especialistas” não afiliados a partidos políticos, mas que ainda precisaria de ser aceite por uma maioria na Assembleia Nacional. Um tal governo provavelmente trataria principalmente dos assuntos do dia a dia, em vez de implementar grandes reformas.

Se as negociações políticas demorarem muito entre as férias de verão e o período de 26 de julho a agosto, período dos jogos olímpicos, o governo de Macron poderia manter um governo de transição enquanto se aguarda novas decisões.


(*) Texto produzido a partir de matéria divulgada pela ASSOCIATED PRESS 

Protesto do amor

Ferozes com o resultado da eleição francesa, em que a direita saiu em vantagem no primeiro turno, os ‘amorosos’ jihadistas e os ‘tolerantes’ extremistas da esquerda, para demonstrarem todo o apreço que sentem pela democracia, resolveram queimar e quebrar tudo que encontraram pela frente. 


 
 














Do Brasil, a esquerda francesa recebeu a solidariedade da deputada comunista do PCdoB/RJ, Jandira Feghali, defensora da "democracia".


É o protesto do amor 🤡


30 junho 2024

Eleições na França: o POVO venceu

Lá o povo votou e o povo venceu

O  RN (Rassemblement National)  obteve uma vitória esmagadora no primeiro turno da votação para a Assembleia Nacional Francesa.

O partido obteve cerca de 34 por cento dos votos, muito à frente do partido centrista Renaissance do presidente Emmanuel Macron e seus aliados, que obtiveram cerca de 21 por cento.

Os resultados deste primeiro turno, numa eleição de dois turnos que terminará com o segundo turno em 7 de julho entre os partidos líderes em cada turno, não fornecem uma projeção confiável do número de assentos parlamentares que cada partido irá garantir. Mas o RN parece agora ser a maior força na Câmara dos Deputados, embora não necessariamente com maioria absoluta.

A participação dos eleitores foi muito elevada, refletindo a importância atribuída por eles às eleições antecipadas, acima de 65 por cento, em comparação com 47,51 por cento no primeiro turno das últimas eleições parlamentares em 2022.

Para Macron, agora no seu sétimo ano como presidente, o resultado representou um grave revés depois de ter apostado que a dolorosa derrota do seu partido nas recentes eleições para o Parlamento Europeu não se repetiria.

Marine Le Pen, líder do RN, declarou que a França votou “sem ambiguidade, virando a página de sete anos de poder corrosivo”. Ela instou seus apoiadores a garantir que seu protegido, Jordan Bardella se torne o próximo primeiro-ministro.



04 dezembro 2023

Relato de violência no exterior traz sinalização para o Brasil

Na França, a deputada Marine Le Pen afirmou que durante anos os franceses têm sido confrontados com a ascensão de uma ideologia totalitária que é a ideologia islâmica e lamenta que o governo não esteja a tomar as medidas necessárias para erradicá-la e proteger sua população.


Neste último sábado, a rapidez da intervenção e a calma da polícia evitaram, sem dúvida, mais carnificinas terroristas em Paris. O terrorista islâmico que cometeu os crimes já tinha sido condenado pelos tribunais e a sua mãe, no final de outubro, alertou os serviços de segurança sobre o comportamento do filho.

Tal relato é uma sinalização para o Brasil. Aqui, no momento atual, a brutal violência tem origem nas organizações criminosas responsáveis pelo narcotráfico, algumas delas atuando em todo o País e já com ramificações em instituições públicas de todos os níveis para defenderem os seus interesses. Estima-se que só o PCC possua cerca de 30 mil membros, sendo 8 mil apenas em São Paulo.

Lá como cá, constata-se, portanto, que os governos não estejam a tomarem as medidas necessárias para erradicarem tais violências e protegerem seus respectivos habitantes.


17 abril 2022

A REALIDADE ESTÁ AUSENTE NA IMPRENSA MILITANTE

Está nos "trends" das redes sociais um pequeno vídeo com a Marine Le Pen,  candidata que disputa a eleição presidencial francesa - já em segundo turno - falando com uma jornalista. Ao final da entrevista ela afirma que os franceses não confiam na imprensa tradicional, que  é mais fake news que as redes sociais.

Confira a íntegra desse vídeo, cujo conteúdo pode ser igualmente aplicado à velha imprensa brasileira, o denominado consórcio.


A realidade está ausente na imprensa militante

Com tal comportamento, acabou, de forma mais rápida, o domínio da grande mídia sobre a produção e disseminação de informação. Através de seu celular, cada indivíduo passou a ser um comunicador direto com seus seguidores, em suas redes sociais de preferência - que se multiplicam diariamente.

Para quem detinha o poder de comunicação, essa mudança se tornou INACEITÁVEL e passaram a reagir de forma irracional. Além disso, o consórcio passou a destilar ódio a quem não subscreve a agenda "progressista".

