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20 outubro 2024

A DEMOCRACIA DO FORO DE SP


O Editorial do Estadão deste domingo reporta os laços do Brasil e do partido de Lula (PT) com o Foro de São Paulo. 

Há décadas, Lula e FHC demonstraram para a grande imprensa que eram adversários, adotando os ideais da política das tesouras, de Lênin, como única solução para implantar o socialismo-comunismo no Brasil. Forjaram uma falsa oposição para culminar com o grande projeto de instalação do socialismo em toda a América Latina. Desta forma, qualquer um dos dois que fosse eleito pelo voto democrático, estava comprometido com os ditames socialistas em toda a extensão da América Latina, objeto do Foro de São Paulo.

Em 2020, o reconhecido jornalista espanhol, Luis María Ansón, publicou no jornal El Mundo, um artigo, na íntegra acessível aqui, no qual o escritor chama a atenção para os planos do Foro de São Paulo, planejados para o período 2019-2023.

Em seu primeiro parágrafo, Ansón aponta aqueles que lideraram a criação do Foro e suas motivações e objetivos. O primeiro deles, Fidel Castro e o segundo, Lula. Ambos deixaram uma biografia vergonhosa para os seus respectivos países

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Editorial do Estadão de 20 de outubro de 2024

O PT de Lula, aquele que diz defender a democracia, assina nota que aplaude a ‘vitória’ de Maduro

Ninguém pode acusar a companheirada latino-americana de incoerência. Reunido na Cidade do México, um grupo de trabalho do Foro de São Paulo reconheceu a “vitória” do ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais venezuelanas – que foram flagrantemente fraudadas pelo regime chavista, conforme atestaram as mais diversas e insuspeitas organizações internacionais. O PT, partido do presidente Lula da Silva, aquele que liderou uma autointitulada “frente ampla pela democracia” nas eleições presidenciais de 2022, subscreve o obsceno comunicado, que cospe na cara de todos e de cada um dos democratas que, arriscando a própria vida e a liberdade pessoal, enfrentam o déspota venezuelano.

Para o PT e seus associados, é um “imperativo” exigir que se “respeite a institucionalidade democrática da Venezuela e a autodeterminação do povo venezuelano com relação aos resultados eleitorais que deram a vitória ao presidente Maduro”. Do contrário, segue o raciocínio, triunfará a extrema direita, que, segundo esses valentes humanistas, está se organizando em todo o mundo para “influenciar a política e os destinos dos povos a partir do ponto de vista dos interesses do capital financeiro internacional e transnacional, ao custo da vida das pessoas, da humanidade e do planeta”. Ou seja, reconhecer a vitória de Maduro equivale a salvar o mundo.

Ao que tudo indica, pouco importa a fuga em massa dos venezuelanos desesperados em razão da deterioração econômica causada pela ditadura e também daqueles que buscam escapar das garras do regime, que prende e tortura seus adversários de maneira generalizada, conforme constataram investigadores da ONU.

O que interessa, segundo se lê no comunicado do Foro de São Paulo, é defender a “soberania” dos países latino-americanos contra o “imperialismo estadunidense”, cuja prioridade é “frear a influência de China e Rússia na América Latina e no Caribe, região por eles considerada seu ‘quintal’, em sua busca por fontes de recursos naturais e de mercados”. Se milhares morrerem ou perderem seus direitos políticos no caminho, esse é o preço a pagar para a realização da utopia marxista.

Pode-se dizer que nada disso surpreende, é claro. O Foro de São Paulo foi criado por iniciativa de Lula e de Fidel Castro, o que basta para conhecer sua índole. Nada do que ali seja produzido terá utilidade ou importância para o debate público. Mas é dever de uma democracia genuína, como a brasileira, reagir quando o partido do presidente da República esposa ideias tão antidemocráticas como as que o Foro expressa, sobretudo diante do sofrimento do povo venezuelano.

A julgar pelo contorcionismo retórico do chanceler de facto, Celso Amorim, para impedir o Brasil de se juntar aos países civilizados na condenação de Maduro, o governo Lula, no fundo, parece concordar com os companheiros do Foro de SP. E mesmo depois que foi seguidamente desrespeitado pelo governo de Maduro, sendo acusado inclusive de ter sido “recrutado pela CIA”, Lula continua obsequiosamente silente.

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