22 agosto 2019

A FRANÇA É A PÁTRIA DO ILUMINISMO, MAS QUANDO VIAJA SE ESQUECE DE LEVÁ-LO CONSIGO

        Neste texto reuni as mensagens que o General Villas Boas acaba de publicar através do seu Twitter - @Gen_VillasBoas - em 22/08/2019, às 23:00 horas e o subscrevo.

        "Com uma clareza dificilmente vista, estamos assistindo a mais um país europeu, dessa vez a França, por intermédio do seu presidente Macron, realizar ataques diretos à soberania brasileira, que inclui, objetivamente, ameaças de emprego do poder militar.

        Segundo ele o tema será discutido na próxima reunião do G7 dentro de 2 dias. A questão que se coloca é de onde viria autoridade moral daquele país que, como disse Ho Chi Minh, é a pátria do Iluminismo, mas quando viaja se esquece de levá-lo consigo.

        Trata-se da mesma França que de 1966 até 1996, a despeito dos reclamos mundiais, realizou 193 testes nucleares na Polinésia Francesa, expondo o Taiti, ilha mais povoada da região, a índices de radiação 500 vezes maiores que o máximo recomendado por agências internacionais.

        Segundo uma reportagem do UOL Notícias, datada de 11/03/2015, uma equipe de médicos franceses calculou, no ano de 2006, que os casos de câncer aumentaram nas ilhas da região por conta daqueles testes nucleares que atingiram os próprios cidadãos franceses.

        Os desabitados atóis de Mururoa e Fangataufa escondem, até hoje, 3.200 toneladas de material radioativo de diferentes tipos, produto das explosões nucleares do exército francês, o mesmo que Macron usa para nos ameaçar.

        A questão ultrapassa os limites do aceitável na dinâmica das relações internacionais. É hora do Brasil e dos brasileiros se posicionarem firmemente diante dessas ameaças, pois é o nosso futuro, como nação, que está em jogo.

        Vamos nos unir em torno daqueles que têm procurado trazer à luz a verdade sobre essas questões ambientais e indigenistas.

        Refiro-me ao Ministro Ricardo Sales, Aldo Rebelo, Evaristo de Miranda, Luiz Carlos Molion, Lourenço Carrasco, Denis Rosenfield, Professor Francisco Carlos, General Rocha Paiva, General Alberto Cardoso e o General Heleno."

10 maio 2017

O SATÉLITE BILIONÁRIO

Foi lançado ao espaço, no último dia 04 de maio, do centro espacial Kourou na Guiana Francesa, a bordo do foguete francês Ariane 5, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), com o objetivo de propiciar um meio para a transmissão de informações estratégicas para o País, integralmente controlado pelo governo brasileiro, e de prover cobertura de serviços de Internet banda larga em todo o território nacional.

Até aí tudo bem, embora fosse uma noticia melhor se a base de lançamento e/ou equipamentos e/ou as tecnologias empregadas, em sua maioria, fossem de origem nacional e/ou dominadas amplamente por brasileiros, o que não é o caso.

Pois bem. Até mesmo o centro espacial de lançamento não está localizado em território brasileiro. Alcântara, a sonhada base brasileira para lançamentos de satélites, fundada em 1983 e localizada nos arredores de São Luiz-MA, não logrou êxito e afundou de vez após o acidente com o lançamento do foguete ocorrido em 22/08/2003 que deixou 21 mortos. O Centro se tornou operacional em 1989 mas até o momento não lançou nenhum satélite em razão de atrasos logísticos e tecnológicos.

Apesar do sucesso do lançamento do SGDC e dos votos de que o satélite entre em operação sem maiores problemas por todo o seu período projetado de vida útil, que é de 15-18 anos, o ponto que mais tem chamado a atenção da imprensa e das redes sociais tem sido o seu custo.

No mundo, em nenhum outro país, uma operação similar alcançou um investimento de R$ 2,7 bilhões. A "surpresa" aumenta quando se toma conhecimento de que seu orçamento inicial era de apenas R$ 720 milhões, ou seja, quase quatro vezes menor.

Para se ir mais além, países como a India e o Japão, em projetos similares, gastaram menos da metade do investimento realizado pelo governo brasileiro.

Por outro lado, ao mesmo tempo em que o governo o apresenta como caso de sucesso, pode-se interpretar também como um fato que consolida a incapacidade do governo de ter um programa espacial próprio.

A propósito de se desenvolver um programa espacial brasileiro, é válido recordar uma das últimas iniciativas neste sentido. Trata-se do acordo assinado entre o Brasil e a Ucrânia, em 2005, pelo presidente Lula e que 10 anos depois foi rompido por total fracasso do programa, após ter consumido mais de R$ 1 bilhão.

O Brasil é mesmo um campeão na má gestão de recursos públicos sendo contemplado recentemente também, com igual titulo, no campeonato da corrupção. Igualmente, está a caminho de alcançar a mesma posição quando se trata de afanar mais dinheiro dos contribuintes sem o devido retorno de bons serviços públicos à população.